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Maurício E Anabela
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E-book107 páginas1 hora

Maurício E Anabela

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Sobre este e-book

Maurício é um rapaz tímido que sofre bullying por ser diferente dos demais. Sua deficiência física é a razão por todo seu desconforto social. Todavia, quando recebe uma carta mistériosa, sua vida irá mudar completamente.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de jan. de 2024
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    Pré-visualização do livro

    Maurício E Anabela - Ricardo Caccavelli

    Nota do autor

    A vida é um presente precioso que muitas vezes pode ser desafiador. Todos nós enfrentamos desafios e momentos difíceis em nossas vidas, mas é importante lembrar que esses momentos não definem nossa existência. A vida tem uma importância inestimável, e cada indivíduo tem um propósito único e valioso.

    Infelizmente, a depressão é uma doença grave que pode afetar a saúde mental e o bem-estar emocional de uma pessoa. Quando não tratada adequadamente, pode levar a consequências graves, incluindo o suicídio. É por isso que é tão importante buscar ajuda e apoio quando os pensamentos depressivos começam a se instalar.

    Não há nada de errado em procurar ajuda e orientação quando se está lutando contra a depressão. Existem muitas opções disponíveis para aqueles que precisam de assistência, incluindo terapias, medicamentos e outros recursos de saúde mental. Ao buscar ajuda, você tomará um passo importante na direção de uma vida mais saudável e feliz.

    Existem vários locais e serviços disponíveis para aqueles que precisam de assistência na busca de apoio e ajuda em relação à saúde mental no Brasil. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços de apoio emocional e prevenção ao suicídio em todo o país. Eles têm voluntários treinados disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, e podem ser contatados por telefone, chat ou e-mail. O número de telefone do CVV é 188, e o serviço é gratuito.

    O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece serviços de saúde mental em todo o país, incluindo tratamento para a depressão. Os serviços podem variar de acordo com a localização, mas os pacientes podem procurar o posto de saúde mais próximo ou o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) local.

    Se você está lutando com pensamentos depressivos, lembre-se de que há ajuda disponível. Não tenha medo de buscar orientação e suporte, pois isso pode ser o primeiro passo em direção a uma vida mais feliz e saudável. Lembre-se sempre: a vida é valiosa e merece ser vivida em sua plenitude.

    Quem é Maurício?

    M

    aurício, com 12 anos, estava na escola, no recreio, quando foi chamado de perneta. Essa provocação simplesmente lhe deixou arrasado, triste, como em todas as outras vezes. Mas tinha que manter as aparências, tinha que fingir que tudo aquilo não lhe atingia para não mostrar fraqueza diante de seus amigos.

    Esse apelido que acabara de ganhar vem de sua deficiência na perna direita. Quando nasceu foi vítima de um parto incorreto, ocasião em que fraturou seu fêmur. As duas partes do osso foram basicamente soldadas suprimindo lhe quatro centímetros de tamanho nesta perna.

    A dificuldade em caminhar e realizar tarefas básicas do dia a dia compunham sua vida fazendo com que se tornasse algo natural.

    Tinha, claro, como todas as pessoas, suas habilidades, suas virtudes, mas, essa deficiência que chamava a atenção era primariamente o ponto central que elegeram para sua personalidade. Tal fato lhe garantiu muitos apelidos em sua vida.

    Ele estudava em um colégio particular, típico de classe média alta, não que sua família fosse rica, mas vivia com um certo conforto por seu pai ser dono de uma imobiliária importante no bairro. Seu pai era severo, sabia o valor que o dinheiro custava e como as coisas eram difíceis de serem obtidas. Tudo, para ele, tinha que demandar muito trabalho. Por isso exigia de Maurício, seu único filho, o melhor. Ele tinha que ser bom em tudo.

    É óbvio, seu pai conhecia as limitações físicas do filho e sabia que ser o melhor em salto ornamental com vara não era certamente o que o destino havia reservado ao seu pupilo.

    O colégio era o melhor do bairro e um dos melhores da cidade. Formava verdadeiras máquinas de passar em vestibular.

    A competição entre os alunos fazia parte do cotidiano letivo, havia disputa para saber quem conseguia a melhor nota, o melhor chute no futebol, a melhor passada no handebol.

    Essa competição desenfreada deixava os demais alunos, aqueles que por algum motivo não obtinham os desempenhos necessários, à margem daquela pequena sociedade de prodígios.

    Claro, como já adiantei, Maurício pertencia a essa última classe, ou seja, ele praticamente não era bom em nada em especial.

    Tirava notas ruins, não porque tinha deficiência mental mas porque a vida para ele era um tédio, era simplesmente um acordar, ser chateado pela mãe, ser aborrecido na escola pois naquela época não se falava em bullying e, depois, voltar para casa, ser cobrado pelo pai, ficar sem TV, e, por fim, ir dormir.

    Sua mãe, tão ou mais severa que seu pai, não entendia o porquê de uma pessoa que somente fazia uma coisa na vida: estudar, o fazia mal, de qualquer jeito. Pois, para ela, bastava sentar-se na carteira escolar e prestar atenção ao que era dito.

    É óbvio que as coisas são muito mais complexas que isso. A vida tediosa e massacrante de Maurício, enquanto jovem, impedia que houvesse prazer nos estudos, prazer nas pessoas ou em qualquer outra coisa.

    Nos fins de semana e feriados, por exemplo, não havia ânimo a sair de casa, pois, fatalmente, não haveria nada de útil a ser feito. Jogar bola não era uma opção, conversar com os vizinhos da mesma idade tão pouco: iriam vir as conversas que sempre desaguavam em piadas com seu corpo.

    Uma vez, inclusive, para tentar preencher um pouco do vazio que sentia, tentou fazer o que era um extremo desafio: amigos. Dirigiu-se a um campo de futebol de terra batida que ficava há dois quarteirões de sua casa – hoje lá funciona uma igreja evangélica -, avistou cinco ou seis garotos de sua idade jogando uma partida, não sabia o que dizer para puxar conversa.

    Pensou, pensou e teve uma ideia: pediu a um deles para ser o goleiro, uma ideia fruto de um momento de necessidade de afeto. O menino que lhe atendeu logo olhou para sua situação e disse:

    - Seu lugar não é aqui não, seu zé manquinho.

    Novamente seu rosto havia permanecido neutro, como na grande maioria das vezes em que era rejeitado, não fazia uma expressão externa, seja de dor, seja de mágoa, mas por dentro havia uma grande tristeza, uma grande angústia, sentimentos que um garotinho jamais conseguiria descrever, apenas era tratado por ele como algo ruim, sem se aprofundar muito na questão psicológica.

    Essas situações e muitas outras vivenciadas por ele não eram vistas por mais ninguém, era como se só ele soubesse o fardo que carregava. Para completar, sua família, embora se dissesse religiosa, não frequentava templo algum, o que contribuía para uma permanente falta de caridade em sua vida.

    Aos 14 anos, quando começou a despertar seus

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