Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Saber Sentir
Saber Sentir
Saber Sentir
E-book258 páginas3 horas

Saber Sentir

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Buscando compreender a melhor forma de me movimentar, mergulhei nas sensações produzidas por cada movimento feito. E nesta observação ocorreu o silêncio mental através do qual descobrii minha inteireza, onde tanto as funções orgânicas como as mentais atingem sua excelência Praticantes da consciência viva (que nunca está pronta) percebem que o mergulho nesta vivência nos revela, passo a passo, o próprio caminho do paraíso, posto nos ancorar no momento presente, onde ele se manifesta. Perceber atentamente todas as sensações produzidas por cada movimento é a chave que abre as portas do universo interior, fechadas desde a infância pela inconsciência da cultura convencional, cujos padrões são considerados como a única leitura válida da realidade. Muitos não voltam mais ao aconchego da própria natureza, esquecidos da prazerosa liberdade de nos conhecer com intimidade, presos aos conceitos dados socialmente. “Saber sentir −− o paraíso agora” nos seduz para a grande aventura do conhecimento substancial do si mesmo, de carne, sangue e espírito, onde reina o poder da vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de fev. de 2024
Saber Sentir

Relacionado a Saber Sentir

Ebooks relacionados

Bem-estar para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Saber Sentir

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Saber Sentir - Ana Amália Ottoni

    APRESENTAÇÃO

    Somos um registro da natureza fora de nós e depois este registro agora em nós, bem no fundo de nós. Este registro nos provoca ou excita uma espécie de desejo de contatar alguma coisa além de todos os contatos. Este além de tudo sempre buscado, refratário a toda definição, encanta o nosso buscar, encanta o nosso olhar, encanta o nosso sentir. Uso aqui o verbo encantar naquele sentido em que Guimarães Rosa diz que o homem não morre: fica encantado. Ou mesmo no sentido dos contos de fadas, em que podemos ter uma varinha encantada, uma fonte encantada, um rio ou uma árvore encantada.

    O encantamento surge ou de uma escassez ou de um saturamento do procedimento racional.

    Os pré-socráticos, os místicos, alguns filósofos (Nietzche e Heidegger) e todos os poetas praticam esta percepção da realidade.

    O símbolo é uma espécie de categoria do encanto. Ele está sempre nos dizendo mais do que as coisas parecem ser. Mostra sempre para além da linha do horizonte da razão. Eleger cada apreensão do real, e o próprio real, como manifestação simbólica, é o próprio exercício do encantamento.

    Viver encantado é burlar a morte. É colocá-la a serviço de uma plenitude insuspeitada: o êxtase com as coisas próximas apontando para as mais distantes, o domínio das coisas mais difíceis manipulando as mais fáceis, amassando o trivial e exalando o sublime.

    Fazer da introspecção uma forma privilegiada de ação é a lição em surdina que Ana Amália nos oferece. Cultiva a despretensão a qualquer espécie de eruditismo como forma de uma abordagem autêntica da existência. Existir para Ana Amália é encharcar-se do real. Desta simbiose ela faz nascer a EUDAIMONIA (felicidade) que, ao contrário dos romanos, os gregos viam e viviam como uma possessão, um delírio, uma visão beatífica!

    Tomemos o seu texto como uma iniciação ou um exercício iniciático, como uma ascética e mística que nos coloque fora e acima da gangorra da virtude e do vício, do céu e do inferno, do bem e do mal.

    1

    Sebastião Trogo

    Belo Horizonte, 05 de maio de 2001.

    Doutor em Filosofia pela Universidade de Louvain, Bélgica.

    INDICE

    1- A REALIDADE E A PERCEPÇÃO DA REALIDADE

    A plena atenção às sensações é o procedimento que refina a sensibilidade, elaborando o conhecimento de si mesmo.

    2- MELHORANDO O FUNCIONAMENTO HUMANO

    A consciência dos movimentos aprimora a forma habitual de ser, pois perceber-se sensorialmente já implica em corrigir a ação postural.

