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Amor Puro
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E-book210 páginas2 horas

Amor Puro

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Sobre este e-book

Este romance gira em torno de Ana, bonita, inteligente e muito decidida, e Ferdinandes, um renomado neurocirurgião, que juntos vivem uma linda historia de amor. Ao longo da narrativa que atrai pela fluidez e dinamismo com que é contado enredo, discutem-se valores, preconceito e espiritualidade. Amor, muito amor, é constituinte de Amor Puro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de out. de 2023
Amor Puro

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    Amor Puro - Rosa Rosileia

    Rosa Rosileia

    Amor Puro

    São Luís

    2ª edição - 2023

    Amor Puro

    A Deus, meu maior incentivador; A Jesus Cristo, meu amigo; A Nossa Senhora, minha protetora.

    Aos meus pais, que eu amo muito:

    Manoel, homem cuja honestidade não se pode macular; e Maria da Natividade, mulher forte, inteligente, que ilumina a todos com o seu brilho estrelar. Pelo carinho, investimento intelectual e amor dispensado.

    Às minhas amadas irmãs;

    Leia, minha amiga inseparável;

    Dejenane, minha menina decidida; Márcia Cristina, minha fonte espiritual;

    Gilzete, minha menininha sorridente;

    Délia Maria, minha delícia, e

    Sandy Rachel, meu clone.

    Aos meus amados irmãos;

    Macssuel, meu maninho;

    Odoriel, meu carinhoso;

    Maílson, meu menininho, e

    Saulo Iving, nosso caçulinha.

    Aos meus irmãos, por parte de pai, em especial as meninas: Luíza Helena, Jozélia e Eline, que me ajudaram a entender de amor.

    2

    Rosa Rosileia

    Aos meus sobrinhos: Emilly Tamara, Letícia, Samara,

    Vyctor Macssuel, Ana Paula, Amanda e Vinícius, que me alegram muito.

    Ao meu afilhado Sedan Filiph, que me ama muito.

    A André Almeida, meu sempre aluno. Isadora de

    Jesus, minha fofinha. Luana, minha querida. Eliana, minha estimada.

    Aos meus amigos, em exclusividade: Lina, Claudete,

    Patrícia Simone, Elilson, Márcio Julião, Jesus Almeida,

    Ibraim Almeida, Maria Léa, Luciene, João Gusmão, que eu torturo com minhas cartas a cada estação.

    A Marinalva, minha sempre amiga.

    A todos que me acompanham na minha linda jornada.

    O meu...

    Muito Obrigada!

    E...

    Ao meu amor.

    3

    Amor Puro

    Nota da Autora

    No dia dez de outubro de 2003, fui presenteada com um livro budista. Como de costume, apressei-me em ler e li esse impresso em menos de duas horas. Gostei tanto, que voltei a lê-lo uma página por dia para que refletisse sobre suas palavras.

    Descobri através desse livro: a meditação. Coloquei uma almofada no meio do quintal da minha casa e sentei-me. Queria tentar meditar. Então, fechei os olhos e fiquei inerte percebendo o vento bater em meu corpo. Ouvi pela primeira vez as batidas do meu coração e senti medo. Abri os olhos rapidamente e levantei-me, pois sentia-me sufocada. Saí correndo para casa, agarrada na minha almofada, fugindo de mim mesma.

    No dia seguinte, fui experimentar novamente. Só que dessa vez, resolvi fazer diferente; além de me concentrar em ouvir o pulsar das minhas veias irrigando todo o meu ser, tentei me transportar para outro lugar. O que consegui foi me olhar correndo entre muitas flores amarelas. Na verdade, um campo cheio dessas flores e fiquei muito, mais muito feliz. Abri os olhos e ri. Um sorriso que me acompanha.

    Uma semana depois, voltei os meus pensamentos unicamente para Deus, porque uma lembrança voltou a rondar minha cabeça. Um sonho de infância que eu queria me esquecer.

    Quando eu era criança, sonhava tentando subir uma 4

    Rosa Rosileia

    rampa escura que não tinha fim. Fazia um esforço tremendo para dar um único passo e não conseguia; acordava cansada e ficava enroladinha em meu lençol, ou pedia para dormir com minha mamãe. A recordação do sonho voltou a me perseguir.

