Voltareis ó Christo?
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Voltareis ó Christo? - Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
The Project Gutenberg EBook of Voltareis ó Christo?, by
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
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Title: Voltareis ó Christo?
Author: Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
Release Date: June 19, 2008 [EBook #25844]
Language: Portuguese
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VOLTAREIS Ó CHRISTO?
PORTO
IMPRENSA PORTUGUEZA
BOM JARDIM, 181
VOLTAREIS, Ó CHRISTO?
NARRATIVA
POR
CAMILLO CASTELLO BRANCO
PORTO
VIUVA MORÉ—EDITORA
PRAÇA DE D. PEDRO
1871
Um dos meus companheiros de jornada para Villa do Conde era sacerdote idoso, de mui agradavel semblante e maviosa tristeza no olhar, contemplativo.
Os outros passageiros, gente alegre e agitada pelo trabalho intimo d'uma digestão rija, conversavam bestialmente a respeito do meu amado e honrado amigo José Cardoso Vieira de Castro.
Sem intervir nas suas disputações, escutava-os o padre attento e melancolico.
E, compadecido até ás lagrimas do formidavel infortunio que entretinha, entre chascos e insultos, aquella villanagem, eu encarava no taciturno clerigo, e dizia entre mim: «que pensará este ancião do desgraçado môço! Por que ampara elle a fronte á mão convulsa, e despede um gemido de apparente compaixão? Quem será que lh'a inspira? Ella que morreu, ou elle que tem deante de si um arrancar da vida com agonias, cujo praso está nos segredos da morte?»
Apeamos em Moreira. Segui por debaixo das ramarias seculares que aformosentam a magestosa avenida da quinta dos Vieiras de Castro, na qual o meu amigo residira dous annos com sua esposa. Eu ia olhando para as arvores que elle amava, e cuidando que via despegar-se-lhes a folhagem que inverdecêra quando no seio d'aquelle incomparavel martyr de seu pundonor cahiram os gêlos d'um inverno sem fim.
Observei que o padre me seguia a passo lento, e com o lance vago de olhos, aquelle vêr atravez de lagrimas, o scismar triste que os infelizes adivinham.
Esperei-o.
Elle abeirou-se de mim e cortejou-me, tratando-me pelo meu nome.
Perguntou-me se n'aquella casa morára algum tempo o sobrinho do seu condiscipulo e amigo, o ministro de estado Antonio Manoel Lopes Vieira de Castro.
Respondi: «Aqui viveu os mais encantados dias de