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Fascismo, antifascismo e as comunidades italianas no exterior: guia bibliográfico (1922-2015)
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Sobre este e-book
Este Guia, praticamente completo acerca da produção bibliográfica sobre o fascismo e o antifascismo italiano no exterior, é resultado de um enorme esforço investigativo e compilatório. Mais do que isso, atualmente, João Fábio Bertonha é um dos principais autores sobre o tema no mundo. Num momento em que as universidades brasileiras buscam parcerias externas com vistas à internacionalização de suas pesquisas e de sua produção acadêmica, Bertonha, já pesquisador e professor visitante em diferentes instituições estrangeiras, nos traz um inventário de obras que materializa, na prática, essa demanda. E sobre um tema, o do fascismo-antifascimo italiano no exterior, em que geralmente os historiadores muito referem o transnacionalismo, mas pouco conseguem de fato apropriar-se dele em seus estudos. Bertonha o faz, interconecta pesquisas, pensa a dialética fascismo-antifascismo em termos transnacionais, sistêmicos e globais. Sem precisar enunciá-la como tal, produz uma verdadeira global history, tão na moda entre os historiadores hodiernos. E tudo isso localizado numa universidade fora do eixo Rio-São Paulo. Não é pouca coisa. Caros leitores, desfrutem ao máximo deste Guia.Carlo Romani
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Fascismo, antifascismo e as comunidades italianas no exterior - João Fábio Bertonha
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© EDIPUCRS 2017
CAPA Thiara Speth
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Rodrigo Valls
REVISÃO DE TEXTO João Fábio Bertonha
Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
EDIPUCRS_HORIZONTALEDIPUCRS - Editora Universitária da PUCRS
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B547f Bertonha, João Fábio
Fascismo, antifascismo e as comunidades italianas no
exterior [recurso eletrônico] : guia bibliográfico (1922-2015) /
tradução João Fábio Bertonha. – Dados eletrônicos. – Porto
Alegre : EDIPUCRS, 2017.
Recurso eletrônico. (Série Mundo Contemporâneo ; 7)
Modo de Acesso:
ISBN 978-85-397-0944-1
1. Fascismo. 2. História. 3. Italianos. 4. Pesquisa
bibliográfica. I. Título. II. Série.
CDD 23. ed. 945.091
Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
SUMÁRIO
CAPA
CONSELHO
FOLHA DE ROSTO
CRÉDITOS
AGRADECIMENTOS À EDIÇÃO BRASILEIRA
BREVE NOTA À EDIÇÃO BRASILEIRA
PREFÁCIO À EDIÇÃO ITALIANA (2015)
PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA (2016)
INTRODUÇÃO
OS ESTUDOS SOBRE O FASCISMO, O ANTIFASCISMO E AS COMUNIDADES ITALIANAS DO EXTERIOR
INDEX
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SÉRIE MUNDO CONTEMPORÂNEO
AGRADECIMENTOS À EDIÇÃO BRASILEIRA
A pesquisa bibliográfica que deu origem a este livro foi feita em inúmeras bibliotecas, em quase duas dezenas de países, durante um período que se estende por vinte e cinco anos. Agradeço, sem mencionar nomes, a todos os bibliotecários e funcionários que me ajudaram nas buscas em todos esses anos, em tantos países e línguas, assim como a tantas fundações e instituições que financiaram minhas contínuas viagens pelas Américas e Europa em busca de informações.
Uma menção especial apenas àqueles que permitiram a publicação e divulgação do presente trabalho. No caso da edição italiana, agradeço a Matteo Sanfilippo e a Editora Sette Città, que não apenas aceitaram publicar o texto em língua italiana, como não colocaram obstáculos à sua reprodução em português. E, no caso da edição em português, agradeço a Leandro Pereira Gonçalves pelo seu empenho no processo, à Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a Carlo Romani, que aceitou escrever o prefácio para a edição brasileira.
Um agradecimento especial a Alessandra Mello e a Jefferson Pereira da Silva, alunos do projeto Pronex-Fundação Araucária (Mitos de unidade irracionais: sentimentos de pertença e exclusão na era dos nacionalismos) e que muito me ajudaram na formatação das referências. E a Marion Brepohl, que coordenou e me permitiu a participação nesse projeto.