    Fiz uma retrospectiva do meu passado na presença de Deus e descobri que não conseguia dar esse passo, porque a minha vida sempre foi de muitas provações. A rampa do meu sonho é escorregadia. Tive a impressão de que nunca iria conseguir chegar ao topo. Chorei muito e deitei-me no solo com a cabeça no coxim.

    Olhei para o céu e vi um lindo cometa passar; uma das visões mais bonitas que meus olhos puderam contemplar.

    Entendi que era um sinal de Deus para mim. Tive absoluta certeza de que Ele me escutara e os meus anos incumba iriam passar. Eu sei que precisamos rezar, agradecer, conversar com o Senhor, mas sei que o Pai Celestial sabe das nossas necessidades mesmo antes de pedirmos. Às vezes, somos fracos na fé e não acreditamos que existe uma Força muito maior que a nossa própria.

    Elevo as minhas reflexões até Deus quando vou meditar, e nesse momento de comunhão comigo vou ao meu campo florido de amarelo. Tentei mudar a tonalidade das flores para a cor de que mais gosto, azul, e não obtive êxito. Empreendi o vermelho, a cor mais comum de flores e não consegui. Posso ir até o topo de uma montanha sentir o vento gelado bater em meu rosto deixando o meu nariz congelado, mas não consigo trocar a cor das flores. Então, decidi não tentar mais removê-la, porque descobri nesse domínio cheio de flores amarelas o caminho da felicidade e eu sou muito, mais muito feliz.

    Contemplando o céu numa dessas noites, eu o vi 5

    Amor Puro

    belíssimo, todo estrelado, e uma lua linda iluminava-me.

    Olhando-o, um romance começou a povoar as minhas ideias. Corri, peguei um lápis, um caderno e comecei a escrevê-lo. Escrevi no trabalho, à noite à luz da lua, sentada numa cadeira de ônibus e até abancada na praça de alimentação do cinema. Em duas semanas, concluí o livro que intitulei de Amor Puro.

    6

    Rosa Rosileia

    * * *

    — Não! — falou baixo. — Quer fazer o favor de se sentar em outro local? — pediu, com voz aguda e elevada.

    — Você está me perturbando.

    Levantou-se, olhou para a turma e disse:

    — Agora chega! Meus nobres colegas devem estar adorando esse teatrinho... Acredito até que estejam se divertindo... Não posso acreditar que todos conspiram contra mim... Meu Deus!... Tudo era tão claro e só uma idiota igual a mim, que ainda não havia percebido... Mudar de mesa?... De que adianta?... Vai sempre sobrar uma cadeira ao meu lado para esse idiota se sentar...

    O professor entrou apressado e exprimiu:

    — O que está acontecendo aqui?... Escutei do corredor uma...

    — O que está acontecendo? — interpelou a discípula, irritadíssima. — O senhor ainda não percebeu que estou sendo incomodada a aula inteira por esse...

    — Do que você está falando? — perguntou o professor.

    — Não posso mais continuar estudando essa disciplina... Comunicarei o fato à Reitoria — vociferou a aluna.

    Sentindo-se humilhada, maltratada e com muita raiva, saiu da turma com os olhos rasos d’água.

    O professor atordoado e sem entender as reclamações da aluna, seguiu os passos dela, mas não conseguiu alcançá-la.

    7

    Amor Puro

    Ela foi em direção à saída, com um caminhar apressado que demonstrava algo ocorrido, rosto molhado, uma sensação de derrota. Desceu a Rua da Estrela açodadíssima e sentou-se numa cadeira de uma mesa ao ar livre que pertencia a um restaurante.

    Preciso recuperar a calma, pensou. Abriu um livrinho de bolso que costumava carregar consigo e foi lendo, refletindo em cada palavra para tentar se acalmar. Enxugou as lágrimas e ficou observando o horizonte.

    Alguns metros dali um rapaz a observava. Olhou quando a moça desceu a rua entristecida. Viu que chorava.

    Esperou um pouco para saber se a abordava ou não, e depois de alguns minutos decidiu conversar um pouco com ela. Cabelo castanho-claro, pele branca queimada pelo sol de agosto, olhos verdes, aparentando ser um turista conhecendo São Luís. Chegando à mesa onde a jovem estava sentada, perguntou:

    — A senhorita poderia me informar, como faço para chegar à Praça Pedro II?

