A primeira vez que me apaixonei por você

De Maria Fernanda Ramos

Ariana é uma menina decidida, amigável e teimosa, às vezes. Tudo em sua vida muda quando ela ganha a competição nacional de golfe, e faz uma festa para comemorar. Nessa festa ela revê David, um amigo de infância que nunca foi muito próximo. David é um garoto gentil, carinhoso e o crush de todas as meninas. Algo nela diz que ele não é o que parece, mas para David, Ariana é a única menina no mundo que ele queria. Será que entre novas amizades, perdas insubstituíveis e tretas familiares, ela será capaz de se declarar, e deixar sentir seu amor por David, ou se afastará de todos, como sempre fazia?

• Idioma: Português
• Editora: Bookba
• Data de lançamento: 8 de nov. de 2023
• ISBN: 9786585384551

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Contents

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Agradecimentos

Para minhas avós,

Com quem aprendi a apreciar livros, 

Fugindo da realidade

E vivendo em um mundo muito diferente.

Capítulo 1

Ele ou ele?

10/01 -> sábado

Era para ser apenas um jantar em família, mas foi mais do que isso, muito mais. Você pode estar perdido, então vamos começar desde o início.

Quando abri os olhos para o mundo pela primeira vez, era uma noite fria, muito fria. De acordo com as memórias da minha mãe, ela e meu pai estavam voltando de um restaurante quando minha mãe começou a dar à luz. Nasci em nossa casa, com meu pai e o gato. Ela disse para me colocar em um cobertor quente e que ficaria comigo até eu dormir. Em suas lembranças, ela fala que eu era branca de olhos verdes e sorridente, careca. Quando eu já tinha 5 meses, comecei a andar; com 1 ano, comecei a correr. Com 3 anos implorei ao meu pai que me deixasse jogar golfe, e ele deixou. Ele me guiou para o mundo do golfe e me ensinou tudo o que um jogador precisa saber, e aos 5 anos de idade, já estava competindo internacionalmente e ganhando.

Com 7 anos ganhei o prêmio de melhor golfista-mirim do estado (moro em São Paulo, imagina!) e fui para as competições do país. Ganhei uma, perdi outra, mas continuei minha jornada e, com 9 anos, ganhei a competição mundial de golfe feminino infantil! Você pode acreditar nisso? Mas minha felicidade acabou no ano seguinte: com 10 anos conheci outra garota chamada Lilian Johnson, que era muito melhor que eu. Ela ficou como a melhor do país e do mundo, e eu me tornei a garota com quem agora ninguém mais se importa.

Fui rejeitada e rebaixada muitas vezes, mas isso não me impediu de continuar. Joguei, joguei e joguei até, com 15 anos, ganhar o título de melhor golf teen feminino do país e estou treinando para o mundial. Meus pais queriam comemorar, então fizeram um jantar em família (aquele do começo), e foi lá que eu me importei com um menino chamado David Phillipes. Ele é filho de um casal amigo dos meus pais. Eu nunca me importei muito com ele, mas não sei o que deu em mim e decidi tentar ser sua amiga.

Eu e meus pais moramos em uma casa grande com piscina, uma pequena floresta nos fundos do parquinho e um caminho para aquela floresta. É muito bonito e fofo. Essa zona é, para mim, a melhor zona de toda a casa (só perde para o meu quarto). Nesse jantar, eles separaram a área das crianças e a área dos adultos. Eu era muito mais velha que aquelas crianças, mas decidi me sentar com elas.

Todas as meninas estavam brincando em uma casa de bonecas, e todos os meninos tentavam subir em uma árvore. David estava sozinho ao lado da piscina, sentado em uma cadeira. Eu não sabia o que fazer, então fui para perto dele. Chegando lá, perguntei:

— Posso me sentar aqui?

— Sim, Ariana — respondeu ele.

Depois peguei uma cadeira e me sentei ao lado dele. Ficamos um tempo em silêncio, até que ele começou uma conversa:

— Você é filha da Dona Ricalde, certo?

— Sim — eu disse, me aproximando cada vez mais —, mas o nome dela não é Ricalde, é Rothalde.

— Ah — ele começou a ficar envergonhado —, desculpe, eu não sabia.

— Está bem! Todo mundo confunde. É um nome medieval, um nome difícil.

Ele escutou e ficou em silêncio, ouvindo o canto dos pássaros. Estava ventando muito naquela noite, e seu cabelo voava contra o vento. Aqueles fios loiros… Daria tudo para tê-los em minha cabeça. Continuamos em silêncio, até que ele viu a minha observação e tornou a falar:

— Então… quer passear comigo? Só um pouco…

— Claro! — eu disse, animada. — Quer dizer, eu quero