Atualmente, os produtores austríacos de Blaufränkisch estão buscando o mesmo tipo de respeito que os consumidores têm há muito tempo pelos vinhos feitos de Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Syrah. Mas há um obstáculo. Eles mesmos só começaram a acreditar no potencial dessa uva tinta austríaca há relativamente pouco tempo. Para entender melhor essa recente mudança de atitude, é preciso deixar para trás os impressionantes palácios dos Habsburgos e os restaurantes finos de Viena e seguir para o leste, em direção à fronteira com a Eslováquia. Ali, perto do Danúbio e não muito longe do assentamento romano de Carnuntum, fica o Spitzerberg, uma encosta alongada de apenas 300 metros de altura onde se encontram os vinhedos da produtora de vinhos austríaco Dorli Muhr.
Radicada em Viena, onde dirige há mais de 30 anos uma bem-sucedida agência de comunicação que promove vinhos e alimentos na Áustria, Muhr herdou da avó um pequeno terreno no lado sul de Spitzerberg e decidiu, em 2002, que seria ali que ela deixaria sua marca - desta vez, produzindo o próprio vinho em vez de ajudar os outros a vender os deles. “Minha família tem raízes na agricultura, beterraba sacarina e cereais, e eu cresci em um vilarejo próximo que era completamente plano. Para mim, quando menina, ir ao Spitzerberg era como visitar uma montanha de verdade. Só mais tarde percebi que tínhamos montanhas maiores na Áustria”, brinca Muhr, enquanto leva a equipe da GULA por uma estrada de terra entre os vinhedos. A vida selvagem é abundante - coelhos pulam entre as fileiras de videiras em nossa visita e foram vistos várias vezes veados, perdizes e faisões.
Parando o carro, Muhr desdobra um mapa da área local para apontar as parcelas de cultivo de Blaufränkisch-ela possui 12 hectares na encosta da colina em meia dúzia de parcelas. Gerações atrás, o Spitzerberg foi organizado em três níveis de terreno e, graças à erosão ao longo dos séculos, as condições dos solos mudaram.
Radicada em Viena, onde dirige há mais de 30 anos uma bem-sucedida agência