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A Órbita Espacial Após o Milênio: Desafios e Cenários
A Órbita Espacial Após o Milênio: Desafios e Cenários
A Órbita Espacial Após o Milênio: Desafios e Cenários
E-book176 páginas2 horas

A Órbita Espacial Após o Milênio: Desafios e Cenários

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Sobre este e-book

Em um mundo cada vez mais globalizado, as dinâmicas tecnológicas mundiais avançam para fora da Terra, em um ambiente próximo, mas que ainda nos parece distante: a órbita espacial.
Neste espaço hostil para a vida humana, a presença da humanidade vem avançando conforme a tecnologia permite. Dentro desse contexto, com o crescente aumento das atividades e
funcionalidades, o espaço sideral vêm se tornando um importante ator nas funções do nosso cotidiano, como no caso de recursos dependentes dos satélites, assim como para pesquisas
para um futuro próximo. Com esse cenário de novas possibilidades, protagonizado por programas espaciais públicos e privados, também surgem as consequências do aumento da quantia
de lançamentos para a órbita espacial, como consequência, os detritos espaciais. Apesar da noção do espaço sideral ser in¬nita, a órbita da Terra tem limitações de espaço e dinâmicas
próprias para evitar colisões, no entanto, pela questão do aumento de atividade, há também o aumento de lixo espacial. Dessa forma, com o objetivo de demonstrar melhor o cenário
de evolução dos programas espaciais dos maiores atores, como China, Estados Unidos e Rússia, e abordando a questão dos detritos espaciais, o livro apresenta a temática inovadora das
possíveis consequência do avanço da humanidade sem o cuidado necessário com a órbita espacial. Sendo fonte para entusiastas e estudantes, o livro traz um cenário completo com contextualização
de programas espaciais, a base jurídica que rege o cenário espacial, e a questão dos detritos espaciais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de mar. de 2024
ISBN9786525049229
A Órbita Espacial Após o Milênio: Desafios e Cenários

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    A Órbita Espacial Após o Milênio - Marina Oliveira Rodrigues

    1

    INTRODUÇÃO

    As atividades de exploração espacial e sua análise é um campo que está ganhando cada vez mais espaço em diversas áreas, pela amplitude dos campos e áreas que os satélites vêm atingindo. Pela vasta expansão do universo, as conquistas tecnológicas nos auxiliam a ter uma percepção mais ampla de onde podemos chegar e como. Nessa crescente área de estudos sobre o espaço sideral, as Relações Internacionais vêm se expandindo também, analisando as formas para obter respostas em como se relaciona a geopolítica do espaço, sua regulamentação e seu sistema misto de empresas privadas e programas espaciais e principalmente sobre como essa dinâmica do aumento das atividades afeta o ambiente da órbita espacial. Dentro dessa perspectiva, a influência e número de atores estão em constante crescimento, devido aos avanços tecnológicos e empresas que constituem esse meio gerando uma maior atividade de lançamento de satélites e outros objetos, implicando também em mais lixo espacial em nossa órbita.

    As leis do espaço se encontram ambíguas e desamparadas para certas questões que se desenvolveram mais na atualidade da nova fase da exploração espacial, com acordos muitas vezes datando mais de 50 anos. Diversos acadêmicos debatem e divergem sobre como essa questão deve ser lidada, muitas vezes discutindo sobre a construção de um novo tratado ou apenas uma revisão dos vigentes. Como pelo menos 50 Estados tem um programa espacial, muitas vezes trabalhando com empresas com grandes capacidades tecnológicas, a tecnologia espacial varia de operação de satélites a naves tripuladas. Todos esses atores buscam uma melhoria em seu lançamento de satélites e ampliamento de suas capacidades, já que o espaço exterior serve tanto para projetos de exploração científica quanto meio de comunicação, localização, meteorologia, dentre outros fins, portanto, a regulamentação se mostra necessária (PFALTZGRAFF, 2019).

    As percepções de vastidão do espaço sideral moldam nosso pensamento sobre e, portanto, como devemos explorar o espaço, implicando em como lidamos com questões econômicas, securitárias e políticas e até ambientais da Terra (SHEEHAN, 2007). A percepção de que se tivermos alguma possibilidade de vida fora da Terra, os diversos recursos junto com grandes opções já atuais de explorações econômicas e grandes descobertas científicas, acabam gerando uma expectativa sobre um futuro da humanidade no espaço sideral. No entanto, pode haver uma grande barreira que está sendo construída desde o início do lançamento do primeiro satélite em órbita, essa barreira é constituída de detritos espaciais e restos de objetos espaciais lançados da Terra. Observando a temática de novas agendas e suas implicações nas políticas dos atores internacionais, a pergunta de pesquisa do trabalho gira em torno de: quais são as alternativas de mitigação do problema dos detritos espaciais que estão sendo colocadas em prática no século XXI?

