Peter Alesul: Aquele Que Não Conhece O Mal
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Peter Alesul - Rayandson Pedro
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PETER ALESUL
AQUELE QUE NÃO CONHECE O MAL
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Sobre o Autor:
Rayandson Pedro possui formação técnica em Informática e, no ano de 2017, iniciou a sua graduação no curso de Letras, Português e Inglês, concluindo no ano de 2021; mas antes disso, no ano de 2020, lançou seu primeiro livro, Pensamentos de um ser diferente
. No ano de 2021, iniciou sua Pós-Graduação em Tradução do Inglês e lançou seu segundo livro, A Stranger’s Thoughts
, concluindo a sua primeira pós no ano de 2022; no mesmo ano iniciou sua segunda Pós-Graduação, Educação Internacional Bilíngue e Plurilíngue com Ênfase no Ensino de Línguas Estrangeiras e Disciplinas Não-Linguísticas, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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Rayandson Pedro
PETER ALESUL
AQUELE QUE NÃO CONHECE O MAL
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Sumário
Capítulo Um: O Menino Desmarcado
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Capítulo Dois: A Academia das Marcas
23
Capítulo Três: Aquelas que Protegem
41
Capítulo Quatro: O Teste das Marcas
51
Capítulo Cinco: A História das Marcas
83
Capítulo Seis: De Tudo Para Vê-lo
93
Capítulo Sete: Apresentação na Academia Verde-Oliva 109
Capítulo Oito: Als Nível Zero e o Acampamento
125
Capítulo Nove: Um Passo Além e Um Anjo
135
Capítulo Dez: Voam os Anjos
149
Capítulo Onze: A Dor, O Amor e A Verdade
165
Capítulo Doze: Um Nível Além do Último
177
As Marcas:
199
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Para Richardson, meu irmão e melhor amigo.
Para Marta e Ricardo,
meus pais, que me deram muito amor e carinho.
Para José Márcio, minha outra metade nesta vida.
Para minhas avós,
que sempre serão meus eternos anjos da guarda.
Para meus amigos,
os verdadeiros, meus fiéis protetores.
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Capítulo Um
O Menino Desmarcado
"De que vale o amor se não puder senti-lo
completamente?"
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Estou preso neste ciclo
Saio e volto
Estou perdendo o que eu sinto
Finjo e imploro
Sou só eu
Sou só mais um
Sou parte deles
Mas me sinto um nenhum
Estou pedindo para ser notado
Estou pedindo para ser amado
Estou perguntando se existo
Perdendo o juízo
Mas sou só eu
Sou só mais um
Sou parte deles
E ainda nenhum
Eu me noto
Eu me adequo
Mas não me amo
Estou existindo
Perdendo o juízo
Mas sou só eu
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Seus pais tinham bastante orgulho do irmão, seu irmão mais novo, a ponto de dizerem que ele era perfeito, a criança que nunca os incomodou e nunca poderia causar-lhes problemas. Diziam que se pudessem, teriam mais dez daquele mesmo menino, mas nem sequer mais um igual ao coitado do Peter, o choroso e calado Peter.
Os Srs. Lima era uma típica família que vivia numa vizinhança normal, tinham dois filhos e uma boa casa. O Sr. Richard, trabalhava em uma empresa de terceirização em serviços, uma firma chamada Serv. Inc. Ele era um homem baixo e robusto, com bigodes que fazem pensar que ele era uma autoridade em sua empresa e que dava a ele um ar de chefe de alguma coisa ou lugar. A Sra. Marten, baixa e magra, dos cabelos negros e cumpridos, que trabalhava em uma agência de administração muito famosa em sua cidade e que sempre andava bem arrumada e perfumada; Peter achava ela super importante, assim como o pai, e que os dois faziam um par perfeito que pareciam ter saído de um filme em que os pais perfeitos, com trabalhos perfeitos, estão bastante ocupados para criar os filhos nada perfeitos e que ao fim do dia era o único tempo que restava para a família estar reunida.
Seu irmão, Ricky, era o típico garoto das ruas
, aquele que saía pela manhã e retornava à noite, mas nunca cansado, após jogar bola o dia inteirinho e nunca se importar com nada.
Ele tinha o corpo de um garoto atleta, cabelos pretos e lisos, ótimas notas e lindas namoradas; enquanto Peter tinha notas razoáveis, o corpo de uma criança normal e nenhum interesse sentimental em ninguém. Não é que não se importasse, mas é que para ele tudo era confuso, muito confuso. Era de costume o Peter acordar muito cedo para ver seus pais saindo para trabalhar, apesar de não ser tão próximo e muito menos o filho favorito deles.
– Bom Dia, pai – disse Peter, às 4h da manhã, ao acordar cedo e ver seu pai se preparando para mais um dia de trabalho.
O Sr.Lima estava usando uma farda verde-escura, com a logo da empresa, e coturnos militares que faziam com que o garoto pensasse que ele estava indo para 17
algum confronto com as forças armadas, mas na verdade era só a farda da empresa.
– Bom dia – disse o pai. – isso são horas de estar acordado?
– Não, mas é que…
– Vá dormir que isto não é hora para uma criança estar de pé !
Peter estava descalço, trajando um pijama branco, quando ouviu alguém sair do quarto ao lado do seu.
toc, toc, toc…
Num som de saltos altos, sua mãe aparece, deslumbrante, num blazer verde-escuro e saltos da mesma cor. Coincidentemente ela e o seu pai estavam combinando em cores naquele dia. Até nisso eles combinavam – pensou ele.