Seja na edição brasileira, seja na italiana, não posso deixar de enviar saudações cordiais a Cervignano del Friuli, terra dos Bertogna, e Sanguinetto, terra dos Tescarollo. Desses locais partiram meus avós e bisavós italianos e sem ter raízes na Itália talvez não tivesse me interessado tanto na sua História.
E do mesmo modo, o meu amor e gratidão, como sempre, a Luciane, Isabela e Bruno. Sem o seu apoio e amor, esse livro – seja em italiano ou em português – não teria chegado ao fim.
João Fábio Bertonha
http://joaofabiobertonha.com/
BREVE NOTA À EDIÇÃO BRASILEIRA
O texto que ora se apresenta é, essencialmente, o mesmo publicado anteriormente na Itália – Fascismo, antifascismo e gli italiani all´estero. Bibliografia orientativa (1922-2015). Viterbo: Sette Città, 2015 (Quaderni Archivio Storico dell´Emigrazione italiana n. 14-15) – dois anos atrás. Houve alguns pequenos acréscimos (como um prefácio feito especialmente para esta edição), mas, essencialmente, é o mesmo texto que se apresenta.
Nota-se que fiz uma pequena alteração no título. O termo italiani all´estero (italianos no exterior) tem a sua origem no próprio discurso fascista relacionado à emigração. O fascismo procurou substituir termos como emigração ou emigrante por italianos no exterior
como forma de ressaltar o fim de uma era, vergonhosa para a Itália, de emigração dos seus pobres. Agora, segundo o regime, haveria apenas representantes da nova grandeza imperial na Itália no exterior, pelo que se adotou o novo termo. Os antigos emigrantes seriam, agora, uma parte integral da Pátria distante e uma nova terminologia seria mais do que adequada. Não espanta, inclusive, que o nazismo alemão e o regime de Franco tenham adotado termos semelhantes, ou seja, Auslanddeutsche e españoles en el exterior.
Na edição italiana, considerei que o uso do termo se justificava no título, já que deixava evidente a época sobre a qual se debruçava a bibliografia levantada. O risco de usar um termo de época e originário do discurso fascista com certeza existia, mas me parecia aceitável dentro da preocupação maior de tornar evidente, já no título, a que época e problemática a bibliografia levantada se referia. Numa edição brasileira a ser lida por pessoas que não estão obrigatoriamente familiarizadas com essa discussão, tal vantagem não existiria e, portanto, optei por um título mais clássico, mas que, igualmente, deixa evidente a problemática do livro desde o início.
Tive a tentação, ao preparar essa edição brasileira, de atualizar e reorganizar o guia, de forma a acrescentar as novas referências que, inevitavelmente, surgiram entre o fechamento do manuscrito para a edição italiana e atual. Considerei, contudo, que não valeria a pena. A elaboração de um guia bibliográfico é, inevitavelmente, um work in progress eterno. Meu trabalho foi reunir o máximo possível de referências entre 1922 e 2015. Para os anos a seguir, caberá a outros pesquisadores retomar onde parei e continuar melhorando e ampliando esse trabalho. Ao menos agora, graças a essa edição, as pessoas no Brasil poderão ter acesso a esse levantamento, o qual, espera-se, será de utilidade para os que pesquisam o tema do fascismo, da imigração italiana para o Brasil e outros correlatos.
Das 2.742 referências aqui presentes, cerca de 300 dizem respeito diretamente ao Brasil, além de um grande número de outras menções indiretas em centenas de outras. Isso apenas demonstra com clareza a importância do Brasil dentro dessa problemática geral. Ao mesmo tempo, a disponibilidade dessa discussão ao público brasileiro pode facilitar a tarefa de compreender a imigração italiana para o Brasil ou a questão do fascismo de uma forma mais integrada, global, fugindo de uma visão excessivamente nacionalista. Pensar o nacional dentro do mundial (ou vice-versa) parece ser o desafio maior dos historiadores no momento atual e espera-se que o presente trabalho possa facilitar tal desafio.
