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Fantasias Negras e Outras Histórias
Fantasias Negras e Outras Histórias
Fantasias Negras e Outras Histórias
E-book58 páginas43 minutos

Fantasias Negras e Outras Histórias

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Sobre este e-book

Esta coleção reúne cinco contos de fantasia.

O Último – Aterrorizado com a ideia da morte, um homem deixa-se contaminar pelo vampirismo de forma a prolongar a sua vida indefinidamente. Porém, quando as legiões do Céu e do Inferno se enfrentam na derradeira batalha, vê-se como o último ser humano na Terra. Deixar-se-á arrastar pacificamente para um dos reinos do pós-morte?

Sasabonsam – Durante a Guerra da Guiné, um grupo de guerrilheiros guineenses abate um avião português. Ao investigar os destroços, descobrem não só que o piloto sobreviveu, mas também que este não é humano. Intelectual, um dos guerrilheiros, vê-se obrigado a enfrentar o monstro, assim como o tribalismo que infecta as mentes dos seus camaradas.

O Castelo – Tomás recebe um convite de última hora, do seu primo Miguel, para a ceia de Natal. Porém, os motivos de Miguel são mais negros do que Tomás alguma vez poderia imaginar.

Susana – Após uma vida curta e desagradável, Susana enfrenta a morte. Recordando os seus dias na Terra, tenta deduzir para qual dos reinos do pós-morte será enviada. Porém, o seu destino final revela-se surpreendente, de mais de uma maneira.

Uma Demanda Literária – Na sua busca por livros raros, Cirio encontra a ilusiva livraria de Mormont, cuja localização muda regularmente, mas que se diz conter volumes quase impossíveis de achar. Contudo, mesmo depois de tudo o que passou para ali chegar, terá Cirio concluído a sua demanda?

IdiomaPortuguês
EditoraJoel Puga
Data de lançamento15 de mar. de 2015
ISBN9781310261589
Fantasias Negras e Outras Histórias
Autor

Joel Puga

Joel Puga nasceu na cidade portuguesa de Viana do Castelo em 1983. Entrou em contacto muito cedo com a fantasia e a ficção científica, principalmente graças a séries e filmes dobrados transmitidos por canais espanhóis. Assim que aprendeu a ler, enveredou pela literatura de género, começando a aventura com os livros de Júlio Verne. Foi nesta altura que produziu as suas primeiras histórias, geralmente passadas nos universos de outros autores, cuja leitura estava reservada a familiares e amigos.Em 2001, mudou-se para Braga para prosseguir os estudos, altura em que decidiu que a sua escrita devia ser mais do que um hobby privado. Isso valeu-lhe a publicação em várias antologias e fanzines portuguesas abordando diversos sub-géneros da ficção especulativa.Vive, hoje, em Braga, onde divide o seu tempo entre o emprego como engenheiro informático, a escrita e a leitura.Joel Puga was born in the Portuguese city of Viana do Castelo in 1983. Since an early age, he has been in contact with fantasy and science fiction, mainly thanks to dubbed films and TV shows transmitted by Spanish channels. As soon as he learned how to read, he got into genre literature; starting his adventure with Julio Verne’s books. It was during this time that he produced his first stories, generally using other author's universes as a backdrop, the reading of which was reserved to family and friends.In 2001, he moved to Braga to follow his studies, a time in which he decided his writings should be more than a private hobby. This granted him several publications in Portuguese anthologies and fanzines of various sub-genres of speculative fiction.Today, he lives in Braga, where he divides his time between his job as a computer engineer, as well as writing and reading.Joel Puga nació en la ciudad portuguesa de Viana do Castelo, en el año 1983. Desde muy temprana edad, mostró interés por la fantasía y la ciencia ficción sobre todo gracias al doblaje de películas y programas de televisión para canales españoles. Tan pronto como aprendió a leer, se sintió atraído por la literatura de género, iniciando esta fascinante aventura gracias a los libros de Julio Verne. Durante ese período, produjo sus primeras historias, las cuales, por lo general, estaban inspiradas en el universo de otros autores. La lectura de sus primeras obras quedaba reservada a familiares y amigos.En 2001, se trasladó a Braga para continuar con sus estudios. En esa época, decidió que sus escritos deberían ser algo más que un pasatiempo privado. Como consecuencia de esta decisión, publicó varias obras en antologías portuguesas y revistas de varios sub-géneros destinadas a fans (fanzines) de la ficción especulativa.En la actualidad reside en Braga, donde divide su tiempo entre su trabajo como ingeniero informático, y su pasión por la escritura y la lectura.

