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A poesia em movimento: literatura interativa em sala de aula
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E-book234 páginas2 horas

A poesia em movimento: literatura interativa em sala de aula

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Sobre este e-book

Em A poesia em movimento: Literatura interativa em sala de aula são desenvolvidas discussões sobre leitura literária em suportes distintos e o ensino de literatura na contemporaneidade. São apresentados resultados de uma experiência envolvendo Poemas Visuais/intermídia e estudantes do Ensino Médio. O trabalho de prática de leitura de poemas experimentais tem o escopo de proporcionar uma leitura literária diferenciada através de textos híbridos, que dialogam com outras linguagens – como a tipografia, o cinema, a publicidade, as artes plásticas e a geometria – na tentativa de favorecer a convivência do leitor com a poesia e, consequentemente, a experimentação do prazer estético, numa leitura de textos híbridos em outros espaços, como o vídeo e a web. Aqui, o leitor encontrará experiências distintas de recepção dos textos que não apenas o papel impresso. A nova experiência estética propõe uma transformação e ampliação do horizonte de expectativa dos leitores, uma vez que agrega valores, como a interatividade e a animação à leitura literária.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2016
ISBN9788547303129
A poesia em movimento: literatura interativa em sala de aula

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    Pré-visualização do livro

    A poesia em movimento - Isabelle de Araújo Pires

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    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDICIPLINARIDADE

    Ao Mestre por Excelência, Deus.

    Aos meus pais, Volúsia e Ronaldo, pela dedicação e cuidados a mim dispensados.

    Aos meus filhos Arthur, Rebeca e Hadassa, amores genuínos, permanentes e imutáveis.

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a todos entre família, professores, colegas e alunos, que desejaram ver este trabalho eternizado em livro.

    À Universidade Federal de Campina Grande, aos alunos do Colégio Petrônio Figueiredo, que voluntariamente contribuíram para esta obra, à equipe de coordenação da escola e a todos que de alguma forma estiveram presentes nesses momentos de investimentos para a concretização deste trabalho.

    Eis aí mais um objetivo alcançado e é com vocês que compartilho!

    APRESENTAÇÃO

    A poesia desenvolvida no Brasil a partir da segunda metade do século XX é marcada por transformações estéticas decorrentes das mudanças de ordem social, política, científica e cultural¹. Por esse motivo, surgiram novas formas de expressão condizentes com uma sociedade em que tudo acontece de maneira rápida, devido ao extraordinário avanço tecnológico e à linguagem dos meios de comunicação de massa. Nesse sentido, existem várias vertentes criativas na poesia atual e, dentre as mais expressivas está, na nossa concepção, a Poesia Visual.

    A expressividade da Poesia Visual é significativa, visto que ela estabelece correlações entre dois sistemas significantes – o verbal e o icônico. Essa duplicidade de construção aguça a percepção do leitor para buscar integrar todos os níveis de informações presentes nos dois sistemas que a compõe.

    O desafio para se construir sentidos na apreciação da Poesia Visual parece tornar-se ainda maior quando o leitor que com ela irá interagir integra o público do Ensino Médio, uma vez que, esse público sente certa aversão pela leitura literária, por diversos fatores, dentre eles, a distância entre o mundo vivenciado pelo aluno e o mundo contextualizado nas obras que lhes são oferecidas, na maioria das vezes, obras clássicas que deverão ser lidas para um determinado fim – o Exame Nacional do ensino Médio (Enem) – num tempo específico. Uma leitura estranha e obrigatória contribui para que esse público não aprecie a leitura literária².

    Diante das novas ferramentas de comunicação, do predomínio do signo icônico e dos desafios que a literatura enfrenta no mundo contemporâneo, a escola precisa reavaliar suas atividades para incentivar a leitura literária. Em decorrência das frequentes e rápidas mudanças contextuais, além das novas propostas curriculares, urge a necessidade dos professores repensarem constantemente a prática pedagógica com base em algum suporte teórico-metodológico. A partir dessa premissa, julgo ser significativo oferecer ao aluno a oportunidade de interagir com poemas que contemplem também a linguagem do mundo cibernético, universo tão apelativo para esse público específico.

    É como resultado da vivência com o texto literário, e, mais especificamente, com a poesia, que surge esta obra. Dentro do universo amplo da poesia, optei por trabalhar com a vertente das poéticas visuais, e isso por razões que já expressamos anteriormente.

    O fato de parecerem ainda pouco conhecidos, apesar da boa quantidade de poemas que foram produzidos no Brasil desde a década de 1950, torna-se ainda mais relevante o trabalho com os poemas visuais, visto que se apresentam como voz viva e contemporânea que pode dizer muito do homem de nosso tempo, por meio de poemas cuja representação e linguagem estão mais próximas das nossas próprias experiências, se comparadas com textos de cinco ou seis séculos passados. Além disso, é significativa a realização estética de muitos desses textos, sem falar do enlevo crítico em alguns poemas. É importante esclarecer que não entendo a poesia visual como uma estética superior a nenhuma outra estética; apenas acredito que esta possui um valor peculiar.