PREFÁCIO À EDIÇÃO ITALIANA (2015)
Nei ringraziamenti premessi a questo libro, l’autore ricorda di aver raccolto dati sul tema per ben venticinque anni. La notazione non è peregrina: non soltanto infatti João Fábio Bertonha è uno dei maggiori studiosi dell’argomento, ma dobbiamo proprio a lui se esso è diventato uno dei più discussi agli inizi del nuovo millennio, tanto da meritare già alla fine del primo decennio sintesi storiche e storiografiche1. Al momento in cui Bertonha scrive il suo primo saggio su fascismo ed emigrazione italiana2, le pubblicazioni sul tema non sono invece affatto numerose3, soprattutto se ci si concentra sul problema del seguito fascista all’estero, piuttosto che su quello, più tradizionale, della lotta fuori d’Italia degli esuli antifascisti4.
Proprio per evitare la confusione fra queste due direttive di ricerca, vicine ma non pienamente coincidenti, Bertonha, appena terminata la propria tesi di dottorato, opta per dedicare un libro ai fasci all’estero e uno all’antifascismo, in entrambi i casi utilizzando la documentazione brasiliana per partire da una angolazione precisa5. In seguito si dedica meticolosamente a studiare il fenomeno del fascismo all’estero, indagando sulla pressione di questo nelle comunità italiane di entrambe le Americhe ed anche del Vecchio Mondo6. Sviluppa così una visione comparata della realtà fascista in emigrazione che lo porta a confrontare situazioni in genere mai studiate assieme dagli specialisti, che troppo spesso lavorano in un regime di rigida separazione geografica7.
Non è qui il caso di approfondire questa sua direzione di analisi, perché basta leggere quanto egli stesso indica nelle pagine che seguono. Mi sembra invece di maggiore interesse notare con che tenacia Bertonha si sia interessato anche sia al fascismo in generale, sia ai fascismi europei e latino americani. Ai suoi studi sull’emigrazione italiana e il fascismo accompagna da subito una breve riflessione generale su fascismo, nazismo e il loro contraltare brasiliano8. L’attenzione è sull’aspetto internazionale9, ma non ignora mai il caso brasiliano cui dedica numerosi saggi, poi raccolti in un solo volume10.
In questa direzione dirige anche con Franco Savarino una ricerca sui caratteri specifici dei movimenti fascisti nell’America Latina11. Inoltre a fianco delle sintesi più generali esplora aspetti particolari del fascismo italiano12, nonché dell’integralismo brasiliano13. Quest’ultimo è al centro dei suoi interessi, sin da quando ha iniziato a occuparsi del fascismo italiano all’estero14. Molto presto infatti identifica le somiglianza fra i due movimenti15, per poi concentrarsi sulla figura di Plínio Salgado (1895-1975), fondatore dell’Azione integralista brasiliana e poi, dopo la lotta contro il governo golpista di Getúlio Vargas e l’esilio in Portogallo, del Partito della Rappresentanza Popolare16.
In questo andirivieni fra fascismi diversi affiora l’attenzione di Bertonha per la storia e le derive autoritarie del proprio paese, come risalta da un libro recente e da molta della sua attività come pubblicista17. Risalta pure la sua curiosità per gli incroci nati dall’emigrazione, si pensi a un suo articolo sugli effetti della retorica fascista e di quella integralista fra gli italo-brasiliani18. Non sono questi i soli incroci di cui si occupa, basti qui menzionare i suoi lavori sugli echi del franchismo nella diaspora spagnola e nel mondo latino americano, persino in quello brasiliano che non condivide la lingua del dittatore galiziano19. In effetti uno dei poli del suo lavoro è capire cosa cerchino i latino americani nei fascismi europei, oltre che ovviamente cosa cerchino questi ultimi nell’America Latina, qui tuttavia i suoi studi sulla politica estera fascista sono al momento più rilevanti di quelli sulle aperture latino americane del franchismo20.
Spesso la curiosità spinge Bertonha ad evadere dalle linee di ricerca sin qui delineate. Gli incroci prima ricordati lo portano a indagare di recente sul volontariato internazionale filo e anti-fascista nella guerra d’Etiopia21. Analogamente le comparazioni dell’atteggiamento verso il fascismo delle comunità italiane in Brasile, Canada e Stati Uniti, citate prima, lo spingono a studiare anche i movimenti filo-fascisti nel Nord America e nel mondo anglosassone22. Mentre l’attenzione alle comunità italiane in Brasile lo porta a riflettere sulla storia di queste e sulla ricezione che hanno trovato nella loro nuova patria23, nonché sui rapporti fra identità nazionali, etniche e di classe dei lavoratori immigrati24. Allo stesso tempo le paure, che gli hanno fatto studiare il cuore nero dell’internazionale fascista, lo tengono in allarme per il futuro e lo incalzano a interrogarsi su di esso e sul presente25.
