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Poder siciliano
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E-book168 páginas3 horas

Poder siciliano

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Sobre este e-book

O homem mais poderoso da Sicília queria-a!

Annie só tinha o seu bebé, porém havia o risco de o perder! Falcon Leopardi reclamava o filho do seu falecido meio-irmão… e ninguém conseguia recusar nada àquele solteiro de coração endurecido.
Contudo, já na Sicília, o dever familiar e o sentido de justiça entram em conflito, e Annie e o seu filho vêem-se envolvidos numa guerra de família. O carismático Falcon pretende proteger Annie com uma paixão avassaladora, uma paixão que só os sicilianos mais poderosos são capazes de fazer nascer…
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jan. de 2012
ISBN9788490106556
Poder siciliano
Autor

Penny Jordan

After reading a serialized Mills & Boon book in a magazine, Penny Jordan quickly became an avid fan! Her goal, when writing romance fiction, is to provide readers with an enjoyment and involvement similar to that she experienced from her early reading – Penny believes in the importance of love, including the benefits and happiness it brings. She works from home, in her kitchen, surrounded by four dogs and two cats, and welcomes interruptions from her friends and family.

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    Pré-visualização do livro

    Poder siciliano - Penny Jordan

    CAPÍTULO 1

    Annie esfregou os olhos. Eram de um azul intenso, com pestanas compridas e grossas. Eram uns olhos dos quais qualquer mulher se sentiria orgulhosa, se não fosse porque lhe doíam de cansaço. Levantou a mão, tinha o pulso tão magro que parecia perigosamente frágil. Afastou o cabelo loiro natural e ligeiramente ondulado que lhe caía até à altura dos ombros. Normalmente, tinha-o preso num coque, porém Ollie agarrara-o antes, quando estava a dar-lhe banho e, no fim, fora mais fácil deixá-lo solto. Amava imenso o seu bebé. Significava tudo para ela e não havia nada que não fizesse para o proteger. Nada.

    Passara toda a noite a ler. O trabalho de investigação a tempo parcial não era muito bem pago, claramente, não tão bem pago como o seu anterior emprego, no qual trabalhava como investigadora para um novelista tornado dramaturgo. Tom pagava-lhe muito bem e a sua esposa e ele tinham-se tornado bons amigos.

    O rosto de Annie mudou. A luz do seu pequeno apartamento de um quarto não era suficiente para o exigente trabalho que estava a fazer. Na mesa-de-cabeceira, ao lado do seu trabalho, havia uma carta de Colin, filho do seu falecido padrasto, entre o correio que lhe tinham enviado da sua antiga morada. Annie tremeu e olhou para trás, como se tivesse medo de que o próprio Colin se materializasse, de repente, à frente dela.

    Colin estava a viver na casa que pertencera ao seu pai e que devia ser dela. Colin roubara-lha, tal como lhe roubara… Annie tremeu, não queria pensar em Colin.

    Todavia havia vezes em que se via obrigada a fazê-lo pelo bem de Ollie. Colin não aprovava o facto de ela ter ficado com o bebé em vez de o ter entregado para adopção, como ele queria que fizesse. Mas nada podia fazer com que se afastasse do seu bebé, nem sequer as tentativas de Colin para a fazer sentir-se culpada por ter ficado com ele. Insistiu que outras pessoas, um casal, dariam ao menino uma vida melhor do que ela poderia proporcionar-lhe como mãe solteira. Colin conseguia ser muito persuasivo quando queria. Annie tivera muito medo de que ele conseguisse adeptos para a sua causa.

    Às vezes, receava que nunca fosse capaz de parar de olhar para trás, que Colin tivesse conseguido segui-los e conseguisse afastá-la filho.

    Nem sequer lhe contara que estava grávida. Todavia Susie, a esposa do autor para quem estivera a trabalhar quando tudo acontecera, a violação que sofrera às mãos de Antonio Leopardi, pensara que lhe faria um favor se escrevesse a Colin e lhe contasse o que acontecera. Susie estava contente por Colin lhe oferecer um lar depois do nascimento de Ollie, para além de todo o apoio de que precisasse.

    No entanto Annie rejeitara a oferta. Afinal de contas, conhecia-o muito melhor do que Susie. Ficara no seu apartamento com a desculpa de que ela queria que Ollie nascesse no hospital local, que contava com uma excelente reputação.

    Colin recusara-se a ser ignorado e insistira em continuar a visitá-la. Ao princípio, fingira estar de acordo com a sua decisão de ficar com o bebé quando nascesse, porém a farsa desaparecera assim que percebera que Antonio Leopardi não ia apoiar a sua exigência económica de se ocupar do seu filho.

    No entanto Colin não dissera nada disso a Susie e a Tom, que tinham sido tão amáveis com ela.

