Pessoas e Símbolos de Cachoeira do Sul

De Ruth Fernandes Wigner

Existem pessoas especiais e inesquecíveis, que modelam a alma, que servem de exemplo e de inspiração para nossas vidas: pais, educadores, médicos, amigos. Existem cidades que são únicas, verdadeiros marcos de lembranças gravadas em nossa alma e coração, como Cachoeira do Sul, onde nasci, vivi minha infância e adolescência. Em 1965, professora primária estadual, transferi-me para Porto Alegre, para continuar estudos superiores, em falta na localidade. Em julho de 2014, retornei à cidade natal para realizar, no Atelier Livre Municipal, exposição de pinturas "Deuses e Símbolos", com inspiração na história e mitologia grega. Em périplo pelo centro urbano, caminho da Praça Baltazar de Bem, do célebre Chateaudeau, com Poseidon (deus das águas) e esculturas deterioradas, até a Praça José Bonifácio, revejo e fotografo prédios, monumentos, calçamento em ruínas, que carecem de restauração, revitalização como símbolos históricos e atrações turísticas. Poemas e acrósticos foram as formas de expressão escolhidas para refletir pensamentos e sentimentos de saudades, carinho, gratidão a pessoas dignas e honradas, as quais considero pontos de interconexão positiva em minha vivências, da insubstituível terra cachoeirense.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Buqui
• Data de lançamento: 5 de dez. de 2014
• ISBN: 9788583381440

Pré-visualização do livro

De volta a Cachoeira do Sul, cidade onde nasci e vivi minha infância e adolescência, caminho pelas ruas e, a partir da Rua Sete de Setembro, via principal, inicio meu revival…

Máquina fotográfica a tiracolo, adentro o hall da Sede do Clube Comercial. Não encontro ninguém na portaria, e me surpreende o descaso, o descuido, o abandono daquele outrora espaço reservado de lazer, exclusivo de associados e visitantes convidados. Tiro fotos do hall deserto e escuro. Um menino desce correndo pelas escadarias, sai, e volta ainda correndo.

Pergunto-lhe aonde vai. Pareceu-me responder algo como academia?!?

Ao virar-me, vejo um pequeno cão malhado em preto e branco, que subira a escada, e, de cabeça erguida, parece tudo observar tão surpreso como eu…

Surpreendem-me os enormes painéis de bronze, na parede, ao fundo: um apresenta os nomes de pessoas VIPs da época dourada da elite cachoeirense,