    3- O DUALISMO

    De como a forma de pensar baseada no julgamento ― dual por natureza ― provoca a situação de conflito, competição e esforço desnecessário que caracteriza nossa cultura. Praticar a consciência sensorial elimina o dualismo, resgatando nossa inteireza.

    4- ASPECTOS PSICO-FISIOLÓGICOS DA BIOCONSCIÊNCIA Demonstrando cientificamente os processos perceptivos e suas ligações cerebrais e mecânicas. O treinamento proprioceptivo intensifica a inteligência orgânica.

    5- VIDA É MOVIMENTO

    2

    A importância e o prazer do movimento conduzido pela atenção sensorial.

    6- O EQUIPAMENTO E O COMBUSTÍVEL DA EVOLUÇÃO

    A forma de usar a consciência de si supera a herança genética na formação da própria corporeidade.

    7- O ESTRITO MOMENTO PRESENTE

    Como ficar no único momento aonde se dá a consciência, e a incrível intensidade perceptiva deste estado.

    8- EQUILIBRAÇÃO

    Compreendendo por dentro o que nos vem das vivências.

    9- PAIXÃO E VIRTUDE

    A complementaridade entre paixão e virtude. Observando as paixões do intelecto e as da sensibilidade.

    10- O PARADÍGMA HOLÍSTICO DA BIOCONSCIÊNCIA

    A atitude que renova e amplia a propriocepção.

    11- O CHAMADO DO PARAÍSO

    A sabedoria e o alcance do instinto, quando iluminado pela consciência de si. (Uma ciência da felicidade?)

    12- A RELAÇÃO

    Renovação criativa das relações humanas através da consciência vital.

    13- A VISÃO ESOTÉRICA

    Complementando o ponto de vista externo com o interno.

    14- O PECADO

    A subversão da ordem da vida e a carência da atenção proprioceptiva levando-nos ao estado de ‘pecado’ ou vazio existencial.

    15- O SALTO E A QUEDA

    A formação da função abstrata na espécie humana e sua disfunção, que repercute no processo evolutivo universal como A Queda.

    3

    16- O UNIVERSO DAS SENSAÇÕES

    A ligação das percepções sensíveis com a inteligência universal.

    17- CRIANDO OUTRA CENA INTERNA

    Proposta de um sistema terapêutico-educativo para alcançar o máximo de sanidade humana, em termos individuais e coletivos.

    18- BREVE ENSAIO SOBRE O PRAZER

    A plenitude do prazer, configurada pela ação de cumprir a própria natureza.

    19- O PODER DA VIDA

    Onde se percebe a magia orgânica da vida.

    20- UMA FILOSOFIA DA CONSCIÊNCIA DE SER

    Capítulo destinado principalmente aos admiradores e defensores do academicismo. Convite a uma renovação da cultura, baseada na conscientização, ao invés de na conceituação.

    4

    INTRODUÇÃO

    .

    Eu, que vinha das abstratas regiões da filosofia, um dia me apaixonei pela concreta inteligência do corpo, pelas riquezas que a consciência podia examinar e desfrutar nos domínios da corporeidade. E neles mergulhei, sem imaginar as profundezas deste mundo tão mal dito quanto desconhecido da maioria dos adultos, afastados de sua natureza por uma cultura que os aparta de si mesmos.

    Antes de tudo, este mergulho é trabalho: é movimento real, carregado de sensibilidade. Toda a pontaria da atenção dirigida para as sensações dos movimentos feitos — e tudo muda. Não há nada mais simples, mas quem disse que queremos a simplicidade? No mais das vezes refestelamo-nos no contraditório, na contramão, na contravida. Por isso a coisa mais simples fica dificílima.

