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Assassinato no Tíndaris
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E-book258 páginas3 horas

Assassinato no Tíndaris

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Sobre este e-book

Kansas City, 1922: um polo de jazz e de mafiosos. Enquanto no lado do Kansas há Carrie Nation e proibição, no lado do Missouri, os irmãos irlandeses Pendergast fazem o álcool fluir.


Claire O'Connor é uma jovem repórter de um jornal local, ansiosa por encontrar um caso dos grandes. Enquanto entrevista Anthony Glaviano acerca de seu novo restaurante, um homem é baleado lá fora.
Claire quer resolver esse assassinato. Mal sabendo ela, Anthony esconde segredos, e o verdadeiro propósito do restaurante é algo completamente diferente. Os dois têm um affair, mas pouco depois, um detetive atraente começa a chantagear Claire para descobrir mais sobre a família Glaviano e seus negócios criminosos, e Claire precisa decidir com quem está sua lealdade.


Assassinato no Tíndaris, de Connie L. Beckett, é um romance misterioso que se passa nos Estados Unidos do início do século XX.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de mai. de 2023
Assassinato no Tíndaris

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    Assassinato no Tíndaris - Connie L. Beckett

    CAPÍTULO UM

    Anthony e a repórter, Claire O'Connor, marcaram um encontro para o início da tarde. Ela tinha uma voz rouca, mas lírica, ao telefone, então Anthony imaginou uma mulher de ossos grandes e pouco atraente, com cabelo curto e vestida com roupas mais adequadas a um homem. Afinal, que mulher respeitável gostaria de trabalhar no ramo jornalístico, ainda mais se encontrar com um homem que ela não conhecia em uma área tão badalada da cidade?

    Sentado a uma mesa no fundo do Tíndaris, Anthony bateu as cinzas do cigarro e olhou para o relógio. Eles marcaram para se encontrar às três horas. Faltavam cinco minutos para o horário. A repórter havia afirmado que o jornal tinha prazo para a edição do dia seguinte e precisaria encontrá-lo com antecedência para que ela pudesse escrever a matéria antes desse prazo. Isso estava bom para ele. Cedo a essa hora, o lugar estava quase vazio. Atrás do bar, Jimmy estava ocupado alinhando copos limpos e cortando limões em preparação para a multidão da noite.

    Anthony tomou um gole de gim tônica à sua frente, deu uma tragada no cigarro e olhou em volta para se certificar de que o lugar estava limpo e pronto para os clientes. A princípio, ele não percebeu o maître escoltando uma mulher em sua direção.

    Uma jovem querendo trabalhar como empregada doméstica nos quartos do andar de cima foi sua primeira impressão, mas quando eles se aproximaram, ele percebeu que não era uma empregada humilde.

    A jovem era linda, com pele clara e cabelos ruivos curtos que espreitavam por baixo de um chapéu estiloso. Quando ela tirou o xale, ele pôde ver que ela tinha seios empinados e uma cintura fina acima dos quadris que desapareciam sob uma saia justa. Ele começou a calcular uma maneira de atrasar a repórter que ele tinha previsto que logo interromperia seus esforços com essa garota encantadora quando o maître fez um anúncio com uma expressão cética no rosto.

    — Sr. Glaviano, esta mulher disse que tem um compromisso marcado com o senhor.

    Anthony se levantou, um formigamento agradável começando em sua barriga.

    — Claire O'Connor — disse ela, dando um passo à frente e estendendo a mão. — Tínhamos um compromisso às três horas, creio eu.

    Anthony não conseguiu resmungar uma palavra de sua garganta repentinamente apertada.

    Ela o observou, um olhar divertido em seu rosto e uma mão ainda estendida.

    Finalmente, o mundo de Anthony começou a girar novamente, e ele apertou a mão dela, sentindo como se nunca mais quisesse soltá-la. Ele podia sentir o cheiro de sua fragrância atalcada, sentia o calor de sua palma contra a dele. Afogado naqueles lindos olhos verde-jade.

    Depois de uma eternidade, ele puxou a mão e disse: — Senhorita O'Connor, um prazer conhecê-la. Por favor, sente-se.

    CAPÍTULO DOIS

    Em seu lugar na redação cheia de escrivaninhas, de tagarelice ao telefone e de tinidos das máquinas de escrever, Claire O'Connor alisou o cabelo antes de colocar seu novo chapéu clochê no topo da cabeça.

    — Eu mandaria Peterson junto com você, mas ele está fazendo as fotos para o assalto a banco desta manhã no National com Hamilton, e fica do outro lado da cidade — disse seu chefe, Harry Dudley, ao se aproximar da escrivaninha dela.

    — Vou ficar bem, Sr. Dudley — ela lhe disse, embora nunca tivesse estado nesta parte da cidade. Não era uma área segura para uma jovem desacompanhada vagar sozinha, e ela se preocupou que o Sr. Dudley pudesse ouvir a batida de seus joelhos sob a saia de lã.

