A Natureza do Mundo: E a Vida em Morte Espelhada
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Sobre este e-book
Neste livro pode evidenciar-se um sentiroscilante entre a natureza de dois Mundos a quererem fundir-se num só. UmMundo de "fora" que é observado e oMundo da interioridade do observador. Aintenção subjacente é chegar à síntesesuprema do Movimento da Vida numaObservação simples e inocente.
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A Natureza do Mundo - Lácio Santamaro
Introdução
-…há Algo
que está aí,
como se fosse de Fora,
uma Natureza, absolutamente, independente,
de quem observa,
e por isso,
impossível de qualquer descrição,
porque não existe,
qualquer movimento separado dessa Coisa,
significando isso,
um estado de comunhão único e absoluto,
que bem se pode denominar de Perceção em Vazio
.
Mas quando aparece um observador
,
que a coisa observa,
passou a ser passível de ser descrita,
convertendo-se, assim,
no Mundo de Dentro,
o Mundo do Ente que observa,
de modo que,
não mais existe só.
Se tal fenómeno for considerado,
um percebimento descritivo da Mente que vê,
dir-se-ia que existem dois Mundos,
ou dois Movimentos paralelos,
que nunca se encontram,
porque são circunscritos a essas Naturezas,
absolutamente independentes e diferenciadas.
O Mundo de Fora,
em termos absolutos,
essa Coisa,
que não pode ser tocada pelo Pensar,
mas que,
pode ser sentida,
em íntegra corporalidade existencial,
como um Movimento,
de natureza sem Tempo,
sem Espaço,
sem Medida,
e que se torna capaz,
de ser evidenciado como Energia Infinita,
sustentadora da Vida percebida.
Mas, então, aparece,
o que se pode denominar,
como Mundo de Dentro,
espelhando-se numa exteriorização de si próprio,
em estado de Ser,
em termos de medição Espaço-Tempo.
Este livro pode ser considerado,
como um sentimento particular sensível,
de alguém que,
na narrativa do texto,
é personificado pela enigmática personagem,
Nadavales da Breia
,
o qual, inquieto,
se debruça sobre o fenómeno da Perceção,
e assim o vai expressando,
em linguagem de prosa-poética,
de percebedor-percebido,
em termos de tentativa,
para abrir portas ao Inominável.
lácio santamaro
…a natureza do mundo e a vida em morte espelhada…
-…para tudo no Tempo há um começo,
mas tem de ser dito que percebido foi,
um Movimento de Algo
,
que não entra na Verdade desse Princípio Causal.
-…por conseguinte,
a partir daí,
tornou-se, perfeitamente, clara a noção,
de um Movimento que espelha uma outra Verdade,
para a qual não existe Princípio nem Fim.
-…existe aí uma Perceção de tal qualidade,
que as células nervosas do cérebro,
captam uma Ondulação sem Medida,
um não sei-quê de Eternidade.
-…e num ignorado lugarejo que leva o nome de Breia,
o início de uma vida aconteceu no correr do Tempo,
entre as brumas da história do viver humano,
espelhada numa singular personagem,
que nos últimos capítulos do livro da história que sentia Ser,
percebeu que era um Nada-vales
.
Assim que,
em ousado viver sentido,
se assumiu com tal epíteto,
e como ação de Liberdade.
-…de modo que um dia mais estava a decorrer,
no movimento expressivo da Vida no Mundo,
que como um Todo,
respira Beleza,
Ordem e Suprema Inteligência,
e que pode ser assumida,
no existir sentido de cada ser vivente.
-… em milagre existencial de célula germe,
que ninguém,
decerto modo pode dizer como,
faz a sua aparição aquele pequenino e frágil ser,
num ambiente social pobre,
mas que de braços acolhedores o recebia.
-…era um Tempo,
que em Percebimento se iniciava,
num Mundo que reflete pertença,
a todo o fenómeno de expressão de Vida,
e que de Morte,
só estava a existir em situação de futuro espelhada,
que se fazia por agora ausente.
-…só existe Vida em saberes percebida,
no movimento do Tempo.
Isso só muito tarde começou a ser um facto,
em termos de espanto,
e vivamente vincado,
na expressão neurológica do cérebro daquele alguém,
que de nome próprio e, em Verdade,
se assumiu como Nadavales da Breia
,
e que desde muito cedo,
existia uma aspiração secreta de Totalidade,
que sem o saber,
nasceria desde a atividade obscura das experiências do viver,
que então começava,
e que viria a ser uma expressão de vida sentida,
convertida em lucidez.
-…e Nadavales da Breia
,
que muitas e muitas vezes,
caminha ao acaso,
pelas ruas da pequena cidade que o viu nascer,
depois de uma vida já quase toda passada,
e na realidade isso o sente bem presente,
no seu dolorido pensar,
mas isso também o mundo social o presencia,
pela aparência do seu corpo gasto,
quando pelas ruas se passeia.