    No fim, Annie começara a sentir-se desesperada e pressionada, temerosa de que Colin conseguisse afastá-la do seu bebé de alguma forma. Portanto, algumas semanas depois do nascimento de Ollie, enquanto Colin estava na Escócia a resolver os assuntos de um velho primo do seu pai que acabara de falecer, Annie decidira não renovar o contrato de arrendamento do seu apartamento e mudar-se para começar uma nova vida com Ollie.

    Sem contar a ninguém o que ia fazer, nem sequer a Susie e a Tom, procurara um novo apartamento e um novo trabalho e, depois, simplesmente desaparecera, deixando instruções precisas de que a sua nova morada era estritamente confidencial.

    Fora fácil fazê-lo numa cidade tão grande como Londres. Isso acontecera há cinco meses, mas Annie continuava a não se sentir segura.

    Sentira-se culpada por não ter dito nada a Susie e a Tom, mas não pudera arriscar. Eles não conheciam Colin como ela, nem sabiam o que era capaz de fazer.

    Annie voltou a tremer ao recordar como se sentira desafortunada quando os seus pais se tinham casado e como tentara explicar à sua mãe que Colin a fazia sentir-se incomodada. Estava sempre a observá-la, a vigiar cada movimento que fazia.

    Nessa altura, Colin estava na universidade. Tinha dezanove anos e ela tinha doze, mas, quando os seus pais se casaram, ele decidira mudar de planos e viver em casa, de onde ia todos os dias para a sua nova universidade.

    Colin não gostava de Claire, a melhor amiga de Annie, e a sua mãe sugeriu que seria melhor que Claire deixasse de ir lá a casa depois de um incidente em que Colin estivera prestes a atropelá-la com o carro do seu pai enquanto ela andava de bicicleta. E Colin não gostava de Ollie. Annie tremeu novamente.

    Ela nunca conhecera o seu pai biológico. Era soldado e morrera numa emboscada no estrangeiro antes de ela nascer. Porém Annie fora muito feliz com a sua mãe.

    O seu pai deixara-as muito bem, já que era de uma família rica e a mãe de Annie sempre dissera que esse dinheiro acabaria por ser dela. Contudo agora estava nas mãos de Colin, porque a sua mãe morrera antes do seu segundo marido, o que significava que a casa ficara para ele e, depois, seria de Colin. A casa que devia ser de Annie e de Ollie fora-lhes negada.

    Olhou de forma automática para o berço do seu filho. Ollie adormecera. Incapaz de resistir à tentação, Annie levantou-se para olhar para ele. Era tão bonito, tão perfeito, que às vezes o simples facto de olhar para ele a enchia de uma felicidade e de um amor que invadiam o seu coração. Era um bebé maravilhoso, saudável, feliz e muito bonito, com a cabeça coberta de caracóis pretos sedosos, com uns olhos azuis impressionantes e umas pestanas pretas grossas. As pessoas paravam para o admirar.

    Adoravam-no na creche pública onde tinha de o deixar durante a semana, enquanto ia para o seu emprego como empregada de escritório, o único emprego que arranjara sem ter de responder a demasiadas perguntas. A maioria das suas colegas era estrangeira, trabalhava arduamente, mas era renitente a falar de si própria.

    O seu mundo presente era muito diferente do mundo onde crescera e do futuro que esperara. A infância de Ollie, ao contrário da sua, não decorreria numa casa confortável com o seu próprio jardim. A zona onde viviam era bastante marginal e cheia de grandes blocos de apartamentos. Ao princípio, mostrara-se horrorizada com a ideia de viver ali, porém, naquele momento, agradecia o anonimato e os seus vizinhos, que não faziam perguntas nem gostavam que as fizessem.

    Ollie abriu os olhos e olhou para ela com um sorriso radiante. Annie sentiu que se derretia. Amava-o muito. O amor maternal era algo extraordinário… levava-a a amar o seu filho, apesar do horror da sua concepção.

    Annie voltou a tremer. Tentava sempre não pensar no que lhe acontecera em Cannes. Por sorte, não tinha lembranças da sua desgraça, devido à droga que lhe tinham posto na bebida. Susie, que a encontrara no seu quarto ainda drogada e enjoada na manhã depois da violação, quisera que fosse à polícia, porém Annie recusara-se. Estava demasiado nervosa e tinha medo de que não acreditassem. Susie fora muito carinhosa com ela. Annie sentia a falta da sua amizade. Tal como Colin, Susie considerava que o seu violador devia ver-se obrigado a apoiar economicamente o seu filho e fora Susie quem dissera o nome de Antonio a Colin, algo que a própria Annie se recusara a fazer.