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    Fantasias Negras e Outras Histórias - Joel Puga

    Momentos antes, a sala encontrava-se às escuras. Agora não. Uma luz vermelha entra pelas janelas a sul, pintando de sangue tudo o que banha. Pelas janelas a norte, entra uma outra, dourada, transformando cortinas e mobília em ouro, qual toque de Midas.

    Onde as duas se encontram, no meio da sala, quebrando todas as leis da cromática, forma-se uma linha negra. Sob esta, sentado numa poltrona de couro, repousa o barão Ekkehard, os olhos fixos na lareira onde há mais de cinco séculos não arde fogo algum.

    Ele recorda o dia em que descobriu a verdade sobre o Céu e o Inferno, quando, nesta mesma sala, recorrendo a uma bola de cristal, o velho mago lhe mostrou como eram os dois destinos que esperam todos os homens, depois do fim.

    O Inferno não lhe agradou. A luz e o calor excessivos sempre o incomodaram. Isto para não falar da total e absoluta anarquia e dos tormentos que o Cornudo inflige a todos os que lá vão parar.

    Todavia, o Céu não era melhor. Um reino excessivamente regrado, onde cada ato era regulamentado, numa tentativa de suprimir a individualidade e criar uma igualdade artificial e impossível.

    Ekkehard decidiu, então, que iria fazer tudo o que pudesse para se manter na Terra. O mago aconselhou-o a procurar um homem de que tinha ouvido falar e que talvez o pudesse ajudar. Porém, também o avisou do Armagedão, do dia em que todos os seres, sem exceção, seriam levados para um dos reinos do pós-morte. O barão não prestou atenção ao aviso. Afinal, ainda estava distante.

    Ekkehard leva à boca um copo de Bordeaux, o único vinho cujo sabor as suas papilas gustativas, atrofiadas com o passar dos séculos, podiam sentir.

    O barão recorda-se da viagem à Transilvânia, das aventuras e desventuras. Lá, encontrou o homem que o mago lhe indicara. Se tal criatura podia ser chamada de homem. Um ser deformado e corcovado, careca e de pele arroxeada. Poucas palavras inteligíveis lhe saíam da boca, cheia de dentes tortos ou em falta, por entre os quais sobressaíam dois longos caninos.

    Ekkehard percebeu o porquê de ter aquele aspeto quando viu o abrigo deste outrora homem: uma caverna no meio da floresta, perdida nos Cárpatos, sem mobílias ou ferramentas ou qualquer outro vestígio de civilização, pejada de ossos e carcaças de animais, cujo sangue lhe servira de alimento.

    Com muito esforço, o barão conseguiu que a criatura o mordesse sem beber sangue. Apenas o suficiente para lhe passar a doença, para torná-lo num dos mortos-vivos eternos, aqueles com capacidade para durar até ao fim dos dias desta Terra.

    Ekkehard levanta-se da poltrona e ajusta as placas da sua secular armadura, que manteve em boas condições precisamente para este momento. Calmamente, caminha até à lareira e pega na espada que repousa sobre ela.

    Imagens dos séculos a seguir à sua transformação surgem-lhe na mente. Praticamente imortal e vendo o Armagedão ainda distante, dedicou-se àquilo que mais amava: a guerra. Deixando o castelo à guarda de serventes mortais, que o mantiveram em bom estado, participou em todas as guerras que conseguiu: as Guerras Turcas, a Guerra Anglo-Espanhola, a Guerra da Independência Americana, as Guerras Napoleónicas, a Guerra da Crimeia, entre muitas outras. E nelas supria, também, a sede de que sofrem todos os membros da sua raça não-morta – o sangue humano era bem mais nutritivo que o de qualquer animal.

    Contudo, conforme o vampirismo lhe foi destruindo o paladar e o tato, também o prazer, a emoção que tirava das batalhas foi desaparecendo. Após a Grande Guerra, pousou as armas e começou à procura de algo para preencher o vazio

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