    Digo, por exemplo: "—pés paralelos, medianamente afastados, joelhos soltos, observando o peso do corpo incidindo no centro das solas dos pés; vire a cabeça para a esquerda, olhando para trás, deixando que este olhar comande a torção de todo o corpo para a esquerda. Coloque toda atenção na sensação muscular em torno dos olhos... na nuca... ombros... braços... costas... peito... cintura...

    barriga... nádegas... coxas... joelhos... tornozelos... pés." Se a pessoa faz isto sentindo, entra no império das sensações, despertando o espírito do corpo, e uma lúcida e agradabilíssima serenidade se espalha por todo seu ser. Mas se fica pensando em quais seriam os resultados deste exercício, se não estará perdendo tempo, com tanta coisa para se fazer, e que tem que ir a tal lugar ou conversar com tal pessoa, então a experiência sensorial não se dá, e apenas se continua na pensação — meia morte em vida —, que usurpa o lugar da vida ao nos dominar com sua infindável tagarelice.

    Este livro tem o claro objetivo de desmascarar a pensação como a inimiga interna, o ardil onde ingenuamente caímos e do qual não sabemos mais sair, perdidos em sua embromação. E o de demonstrar que a observação sensorial dos próprios movimentos é a porta por onde podemos voltar ao nosso estado de origem, onde viceja o paraíso.

    Há muitos anos, ao assistir o filme O Pássaro Azul, uma cena me impressionou: a das crianças que ainda vão nascer, quando relatam as tarefas, descobertas ou invenções que levarão para a vida.

    Deparei-me, naquele momento, com a inquietude de saber qual 5

    tarefa eu nasci para realizar. Então aconteceu, um dia, uma revelação.

    Era uma tarde azul, e eu havia me debruçado sobre a janela para melhor apreciar o céu. Voltando-me para dentro, deparei-me com minha imagem refletida no espelho, pendurado na parede em frente, que me causou o maior espanto. Pois, pela primeira vez, caí em mim vendo meu corpo tenso como se estivesse prestes a alçar vôo: todas as partes erguidas, forçadas para cima. O queixo, os ombros, e a ponta inferior da coluna, desenhando um grande arco esticado, do qual pendia a parte anterior. Percebi, por dentro, com uma clareza nunca antes experimentada, como era inconsciente e desastrosa aquela atitude postural e, imediatamente, meu corpo, por si mesmo, começou a assentar o próprio peso, com uma sabedoria toda sua, que até então me era desconhecida. Encantada, acompanhei atentamente a experiência de ceder meu peso à força da gravidade, o extremo prazer de espalhá-lo, ponto por ponto, pela inteireza das solas dos pés, até as pernas estarem soltas, a pelve encaixada, a respiração ampla. Continuando, cedi o peso da cabeça ao equilíbrio oscilante oferecido pelo pescoço, e como num passe de mágica, o feixe de tensões se derramou em quentura pesada, que, literalmente, escorregava corpo abaixo.

    Uma sensação de leveza se espraiou com nitidez no meu corpo, que parecia outro, comandado por uma espécie de mente orgânica, tão funda que só podia vir diretamente do ventre da Vida.

    Impressionada com tal experiência, acolhi o primeiro pensamento que me veio: comprar vinte quilos de farinha de trigo integral. Não discuti comigo mesma, como era meu costume, e parti imediatamente para o mercado, onde os comprei. Ao segurar todo aquele peso em meus braços compreendi: era exatamente aquela a atitude postural que eu precisava assumir para me curar joelhos, coluna e todas as fortes dores que sentia nas costas e pernas.

    Chegando a casa, tomei um longo banho e comecei o trabalho de fazer o pão, o tempo todo atenta nas sensações de cada movimento, do meu peso agradavelmente abandonado sobre as solas dos pés. E observei a nova força que me veio, estimulada pela enorme massa que ia se formando entre minhas mãos.

    Soltando o esforço da atitude postural que me era costumeira, o corpo se estendeu e as articulações se amaciaram, comportando-se como molas bem lubrificadas.

    6

    A diferença funcional era gritante, sentida como agilidade, energia e deliciada facilidade de me concentrar em cada coisa feita, que foi resultando no melhor pão que já fizera.

