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Felicidade
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E-book246 páginas2 horas

Felicidade

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Sobre este e-book

Jane, uma moça ruiva, curiosa e engraçada precisava de um tema para o TC de sua faculdade de Letras, que lhe deu a missão de escrever um livro, em estilo documentário, com tema livre.
Depois de muito adiar a escolha do tema o seu TC, Jane Carvalho Valim, separa seus dois meses de férias de fim de semestre para escrever este tal livro-documentário, cobrado em seu TC. Não raciocinando como um mero pensador comum, Jane decide por escrever sobre a felicidade, porém vista pelos olhos de outras pessoas. Pessoas tais que residem em diferentes continentes do mundo.
Para descobrir, ela fez suas malas, - gigantes, diga-se de passagem – pegou sua bicicleta dobrável e foi. Foi à procura. Jane decidiu por buscar o significado dessa felicidade nos derredores do mundo, juntando o amor por viagens a necessidade de fazer o trabalho de conclusão.
Ela passa dois meses viajando; cada semana em um diferente país, passando pela Europa, Oceania, África, América do Sul, Central e do Norte, e Ásia. Jane se depara com diferenças culturais absurdas, que influenciam diretamente na felicidade alheia.
Em cada um dos países ela procura trabalhos e estágios provisórios para conseguir algum dinheiro, entretanto quando a gripe lhe abate, ela conta com a ajuda dos pais.
Enfrentando falta de inspiração, mudanças climáticas, cansaço, saudade, falta de dinheiro, loucura e caraminholas, a moça se vê perdida e sem um livro em mãos. Mas o encontro de pessoas amadas, inspiradoras, e inusitadas a leva para um conceito muito divertido da tal felicidade.
Jane, a procuradora de felicidades, garante uma história certamente espalhafatosa, filosófica e poética, colocando seu lado sentimentalmente despojado para fora. Seu senso de humor e sua paixão por esportes radicais lhe rende grandes começos de amizades ao longo do caminho, e até, quem sabe, o começo de um amor.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento23 de jul. de 2018
ISBN9788554543952
Felicidade

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    Pré-visualização do livro

    Felicidade - Dani Oliveira

    www.editoraviseu.com.br

    Leia-me ouvindo

    Agridoce – Dançando

    O Teatro mágico – Felicidade

    Jason Mraz – I’m yours

    Fun – We are young

    Mallu Magalhães – Velha e louca

    Cimorelli – Belive it

    The lumineers – Ho hey

    Chimarruts – Do lado de cá

    Tori Kelly – Confetti

    Bobby Mcferrin – Don’t worry, be happy

    Legião Urbana – Mais uma vez

    American Authors – The Best Day of my life

    Pharrell Williams – Happy

    1

    Felicidade é estar de bem com Deus, com a minha família e ter saúde

    Eleci Ribeiro.

    Barbaridade!

    É. Atrasada de novo.

    Parece que meu relógio nunca se cansa de me deixar dormir mais cinco minutinhos.

    Eu cheguei ao campus toda despenteada e, tentando ser discreta, atravessei a classe. Tentando porque sendo o desastre natural que sou, eu pisei em alguns pés e derrubei alguns livros – nada pra se preocupar.

    Naquele dia o professor apresentaria o tema do nosso TC – deixando claro que o curso de Letras tem o histórico de ter TCs supercomplicados! – que fora... Tan Tan Tan Tannnn... Livro. Simplesmente isso. Temos seis meses para escrever um livro, individualmente, sobre qualquer tema e apresentá-lo (o meu orientador propôs um livro estilo documentário).

    E isso aconteceu há quatro meses.

    CAPAZ! EU JÁ PERDI – quase – UM SEMESTRE SEM ESCREVER NADA!!! E por quê? Porque eu não tenho a mínima ideia do que eu vá escrever. Aí eu pensei em escrever aqui: uma página do Microsoft Word no meu notebook que vai ser como uma caderneta de anotações, mas está se transformando – involuntariamente – em uma diária. Tu sabes? Tipo contando a história de como a escritora sofreu pra encontrar um tema, passou pelo processo de criação, pensou em uma grande moral e concluiu o livro (assim espero)...

    Felicidade.

    Por que não? Eu poderia falar sobre felicidade. É uma coisa tão diferente.

    Não só Felicidade, mas sim o que as pessoas acham que é ser feliz. Geralmente a gente nem pensa mesmo nessas coisas mais profundas no nosso dia a dia, tipo dizer que ‘você seria a pessoa mais feliz do mundo se comprasse aquele sapato azul’, sendo que não é tão simples assim... ou pode ser, afinal... Sei lá.

    Preciso de um tempo pra pensar sobre isto.