-…sim,
diz -se passeia,
porque nele a idade laboral faz tempo,
que tinha atingido o limite estabelecido,
e muito intimamente,
e cada vez com mais frequência e intensidade,
tinha começado a aparecer com força avassaladora,
um sentir de desgaste,
assim como algo muito mais desafiador,
para a sua sensibilidade percetiva,
que é aquela presença de um fim,
com rosto sorridente,
de quem já se mostra por perto,
e sem possibilidade de objeções.
-…e nesse estado de sentir emotivo,
tem o percebimento,
de que precisa de olhar,
para o seu Tempo-atrás,
arquivado como memória,
vendo cada dia que vai passando,
surgir acompanhado de impulsos escondidos,
em lampejos de temor e angústia,
que precisam de ser compreendidos,
à luz de um esquadrinhar percetivo da sua Mente inquieta,
para encontrar um bem-estar de sereno alívio,
no correr das horas,
que se seguirão nesse Tempo implacável da biologia.
-…como sente vividamente e de modo impiedoso,
que é uma estrutura de Tempo por si próprio edificada,
em relação com o meio,
esse extraordinário mundo de fora
,
onde a Vida se desenvolve,
com todos os seus fenómenos aprazíveis e dores,
e que o Ente humano,
como espécie se habitou a conviver,
numa aprendizagem,
que bem poderia ser,
de Bem-aventurança,
mas que desde os primórdios Tempos,
deve ter sofrido um espantoso desvio,
que veio a conduzir a pessoa humana para o atual estado,
onde se sente que prevalece o primado de um movimento,
de obscuridade e ignorância,
que se exterioriza em conflito e em sua própria intimidade.
-…foi a entrada opressiva do Tempo,
no movimento da Mente inocente,
que, agora, de forma massiva se vê,
como impotente de dar solução ao Sofrimento,
que em mito de aceitação e derrota,
se vê compungida,
numa luta para se superar,
criando a ilusão de um futuro risonho,
a ser alcançado através do poder pictórico do Pensamento,
que através dos séculos e milénios,
ganhou o ímpeto absurdo de sonhar com a imortalidade,
que não podendo ser do corpo,
vem a instaurar-se como da imagem criada de si próprio.
-…tudo isto é sentido e começado a questionar,
pela Inteligência indagadora,
que pôde manter-se intensamente viva,
nesse personagem singular que se tornou Nadavales da Breia
.
-…e em pleno Presente de ação-ativa,
que este em si o é,
porque ele mesmo se mostra como Princípio da Inteligência,
em Movimento-sem-Tempo,
uma vez que,
a não ser assim,
se converte num Presente-passivo,
devido a estar moldado,
pelo movimento mecânico do Passado,
que decorre desde essas lonjuras Idades.
-…aí nesse Tempo mágico percetivo,
se coloca muitas vezes Nadavales da Breia
,
para encontrar algum alívio,
na opressão sinistra que o Tempo-passivo faz sobre a sua Mente,
e que lhe dói com particular intensidade.
-…que extraordinário foi para ele,
a descoberta do Presente-sem-Tempo,
em relâmpagos de Verdade
através de aconteceres,
em Discernimento direto,
impessoal,
de um qualquer fenómeno observado.
-…tal perceção nascida,
no movimento neurológico das células cerebrais,
que registam as experiências do viver como memória,
e se mantêm vivas em direção a um Tempo-futuro,
que sendo concebidas em processo imaginativo,
vêm a tornar-se como algo factual,
pelo esquisito valor,
que o movimento do Pensamento dá ele próprio.
-…foi nesses Perceberes conseguidos sem saber como,
pois neles,
não havia a interferência do Pensamento,
apenas acontecia em momentos existenciais,
desse viver oprimido,
pela obscuridade do movimento do Tempo neurológico,
que os relâmpagos de Lucidez se mostravam,
e Nadavales da Breia
,
sentia a sua Mente numa Dimensão-sem-Tempo,
Bondosa,
impossível de ser colocada em palavras,
apenas podendo ser vivida em Instantes únicos,
e em Verdade
.
-…e percebe que através desses choques de Infinito,
nos doloridos centros neurológicos do cérebro,
imbuído de um aprimorar constante da Sensibilidade,
no seu corpo como um todo,
fazendo-o vibrar numa Atenção
,
cada vez mais cuidada ao movimento do seu Pensar,
esse espantoso movimento consciente e inconsciente,
do seu Tempo-atrás,
socialmente convertido no movimento evolucionista,
da espécie do Hommo Sapiens
,
que aconteceu,
a exótica descoberta do Presente-sem-Tempo,
instantâneo,
Absoluto.
-…e agora no seu quotidiano viver,
aprende a regozijar-se com tal possibilidade,
de que a sua Mente,
seja participe,
de um sentir instantâneo de Ordem
,
que não tem começo nem final.
-…e vão decorrendo os dias do calendário,
num cenário,
que bem se poderia enquadrar num sentimento de monotonia,
face a um sentir envelhecido,
em que nada há para fazer,
para assegurar a sua existência física,
a não ser que impulsos insatisfeitos escondidos,
nos arquivos da memória,
façam o pensamento dirigi-los a alcançar uma qualquer consecução.
-…de modo que,
num estado de aprendizagem lúcida,
pelo dar-se conta de