    Como objetivo geral de analisar o escopo da astropolítica no cenário ambiental e suas projeções futuras, os objetivos específicos de esclarecer a situação atual do lixo espacial, suas consequências ambientais orbitárias e sua implicação no futuro próximo de exploração; apresentar as teorias que versam sobre a pesquisa espacial; explicar sobre o conjunto dos programas espaciais dos principais atores; analisar os efeitos da cooperação pela visão de planejamento internacional com auxílio de organizações internacionais, trazem uma base para a pesquisa e auxiliam no objetivo geral.

    A respeito da crescente importância e desenvolvimento dos programas espaciais, vemos cinco principais atores nesse processo de exploração espacial. Esses atores são: os Estados Unidos com seu programa nacional, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), as empresas privadas, com destaque para as estadunidenses, como a SpaceX, a Rússia com a agência Roscosmos, que herdou boa parte do programa espacial da antiga União Soviética, a China com a Administração Espacial da China (CNSA), grande fonte de cooperação com outros atores com baixa tecnologia espacial, e ainda a cooperação intergovernamental da Agência Espacial Europeia (ESA) (WEINZIERL, 2018). Dentro desse cenário, ainda há empresas em diversos países e programas espaciais nacionais, comercializando satélites e ampliando pesquisas científicas, o que gerou um ampliamento no setor. Tendo em vista que antes o cenário era dominado por apenas dois atores, o avanço da tecnologia tem destaque nesse contexto de facilitação da entrada de novos atores, já que tornou mais barato e fácil o processo de obter tecnologia para lançamentos.

    Dentro dos cinco atores de destaque, há dois atores que têm maior relevância no novo milênio, os Estados Unidos e a China. A NASA dos Estados Unidos foi um dos principais pontos estratégicos da Corrida Espacial na Guerra Fria, sendo essencial para a iniciação do processo de exploração espacial, e teve um importante fator de mudança no âmbito espacial americano no pós-Guerra Fria, principalmente por causa das parcerias mistas com empresas privadas no desenvolvimento de tecnologias. Apesar de serem atores diferentes dentro do contexto espacial, sua cooperação vitaliza todas as ações do país no espaço. Empresas privadas, como a Space Exploration Technologies (SpaceX), que se destaca por seu CEO e fundador, Elon Musk, é um exemplo de grande parceiro de empresa e governo atuando no desenvolvimento tecnológico e em como pode afetar o contexto do espaço. Nesse contexto novo, em que em pouco tempo a tecnologia avança, há aspirações de comercializar a viagem espacial e ainda criar uma base espacial, sendo uma nova forma de exploração comercial para o espaço (CATLEDGE; POWELL, 2009).

    O programa chinês vêm ganhando espaço na área e está tendo grande holofote ultimamente, tem especial interesse no contexto do conjunto das políticas internas e externas, e o desejo de desenvolver sua própria tecnologia na área e suas inovações podem ser o ponto-chave da estratégia chinesa para ganhar maior relevância no âmbito espacial (CEPIK, 2011). A China tem destaque pela comercialização de satélites para outros países e pelos seus objetivos com a Lua, já que em duas décadas desenvolveu grande parte de seu programa espacial. Os chineses ainda têm presença grande na diplomacia espacial, sendo influentes no novo contexto (BOWE, 2019).

    A respeito da questão do lixo na órbita, a preocupação se dá pelo grande número de objetos em órbita e suas possíveis consequências, como colisões com satélites ativos, visibilidade astronômica e objetos que podem vir a cair na superfície. Para a primeira questão, não há nenhum tipo de tratado que regule os detritos espaciais, há acordos acerca de posições estratégicas que não podem ser lançadas para não colidirem e algumas medidas de mitigação de detritos (DOLMAN, 2005). Já sobre a segunda questão, Weinzierl (2018) aborda bem a problemática dos novos lançamentos e suas consequências, como há já grande utilização da órbita, tanto com objetos ativos quanto lixo, há possibilidade de o objeto colidir no outro, como já ocorreu e, consequentemente, eles se fragmentam em milhares de pedaços, praticamente impossíveis de retirar da órbita da Terra. Para a terceira questão, é abordado como a lei mais utilizada no ambiente espacial, supondo o caso em que um objeto caia na superfície da Terra, a Convenção Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais de 1972 abrange as responsabilidades do autor por lançar tal objeto mencionado. A convenção é melhor abordada e explicada no Capítulo 4. Assim sendo, a primeira questão é a mais importante e discutida neste livro.

