Oficina de Alfabetização: Materiais, Jogos e Atividades
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Sobre este e-book
Professora doutora Cristhiane Carneiro Cunha Flôr
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora
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Oficina de Alfabetização - Luciane Manera Magalhães
Oficina de alfabetização
materiais, jogos e atividades
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2022 da autora
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Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Luciane Manera Magalhães
Oficina de alfabetização
materiais, jogos e atividades
À minha grande mestra Míriam Regina de Sousa Moreira (in memoriam),
que fez meus olhos brilharem para a alfabetização.
À admirável Ângela Kleiman, por ter plantado a semente deste livro em meu coração.
À querida professora Magda Soares com quem sempre aprendo.
A todas as professoras alfabetizadoras, alunos e crianças que me inspiraram.
AGRADECIMENTOS
Um livro se faz a muitas mãos. Impossível mencionar cada uma que se constituiu fio condutor nas tramas deste longo processo de tessitura de conhecimentos que ora compartilho com você, professora alfabetizadora.
Sou grata a Deus, meu abrigo seguro, meu sustento a cada dia. Sem Ele nada teria sentido.
Agradeço ao meu esposo, Carlos, companheiro, amigo de todas as horas, parceiro de todos os projetos, meu porto seguro.
Aos meus filhos, Nathan, David e Anne, que souberam compreender minhas muitas ausências para que pudesse concretizar a escrita desta obra.
Profunda gratidão a cada colega, professora, aluna, amiga do Grupo de estudos e pesquisa Alfabetize, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora/MG, que se fez voz e teceu comigo os fios deste saber-fazer alfabetização.
Aos alunos da disciplina Oficina de alfabetização e às professoras alfabetizadoras do curso de extensão Oficina de alfabetização, pelos diálogos travados, vivências compartilhadas, troca de experiências vivenciadas – meu muito obrigada!
Gratidão às amigas Lana Rose Correa Lima Martins e Cristhiane Carneiro Cunha Flôr pela leitura cuidadosa e valiosas sugestões nas primeiras versões deste livro.
Em especial, agradeço à professora Ângela Kleiman, minha sempre orientadora, pela leitura criteriosa e imensuráveis contribuições.
Agradeço, de coração, à querida professora Magda Soares, pela leitura de uma das versões deste livro, ainda enquanto parte de meu Memorial para promoção a professora titular e pelo seu entusiasmo para que esta obra fosse publicada.
Registro minha gratidão à minha mãe, Celinha, meu pai, Orlando, meus irmãos e irmãs, meus sobrinhos e sobrinhas que vibram com minhas conquistas. Amo vocês!!!
Luciane Manera Magalhães
APRESENTAÇÃO
A situação da alfabetização de crianças no Brasil ainda é caótica. Inúmeras crianças de escolas públicas chegam ao final do 1º ano do ensino fundamental sem se apropriarem do sistema de escrita alfabética e, muitas vezes, sem mesmo reconhecer as letras do alfabeto ou assinar o próprio nome. Sabemos que as causas dessa realidade são diversas: desde a descontinuidade nas políticas públicas, a desvalorização do magistério, a formação inicial inadequada, até a infrequência das crianças às aulas. Diante desse cenário, precisamos escolher entre duas atitudes: ficar imobilizadas e nos posicionarmos no nível da queixa ou lutarmos com os recursos que temos e fazermos a diferença na vida dessas crianças. Embora muitas professoras sejam dedicadas e empenhadas em sua prática pedagógica, seus alunos permanecem sem aprender a ler e escrever. Dúvidas como: quando iniciar o processo de alfabetização, o que fazer primeiro, quanto tempo dedicar a determinado conhecimento, como sistematizar o ensino, como distribuir as atividades durante a semana, dentre tantas outras, são frequentes e às vezes tornam-se verdadeiros empecilhos para a professora fazer suas escolhas, causando-lhe insegurança e desânimo.
Aliando teoria e prática, a Oficina de alfabetização oferece ao leitor uma proposta de alfabetização viável de ser adotada nas salas de aula, considerando-se a realidade brasileira das escolas públicas. O livro é um convite ao saber-fazer, fazer-saber por meio de oficinas com livros infantis, alfabeto, nome próprio e rótulos e embalagens, sempre em busca de um ensino-aprendizagem contextualizado, significativo e prazeroso para as professoras e seus alunos.
A presente obra aposta no protagonismo tanto da professora, que pode confeccionar seus próprios recursos e materiais didáticos, de acordo com os objetivos que pretende alcançar, quanto da criança, concebida como um sujeito (inter)ativo, inteligente, criativo, cultural, lúdico e falante da língua portuguesa, portanto, autor de seu discurso.
A seção introdutória, com uma dezena e meia de informações importantes para ler, reler, refletir e praticar, norteia as concepções teóricas, didáticas e linguísticas que sustentam o trabalho, apontando os caminhos trilhados para se (re)pensar uma prática pedagógica alfabetizadora consistente e sistemática.
A indicação de títulos de livros infantis atrelados às diferentes oficinas auxilia na compreensão do uso do livro infantil como instrumento de letramento, mas também, e sobretudo, como suporte para a apropriação do sistema de escrita alfabética. Os exemplos de jogos, materiais e atividades, unidos às seções Tome nota e Fique de olho, possibilitam a criação de novas possibilidades didáticas por parte da professora alfabetizadora. O conjunto de recursos, apresentados nos quatro capítulos iniciais, e a proposta de planejamento bimestral no quinto capítulo são pontos de partida para que a professora (re)pense sua prática, (re)crie seu fazer, (re)signifique seu saber, de forma a desenvolver uma metodologia rica e diversificada.