    O objetivo inicial neste trabalho é estimular a repercussão de poemas visuais entre os leitores e oferecer também a versão eletrônica e animada de alguns poemas impressos, pois entendo que apresentá-los em suportes diferenciados, como o vídeo e a internet é uma alternativa de aceitação aos textos, tendo em vista ser significativo explicitar como os diferentes sistemas simbólicos em permanente diálogo, pelo fato de mediatizarem a organização cognitiva da realidade, tornam-se cada vez mais relevantes na cultura cibernética³. Nessa perspectiva, este trabalho se organizou em torno da seguinte questão: Como alunos do Ensino Médio receberiam o poema visual?

    A escolha do corpus da pesquisa se deu porque os poemas valorizam a utilização de recursos tecnológicos e a interação da poesia com aproximações plásticas, midiáticas, fônicas, táteis, tipográficas, entre outras, sendo, deste modo, poemas ricos e variados. Foram então escolhidos, para esta pesquisa, os poemas ovonovelo (1956), Uma vez (1957), Poema bomba (1982) e Cidade (1963), de Augusto de Campos; beba coca cola (1957) e O organismo (1960), de Décio Pignatari; poema sem título (rua-sol) (1957), de Ronaldo Azevedo e poema sem título (koito) de Villari Herrmann (1957). Esses poemas perpassam algumas variações dentro do que chamamos de Poesia Experimental. São eles subdivididos em cinco grupos de poemas, que serão discutidos no capítulo II deste trabalho. Aqui, apresentaremos apenas a classificação feita por Menezes⁴ para os poemas: Caligrâmicos, Diagrâmicos, Semióticos, Poema-montagem e o que denominaremos de Outras Tendências da Poesia Visual. Dessa forma, tentei abordar textos variados, com aspectos que despertam o interesse dos leitores por oferecerem um dinamismo à leitura, uma proposta nova e diferenciada de leitura de poemas.

    A obra encontra-se apresentada em quatro capítulos. O capítulo I ocupa-se da conceituação dos termos Poesia Visual e Poesia Concreta, delineando as diferenças entre eles e em traçar alguns aspectos históricos da Poesia Experimental⁵ no contexto da modernidade.

    O capítulo II propõe uma breve análise dos poemas escolhidos para a pesquisa e justifica alguns critérios de escolha dos textos. Neste capítulo, evidencia-se a consciência das dificuldades de análise e interpretação dos textos poéticos contemporâneos, uma vez que os poemas visuais estabelecem correlações significativas entre diversas linguagens.

    O capitulo III traz as abordagens metodológicas da pesquisa, ou seja, os aspectos metodológicos de uma experiência de ensino com poemas visuais.

    E, por fim, no capítulo IV, tem-se a análise dos dados coletados no trabalho, as considerações sobre a experiência de leitura de Poemas Visuais no Ensino Médio e divulga um blog criado pelos alunos participantes da pesquisa.

    A autora.

    PREFÁCIO

    A produção em pesquisa acadêmica no Brasil já dispõe, atualmente, de farto material acerca da poesia concreta e visual, que surgiu entre nós, na forma de um programa, a partir da intervenção concretista, em meados dos anos 50. Tanto os aspectos conceituais trazidos à tona pelo grupo paulista Noigandres, quanto a produção de seus principais representantes têm despertado o interesse dos estudos literários, do que resultam abordagens variadas, em níveis de complexidade também diversos: manuais introdutórios ao tema; discussões em torno da metalinguagem teórica do movimento e de seus desdobramentos; empreitadas crítico-interpretativas. É a este acervo que vem somar-se a pesquisa feita por Isabelle de Araújo Pires. Em A poesia em movimento: literatura interativa em sala de aula, Isabelle Pires traz uma consistente contribuição ao tema, pela originalidade da perspectiva didático-pedagógica em que o objeto de estudo é enfocado. Em sua abordagem, o fenômeno da poesia visual é observado em plena dinâmica do processo de comunicação com o leitor. O olhar de Isabelle é manifestamente influenciado por conceitos provenientes da Estética da Recepção de Hans Robert Jauss, mas é também, e, sobretudo, tocado pela experiência da prática de ensino. Com isso, a autora traz ao centro de sua abordagem a figura de um sujeito-leitor e o interessante registro de seu contato com as formas literárias inovadoras que são o corpus literário deste trabalho. Trata-se, portanto, não apenas de descrever e analisar, mas também de promover uma experiência de leitura num contexto sociocultural específico. E, dados os fatores que caracterizam esse sujeito – faixa etária, nível de escolaridade, situação histórica e geográfica –, ganha ainda maior relevância o olhar lançado sobre uma geração nascida já no primado das novas tecnologias de comunicação, vale dizer: de sujeitos familiarizados com toda a interatividade dos chamados novos media. Sendo assim, a pergunta mais inquietante que a pesquisa de Isabelle Pires provoca, e a que busca responder, diz respeito à sensibilização desse leitor para o gênero de poesia em questão.