Questa prefazione sembra una ulteriore bibliografia ragionata, questa volta dedicata all’immane produzione storico-politica di Bertonha. Già in questo avrebbe dunque una sua utilità, perché i suoi saggi e i suoi libri meritano di essere conosciuti meglio in Italia. Tuttavia ha anche un altro scopo, che spero di aver raggiunto, quello di mostrare come per questo autore lo studio del passato non è qualcosa di astratto e si collega, si deve collegare, al nostro presente. Quanto è accaduto nel secolo scorso ci può aiutare a capire quello che accadrà nel prossimo secolo. Proprio per questo la bibliografia ragionata presentata in questo volume non serve solo alla nostra comprensione dei rapporti tra fascismo ed emigrazione, ma anche alla nostra riflessione sul panorama politico contemporaneo, nel Vecchio e nel Nuovo Mondo.
Matteo Sanfilippo,
Università della Tuscia
¹ Matteo Pretelli, Il fascismo e gli italiani all´estero. Bologna: CLUEB, 2010, e il precedente Il fascismo e gli italiani all’estero. Una rassegna storiografica, Archivio storico dell’emigrazione italiana
, 4, 1 (2008), pp. 161-172.
² João Fábio Bertonha, Mazzolini vs Piccarolo: Fascismo e antifascismo a confronto nella São Paulo degli anni 20, Letterature d’America
, 47-48 (1992), pp. 139-162.
³ Enzo Santarelli, I fasci italiani all’estero, in Id., Ricerche sul Fascismo, Urbino, Argalia, 1971, pp. 123-166, nonché Domenico Fabiano, I fasci italiani all’estero, in Gli italiani fuori dall’Italia, a cura di Bruno Bezza, Milano, Angeli, 1983, pp. 222-236, e La Lega italiana per la tutela degli interessi nazionali e le origini dei Fasci italiani all’estero (1920-1923), Storia Contemporanea
, XVI (1985), pp. 203-250.
⁴ Leonardo Rapone, Emigrazione italiana e antifascismo in esilio, "Archivio storico dell’emigrazione italiana», 4, 1 (2008), pp. 53-67, ma vedi anche proprio di Bertonha, O antifascismo no mundo da diáspora italiana: elementos para uma análise comparativa a partir do caso Brasiliro, Altreitalie
, 17 (1998), pp. 16-30.
⁵ Sob a sombra de Mussolini: os italianos de São Paulo e a luta contra o fascismo, 1919-1943, São Paulo, AnnaBlume, 1999, e O fascismo e os imigrantes italianos no Brasil, Porto Alegre, Editora da PUCRS, 2001.
⁶ Vedi da ultimo Trabalhadores imigrantes entre fascismo, antifascismo, nacionalismo e lutas de classe: os operários italianos em São Paulo entre as duas guerras mundiais, in História do trabalho e histórias da imigração: trabalhadores italianos e sindicatos no Brasil (séculos XIX e XX), a cura di Maria Luísa Tucci Carneiro, Federico Croci ed Emilio Franzina, São Paulo, Edusp, 2010, pp. 65-83, e Fascismo, antifascismo e os italianos no Brasil do entre-guerras, in Ideias e práticas fascistas no Brasil, a cura di Natália dos Reis Cruz, Rio de Janeiro, Garamond, 2012, pp. 83-99, senza dimenticare, però, il più vecchio ma sempre stimolante Emigrazione e politica estera. La diplomazia sovversiva di Mussolini e la questione degli italiani all’estero, 1922-1945, Altreitalie
, 23 (2001), pp. 39-62.
⁷ Fascism and Italian communities in Brazil and in the United States: a comparative approach, Italian Americana
, 19, 2 (2001), pp. 146-157; Fascism and the Italian Immigrant Experience in Brazil and Canadá: A Comparative Perspective, International Journal of Canadian Studies
, 25 (2002), pp. 169-193; Fascismo, antifascismo y las comunidades italianas en Brasil, Argentina y Uruguay: una perspectiva comparada, Estudios Migratorios Latinoamericanos
, 14, 42 (1999), pp. 111-133.