    Era madrugada quando acabei de enrolar o último naco. Mas era impossível dormir com aquela alegria intensa, de me conhecer por dentro. A cada movimento novas sensações, mais verbos se conjugando e se revelando, a vida sendo recebida em sua inteireza.

    Não se dorme no dia do casamento.

    Aquele foi o dia do meu casamento comigo mesma, de minha inteira atenção com minha sensibilidade corporal, quando me tornei dona de meu continente. Nunca mais quis alçar vôo. Quanto mais me torno consciente deste saber próprio do corpo, mais o reverencio, compreendendo a sutileza de sua comunicação, que depura meu agir com sua finíssima sensibilidade.

    Descortinar os horizontes oferecidos pelo movimento bioconsciente tornou-se o desafio de descobrir, num crescendo, suas aplicações terapêuticas, educativas e filosóficas. E assim dei-me conta da tarefa que trazia inscrita em mim, que devia se tornar minha profissão: a criação do movimento bioconsciente, com toda sua inspiração teatral e dançante. Com ela experimento o íntimo deleite da mútua criação, pois enquanto a faço, ela me faz, que somos peça e função de um mesmo jogo cósmico, vertido da sabedoria divina.

    Escrever sobre seus fundamentos e propriedades aumentou ainda mais a alegria desta criação, doravante oferecida a muitos outros.

    Embora guarde intimidade com a filosofia, este livro se abriu através de enfoques interdisciplinares, e tanto bebeu da fonte da ciência como da percepção espiritual e da arte, tendo se configurado como um manifesto do holismo, já que a bioconsciência é a atitude holística por excelência.

    ____________________

    _______________

    Que você, ao percorrer estas páginas, possa perceber-se fazendo parte da grande unidade que nos contém a todos, como um lar ancestral. E, percebendo-a, deixe emergir a tarefa que traz no 7

    coração, descobrindo a felicidade de bem fazê-la. Com certeza, os entrelaçamentos dessas tarefas desenharão uma nova face na humanidade, mais serena e feliz.

    8

    A REALIDADE E A PERCEPÇÃO DA REALIDADE

    Tudo que existe, tanto em ato como em potência, como fato externo ou interno, necessita ser vivenciado para entrar em nossa consciência. Só a partir da percepção sensível é que alguma coisa passa a ser realmente conhecida, o que equivale a existir para nós.

    No entanto, a mesma coisa pode ser conhecida de maneira diferente por cada um que a experimenta, dependendo se esta experiência é conduzida pela atenção ou pelo julgamento. Em outras palavras: pelo conscientizar ou pelo conceituar.

    Foi a partir desta constatação que me interessei em conhecer mais intimamente a consciência — o ato de perceber e apreender o real.

    Por alguns ela é considerada um ato da razão, por outros um julgamento moral ou um conjunto de informações; para mim a consciência é a junção de interesse e atenção plena, focalizada nas sensações provocadas por qualquer evento, substância, pessoa ou ação.

    Quando somos crianças, nossa inteira atenção incide sobre tudo que nos rodeia: vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e trazemos à boca para sentir o gosto, casando-nos com a coisa observada. O pensamento acompanha atentamente a experiência sensorial completa, registrando-a. Uma criança de poucos meses percebe, com toda atenção, a sensação provocada por cada movimento feito, de tal maneira que estes vão se fazendo precisos e eficazes com uma rapidez impressionante, pois sua aprendizagem de si mesma na relação com o mundo é um ato contínuo de consciência. Daí sua facilidade em tudo aprender e relacionar e seu encantamento com todas as descobertas, que vive a fazer.

    Infelizmente, os adultos com quem convive, na maioria das vezes, não têm paciência para acompanhar sua energia de tudo experimentar, e corta-a através de impedimentos físicos e proibições de todo tipo. Expulsam-na do paraíso de ser ela mesma, da atualização de sua potencialidade natural. E com a argumentação própria dos que já se submeteram à imobilidade dos valores estabelecidos, tratam-na como culpada quando não lhes obedece.

