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Pó Ético
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E-book58 páginas21 minutos

Pó Ético

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Sobre este e-book

Entre o escárnio e o bem-dizer, entre o riso e a lágrima, PÓ ÉTICO recolhe o olhar crítico, pela lente da poesia, sobre temáticas sociais e humanas de hoje e de sempre. A literatura é a rede de fundo, no diálogo aceso de ontem e de hoje. A Língua Portuguesa é instrumento de malabarismo. Vamos ao circo!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de jan. de 2024
ISBN9789895790838
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    Pó Ético - Marta Carvalho

    Dedicatória

    À memória da minha avó Alcina Reis, que não sabia nada de finanças/nem consta que tivesse biblioteca.

    Lengalenta

    O homem roeu a corda

    Da raiz da rés do riso.

    O homem roeu a rolha

    Da garrafa da água da Rússia.

    O homem ruiu no reino

    Do rancor do rei da regra.

    O homem rasgou a rima

    Na raiva real do rústico.

    O homem roubou a reza

    No rebanho do rei ruído.

    O homem resta ao rebanho

    No risível rancor do reco.

    E o rato?

    O rato reencarnou no homem

    Na ralé ruim da raça.

    Catacrese

    — E a cabeça do prego é personificação?

    — É catacrese; quando muito interjeição… se te vai à mão…

    — Mas cabeça não é de gente?

    — Devia…

    — Não quer dizer que o prego sente?

    — É catacrese; quando muito ironia… se é o prego que tantas vezes a

    guia…

    — Que nome dar a essa figura de linguagem?

    — Catacrese. É uma metáfora que debotou de tanta lavagem.

    — E o contrário não existe?

    — Existe, mas não é poético, ou não figura como tal.

    — Não há a despersonificação?

    — Oh, meu filho, é o que há mais na Terra…

    — E que exemplos temos, então?

    — Substantivo dolorosamente comum: a guerra.

    Quem vai à guerra

    Quem vai à guerra dá e leva

    Dá, mas leva

    Dá, porque leva

    Dá, portanto, leva

    Dá ou leva

    Dá, logo leva (ou leva logo…)

    Dá quando leva

    Dá, pois leva

    Dá se leva

    Quem vai à guerra que prepare bem as conjunções,

    Porque não é tempo de limpar as armas

    Enquanto apura orações.

    Todo o buraco é trincheira, ou eterno.

    Todo o eterno é buraco.

    Lá anda o diabo a alargar

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