Cinzas De Fênix
De Paulo Kamiya
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Cinzas De Fênix - Paulo Kamiya
A Incrível Arte de Escrever
Um vulto aproxima-se devagar, para, olha ao seu redor e finalmente resolve sentar-se num banco de praça. Seus olhos estão cansados, sua fisionomia tristonha não condiz com o ambiente.
Ouvem-se ruídos da natureza, passarinhos cantam uma música suave e doce. Flores transbordam beleza, suas cores avivam o espírito de qualquer pessoa – exceção, pode-se dizer, em relação àquela figura sem rosto, sem nome e sem passado.
Crianças brincam no parque. Criaturas ingênuas, pensa, não sabem nada da vida. De repente, um garoto chuta uma bola, bate numa árvore e atinge a cabeça da pessoa desconhecida. Uma raiva descontrolada apossa da sua alma, o passado e o presente misturam-se, não se sabe perfeitamente o que está acontecendo. A figura sem nome começa a gritar com a criança e a dizer coisas sem nexo. A pobre criança começa a chorar, assustada com a figura sinistra.
Repentinamente, a pessoa sem nome para de gritar, olha a criança em prantos, assusta-se com o que fez e corre desesperadamente com os olhos marejados de lágrimas.
O que está acontecendo comigo, pensa, eu não sou assim, eu não era assim. Ontem foi o dia mais feliz da minha vida e hoje tudo isso acabou. A vida é tão cruel! A vida é tão injusta!
Enquanto corria, outra personagem havia presenciado todo o inusitado acontecimento. Sentia uma dor aguda cortando o seu coração, desconhecia o que se passava por aquela pessoa tristonha, cuja vida ficara acre e vazia.
– Sara!
Sara parou de correr. De onde vinha aquela voz?
– Sou eu, Sara.
Imenso silêncio fez-se acontecer. Sara olhou para o chão, não sabia o que dizer.
– Você tem que ser forte, Sara.
O que ela estava dizendo? Para ser forte? A vida inteira ela foi forte.
As duas sentaram-se na relva. Sara não disse nenhuma palavra. O dia estava bonito, não havia nenhuma nuvem no céu.
– Eu não fui ao enterro do professor. Você sabe como ele morreu, Sara?
Aquele professor foi muito importante na sua vida; ele era uma pessoa muito querida. Foi com ele que ela aprendeu a escrever, foi com ele que Sara despertou o seu dom mais precioso, resguardado há muito tempo no seu íntimo, despertado por aquele que soube apreciar as suas ternas qualidades. A admiração pelo professor transformou-se em amor, um amor singelo das meninas tímidas, um amor de menina de colegial.
Sara não desviou o olhar. Rita não se alterou, e começou a explicar a morte súbita do professor:
– Ninguém sabe direito como isso aconteceu. Ouvi várias versões da história. Em uma delas, o professor saiu apressadamente numa noite e misteriosamente bateu o carro num poste. Ele estava sozinho e foi morte instantânea. Hoje à tarde foi o enterro dele, muita gente compareceu lá. Soube que havia uma mulher que gritou várias vezes o seu nome, ouvi dizer que era a sua namorada. Você sabia que o professor estava namorando? Coitada dela, deve ter sido um choque tremendo!
Sara havia tomado coragem para declarar o seu amor pelo professor. Ela havia até escrito um poema falando dele. Seu coração batia forte, estava ansiosa pela sua manifestação. Um dia, o professor disse-lhe que ela era muito bonita. E talentosa também. Quem sabe eu tenho chance de conquistá-lo, pensou. Afinal de contas, somos muito parecidos. Ambos temos o dom mais precioso, um dom raro difícil de encontrar em certas pessoas: a incrível arte de escrever. Escrever é deixar pousar no papel as suas emoções
, disse-lhe o professor, é libertar toda a sua inspiração, fluir as suas ideias com certo desembaraço. Escrever requer tempo, paciência. A arte da escrita está relacionada com o âmago do pensamento, saber brincar com as palavras é saber dirigir os seus pensamentos. Escreva bastante, Sara. Escreva bastante para aprimorar o seu estilo. Todo escritor possui o seu. Descubra- o e o aperfeiçoe.
Seu coração batia mais rápido quanto mais se aproximava dele. Suas mãos tremiam. Ao se aproximar do professor, Sara percebeu que ele sabia perfeitamente o que ela iria dizer. Sentiu que o amor era recíproco. O amor surge de várias maneiras diferentes
, disse ele, nunca sabemos como controlá-lo. Amar é viver novamente, nenhum sentimento é mais nobre que o amor, nenhum sentimento é mais forte que o amor, nenhum sentimento é mais bonito que o amor. Amar é vivificar.
Naquela noite, o professor iria sair com Sara. Comprou um lindo buquê de flores, arrumou-se e saiu apressadamente. A noite prometia um momento agradável, sentia um certo aroma de romance novo; o amor iria florescer, as estrelas cintilavam, mostrando-lhe o caminho para a felicidade.
O amor é o único sentimento capaz de renovar a juventude, é dele que tiramos a energia para alimentar a nossa alma tão sofrida. Para o amor, nada é impossível; toda a nossa busca resume-se na busca do amor. Estou feliz porque a minha busca já terminou
– recordou o professor, ao proferir essas gentis palavras para Sara, naquela tarde maravilhosa para os dois.
Repentinamente, ao fazer uma curva sinuosa, o buquê havia caído. Antes de cair no chão, o professor fez um rápido movimento e conseguiu pegá-lo em pleno ar. A sua alegria durou pouco, pois não conseguiu retomar a direção do carro e foi de encontro a um poste. Morte instantânea.
– Sara, você tem que ser forte! A vida deve continuar, não é assim que todos dizem? A vida deve continuar.
Em toda a sua vida, Sara perdeu duas pessoas importantes. Quando tinha dez anos, ela foi chamada por seu pai. Ele era uma pessoa muito divertida, porém, naquela ocasião, sua expressão permanecia séria, sem nenhum sorriso nos lábios: dizia, com a voz trêmula, que a sua mãe fizera uma grande viagem e nunca mais voltaria. Uma viagem em direção às estrelas, para ficar