    2

    Felicidade é viver bem, viver em paz, com saúde e estar de bem com todos

    Eraldo da Silva.

    Eu já pensei bem. Vou me inspirar no meu tio Beto. Ele está fazendo uma viagem de barco ao redor do mundo. É!

    Se eu simplesmente perguntasse para os meus amigos o que é felicidade não teria graça, mas se eu fosse atrás da felicidade, se buscasse isso nas pessoas distantes, renderia uma grande história.

    Bah! Mas como escolher destinos?

    Vou ligar para a minha mãe.

    - Oi mãe.

    - Por que estás ligando a essa hora?

    - Mãe, ainda são 21h!

    - Perdeu o respeito, guria?!

    - Desculpa... Lembra aquele TC que eu tenho que começar a fazer? [...] como você acha que eu escolho os lugares pra onde vou?? Tô pensando aqui faz sete mil anos - tá, fui um pouquinho exagerada - e nada.

    - Tu não tens uma parede do teu apartamento com um monte de mapas colados? Pegue um alfinete, feche os olhos, gire, espete a parede, e olhe onde caiu.

    - Mas e se cair em lugares próximos, guria?

    - Viaje para um país de cada continente. Tu só precisas pegar um mapa específico.

    - Ótima ideia!! É por isso que eu te amo!

    - Eu não gosto da ideia de você viajar e...

    - Tchau, mãe!

    Ela já repetiu MUITAS vezes que acha que viajar é muito difícil, é perigoso, é loucura, e que a melhor coisa é ficar aqui em Porto Alegre, porque aqui também tem um monte de gente feliz. Olhe só a sua tia Rosa, tem 102 anos e não se cansa de dançar!. Mas eu estou decidida. Irei de malas vazias, mas voltar com as malas cheias de felicidade – lógico que no sentido figurado, pois dizem por aí que felicidade não se compra.

    A minha primeira viagem é para... Música de suspense e... Islândia?!

    Tudo bem, então tchê. Estarei de partida!

    3

    Felicidade consiste em algo interno e constante, mais que coisas ou posições. Conhecer a Deus e tê-lo em sua vida te proporciona uma vida feliz. É uma constante com picos de alegria e tristeza, tendo a felicidade como imutável. Ah é! Não se esqueça de ser otimista. Isso melhora tudo

    Monique Oliveira.

    Certo. Eu já corri atrás da atualização do meu passaporte, já comprei a passagem, hotel... Só falta a GRANDE despedida – que com certeza vai render boas lágrimas (e gritos, e nariz vermelho, e abraços que duram meia hora cada).

    Estou aqui sentada. Olhando as pessoas na fila para entrar no avião.

    Mantenha a calma Jane (que, a propósito, se pronuncia Jheini) Carvalho Valim, tu vais ficar só dois meses fora, e já tens 22 anos!

    Mas são DOIS meses! Ai, cadê meu ursinho-de-leão-sem-uma-perna agora? Preciso de uma companhia confiável nesses dias (sim, um ursinho É confiável... já aguentou vários pesadelos comigo quando era guriazinha... e quando mais grandinha também. Ah, eu queria ele aqui e ponto. Não me julgue!).

    Eu consegui entrar. Mas agora tenho que desligar todos os aparelhos eletrônicos, pois podem causar interferências no decolar da aeronave. Obrigada.

    Sjáumst fljótlega, Ísland! (Vejo você em breve na Islândia! em islandês – não dormi no teclado. Ainda).

    4

    Felicidade é ser você mesmo, sem se preocupar com o que os outros pensam e falam

    Leonardo Artur.

    Reykjavík gente bonita!

    8 horas e 6 minutos de voo.

    Eu faço um juramento de que em todas as minhas viagens eu vou no assento 19 A! É confortável, do lado da janela, longe do frio e tem muito lugar pra bagagem! Eu apoio!

    Foi tudo muito cansativo. Eu li, dormi, li, dormi, li, desenhei, li, ouvi música, li, dormi, pintei uma borboleta do livrinho de uma menininha por perto, perguntei para as pessoas sentadas ao meu lado o que é felicidade, perguntei à aeromoça o que é felicidade, fiz pesquisas sobre a Islândia... Eu já falei que eu li? E dormi?

    Eu sou uma pessoa bem eclética. Durante a viagem eu ouvi músicas, desde reggae até heavy metal.

    As respostas que recebi por enquanto foram: A combinação de sorte com escolhas bem feitas, Eu te conheço? – essa me fez rir e ficar assustada, Você encontra a felicidade procurando-a, entende? No caminho, Quem é você? É da ONU?.

    É, minha gente, as pessoas são desconfiadas em todo canto do mundo...

