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O Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930
O Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930
O Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930
E-book232 páginas3 horas

O Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930

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Sobre este e-book

Em agosto de 1933, jovens artistas organizaram, no Recife,
um salão particular de pintura. Essa ação coletiva representou,
sobretudo, uma ruptura com a arte tradicional, inclusive um alerta
à recém-criada Escola de Belas Artes do Recife ao que houvesse de
conservadorismo no ensino das artes.
Neste ensaio, busco situar esse movimento na história
das artes plásticas de Pernambuco no século 20, sistematizar os
registros dispersos que fazem referência à formação e às atividades
desses artistas, que, então, se autodenominaram Grupo dos
Independentes.
No contexto sociocultural dos anos 1930, os Independentes
apreenderam os símbolos de uma sociedade moderna emergente
e praticaram valores estéticos inovadores, concretizando uma
escola artística, visto que a arte moderna no Recife se constituiu
abrangente no panorama cultural brasileiro.
Focalizo também a importância dos Independentes
mais atuantes, alguns esquecidos, outros reconhecidos
internacionalmente, mas todos sabendo expressar-se, através de
um dos sistemas simbólicos, para a compreensão do mundo que
é a arte.
Constato que a formação do Grupo não se deu ao acaso.
Precisou seguir os caminhos já percorridos por pioneiros brasileiros
e pernambucanos, notadamente os pintores Vicente do Rego
Monteiro, Cícero Dias e Lula Cardoso Ayres — grandes precursores
da arte moderna no Brasil.
O idealismo dos Independentes, esses jovens artistas plásticos
— desenhistas e caricaturistas, pintores e escultores — que lutavam
por oportunidades de trabalho em um ambiente artístico restrito,
tornou possível divulgar o modernismo no Recife. Seus líderes:
Elezier Xavier, Augusto Rodrigues, Hélio Feijó, Manoel Bandeira
(o notável desenhista), Francisco Lauria, Luíz Soares, Carlos de
Hollanda, Nestor Silva, Percy Lau, Danilo Ramires, Bibiano Silva.
Além de J. Pimentel, José Norberto e Neves Daltro, que completam
o quadro dos participantes fundadores dos primeiros Salões
Independentes de Arte — salões de arte moderna — realizados no
Recife em 1933 e 1936.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de jan. de 2014
ISBN9788590847403
O Grupo dos Independentes: Arte Moderna no Recife 1930
Autor

Fernando Rodrigues

Escritora e uma das sócias da Rodrigues Galeria de Artes, responsável e participante de dezenas de exposições.

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    Pré-visualização do livro

    O Grupo dos Independentes - Fernando Rodrigues

    O GRUPO DOS INDEPENDENTES

    Arte moderna do Recife 1930

    © 2008 Nise de Souza Oliveira

    Imagem da Capa

    Elezier Xavier

    Barcaceiros

    1945. Óleo sobre tela. 60x75 cm

    Acervo Particular

    foto Elpídio Suassuna

    Produção cultural | Edileusa da Rocha

    Editoração de texto | Tereza Halliday

    Revisão de texto | Norma Baracho

    Fotógrafo | Elpídio Suassuna

    Projeto gráfico miolo e capa | Gisela Abad

    Assistente | Alyne Miranda

    Impressão

    _______________________________________________

    0000

    Rodrigues, Nise de Souza

    O Grupo dos Independentes: arte moderna no Recife – 1930

    Nise de Souza Rodrigues. Recife: Prefeitura da Cidade do Recife, 2008. 155

    p.Il.

    ISBN 0000 CDU 0000 CDU 0000

    PeR - BPE

    Este projeto foi beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura da Prefeitura da Cidade do Recife.

    Apoio da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana – EMLURB e da QUALIX – Serviços Ambientais Ltda.

    Imagem da página ao lado:

    1ª. Exposição

    do Grupo dos Independentes

    na Biblioteca Pública de Pernambuco.

    1933. Acervo Particular.

    O GRUPO DOS INDEPENDENTES

    Arte moderna do Recife 1930

    Nise de Souza Rodrigues

    Recife

    2008

    Agradecimentos

    Aos amigos:

    Abelardo da Hora

    César Leal

    José Claudio

    José Luiz Mota Menezes

    Laura Buarque Gadelha

    Maria de Jesus de Oliveira Costa

    Noêmia Varela

    Paulo Bruscki

    Virgínia Colares Alves

    Wilton de Souza

    Às Instituições

    Arquivo Público de Pernambuco

    Biblioteca da Escolinha de Arte do Recife

    Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais

    Museu de Arte de São Paulo

    Museu Aloisio Magalhães

    Museu da Cidade do Recife

    Imagem da página ao lado:

    Identificados:

    Augusto Rodrigues, Esmaragdo Marroquim, Hélio Feijó. Sem data.

    Museu da Cidade do Recife.

    Homenagem

    Ao professor Nelson Chaves (in memoriam).