    Harry Dudley tirou o charuto da boca e deu-lhe um olhar minucioso. — É dia e não acontece muita coisa lá à tarde. Você deve ficar bem. Pegue os cinco Ws e volte assim que puder.

    Era a instrução padrão de um repórter — quem, o quê, quando, onde, por que e como — que Claire conhecia muito bem.

    — Sim, senhor, Sr. Dudley — ela lhe disse, exibindo seu sorriso mais confiante. Com apenas um pequeno tremor de sua mão, ela pegou seu bloco de notas e lápis e saiu. Esta poderia ser a primeira de muitas histórias noticiáveis, e a perspectiva a emocionou. Claro, dependia de os editores gostarem ou não do que ela escrevesse.

    No caminho até o Tíndaris, Claire tentou revisar suas anotações sobre o novo restaurante e as perguntas que havia anotado no bloco de notas uma última vez, mas sua mente divagava.

    Ela estava grata pelo Sr. Dudley tê-la contratado, mas ela ansiava — na verdade, implorava — por mais histórias noticiáveis. Mais como cobrir o assalto à mão armada que ocorreu esta manhã no National Bank. Sam Hamilton e Mark Peterson foram designados para essa história. Ela, por outro lado, cobria bailes de debutantes e causas femininas da sociedade. Felizmente, isso era algo um pouco mais interessante; a abertura de um grande novo restaurante. Pelo menos não estava escrevendo avisos de nascimento e obituários. Por isso ela podia agradecer ao fato de o Sr. Dudley ser um antigo colega de escola de seu pai, Tag O'Connor.

    — Chegamos, senhorita O'Connor — disse Clyde, o velho motorista negro que o jornal contratou para conduzir os repórteres a vários locais.

    — Obrigada, Clyde — ela lhe disse e saiu do carro. Era início de dezembro e ela apertou o casaco contra o vento gelado. — Volte para me pegar em, digamos, quarenta e cinco minutos.

    — Voltarei, senhorita — ele disse, tocando a aba do chapéu.

    O maître conduziu Claire passando por mesas desocupadas com toalhas brancas e talheres prontos para a chegada da multidão do jantar, até um homem sentado sozinho à mesa. Mesmo com pouca luz, ela podia ver que ele era bonito, com cabelos pretos, pele morena quente, fortes traços sicilianos e lábios sensuais.

    Seu coração deu um pulo quando seu olhar pousou naqueles lábios. Ele parecia alguns anos mais velhos que os vinte anos dela, mas ainda parecia muito jovem para ser proprietário de um negócio como este. Mentalmente, ela acrescentou uma pergunta de como ele comprou tal estabelecimento à sua lista de perguntas.

    Quando ele se levantou para cumprimentar Claire, uma expressão estranha apareceu no rosto dele. Ele era um daqueles homens tradicionais que acreditavam que o trabalho de uma mulher envolvia apenas servir o marido e cuidar dos filhos? Ela havia falado com ele ao telefone, então por que a surpresa?

    Finalmente, ele esboçou um sorriso torto e apertou a mão estendida dela, segurando-a por um momento maior do que poderia ser considerado educado. Enquanto eles se sentavam, ele parecia afobado, tendo que pegar o guardanapo de pano que caiu de seu colo quando ele se levantou para cumprimentá-la. Qualquer que fosse o motivo do desconforto dele, Claire poderia usá-lo a seu favor. Isso a fez se sentir um pouco mais confiante. Ela se sentou, endireitou os ombros, colocou o bloco de notas sobre a mesa e o abriu em uma página em branco.

    Eles conversaram por alguns minutos sobre o tempo e os próximos feriados. Então chegou a hora do primeiro tópico: quem era esse novo dono?

    — Conte um pouco sobre você — ela disse a Anthony depois que o barman colocou as bebidas na mesa. Chá quente para ela e outro do que ele esteve bebendo para Anthony.

    Ele sorriu, tomou um gole. — O que você quer saber?

    — Você possui e também administra o Tíndaris?

    — Eu e meus sócios ocultos.

    Lápis posicionado sobre o papel, Claire perguntou: — Quem são esses sócios ocultos?

    Anthony deu aquele sorriso novamente, aquele que insinuava uma diversão particular. — Eles são ocultos. Isso significa que eles não querem se identificar.

    Claire sentiu-se corar. Foi um erro de iniciante e a fez sentir que havia perdido um pouco de terreno na entrevista.

    Anthony bateu com um maço de cigarros no tampo da mesa, mas não tirou nenhum.

    Claire deu a ele seu sorriso mais confiante e disse: — Fale sobre você então.