    O que vemos narrado pelos mitos que se encontram no início de cada cultura repete-se em cada indivíduo de nossa espécie: a proibição, a consequente desobediência e a noção de 9

    culpa, repercutindo como castigo e mentira a si mesmo. Esta é a performance de uma cultura contrária à nossa natureza, que não acompanha a sabedoria que nos é intrínseca, pois nem chega a percebê-la.

    Deste desligamento saímos retalhados, e a tarefa que se nos apresenta como essencial é o refazer de nossa inteireza.

    Recuperar a criança

    o paraíso,

    é recuperar a curiosidade, o

    interesse atento em cada poro do universo. É se estender em consciência como grandes tentáculos que penetram em tudo, sem nenhuma proibição. E gozar dessa alegria de se encontrar e se reconhecer na realidade penetrada, que também nos penetra e nos é. Como todos os heróis e heroínas das histórias míticas, nossa tarefa é gigantesca, pois não saímos ilesos da experiência com a cultura, os cultos e medos de que ela nos inculca. Trata-se de limpar nossa natureza das imposições que nos vitimaram, a todos nós. A primeira etapa desta tarefa se configura na limpeza dos canais perceptivos, embaçados pela atividade mental divorciada da sensibilidade, que nada mais é do que o prolongamento do fruto da ciência do bem e do mal

    o viciado julgamento

    , que ocupa

    nossa mente com tanta insistência, que não deixa lugar para a pura percepção. Com a pensação criticamos as outras pessoas e a nós também, vestimos nossos desejos e medos com um sem-número de explicações e desculpas para não enfrentá-los e resolvê-los e, com tudo isto, tapamos nossas sensações e sentimentos da clara evidência com que surgem em nossa corporeidade. E desta forma nos impedimos a felicidade, posto nos afastarmos do exercício de nossa natureza, onde ela floresce.

    O endeusamento da abstração — o verdadeiro bezerro de ouro — afastou-nos da plena posse de nosso ser, que naturalmente nos leva a apreciar e reverenciar a vida. E afastou-nos também do uso lógico e atento da abstração, que se adulterou em suposições

    — sua excrescência.

    Para acabar com este hábito e retornar ao que nos é natural, há que se desenvolver a direção para dentro, a função que nos foi dificultada desde a infância: o empenho de conscientizar a delicadeza de nossa sensibilidade, através de todos os movimentos possíveis, pois a sensação é mestra e guardiã de qualquer experiência. Por isto observá-la atentamente é a forma mais segura para nos aventurarmos em qualquer ação: ela constitui a sabedoria 10

    básica, desde sempre inscrita em nossa estrutura psicossomática para nos mostrar o que nos convém ou não.

    Fazer consciência das sensações é funcionar junto com a grande inteligência — a que se estende por todo o universo, suprindo todos os seres com tendências que lhes são as mais apropriadas. Acompanhando-as, usufruímos das qualidades que mais necessitamos para construir a nós mesmos, seres em permanente gestação, em contínua aprendizagem.

    Ora, toda sensação provém de movimentos: até escutar provém de movimentos vibratórios, extremamente diferenciados, dos pequenos músculos que compõem internamente o ouvido. E as sensações do gosto, por sua vez, dependem de movimentos das papilas gustativas da língua em contato com o alimento. O frêmito das narinas, os movimentos oculares, os toques carinhosos ou brutais — tudo é movimento. Donde se pode concluir que se lançar na criação de movimentos devidamente conscientizados, é pegar, como rédeas, nas duas funções condutoras da vida: consciência e movimento. Unidas no mesmo ato, para nos conduzir.

    Esta ação é a que nos liberta do estado de estresse, da viciada visão de mundo, fundada na tríade julgamento-culpa-castigo, na competição humana, no que nos divide. Através do treinamento desta ação integradora, curamo-nos:

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1