    Ela se assustou, mas logo se recompôs e numa reação rápida levantou-se. Abriu os braços, falou:

    — Nunca consegui discernir direita e esquerda...

    Perdoe-me! Agora já me localizei.

    Você está vendo aquela rua à esquerda? Siga sempre em frente e chegará na praça. A rua é um pouco íngreme. Se dobrar à direita vai chegar lá também, mas terá que subir uma escadaria. É melhor preparar as suas pernas.

    — Obrigado! Senhorita...? — procurou saber o rapaz, esperando uma resposta.

    — Ana — respondeu ela, apressadamente.

    Ana se sentou e voltou a ler o livro, sorrindo do

    mico que acabara de pagar. "Onde já se viu uma mulher 8

    Rosa Rosileia

    deste tamanho não saber o que é direita nem o que é esquerda. O que será que aquele moço está pensando? Que pediu informação a uma... Não posso completar. Não sou nada disso. Apenas não ligo para convenções", falou baixinho e riu, riu muito.

    O rapaz caminhou em direção ao itinerário descrito por Ana. Parou por um instante, olhou para trás e vendo-a sorrindo, voltou. Pediu:

    — Posso sentar?

    — Oh! Sim! Fique à vontade... Não encontraste à praça ou fui eu quem não dei a informação correta? — perguntou ela, com um semblante alegre.

    — Nem uma coisa nem outra. Esqueci-me de descansar. A ladeira, lembra-te? Não te importas se eu te fizer companhia.

    — Não! Claro que não! Não era uma escada? —

    inquiriu ela, lutando contra o sorriso.

    — Se eu estiver atrapalhando, posso sentar-me em outro local — disse ele, puxando uma cadeira. — Nem escolhi a rua.

    —Eu já disse que pode se sentar. É um prazer. Quando terminares o teu descanso, se não for muito, posso te dirigir até a Praça Pedro II. Eu vou passar por lá.

    — Ora, pois, eu adoraria.

    — Desculpe-me a indiscrição, mas você não é brasileiro. Tem um sotaque diferente dos falados no meu país. Espera! Não diga nada! Eu adivinho! É... Português...

    Não o meu é claro, mas o de Portugal... Acertei?

    — Sim! Sim! Acertaste! Eu não tenho um sotaque assim tão forte. Eu só morei alguns anos em Portugal. Sou brasileiro.

    — Oh! Mil desculpas! Agora que você parece 9

    Amor Puro

    estrangeiro, ah parece!

    — Não! Não! Não me peças desculpas. Meu pai é português e minha mãe é brasileira. Acredito que tenha puxado a ela. A minha mãe é alemã brasileira — comunicou ele, feliz. — Já ouviste falar?

    — No Sul do Brasil tem...

    — Pronto! — disse ele, não permitindo que ela completasse a frase. — Descobriste a minha regionalidade.

    Só que por esses dias, sou um turista em São Luís.

    — Bom! Eu não sou turista, nem nasci no Sul. Eu sou são-luisense com muito orgulho. Estudo bem ali, naquela faculdade. Consegue ver?! Faço Arquitetura. E você? Além de turista parece ser representante de remédio.

    — Dizes isso por quê? — perguntou ele, fascinado e olhando na direção do olhar dela. — Ah! Por causa da bolsa... Já descansei... Podemos ir? Eu posso levar as tuas coisas?

    — Não és adepto dos Direitos Iguais?

    — Do que tu estás a falar?

    — Alguns homens usam os tais para não ajudarem com os pertences da mulher, mas esquecem-se que assim estão deixando de ser cavalheiros — explicou ela.

    — Eu sou um cavalheiro. Queres ver? Eu levo tuas coisas.

    — Obrigada! Tenha a honra! Vamos!

    Os dois rumaram para a praça, sem nenhuma pressa.

    Ana estava necessitando caminhar e o rapaz precisando de um guia. Foi Ana quem quebrou o silêncio.

    — Portugal é lindo, não é?

    — Depende dos olhos de quem vê — exprimiu ele, pensativo. — Um local parece bonito a alguns, já outros acham sem graça. Eu, particularmente, gosto da capital 10

    Rosa Rosileia

    Lisboa. Adoro ir ao porto ver corajosas pessoas embarcando em navios para fazerem cruzeiros.