    Tudo é tão engraçado daqui de cima. As coisas são tão pequenininhas!!! Até me imaginei como Godzilla andando pelas ruas e aaarrghh, e toda aquela coisa de ‘sou maior e mais forte e verde, então eu mando!’.

    Eu acabei de sair do aeroporto e estou dentro de um ônibus que tem um bigode! – sim, um colante de bigode que parece com o do meu pai. Aí eles me perguntaram qual é o meu hotel e vão me deixar na porta, acredita?! Bah, é muita mordomia!

    Até que aqui não está tão frio quanto eu achei que estaria. Está aproximadamente 1° grau (gente, é a Islândia! Eu me imaginei virando Capitão América – O Picolé, aqui).

    Eu comprei tantos casacos e toucas fofinhas antes de sair do Brasil, tipo, muitas mesmo. Achei um casaco que tinha a estampa escrita assim, em letras brancas com fundo meio azul, meio verde, meio roxo: KEEP CALM AND PLAY SOME SPORT LAZY! Amo e estou usando-a, inclusive.

    Com toda neve que está aqui mal vai dar pra eu usar minha bicicleta dobrável.

    Este lugar é como um monte daquelas casinhas comestíveis de natal, cobertas de açúcar. Tudo é tão delicadamente colocado em seu lugar... queria estar no mundo da Moranguinho pra poder comer tudo agora.

    Cheguei. O que faço agora? Acho que não tem nenhuma placa por aí me indicando Felicidade aqui. Ou tem? Espera aí, eu acho que tô vend... brincadeira. Certo. Minha mãe falou para eu visitar algum hospital.

    Aconteceu uma coisa muito engraçada – na verdade mais de uma, tecnicamente – enquanto vinha pra cá. Engraçada para os outros, pra mim, nem tanto. Eu acho que eu escorreguei e caí umas três vezes até entrar no carro, e mais três até entrar no hospital. Não me dou bem com neve.

    Não sei se é compensativo, já que cada dia aqui tem período de apenas 5 horas com a luz do sol, mas eu aluguei um carro; fui com ele no Children’s Hospital aqui de Reykjavík, e lá conheci uma menina que se chamava Asdis. Asdis me disse que seu nome significa deusa e o nome de sua mãe, Regina, significa rainha. Quando a perguntei o que é felicidade ela abriu um grande sorriso e disse: Amor.

    Continuei andando pelo hospital e conheci o Fridrik e quando lhe fiz a pergunta: o que é felicidade? Ele disse de um jeito totalmente ingênuo: Eu não sei. Ela ainda não veio me visitar, tia. Não é de chorar?! Um fofo.

    Quando saí do hospital estava caindo uma chuva fria fina que penetrava a pele. E como já estava na hora do almoço, vim parar aqui: a lanchonete. Até me lembra daquela vez em que eu acabei dormindo em uma lanchonete, até anoitecer, e então, quando eu acordei tinham esmolas dentro de uma caneca fofinha que eu estava segurando. Eu sei que às vezes eu saio de casa meio malvestida, mas me confundir com uma mendiga?! Foi muita vergonha!

    Bah, que menina esquisita ali!

    5

    Felicidade é a família, amor e Deus

    Joyce Bons Olhos.

    Segundo dia em Reykjavík (capital da Islândia).

    Ontem, a menina esquisita veio falar comigo. Eu a chamei de esquisita por causa daquele cabelo punk – mas claro, sem preconceitos! Seu nome é Julie.

    Ela disse que eu tinha o perfil ideal para seu trabalho da faculdade. E que perfil é esse?, perguntei de imediato. Ela respondeu com um sorriso maluco e uma pergunta: Sua mãe gosta de cenouras?. Depois que eu disse O quê?!, com uma cara muito esquisita ela respondeu Presumimos que se uma pessoa come cenouras demais, ela pode ter filhos ruivos... Calma! É brincadeira. Minha tese é sobre estrangeiros no país – acho que ela revelou a brincadeira porque percebeu a cara bizarra que eu fiz tipo ‘que ligação seria essa de cenouras com gente ruiva, sua insana?’. O pessoal tem cada ideia que te surpreenderia.

    Julie é muito divertida. Nós vamos nos encontrar hoje à tarde em um lugar especial da cidade. Um lugar que se chama Grótta. Ela implorou pra que eu não procurasse sobre na internet; é pra ser uma surpresa.

    Minha mãe fica me ligando a cada cinco minutos! Nossa.

    Embora no Brasil só tenha menos três horas de diferença no horário, as ligações devem ser uma nota! E ela só liga para dizer "Ponha muitas blusas. Seja gentil.

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