Mulheres que inspiram
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Sobre este e-book
A história foi injusta com as mulheres. Dentro da cultura patriarcal, quantas delas tiveram suas trajetórias ocultadas pela narrativa dominante? Filósofas, poetisas, cientistas, guerreiras, monjas, revolucionárias, artistas... enfim, mulheres. Esta obra pode ser vista como uma tentativa de recuperar essas histórias.
Vocês lerão sobre algumas mulheres do Brasil e do mundo tendo suas vidas contadas por outras mulheres-autoras (com a exceção de um único autor honradamente convidado por nossas autoras para também contribuir com este livro).
As autoras são escritoras talentosas. Como realizadoras deste projeto, cada uma se expressou livremente para fazer desta obra uma verdadeira arte. Cada capítulo tem o estilo de quem o escreveu. Cada texto é também sobre uma mulher que inspira as nossas autoras. Autoras e personagens se misturam, assim, criando um texto único, escrito entre quem nos conta e quem tem sua história contada.
Sabemos que Freud, o criador da psicanálise, se perguntou em determinado momento de sua obra: afinal, o que querem as mulheres? Este é o mito da feminilidade como um lugar de mistério, desconhecimento e ocultismo. Muitas coisas já foram ditas sobre as mulheres. Muitas coisas que não são certas. Portanto, antes de dizer qualquer coisa, deixemos de falar por elas, e simplesmente escutemos o que elas têm a nos dizer.
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Número de páginas
Equivalente a aproximadamente 44 págs. de um livro impresso (tamanho A5).
Sumário (com índice ativo)
- Prefácio (por Igor Teo)
- Safonize-se (por Taoana Padilha)
- Hipátia de Alexandria (por Rafael Arrais)
- Rabia Basri (por Rafael Arrais)
- Dandara dos Palmares (por Natalia Bemfeito)
- Sabina Spielrein (por Aline Ramos)
- Mãe Menininha do Gantuá (por Júlia Rena)
- Nise da Silveira (por Júlia Rena)
- Rose Marie Muraro (por Taoana Padilha)
- Elas e eu
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Se gostou desta obra, talvez também se interesse por essas aqui:
- Questões para a Vida e a Morte, diversos autores
- Amar e perder, de Rafael Arrais
- A roda dos deuses, de Rafael Arrais
- A medida de todas as coisas, de Rafael Arrais
- Entre a Esquerda e a Direita: Uma reflexão política, de Alfredo Carvalho, Igor Teo e Rafael Arrais
[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]
Leia mais títulos de Rafael Arrais
A roda dos deuses Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmar e perder Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA medida de todas as coisas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuestões para a Vida e a Morte Nota: 5 de 5 estrelas5/5Entre a Esquerda e a Direita: Uma reflexão política Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs lições da ciência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Evangelhos de Tomé e Maria Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
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Mulheres que inspiram - Rafael Arrais
Prefácio
A história foi injusta com as mulheres. Dentro da cultura patriarcal, quantas delas tiveram suas trajetórias ocultadas pela narrativa dominante? Filósofas, poetisas, cientistas, guerreiras, monjas, revolucionárias, artistas... enfim, mulheres. Esta obra pode ser vista como uma tentativa de recuperar essas histórias.
Vocês lerão sobre algumas mulheres do Brasil e do mundo tendo suas vidas contadas por outras mulheres-autoras (com a exceção de um único autor honradamente convidado por nossas autoras para também contribuir com este livro).
Agradeço imensamente o convite das autoras para introduzir esta obra aos leitores e leitoras que desejam conhecer mais sobre as mulheres que nos inspiram. Também devemos agradecer a Aline Picardi, que idealizou este projeto e, embora não esteja entre as autoras, foi uma das principais motivadoras desta realização. Também agradecemos a revisão amiga e atenciosa de Pedro Belchior.
As autoras são escritoras talentosas. Como realizadoras deste projeto, cada uma se expressou livremente para fazer desta obra uma verdadeira arte. Cada capítulo tem o estilo de quem o escreveu. Cada texto é também sobre uma mulher que inspira as nossas autoras. Autoras e personagens se misturam, assim, criando um texto único, escrito entre quem nos conta e quem tem sua história contada.
Sabemos que Freud, o criador da psicanálise, se perguntou em determinado momento de sua obra: afinal, o que querem as mulheres? Este é o mito da feminilidade como um lugar de mistério, desconhecimento e ocultismo. Muitas coisas já foram ditas sobre as mulheres. Muitas coisas que não são certas. Portanto, antes de dizer qualquer coisa, deixemos de falar por elas, e simplesmente escutemos o que elas têm a nos dizer.
Igor Teo, escritor e psicanalista
Dezembro de 2020
Safonize-se
por Taoana Padilha
Você já ouviu falar de Safo? É bem possível que não. Eu mesma só a conheci há alguns anos, quando comecei a me aprofundar no estudo sobre a história das mulheres.
Safo foi uma brilhante poetisa da Grécia antiga que escrevia versos para serem cantados ao som da lira. Nascida na Ilha de Lesbos, ela criou uma escola de artes, filosofia e política para mulheres. Em uma época sombria para metade da humanidade, onde apenas os homens tinham acesso à dignidade e ao direito de exercer atividades públicas, Safo deu luz à coletividade e à criatividade femininas. Safo inventava palavras e realidades. Safo safonizava.
Infelizmente, os seus escritos foram quase todos destruídos. Na verdade, sobraram apenas alguns restos. Autores importantes a citam como uma verdadeira musa, outros citam partes de seus dizeres em suas obras, mas a obra de Safo, em si, não foi transmitida ao longo da história. Safo abordava, com beleza, os temas mais variados, mas tinha apreço especial em versar sobre a sexualidade feminina e sobre o amor. Não por coincidência, as partes em que ela escrevia sobre o prazer sexual feminino foram as mais aviltadas. Em Safo, a vida erótica misturava-se à vida sagrada e a sexualidade ganhava tons divinos.
Na misógina Grécia antiga, berço da civilização ocidental, uma mulher que criou um espaço fértil para que outras mulheres pudessem representar, cantar, dançar, filosofar, amar e gozar, causou uma revolução que nos transborda até hoje.
Milhares de anos depois, continuamos presenciando o machismo, o sexismo, a misoginia, tão sordidamente encenados e reproduzidos.
Os tempos mudaram, as práticas também. Hoje, mulheres votam, trabalham e governam. Mas os discursos clássicos continuam embalando os nossos sonos mais profundos. As formas como construímos os nossos pensamentos continuam tendo como referência a lógica fálica: excludente, machista e racista. Os filósofos mais ensinados nas escolas e nas universidades ainda são aqueles que justificam a inferioridade das mulheres. Até o discurso