⁸ Fascismo, nazismo, integralismo, São Paulo, Ática, 2000; vedi anche il recente O pensamento corporativo em Miguel Reale: leituras do fascismo italiano no integralismo Brasiliro, Revista Brasilira de História
, 66 (2013), pp. 269-286.
⁹ A Questão da Internacional Fascista no mundo das relações internacionais: a extrema direita entre solidariedade ideológica e rivalidade nacionalista, Revista Brasilira de Política Internacional
, 43, 1 (2000), pp. 99-118. L’interesse non è soltanto accademico, ma riflette anche i timori per quanto accade nel mondo agli inizi del nuovo millennio, vedi la lunga recensione Neonazismo, negacionismo e extremismo político (resenha da obra de Paulo Fagundes e Luís Milman), Anos 90
, 15 (2002), pp. 157-162, e il breve articolo di attualità Le Pen e Chavez, fascismo e golpes na América Latina. Uma volta ao passado?, Revista Espaço Acadêmico
, II, 12 (maggio 2002), http://www.espacoacademico.com.br/012/12bertonha.htm.
¹⁰ Sobre a direita: estudos sobre o fascismo, o nazismo e o integralismo, Maringá: Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2008.
¹¹ El fascismo en Brasil y América Latina. Ecos europeos y desarrollos autóctonos, México (DF), Instituto Nacional de Antropologia e Historia, 2013. Vedi inoltre Observando o littorio do outro lado do Atlântico – A opinião pública Brasilira e o fascismo italiano, 1919-1942, Tempo. Revista do Departamento de História da UFF
, 9 (2000), pp. 155-177, dove mostra come non sia importante soltanto l’adesione a movimenti fascisti, ma anche il clima generale di benevolenza verso il fascismo.
¹² Um imperialismo dos pobres: O Império italiano da era liberal ao fascismo, in Impérios na História, a cura di Francisco Carlos Teixeira da Silva, Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, pp. 259-269; O Fascismo italiano e a questão da modernidade: um problema conceitual e político, in Tradições e modernidades, a cura di Daniel Aarão Reis, Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2010, pp. 201-216.
¹³ Bibliografia orientativa sobre o integralismo (1932-2007), Jaboticabal, Funep (Unesp), 2010.
¹⁴ Si veda la sua enorme produzione sull’integralismo brasiliano, dal primo saggio su A máquina simbólica do Integralismo: Propaganda e controle político no Brasil dos anos 30, História & Perspectivas
, 7 (1992), pp. 87-110, al recente Integralismo. Problemas, perspectivas e questões historiográficas, Maringá, Eduem, 2014.
¹⁵ Integralismo: um movimento fascista? Uma perspectiva simbólica, Boletim do Centro de Memória da Unicamp
, 5, 9 (1994), pp. 25-32; Between the sigma and the fascio: an analysis of the relationship between Italian fascism and Brazilian Integralism, Luso-Brazilian Review
(Madison), 37, 1 (2000), pp. 93-105.
¹⁶ Plínio Salgado, o integralismo Brasiliro e as suas relações com Portugal (1932-1975), Análise Social
, 46 (2011), pp. 65-87; Plínio Salgado, os integralistas e o regime militar. Os herdeiros do fascismo no regime dos generais (1964-1975), História e Perspectivas
, 44 (2011), pp. 427-449. Vedi inoltre Os integralistas pós-1945. A busca pelo poder no regime democrático e na ditadura (1945-1985), Diálogos
, 13 (2009), pp. 63-82.
¹⁷ Sombras autoritárias e totalitárias no Brasil. Integralismo, fascismos e repressão política, Maringá, Eduem, 2013. Vedi pure A direita radical Brasilira no século XX: do monarquismo e das ligas nacionalistas ao fascismo e à ditadura militar (1889-2011), Studia Storica
, 30 (2012), pp. 133-150.
¹⁸ Entre Mussolini e Plínio Salgado: o Fascismo italiano, o Integralismo e o problema dos descendentes de italianos no Brasil, Revista Brasilira de História
, 40 (2001), pp. 85-105.
