Pesadelo: a escuridão de nossos corações
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Sobre este e-book
Diante da terrível realidade, o desespero toma conta dos rapazes, mas sua coragem os impulsiona a lutar por uma fuga desesperada. Em uma noite que testará até mesmo os laços mais profundos de amizade, Emanuel e Cézar enfrentarão o pior pesadelo de suas vidas. Será que conseguirão sobreviver?
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Pesadelo - Alan John Klein
Viagem para o inferno
Parobé, RS – 6h.
Emanuel acorda com o toque do celular. Ele bate com a mão em cima do criado-mudo à procura do aparelho. O celular cai no chão, e a ideia de ter quebrado o aparelho desperta o rapaz.
Ele pega o celular do chão e, antes de atender, verificar se quebrou alguma coisa. Por sorte, não. O celular continua a tocar e ele verifica para ver quem está ligando. É sua namorada.
Débora?
— Alô?
— Bom dia, amor! É hoje, amanhã estaremos prontas.
— Sério? Ótimo! Então hoje mesmo posso ir aí te buscar?
— Sim, amor. Estou morrendo de saudades.
— Eu também. Vou até a casa do Cézar e vamos aí buscar vocês.
— Ótimo, estamos ansiosas.
Emanuel desliga o celular, pula da cama, aumenta o volume do rádio e vai tomar um banho.
Parobé, RS – 8h.
Cézar estava dormindo quando Emanuel buzina o Uno em frente à sua casa. Cézar, com cara de sono, vai até o portão para receber o amigo.
— Cara, aconteceu alguma coisa?
— Vamos buscar as meninas.
— Ué? Elas já estão prontas?
— Sim, a Gabriela não te ligou? A Tamara me ligou e disse para irmos buscá-las.
— Putz! Merda, ela deve ter ligado e eu não atendi.
— Amanhã será a cerimônia de transição delas, e hoje o retiro está aberto para receber os parentes e amigos das meninas. Daí estava pensando em passar a noite lá com elas, faz seis meses desde que as vimos pela última vez. E elas querem a gente na cerimônia, é importante pra elas.
— Beleza, então. Vamos.
Cézar vai tomar um banho enquanto Emanuel vai passar um café para o amigo que acabara de acordar. Cézar sai do banho e vai para o quarto verificar o celular.
— Putz, cara, tem dez chamadas não atendidas.
— Cara, ela deve estar puta contigo, puta de um jeito ruim.
— Bom, vamos tomar um café e partiu?
— Não, meu caro amigo. Primeiro vamos passar no mercado e pegar umas cervejas, aí sim, vamos.
Já na estrada, Emanuel dirige tranquilamente à direita da pista e para todo carro que buzina atrás dele, Emanuel faz sinal para que o ultrapassem.
— Eu não tô com pressa, eu ando no meu tempo e curto a viagem, não tô ansioso pra chegar logo.
— Sim, cara. Não entendo esses motoristas que correm aqui como se fosse uma pista de corrida – diz Cézar, já alcoolizado.
No rádio toca Creedence, o pen drive está cheio de músicas dos anos 70, 80 e 90.
— Caraca, tinha esquecido o quão longe é esse lugar. Faz umas duas horas que estamos na estrada.
— Sim, é longe, mas tô curtindo a viagem, temos bebidas e música boa. E, sinceramente, às vezes prefiro a viagem do que o destino – diz Emanuel.
— É fato, a viagem tá boa. Tem The Cure no pen drive?
— Claro, e Sister of Mercy também.
— Show.
Depois de mais quinze minutos na estrada, eles veem um posto de gasolina, e como estão com sede e fome, decidem parar no posto.
— Vou aproveitar e vou abastecer.
— Beleza, vou comprar água, mais cerveja e uns salgadinhos.
Cézar entra na loja de conveniência, começa a pegar coisas nos freezers e a colocá-las em cima do balcão.
Uma camionete Ford para próximo à loja.