40 Rios de Esperança
De João Abreu
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Sobre este e-book
estava mortana língua e na cabeçada audição e do tatodos pés de um coração
experimentadona poeira dos caminhoscheia de si e alémnesse monte verde dos
quarentaquando tudo parecia dadoE são dados agoraque a Beleza joga comigoE tanto
faz se é umse é seisA Vida sempre me pisca
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40 Rios de Esperança - João Abreu
Para Carolina
Meu
Prado
SAPELOS
Nasci três gerações antes de mim, longe do estardalhaço da cidade; entre vacas de leite, batatas da terra, leitões para abate e centeio à farta; entre casas de pedra e cheiro de bosta, gente humilde, analfabeta; gente que ama e sofre intensamente; gente gregária, que quer terra e faz o pão. Nasci sedento, mas já feliz; nasci esperança, de gerações e gerações crescidas por si, na mesma lida, na mesma vida, há séculos e séculos.
Amém? Nada disso!
Nasci livre, criativo, alegre; nasci forte, grave, sonhador. Nasci migrante. Nasci brasileiro em Portugal; português no Brasil: um samba de Trás-os-Montes. Se canto a imensidão do futuro desconhecido; se gozo o impossível tornado possível, é pela pequena Sapelos de minha mãe, avós e bisavós.
Fui mais um homem vitimado pela gripe espanhola no norte profundo de Portugal; morri um mês depois de minha filha nascer. Vim para o Brasil sozinha, viúva, trabalhar no comércio, construir caminhos e mandar dinheiro à filha única; quando as coisas melhorarem, ela, o marido e os filhos – pois ela terá marido e filhos – vêm para cá também. Cresci sem irmãos, longe de minha mãe, com saudade do pai que não conheci; morrerei oitenta e nove anos depois, no Brasil, chorando a morte de meu pai; juntei algum dinheiro; vim ser uma voz do afeto neste mundo; e trabalhar; e trabalhar; e trabalhar... tenho o sorriso mais bonito que meu neto já