¹⁹ Los latinoamericanos de Franco. La Legión de la Falange Argentina
y otros voluntários hispanos en el bando sublevado durante la Guerra Civil Española, Alcores – Revista de Historia Contemporánea
, 14 (2012), pp. 143-167, e A Guerra Civil Espanhola na imprensa integralista: solidariedade fascista contra o inimigo comum, in Entre tipos e recortes: histórias da imprensa integralista, a cura di Leandro Pereira Gonçalves e Renata Duarte Simões, vol. 2, Guaíba-RS, Sob Medida, 2012, pp. 159-181.
²⁰ ¿Un imperio italiano en América Latina? Inmigrantes, fascistas y la política externa de Mussolini, in México. Escenario de confrontaciones, a cura di Franco Savarino e José Luis González, México, Enah, 2010, pp. 161-188.
²¹ Paranoie fasciste? Il volontariato in favore dell’Etiopia durante la guerra del 1935-1936, Diacronie. Studi di Storia contemporanea
, 14, 2 (2013), pp. 1-15, e La legione straniera
di Mussolini. I volontari stranieri nella guerra d’Etiopia 1935-1936, Italia Contemporanea
, 275 (2014), pp. 331-347.
²² Entre Mosley, Whittaker e Plínio Salgado: Interfaces entre el Universo Fascista de Brasil y del mundo Anglosajón, Boletín – Centro Cultural Canadá
(Córdoba), 19 (2003), pp. 57-68, 2003; O fascio, a suástica e a maple leaf: o fascismo no Canadá do entreguerras, Interfaces Brasil/Canadá
, 11 (2010), pp. 191-214, 2010; Do Canadá para o mundo: as relações entre os fascismos canadenses e o universo fascista mundial entre as duas guerras mundiais, Interfaces Brasil/Canadá
, 13 (2011), pp. 167-191.
²³ A Imigração Italiana no Brasil, São Paulo, Saraiva, 2004; Le rappresentazioni degli italiani in Brasile. Centocinquanta anni di immagini, stereotipi e contraddizioni, Diacronie. Studi di Storia contemporanea
, 5, 1 (2011), pp. 1-14.
²⁴ Trabalhadores imigrantes entre identidades nacionais, étnicas e de classe: o caso dos italianos de São Paulo, 1890-1945, Varia História
, 19 (1998), pp. 51-67.
²⁵ Vedi da ultimo Geopolítica, defesa e desenvolvimento. A primeira década do século XXI na América Latina e no mundo, Maringá, Eduem, 2011, e Marine Le Pen, Matteo Renzi, Pablo Iglesias ou Beppe Grillo? Cenários para o Brasil em 2018 (marzo 2015), in http://joaofabiobertonha.com/2015/03/27/marine-le-pen-matteo-renzi-pablo-iglesias-ou-beppe-grillo-cenarios-para-o-brasil-em-2018/.
PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA (2016)
O guia bibliográfico Fascismo, antifascismo e as comunidades italianas no exterior produzido por João Fábio Bertonha e ora publicado em língua portuguesa consagra uma obra que vem sendo realizada pelo autor ao longo de mais de 25 anos de atividade acadêmica, desde seus primeiros trabalhos sobre o antifascismo italiano em São Paulo. Não que esse seja o único tema de sua atividade investigativa na universidade, como bem mostra uma incursão à sua página pessoal https://joaofabiobertonha.com. Contudo, no que pese a pluralidade dos interesses de Bertonha na área das relações internacionais, da geopolítica mundial, e das questões de defesa e seguridade dos estados americanos, não podemos deixar de evidenciar que sua marca permanecerá definitivamente registrada junto aos estudos sobre a direita, o fascismo internacional, e o movimento de reação a ele: o antifascismo. Sem sombra de dúvida, hoje em dia, ainda mais com esta publicação, Bertonha torna-se o pesquisador brasileiro mais capacitado e documentado para falar sobre a propagação transnacional do fascismo durante o século XX.