    Ele encolheu os ombros. — Voltei para minha cidade natal depois que a guerra acabou, procurei por uma oportunidade de negócio e a vi como uma boa oportunidade... Um bom lugar em uma boa localização, dado como esta parte da cidade está movimentada.

    Ela assentiu. Era verdade. Quando ela conseguiu escapar do controle de sua mãe, ela e sua amiga Josie, o irmão mais velho de Josie e sua esposa foram a um local próximo para ouvir música. A mistura jazzística de trombetas, saxofones, piano e clarinete, junto com a batida da bateria e do contrabaixo, agitava seu sangue.

    — Fale-me sobre o Tíndaris e o que o restaurante oferece. É um nome incomum. Como você chegou a ele? — Claire perguntou, embora a resposta de Anthony sobre quem ele era não tivesse dito muito a ela. Foi um assunto que ela decidiu deixar de lado e prosseguir mais tarde na entrevista.

    — Minha família veio da Sicília. Meu pai visitava a cidade de Tíndaris quando criança e tem boas lembranças dela. Ele sugeriu que nomeássemos o restaurante em homenagem a ela. Agora, sua segunda pergunta. Estamos no mercado desde setembro. Nós estamos localizados perto o suficiente dos pontos de jazz que recebemos clientes antes e durante o horário de funcionamento deles. Nosso chefe de cozinha treinou na Europa e na Itália. Jimmy ali — ele apontou para o barman que deu um pequeno aceno — tem uma grande seleção de bebidas, cerveja e vinho que não são facilmente encontrados em outros lugares. — Ele se inclinou sobre a mesa para acrescentar conspirativamente: — Essas garrafas, claro, mantemos fora de vista.

    Claire anotou o que ele disse. Mesmo com os olhos no papel, ela podia sentir seu olhar penetrante enquanto a observava escrever. Isso tanto a aborrecia quanto a emocionava.

    — Você mencionou bebidas alcoólicas. Claro que existem leis de proibição. Como isso afeta o seu negócio?

    Anthony bufou. — Algumas ruas adiante fica a fronteira seca do Kansas. Funciona muito bem para nós aqui no Missouri, onde estamos abertos, e é uma viagem curta para nossos clientes do Kansas. Não vejo a proibição durando muito. A guerra acabou, a economia está crescendo, as pessoas estão ficando ricas. Esses caras de Washington não devem arriscar retardar a recuperação.

    Claire não estava tão certa. Sua família morava no lado do Kansas e era batista. Nenhuma bebida alcoólica jamais foi servida em casa sob o olhar severo de sua mãe, e histórias de vidas arruinadas causadas pela bebida demoníaca eram contadas e recontadas entre os amigos de seus pais. Olhando em volta para o restaurante vazio, ela perguntou: — Não vejo uma pista de dança. Você tem planos de expandir e adicionar música ao vivo?

    Anthony pensou por um minuto e então respondeu. — Talvez no futuro, mas não há planos assim agora.

    — E essa é a opinião de seus sócios ocultos também? — Claire ainda estava curiosa sobre essas pessoas anônimas. Ela precisaria fazer uma ligação para a capital do Missouri para perguntar sobre registros comerciais.

    Anthony balançou um dedo para ela e sorriu. — Isso, boneca, seria um assunto para manter entre nós sócios.

    Ela começava a dizer algo sobre ser chamada de boneca. Afinal, ela era uma mulher profissional, mas parou. Hora da perguntar onde.

    — Você está certo. Este é um bom local. O que fez você escolher aqui?

    — Porque é onde está a ação, como você mesma disse.

    — Você comprou o prédio? — Claire perguntou. — Percebi que há andares acima do local. Ou você simplesmente aluga o espaço?

    Pela primeira vez, uma nuvem passou por seu rosto substituindo a expressão arrogante.

    — Estava disponível — ele respondeu simplesmente.

    Frustrada com suas respostas enigmáticas, Claire olhou para as anotações que havia feito até então. Realmente, não havia nada de substancial para sua história. Claro, ele respondeu às suas perguntas, mas as respostas foram brandas, sem detalhes ou entusiasmo. Pelo menos parecia assim para ela, em comparação com a efusividade das entrevistas com mães e mulheres jovens se preparando para eventos de debutante à qual ela estava acostumada. Ela olhou para cima e suspirou.

    — Então, Sr. Glaviano, por que um restaurante em vez de tantos outros negócios que o senhor poderia ter aberto? Especialmente com a promulgação de leis federais de proibição.

    Uma expressão confusa apareceu no rosto dele. Ela esperava que ele dissesse que sempre fora um sonho dele, ou que amava a cena do jazz, ou que ali estava uma oportunidade de aproveitar o novo estilo de vida que se desenvolveu após o fim da guerra. Algo que mostrava sua motivação além das respostas chatas que tinha dado até então.

    — Acho que nunca pensei muito...