– O que você faz acordado, filho? – disse preocupada. Não sabe que horas são?
Ah, desse jeito irá se prejudicar na Academia, você tem que aproveitar o fim de semana para fazer os trabalhos e focar nos estudos, como que você vai melhorar desta forma? Vai ficar cansado e com sono. Venha, vou preparar pelo menos seu café da manhã antes de sairmos.
– Eba! – gritou Peter.
– xiii! – cuidado para não acordar seu irmão, ele está cansado. Esse menino não cansa de estar na rua jogando bola e ainda estudar bastante… – disse o Sr. Lima, sem notar a cara de nojo do Peter ao escutar toda aquela babação.
Ele adorava como seus pais eram carinhosos, sim, eram carinhosos, mas evidentemente eram bem mais satisfeitos com seu irmão do que com ele.
– Estamos saindo…– disse sua mãe, às 5h30. – Não abra a porta para ninguém, somente para a Dona Lúcia, assim que ela chegar!
– Ok…– disse Peter, sem nenhum ânimo para ver a Dona Lúcia pela milésima vez.
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Dona Lúcia era uma senhora de cabelos brancos, de religião protestante, e que cuidava dos dois irmãos. Ela tinha o hábito de sempre chegar na hora e manter-se sempre fazendo alguma coisa dentro de casa, pois além de cuidar deles ela ainda tinha que manter as coisas em ordem e fazer o almoço antes que eles fossem para a Academia, porém naquele dia era sábado, e eles teriam que ficar com ela o dia inteirinho até que seus pais retornassem.
Peter viu seus pais saírem e parou em frente ao espelho, observando seus cabelos desgrenhados e seus olhos remelhados, imaginando como poderia parecer com aqueles pais tão aplicados e perfeitos, ou com o irmão que alí dormira e que estava sempre bem-disposto e bem-visto por todos.
Sim, a escola chamava-se Academia das Marcas, e nela passavam todas as pessoas que possuíam a marca da vida
, como eles chamavam. Assim que um bebê nasce, ele possui em uma parte do seu corpo, um sinal em forma de uma mancha, e com um tempo essa mancha se torna uma marca, e essa marca tem um significado, o que influenciará na vida daquela pessoa pro resto de sua vida. As marcas não possuem poder mágico ou coisa parecida, acredita-se assim apenas que estas exprimem que tipo de pessoa, os que possuem as marcas, se tornarão um dia.
A Dona Lúcia adorava os dois garotos e também os Srs. Lima. Ela sempre fazia seu trabalho com maior eficácia possível, e sempre cuidava dos garotos como se fossem seus filhos. Ricky não se importava tanto com isso, e sempre estava fazendo a maior bagunça; nos quartos, na sala, na cozinha… Era difícil controlar esse menino, principalmente numa casa grande como aquela.
Enquanto com o Peter, Dona Lúcia adorava ele e sempre dizia que era um menino quieto demais para uma criança, e que deveria ser mais como seu irmão. – Como se ele não tivesse ouvido tantas coisas desse tipo
. A relação com seu irmão, apesar de conturbada na hora de assistir aos desenhos na TV, sempre foi de extremo cuidado entre irmãos. Apesar de Peter o criticar em pensamentos, ainda assim o admirava, afinal, Peter queria ser mais como o Ricky, mas ao invés disso 19
passava uma imagem de um garoto irritado que queria as coisas como deveriam ser.
Não consigo entendê-la. Reclama do Ricky e quer que eu seja como ele…
–
pensava Peter.
Não é tão interessante descrevê-lo. Baixo, de pele escura, cabelos que não eram cacheados, mas cheios, utilizava óculos, e possuía o rosto sempre para baixo. Não gostava muito de encarar as pessoas, muito menos de conversar com elas; se possível, para agradar o leitor, talvez até desejasse que pudessem descrevê-lo nos últimos capítulos do livro, talvez pudessem se afeiçoar mais pela história sem conhecer o personagem principal desta história comum.
Peter, pobre e inútil Peter, ainda não possuía nada além de uma mancha; enquanto seu irmão, tinha a marca da Confiança.
– Realmente, a marca do cheio de si
– pensava ele, com tristeza.
Ele já tinha dezesseis anos e nenhum sinal de uma possível marca, os garotos atingiam essa marca aos dez anos, enquanto ele ainda era o menino sem marca.
Seus pais estavam tão desgostosos que nem conseguiam dizer nada além de um diálogo básico entre pais e filho.
Sim, era de uma tristeza só. Ele observava todos os elogios e abraços mais fortes que recebia seu irmão, e de como tudo aquilo era tão natural a ponto de não se sentir esquecido ou desapontado consigo mesmo, até por que ele não possuía uma marca, não era tão bom na Academia e muito menos possuía algum tipo de talento único, como o de jogar bola perfeitamente o dia inteiro.
Tecnologia e música era sua especialidade, mas antes disso ele ligava a televisão para assistir aos desenhos que adorava, isso se seu irmão deixasse, e se seus pais de fato dessem razão para que ele, sim, tivesse algum mínimo direito de assistir um pouco. E então, sem razão, voltava para o seu quarto, ligava seu Micro System, e ouvia suas músicas favoritas. Enquanto ouvia música, o mundo se 20
tornava seu e nada poderia tirar isso de sua cabeça a ponto de deixá-lo um pouco mais triste.
Seu pai possuía a marca da Perseverança, o que dizia muito sobre ele, nunca desistiu de dar sempre o melhor para sua família, e sempre foi perseverante e forte, enfrentando qualquer situação que aparecesse. Sua mãe, possuía a marca do amor; a marca que