    Annie não se surpreendera quando Antonio se recusara a ajudá-la e sentira-se aliviada ao ler a notícia da sua morte no jornal. Não haveria nenhuma necessidade de Ollie saber do seu pai nem de como fora concebido. A menos que Colin os encontrasse.

    Sentiu um aperto no estômago. Não podia encontrá-los. Não devia. E ela não tinha de pensar nisso para evitar conjurar que acontecesse.

    Considerava-se uma pessoa racional e realista, muito consciente da dura realidade da vida, mas, às vezes, em ocasiões como aquela, quando se sentia tão sozinha, desejava que existissem as fadas-madrinhas para que, com um toque da sua varinha mágica, os transportasse para um lugar onde Colin não conseguisse alcançá-los.

    O hall do hotel de cinco estrelas estava vazio quando Annie se baixou para arrancar um pedaço de pastilha elástica do chão de mármore. O seu turno acabara, mas o recepcionista, que aparentemente não sentia nenhuma simpatia por ela, insistiu que apanhasse a porcaria que a mulher que saíra há alguns instantes atirara para o chão. Annie pensava que o fizera deliberadamente.

    O sol brilhava com força lá fora, os seus raios fortes atingiam os olhos de Annie, fazendo-a sentir-se incomodada. Pestanejou e levantou a cabeça numa tentativa de evitar a luz.

    Falcon não estava de muito bom humor. Chegara a Londres ao princípio da semana e dirigira-se directamente para uma reunião com o director da agência de detectives mais importante do país. Uma vez lá, tinham-lhe dito que tinham identificado Annie Johnson como mãe do filho de Antonio, mas que desaparecera há cinco meses, levando o menino com ela. Ainda não a tinham encontrado.

    Falcon perdera uma tarde inteira com Colin, um homem que detestara imediatamente, e agora recebera uma mensagem do seu irmão mais novo, Rocco, a dizer-lhe que a saúde do seu pai piorara repentinamente.

    – Agora está estável e regressou ao castelo – contou-lhe Rocco, – mas no hospital disseram que está muito frágil.

    Falcon sabia que precisava de estar na Sicília, tinha responsabilidades para com a sua família. Todavia também se sentia responsável por aquele bebé concebido daquela forma pelo seu meio-irmão, que depois o renegara como se fosse lixo. Falcon nunca gostara de Antonio. Achava que era impossível que o desprezo que sentia por ele aumentasse, porém estava errado.

    Quando entrou no hall do seu hotel, com os olhos protegidos da luz do sol por uns óculos de sol da Cartier, a primeira coisa que viu foi uma empregada ajoelhada no chão ao lado do seu balde de água suja. Vestia uma bata azul descolorida e tinha o cabelo afastado do rosto sem maquilhagem, no entanto, quando levantou a cara para evitar a luz do sol nos olhos, Falcon sentiu um aperto no coração.

    Era ela. Não havia dúvida nenhuma. Afinal de contas, acabara de deixar o escritório onde lhe tinham mostrado a sua fotografia no relatório. Apesar da expressão fatigada do seu rosto, não havia forma de confundir aqueles olhos intensamente azuis nem aquele rosto elegante, com o nariz pequeno e os lábios carnudos. A mão que esticara para arrancar o pedaço cinzento de pastilha elástica que alguém atirara para o chão imaculado estava vermelha e inchada e tinha o pulso fino e frágil. Contudo era ela. Milagrosamente, era ela.

    O recepcionista continuava a olhar para ela fixamente, fazendo com que Annie sentisse uma onda de raiva. O seu turno acabara e não iam pagar-lhe aquele tempo extra. A pastilha elástica não era responsabilidade dela. Levantou-se bruscamente e susteve a respiração ao ver que o seu movimento causava um contacto físico com alguém. E não com uma pessoa qualquer, reconheceu, enquanto umas mãos masculinas a agarravam. Parecia que a sua intenção era pará-la, pensou Annie, em vez de evitar que caísse, porque não acreditava que um homem assim se importasse muito com o destino de alguém como ela. Vestia um fato caro e tinha os olhos cobertos por óculos de sol escuros. Tinha a pele e os olhos escuros.

    O homem continuava a segurá-la, à espera que se desculpasse por se atrever a respirar o mesmo ar que ele, pensou com amargura. Tentou afastar-se dele, porém só conseguiu fazer com que a segurasse com mais força. Levantou o olhar para ele. Uma sensação incómoda percorreu-lhe o corpo face àquele contacto. O seu coração acelerou. Sentia-se enjoada e os seus pulmões precisavam de oxigénio, como se se tivesse esquecido de respirar. No entanto respirava, embora com dificuldade.

    Uma sensação extraordinária apoderou-se de Falcon. Não sabia de onde procedia. A única comparação que lhe ocorreu foi a lembrança de quando subira,

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