    A atenção dele girou para longe dela. Algo lá fora na rua chamou sua atenção. Claire seguiu seu olhar para ver o que era. Um grande automóvel preto havia parado próximo à passarela em frente ao Tíndaris. O primeiro a sair do carro de turismo com chauffeur, e não muito graciosamente, foi um homem corpulento de cabelos grisalhos. Ele estava vestido com um terno e casaco escuros e sóbrios. Ele estendeu a mão para alguém lá dentro e uma mão delicada pegou a dele. Foi seguida pelo rosto de uma mulher de aparência exótica, com cabelos escuros curtos e olhos enormes. Uma longa perna serpenteava por baixo de uma saia vermelha curta e brilhante. Liderando aquela perna estava um pé esguio em um sapato vermelho-sangue de salto alto e tiras. À medida que mais aparecia, Claire podia ver que ela tinha uma echarpe branco de arminho enrolada nos ombros. Claire se virou para olhar para Anthony do outro lado da mesa. Ele sentava-se rígido, observando o desembarque do casal. O cavalheiro era alguém que ele conhecia ou foi à mulher que capturou sua atenção? Aquele homem era um dos sócios ocultos? Se fosse isso, por que a tensão?

    Anthony ainda estava focado no casal, então Claire se virou novamente para assistir à atividade.

    A mulher tinha quase completado sua saída quando um elegante cupê parou rapidamente atrás deles.

    Houve uma explosão de atividade quando homens empunhando pistolas saltaram de ambas as portas. Eles correram em direção ao casal com as armas em punho. O homem gritou algo que Claire não conseguiu entender e empurrou a mulher de volta para dentro. Assim que ele tentou voltar para o carro para se juntar a ela, tiros soaram.

    Claire ouviu um distinto pop-pop-pop. De repente, Anthony a puxou rudemente para o chão e a empurrou para debaixo da mesa, seu corpo entre o dela e a ação na rua.

    Outro estalo soou, junto com o som de pés batendo e o guincho de pneus.

    — Fique aqui — sibilou Anthony, empurrando Claire mais para debaixo da mesa e deixando cair à toalha para escondê-la.

    Claire ouviu a respiração ofegante e percebeu que era sua própria respiração rápida. Sangue rugia em seus ouvidos. O barulho da rua irrompeu quando alguém abriu a porta do restaurante.

    — Jimmy, telefone para o meu pai — gritou Anthony. A porta se fechou e ela ouviu um barulho quando o barman pegou o telefone e ordenou que a operadora discasse um número.

    O coração de Claire batia forte e o calor a inundava. Com a mão trêmula, ela levantou uma ponta da toalha para olhar, mas tudo o que ela podia ver pela janela de sua posição no chão era a cabeça de Anthony enquanto ele se inclinava para olhar algo no chão.

    CAPÍTULO TRÊS

    Por um tempo — segundos ou minutos, Claire não conseguia descobrir — os únicos sons que ela ouvia eram de sua própria respiração irregular e a voz baixa de Jimmy ao telefone. Nesse momento, o som estridente de um apito de polícia quebrou o silêncio. Ela saiu de baixo da mesa no momento em que Jimmy desligou o telefone e correu para a porta para ver o que estava acontecendo na rua.

    Rapidamente, Claire pegou seu bloco de notas de repórter e seu lápis do chão onde haviam caído na confusão e correu para uma das janelas com vista para a rua. O homem que havia saído do automóvel com chauffeur estava caído na calçada no centro de uma poça de sangue que se espalhava. Claire engasgou e sentiu seu estômago revirar. Ela nunca havia visto uma pessoa morta, mas a julgar pela imobilidade e olhos semiabertos, aquele homem certamente estava morto. E o sangue, quanto sangue.

    A porta traseira do carro havia sido aberta para o lado da rua, contrário ao morto. Claire podia ver Anthony, ajoelhado no banco, ajudando um policial que estava puxando uma pessoa para fora. Era a dama de echarpe de arminho, Claire percebeu quando viu vislumbres de branco e vermelho enquanto trabalhavam para tranquilizá-la.

    Claire começou a esboçar a cena, mas suas mãos tremiam e as linhas do desenho estavam irregulares. Ela parou, respirou fundo e abriu e fechou a mão que escrevia em um esforço para acalmar os nervos. Mais calma, ela recomeçou, grata por sua mãe ter insistido em que ela tivesse aulas de arte.

    — Senhorita, senhorita, preciso levá-la embora antes que os tiras intrometidos cheguem e comecem a fazer perguntas.

    Absorta no esboço, Claire se encolheu, assustada. Ela afastou o olhar da janela e encontrou Jimmy ao seu lado.

    — Aqui — ele lhe disse, apontando para além do bar. — Tem uma saída pelos fundos. Você tem um motorista esperando por

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