Além das descrições, explicitação dos objetivos, sugestão de atividades testadas na prática e proposta de planejamento, o livro disponibiliza, para o leitor, por meio de QRCode e link, acesso aos arquivos dos materiais indicados. Os referidos arquivos contemplam vídeos explicativos, moldes de materiais e jogos. É possível baixar, ainda, arquivos a serem impressos para uso em aula com as crianças ou servirem de inspiração para a criação de outras atividades adequadas às necessidades pedagógicas de cada turma.
O convite está feito. Vamos alfabetizar?
PREFÁCIO
No início da década de 1990, quando a autora desta Oficina de alfabetização era minha aluna numa disciplina do curso de mestrado, numa das aulas, ela compartilhou com seus colegas algumas atividades que realizava com sua turma de crianças em processo de alfabetização, e uma das perguntas que eu fiz foi se ela não pensava em publicar essas experiências para que outras alfabetizadoras¹, à época formadas no Magistério ou em curso de Pedagogia, em processo inicial ou continuado de formação, pudessem usufruir das suas ideias e idealizar outras atividades que envolvessem o jogo e a brincadeira e que fossem relativamente acessíveis, pois a maioria das escolas públicas contavam com pouquíssimos recursos materiais. Pois, segundo a autora, Luciane, este livro de oficinas de alfabetização que hoje tenho o prazer de prefaciar é uma resposta a essa pergunta, embora esteja chegando às livrarias e às prateleiras de alfabetizadores e seus formadores com trinta anos de atraso. Mesmo atrasada, não deixa de ser uma resposta muito oportuna, pela sua atualidade, tendo em vista o ritmo de produção de trabalhos aplicados no campo e os retrocessos que nos últimos três anos temos vivenciado em relação tanto às políticas públicas de formação de professores quanto às políticas que impõem um determinado método como o melhor quando o assunto é alfabetizar.
A ausência de políticas públicas que levem em conta a realidade social do país, ou que se pautem por conhecimentos validados pela ciência, ou que não resultem no abandono do laicismo na educação ou na desvalorização do professor, ou, todavia, que não afetem esforços do Estado para a formação profissional, para a inclusão social ou para a liberdade de ensino, tem como consequência os números assustadores de crianças que não aprendem a ler nem a escrever nos três primeiros anos do ensino fundamental. Isso a apenas dois anos do prazo das metas do PNE 2014, que visava alfabetizar, até o fim do decênio (2014-2024), toda criança brasileira até o final do 3º ano do ensino fundamental², ou seja, no período máximo de três anos escolares.
Em contrapartida a essa história de horror que caracteriza a situação educacional hoje, este é um livro que já no seu sumário apresenta um cardápio agradável, apetitoso, de produtos e produções quase artesanais, no sentido de que envolvem o fazer manual da alfabetizadora (às vezes, também da criança), porém, nada artesanais se considerarmos a divisão de trabalho especializado e o profissionalismo das propostas. É um cardápio que estimula a vontade de provar, escolher, saborear os muitos produtos apresentados: Aquário de palavras, Palavra secreta, Caminho do alfabeto, Pense rápido!, Ofertas da semana, Bichionário...! E a vontade de experimentar continua após a leitura da introdução, na qual a autora apresenta uma discussão de princípios, com base nos quais o leitor fica ciente dos fundamentos que orientam as oficinas de elaboração de materiais didáticos. Se concordar com esses princípios, o leitor que seguir as instruções para elaborar e utilizar os materiais descritos terá um aliado poderoso no ensino da alfabetização.
A alfabetização é um trabalho altamente especializado, como fica evidente no texto, mas num país como o Brasil, com tanta desigualdade social³ muitos dos que trabalhamos com o ensino da escrita (mas não com alfabetização) já passamos pela situação em que um adulto não alfabetizado ou uma criança que estava ficando para trás na escola precisou de nossa ajuda para superar algum obstáculo na aprendizagem do alfabeto. Quem se viu na necessidade de fazer de conta que sabe o que está fazendo, também sabe como é difícil manter uma coerência pragmática quando nossa teoria é confrontada na ação da práxis. Todavia, pela leitura das oficinas, é possível aprender como, a partir da história infantil, chegar a uma palavra-chave significativa para a criança; como enfrentar as famosas dificuldades
― algumas, simples agrupamentos consonantais ou vocálicos, outras, verdadeiras arbitrariedades simbólicas ― sem que a criança perceba que são dificuldades
; e assim sucessivamente.
Nas atividades propostas, as crianças ouvem, replicam, declamam, perguntam, narram, brincam, sugerem, criticam, cantam, contam, recontam. E no processo, porque têm voz⁴, estão presentes e aprendem. Alfabetizam-se, são alfabetizadas. Com base no uso de múltiplos recursos e atividades que deixam a criança jogar e brincar, as oficinas para alfabetizadoras, no livro, sustentam a tese de que a aprendizagem é compatível com a atividade lúdica.
Para o psicólogo russo Leontiev⁵, a finalidade do jogo e da brincadeira é a transformação do objeto; ao estabelecer novas relações com seu mundo, a criança que joga e