    A escolha do corpus, bem como a abordagem empreendida, são gestos de ousadia na pesquisa de Isabelle. Por mais estranho que possa parecer, o experimentalismo da poesia visual ainda hoje encontra resistências de críticos e leitores comuns que se filiam a um conceito de poesia e a uma orientação estética tradicionais. Numa polarização já anacrônica – pelo que a própria evolução tecnológica dos meios de comunicação tem atestado –, costuma-se simplesmente rejeitar o poema concreto e visual, ou reservar-lhe um lugar secundário nos estudos literários, relegando-os, quando muito, à ilustração dos movimentos que o lançaram entre nós. Ora acusada de hermetismo, ora de simplificação, os poemas desse gênero são frequentemente tratados em oposição ao texto literário convencional. Fato é que ainda paira sobre a poética da visualidade certa cautela, como se a sua expressividade não fosse uma qualidade, mas um problema, implicando em um suposto risco de desvirtuar o leitor em formação, afastando-o da literatura, por assim dizer, discursiva.

    Ora, o trabalho de Isabelle Pires consiste, em grande medida, no enfrentamento de tais preconceitos. E o faz lançando-se à imprevisível experimentação com o jovem leitor, cujos resultados estão expostos e problematizados com honestidade e pertinência, aferindo a validade da poesia em questão como veículo de sensibilização do leitor em formação. Em A poesia em movimento: literatura interativa em sala de aula, a poesia se mostra como abertura a um horizonte de descobertas e inquietações, que são, inegavelmente, pressupostos para o desenvolvimento da criticidade, da curiosidade e da percepção estética, sem o que não pode haver viabilidade do ensino da literatura.

    Prof. Dr. Expedito Ferraz Júnior

    Centro De Ciências Humanas, Letras e Artes

    Universidade Federal da Paraíba – UFPB

    Sumário

    CAPÍTULO I

    DEFININDO OS POSTULADOS DA POESIA CONCRETA E VISUAL 

    1.1. Poesia Experimental e suas acepções no contexto da modernidade 

    1.2. Transitividade entre os termos poesia visual e poesia concreta 

    CAPÍTULO II

    PLASTICIDADE E VISUALIDADE NA ESTRUTURA DOS POEMAS SELECIONADOS 

    2.1 Poemas Visuais Caligrâmicos: adequação gráfica do discurso verbal à forma figurativa do tema 

    2.2 Poemas Concretos Diagrâmicos: prévia decodificação semântica dos signos verbais do poema 

    2.3 O Poema Semiótico: substituição do pensamento analítico-discursivo por um raciocínio sintético-analógico 

    2.4 Tendências da Poesia Visual: cores, som e movimento em ação 

    CAPÍTULO III

    ASPECTOS METODOLÓGICOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO COM POEMAS VISUAIS 

    3.1. O poema visual e a experiência de leitura no Ensino Médio 

    3.1.1. Natureza da pesquisa 

    3.1.2. Organização dos encontros para o experimento 

    3.1.3. Caracterização da escola e colaboradores da pesquisa 

    3.1.4. Proposta de um trabalho com leitura de poemas visuais 

    3.1.5. Procedimentos de coleta de dados 

    CAPÍTULO IV

    RECEPÇÃO DE POEMAS VISUAIS NO ENSINO MÉDIO

    4.1. Levantando o horizonte de expectativas dos sujeitos da pesquisa 

    4.2. O suporte papel impresso: a importância da mediação e do debate 

    4.3. O suporte digital: uma literatura interativa 

    4.3.1. A leitura interativa na internet e o leitor-navegador 

    4.3.2. Agora é a nossa vez! Um convite ao blog Formas & Poesias 

    4.3.3. Agora é a nossa voz! Expressando a vivência poética em vídeo 

    CONSIDERAÇÕES FINAIS 

    REFERÊNCIAS

    ANEXOS

    CAPÍTULO I

    DEFININDO OS POSTULADOS DA POESIA CONCRETA E VISUAL

    Sem dúvida, o diálogo e debate da poesia concreta e visual é com a poesia, inicialmente entendida como a arte da palavra. Existem exemplos de poemas visuais sem palavras feitos somente de imagens, mas isso não quer dizer que tais poemas, por não terem palavras, são destituídos de significado. A poesia concreta e visual passou anos lutando para mostrar a ideia de que poesia é forma, mesmo a versificada. É hora de pensar a contramão da história e afirmar que, sendo agora evidente que poesia é forma, é preciso recuperar a riqueza de significados e dizer, como o poeta Ezra Pound, que ela é forma carregada de significado a último grau.

    1.1.

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