Se a publicação deste guia coincide com a absoluta atualidade do tema em todo o mundo ocidental, por outro lado, não deixa de ser assustador o fato de termos de reconhecer o recrudescimento autoritário e conservador do pensamento de direita no mundo e o seu significativo impulso recente dentro do Brasil. De fato, boa parte dos elementos característicos do velho fascismo encontram-se presentes nas novas versões de movimentos contemporâneos: populismo exercido por novas lideranças mais folclóricas do que carismáticas, nacionalismo ideologicamente vazio e exacerbado, xenofobia, racismo, discriminações de gênero, de minorias regionais, étnicas, sexuais, religiosas, suporte político em fundamentalismos religiosos, profunda ignorância acerca da diversidade humana.
Por extensão, sobressai nos seus seguidores uma reação de ódio a todos e todas que não se encaixam no modelo que se pensa como hegemônico de sociedade: o do homem branco, ocidental, economicamente liberal, individualista, encerrado em sua família e numa ideia imaginada e irreal de nação. Bem digamos, um conjunto grande, mas não majoritário da população, passível de aceitar lideranças políticas hábeis em operar a capacidade publicista, que com virulência apelam para o ressentimento dessa massa conservadora, a espelho da prática inaugurada por seus genitores 100 anos atrás. Mais do que um historiador, Bertonha é um competente analista da conjuntura política contemporânea, dos fenômenos políticos da direita
. Como exemplo, seu texto publicado imediatamente após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas traz uma breve mas profunda análise dos elementos que permitiram o rápido crescimento político do discurso de direita naquele país. E projeta o risco eminente de repetição do fenômeno também no Brasil.
Feito este necessário relacionamento entre a publicação deste guia com sua atualidade política, alguns comentários sobre o conteúdo da obra são pertinentes. 2.742 referências bibliográficas (entre livros, teses diversas, artigos e textos em anais e em CD-ROM) é o impressionante número catalogado por Bertonha, elencadas em ordem alfabética pelo sobrenome do autor. Algumas, como o próprio organizador explica em sua introdução, repetem-se, pois indicam teses que depois foram publicadas e/ou traduzidas. O objetivo justificável foi o de permitir a mais ampla possibilidade de consulta ao leitor interessado. Percebe-se nessa massa de obras documentada o árduo levantamento bibliográfico desenvolvido e o tempo dispendido para essa empresa. O arco temporal trabalhado remonta ao ano de 1922, período de ascensão do fascismo ao poder, e vai até 2015. É bom ressaltar que, pelo levantamento efetuado, há uma significativa concentração e uma crescente produção nas três últimas décadas, coincidindo com o declínio das esquerdas e o avanço do neoliberalismo no cenário mundial.
Na tabela geográfica analítica apresentada pelo autor são discriminados estudos produzidos sobre o tema especificamente em 22 países da Europa, América, África e Oceania, e em mais duas regiões genéricas, Europa Oriental e América Latina, onde houve uma produção significativa. Evidentemente, a maior parte das obras refere-se a países de grande recepção da emigração italiana: EUA com 520 entradas e França com 430, encabeçam a lista. Destaque para o Brasil com 305 entradas, à frente de Argentina (164), Suíça (149) e Bélgica (44), nações com notória afluência de emigrados italianos. Bertonha surpreendeu-se com uma certa fragilidade da produção argentina
, em posição quantitativa atrás da brasileira. Em parte isso poderia ser explicado pela sua facilidade de acesso à busca e consulta da bibliografia nacional em relação às estrangeiras, mas mesmo que esse número nacional esteja proporcionalmente superdimensionado, não deixa de ser indicativo da enorme importância que o tema do fascismo e do antifascismo despertou e ainda desperta na historiografia brasileira.
Da mesma forma, um inventário desta proporção seguramente não deve ter conseguido alcançar todas as obras existentes sobre o tema no mundo, o próprio autor indica as línguas em que elas foram pesquisadas: português, italiano, espanhol, catalão, inglês, francês e alemão. Se pensarmos que a diáspora italiana estendeu-se de modo abrangente, pelo menos também ao mundo de língua árabe e eslava, alguma perda residual neste guia deve ser admitida. De todo modo, o quadro da distribuição geográfica que nos é apresentado é significativamente preciso e confirma a previsível localização dessa bibliografia. Quando buscamos o índice geográfico do guia para uma consulta mais precisa novamente nos deparamos com a aguçada percepção do autor em discriminar regiões e cidades que tiveram uma concentração mais particular de estudos sobre elas. O leitor brasileiro foi sem dúvida beneficiado, como já sugerimos devido à
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