    A análise desse contexto se dá pela importância do futuro da exploração espacial, em até uma possível colonização do espaço e principalmente pela conscientização da utilização de seus recursos, como nossa órbita. Se o objetivo desses novos atores, como a China e as empresas privadas, são o de explorar o espaço como forma de conseguir maiores vantagens estratégicas, observando numa visão mais realista ou se, realmente, estamos adentrando em contexto de exploração para uma maior investigação científica do cenário espacial e suas possibilidades cooperativas, a Teoria da Interdependência Complexa ajuda a compreender melhor essas distinções e o porquê de o espaço ser diversas vezes somente visto pela ótica realista.

    Com o propósito de analisar o espaço sideral na dimensão do ambiente da órbita e a abordagem internacional em relação a ele, e com a finalidade de elucidar de forma apropriada a temática do estudo, foi utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo; a análise teórica da Teoria da Interdependência Complexa, elaborada por Joseph Nye e Robert Keohane, é a teoria que mais encaixa no assunto. A temática do trabalho gira em torno da relação entre a astropolítica¹ espacial, tanto no âmbito governamental como privado, e suas implicações no meio ambiente espacial, ainda sobre a análise da cooperação tecnológica, regulamentações internacionais sobre o lixo espacial e reflexões sobre o futuro da exploração espacial. O aprofundamento de todos os programas espaciais e seus históricos não está dentro do contexto do trabalho, no entanto, uma maior contextualização do estado dos programas atuais dos atores com maior destaque é necessária para o melhor entendimento de suas dinâmicas.

    Por meio da pesquisa exploratória, com o propósito de trazer maior familiaridade com o assunto, a pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa documental (GIL, 2002). A partir, principalmente, de livros, artigos científicos, publicações periódicas, tratados e documentos de governos, o presente trabalho tem por finalidade uma compreensão maior do sistema espacial e sua relação com o ambiente da órbita, dentro das Relações Internacionais. Sendo uma pesquisa qualitativa, analisando o conteúdo, visa às variáveis do âmbito público e privado, reagindo à questão dos novos atores, novas capacidades da tecnologia e negligências em relação a consequências para o futuro da exploração espacial (ALONSO, 2016).

    O primeiro capítulo aborda o marco teórico desenvolvido sobre a perspectiva da Teoria da Interdependência Complexa, de Joseph Nye e Keohane. Tratando sobre a questão das possíveis estratégias que governos e empresas estão traçando para exploração desse ambiente, é importante a visão não somente realista para o assunto, compreendo também as novas agendas. Nesse contexto, a potencialidade exploratória pode ser utilizada tanto para a utilização de novas tecnologias, contudo há suas consequências advergentes que a falta de regulamentação causaria. Sobre os atores abordados, ressalta-se que ainda não há muitos atores estatais no cenário espacial devido ao alto custo de investimento, mas é evidente que é crescente a multipolaridade com atores como a Europa (seu programa conjunto), a China, a Índia, e até mesmo o Brasil em nível menor. Questões como a nova agenda do sistema internacional e suas implicações nas políticas externas e internas são conceitos abordados por Keohane e Nye que corroboram com as questões abordadas nesta obra.

    Para o melhor entendimento da contextualização, o segundo capítulo aborda um pouco a historicidade da Corrida Espacial e principalmente seu legado. O capítulo abrange a evolução das tecnologias espaciais e seu uso comercial, focando os programas espaciais como o da NASA e suas novas dinâmicas com o sistema misto de parcerias, o Roscosmos, a CNSA e a ESA. Essa discussão é importante para entender os mecanismos atuais da astropolítica, assim como suas consequências. A iniciativa público-privada permitiu iniciar o processo de comercialização do espaço, por exemplo, o turismo para conhecer a Estação Espacial Internacional com a passagem e estadia no valor em torno de US$50 milhões de dólares, com a finalidade de financiar os projetos na área (NASA, 2019). Esse tipo de ação está se tornando mais comum, principalmente a criação de projetos, no entanto, talvez não seja possível pelas condições da órbita, dentro disso, é importante esclarecer sobre cada programa e como estão planejando seus projetos

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