Dias Em Parati
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Dias Em Parati - Andrei Almeida
Capítulo 1 — Trindade
Sentado na soleira da porta, quando o sol já saiu e faz calor. Esperava sentir a brisa soprar, mas ela vem quente como o bafo de um animal na hora do carinho. Uma linha de ardência corta minha testa avermelhada de lado a lado, lembrando-me do dia quente de ontem. Mais forte do que uma memória dentro da cabeça, penso.
Faz calor, muito. Uma ou outra pessoa passa por debaixo da escada em que me encontro, e nisso eu me divirto em adivinhar quais seriam gringos, quais mineiros, se algum carioca.
As horas da manhã já tinham passado enquanto eu dormia sob o ventilador. Como sempre, escolho as horas quentes para sair.
Descemos a escada íngreme de madeira de lei, rangendo ossos e tábuas em uníssono em um preparar da caminhada do dia, minha mulher e eu. A gata que habita o topo de nossa escada temporária não nos acompanha, ela não agüenta aquele sol, eu sabia.
10 minutos, 5 minutos, 2, uma curva na drogaria, correr para cruzar o estacionamento e já alcançamos a rodoviária.
Naquilo que um paulista identificaria como uma fila para o ônibus, encontrei duas jovens moças a esperar por algo. Uma loira, pernas grossas, sorriso montado no rosto rosado. Grandes maçãs vermelho-rosadas e tons de laranja. Biquíni branco e azul, shorts brancos transparentes. Sua companheira era morena, cabelo longo e liso, raspado a um lado, costeleta feita como a de um rapaz de 15 anos, biquíni rosa. Sorriram para mim, sorriam para quem mais estivesse ali. Revezavam-se em seus olhares furtivos ao redor, recolhendo novos personagens para sua conversa íntima às gargalhadas. Eu poderia ser mais um coadjuvante, pensei.
Devem ter 17 anos. Eu me lembrei de quando eu tinha essa idade, lembrei das garotas que também tinham 17 anos e das viagens que fazíamos aos 17 anos.
Minha mulher sempre me pergunta a idade das pessoas que avistamos. Principalmente de crianças, das pequenas às maiores, mas não só. E eu não a conheci nessa idade, mas tenho para mim que deve ter sido a partir dos seus 17 anos mais ou menos que ela deve ter perdido a noção da idade das pessoas, das outras pessoas, não sei se dela mesma também. Às vezes também acho que ela continua tendo os seus 17 anos, e então me convenço de que sim a conheci nessa idade, e assim adivinho o seu cheiro, o comprimento dos seus cabelos queimados de sol, a pele vermelha do calor das praias de Ilha Grande.
As garotas pareciam não se importar em esperar o ônibus que só viria às 12h10. Eram mais 20 minutos. Sem perceber, eu havia formado uma fila atrás de mim só de estar ali parado, suando e vendo as garotas e a senhora com a sacola de plástico com estampa indígena ao lado delas. Vem-me o pensamento de que poderia ser uma parente minha ali esperando o ônibus para casa ou para ir trabalhar, vender aquilo tudo que carregava na sacola de plástico com estampa indígena. Ela disse que depois desse — e esse era um ônibus circular —, que depois desse o próximo tinha de ser o para Corisco, não era