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Religião
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E-book94 páginas1 hora

Religião

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Sobre este e-book

Neste volume, Juvenal Savian Filho analisa as críticas e defesas da Religião, partindo da pergunta: Por que dedicar um livro à Religião em uma coleção de Filosofia? Elas não seriam contraditórias? Se não são, o que faz um filósofo interessar-se pela experiência religiosa? Aborda-se, então, a vivência de fé, bem como seu sentido no conjunto da vida humana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de jan. de 2024
ISBN9788546905393
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    Religião - Juvenal Savian Filho

    1. Identificação da experiência religiosa

    Uma das possibilidades de começar a abordagem filosófica da Religião consiste em analisar o modo como, na História, os filósofos tomaram posição com relação à experiência religiosa. Essa tarefa, no entanto, seria demasiadamente pretensiosa (vista a impossibilidade de resumir milênios de História), não fosse uma diferença clara que distingue os filósofos anteriores e posteriores ao Iluminismo quanto à postura diante da Religião. Tomando essa diferença como critério, poderemos delinear, de modo geral, duas posturas-chave que nos permitirão visualizar melhor aquilo que buscamos. Não tardaremos a enunciá-la; antes, porém, é conveniente esclarecer o que entendemos, aqui, por experiência religiosa.

    De saída, para evitar confusões conceituais, é preciso dizer que experiência religiosa não significa necessariamente experiência mística, ou seja, experiência de percepção direta da divindade ou dos conteúdos da fé, conforme testemunham alguns representantes religiosos, desde os mais antigos, como Moisés (sécs. XIV-XIII a.C.), Buda (séc. VI a.C.) ou Maomé (570-632), por exemplo, até os mais recentes, como Mestre Eckhart (1260-1328), Teresa de Ávila (1515-1582) e Teresa de Lisieux (1873-1897). Segundo o testemunho dessas pessoas, foi-lhes dado intuir ou perceber diretamente, numa vivência particular, a presença divina ou o conteúdo daquilo em que criam; como, por exemplo, a totalidade do cosmo e a inter-relação de tudo o que existe. A experiência religiosa, mais comum e mais ordinária, apesar de poder incluir o evento místico, nem sempre o faz, pois ele é considerado um dom extraordinário, visando, pelo testemunho dos místicos, à edificação daqueles que não o vivenciam. Nesse sentido, a experiência religiosa refere-se à vida cotidiana na fé, integrando os aspectos maiores do ser humano: o componente intelectual, o componente voluntário e o componente afetivo.

    Outro dado importante a esclarecer é que, rigorosamente falando, não seria apropriado referirmo-nos à Religião como se todas as manifestações religiosas fossem uniformes e homogêneas. Ao contrário, elas são profundamente diferentes. Mas, se buscarmos o modo como essas manifestações integram o componente intelectual, voluntário e afetivo do ser humano, chegaremos a elementos comuns que nos permitirão falar, de modo geral, em experiência religiosa ou Religião. Nesse sentido, é muito útil para o nosso objetivo um livro publicado na França, em 1954, considerado um clássico dos estudos sobre a Religião: L'expérience chrétienne [A experiência cristã], de Jean Mouroux (1901-1973). Nessa obra, autor pretende estudar a experiência cristã, mas seus comentários introdutórios foram muito significativos na época e continuam inteiramente atuais para descrever a experiência religiosa em geral, pois, baseado numa postura analítico-existencial, o autor conseguiu reunir os elementos essenciais e comuns que permitem identificar uma experiência como religiosa.

    1.1. A noção de experiência

    Antes, porém, de continuar nossa exposição e apresentar esses elementos, convém esclarecer dois aspectos de nosso

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