    — Corajosas por quê?

    — Porque viajam por vias marítimas ou fluviais como se estivessem em vias térreas ou aéreas.

    — Eu adoro viajar de barquinho — disse ela, animada.

    — Eu gosto de ver e sentir as ondas do mar. É muito bom!

    Você não sabe o que está perdendo.

    — Obrigado! — Eu prefiro um teco-teco. Ver as nuvens de perto.

    — Um dia, vou a Portugal. Tenho uma promessa para pagar: conhecer o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Vi pela televisão e achei lindo. Eu vou vê-lo pessoalmente, por isso a promessa, para que eu lute.

    — És devota de Fátima?

    — Com muito fervor. Só Ela sabe me entender.

    — Eu sou devoto de Antônio — deu a conhecer, observando por onde passavam.

    — Santo Antônio de Pádua!

    — Pois é! Boa coincidência os dois terem igrejas imponentes no mesmo país! Tu não achas?

    — Muito interessante!

    — Visite-o! Santo Antônio é um cara legal. A igreja de Fátima é muito bonita! Tu vais gostar.

    — Se conseguir pagar minha promessa, farei uma homenagem a essa coincidência boa visitando a igreja de Santo Antônio. Eu o admiro. Vou lembrar de um brasileiro com sotaque português devoto de um santo que me sugeriu uma visita a igreja de outro santo que é o seu e não o meu

    — disse ela, rapidamente. — Legal! Gostei! Eu adoro conhecer novas arquiteturas.

    — Arquiteturas! Deixe Santo Antônio ouvir isso. Ele 11

    Amor Puro

    vai castigá-la! — falou ele, zombando. — Poderemos fazer esse passeio juntos. É só me dizer quando pretendes conhecer Portugal.

    — É uma ideia — exprimiu ela, descuidada. — Sou teu guia em São Luís e você será o meu em Portugal. Eu estou a brincar. Acredito que vá demorar muito tempo. Até lá...

    — Eu espero. Eu estou a gostar da tua companhia —

    afirmou ele, parando em frente dela que se sentiu embaraçada com os olhares dele.

    Desfeito o acanhamento, continuaram conversando animadamente que nem perceberam a chegada à praça.

    — Sente-se, por favor, senhorita Ana! — pediu o rapaz, mostrando um assento.

    — Obrigada, Cavalheiro! Veja se não temos um pouco de Portugal... A arquitetura de alguns prédios...

    — Lembrou-me a arquitetura portuguesa realmente.

    Sempre me falaram que São Luís tinha aspectos portugueses. Eu estava curioso em conhecê-la.

    — As marcas do passado estão bem conservadas, mas compreendo que culturalmente os maranhenses já possuem sua própria identidade.

    — O Brasil foi colônia portuguesa. É natural que ficassem marcas, senhorita Ana!

    — Eu sei — disse ela, pensativa. — O Maranhão foi uma das últimas províncias brasileira a aderir à Independência do Brasil. Um dos motivos foi porque os comerciantes portugueses que aqui viviam não queriam perder os vínculos com Portugal.

    — Talvez quisessem preservar a sua cultura, pois estavam longe da Mãe-Pátria.

    — Pode ser. Se quiseres, poderemos conhecer o Palácio dos Leões (sede do poder Executivo do Maranhão) — falou 12

    Rosa Rosileia

    ela, apontando. — É aberto ao público.

    — Muito bonita a fachada! — demonstrou ele.

    Ana e o rapaz entraram no Palácio. Olharam tudo com muito cuidado. Os lustres, os cristais, os quadros, tudo encantou os olhos dos jovens. Ana conhecia as maravilhas do Palácio dos Leões, mas a cada visita via mais riqueza de detalhes; coisas de aspirante de arquitetura. Saíram felizes com o que viram e com o relato do guia.

    — Gostarias de comer o quê, senhorita Ana?

    — Obrigada! Já te atrapalhei demais. E, também não estou com fome.

    — Tu não vais recusar o meu convite. Vais? Dissera que gosto da tua companhia. Tu disseste que seria meu guia.

    — Se faz tanta questão assim, tomarei um sorvete. O

    lanchinho que me dou de vez em quando — falou ela, olhando

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