    Ao pintor Elezier Xavier (in memoriam).

    Aos meus pais, Maria e José Rodrigues de Souza (in memoriam).

    Dedicatória

    Ao meu marido, Augusto de A. Rodrigues.

    Aos meus filhos e netos:

    Denise e Fernando, Carolina, Eduardo, Gustavo e Fernando Os Independentes

    AUGUSTO RODRIGUES

    Rosto III. 1976

    Lápis cera sobre papel. 63 x 44 cm.

    Rodrigues Galeria de Artes PE

    foto Elpídio Suassuna

    trocar

    Augusto Rodrigues

    Sem título.

    D.a. 1930. Óleo s/tela.

    BIBIANO SILVA

    CARLOS DE HOLLANDA

    Getúlio Vargas.

    Carlos Gomes.

    D.a. 1930.

    Sem data.

    Escultura em bronze.

    Escultura em madeira.

    Palácio do Catete. RJ

    Teatro de Santa Isabel PE

    foto Elpídio Suassuna

    foto de Elpídio Suassuna

    DANILO RAMIRES

    Mercado de galinhas.

    D.a.1980.

    Acrílica sobre tela aplicada. 46x61 cm.

    Rodrigues Galeria de Artes PE

    foto Elpídio Suassuna

    FRANCISCO LAURIA

    Tauã. 1967.

    Óleo sobre tela.

    Acervo Particular.

    ELEZIER XAVIER

    Casal. 1935.

    Óleo sobre eucatex. 46x32,5 cm.

    José Paulo Cavalcanti Xavier PE.

    foto Elpídio Suassuna

    HÉLIO FEIJÓ

    Mulher e Mar. 1972.

    Óleo sobre tela. 49 x 59 cm.

    Maria de Jesus Oliveira Costa PE.

    LUIZ SOARES

    Festa de São João. D.a. 1930.

    Técnica Mista sobre papel.

    Acervo Particular.

    MANOEL BANDEIRA

    S. Francisco de Iguarassú. 1948.

    Aquarela sobre papel. 15,50 x 18,8 cm.

    Cristina Araújo PE

    foto Elpídio Suassuna

    Nestor Silva

    Os Jogadores. D.a.1930.

    Óleo sobre juta. 76 x 128 cm.

    Carlos Henrique Mariz PE

    Próxima página:

    Percy Lau

    Nu em repouso.

    D.a.1930.

    Aquarela sobre papel. 31 x 19 cm.

    Rodrigues Galeria de Artes PE

    foto Elpídio Suassuna

    Precursores

    Lula Cardoso Ayres

    Caboclos Tuchaus.

    Carnaval do Recife, 1942.

    Óleo sobre tela. 75x98 cm

    Museu do Estado de Pernambuco

    foto Elpídio Suassuna

    Cícero Dias

    Jangadinhas. D.a.1930.

    Óleo sobre tela. 105x105 cm.

    Museu do Estado de Pernambuco

    foto Elpídio Suassuna

    Cícero Dias

    O Trem das Oito Horas. 1926-27.

    Aquarela sobre papel. 46,8x29,8 cm.

    Catálogo da Galerie Marwan Hoss, Paris.

    foto Elpídio Suassuna

    Fédora do Rego Monteiro

    Açucenas. 1950.

    Óleo sobre tela. 67x74 cm.

    Museu do Estado de Pernambuco

    foto Elpídio Suassuna

    Vicente do Rego Monteiro

    A Mulher e a Corça Diana. Paris. 1926.

    Óleo sobre tela. 93x66 cm.

    Museu do Estado de Pernambuco

    foto Elpídio Suassuna

    Sumário

    Um estudo de micro-história César Leal

    Introdução

    PARTE I

    Cena, ação e personagens

    1 O Recife na década de 1930 – século XX

    2 Os independentes se apresentam

    3 Os Salões Independentes de Arte

    1º Salão Independente (1933)

    2° Salão Independente (1936)

    Congresso Afro-Brasileiro (1934)

    Imprensa – espaço de divulgação

    Cafés - papel do Lafayette e da Leiteria Imperador

    4 Onze biografias

    Augusto Rodrigues

    Bibiano Silva

    Carlos de Hollanda

    Danilo Ramires

    Elezier Xavier

    Francisco Lauria

    Hélio Feijó

    Luiz Soares

    Manoel Bandeira

    Nestor Silva

    Percy Lau

    PARTE II

    Influências

    5 Movimento modernista nas artes plásticas

    6 Precursores do modernismo no Recife

    Vicente do Rego Monteiro (1889–1970)

    Cícero Dias (1907–2003)

    Lula Cardoso Ayres (1910–1987)

    7 A Escola de Belas Artes (1933)

    8 A Sociedade de Arte Moderna (1948)

    PARTE III

    Espelho retrovisor

    9 Paris – onde tudo começou

    Conclusão

    Referências Bibliográficas

    27

    Um estudo de micro-história

    César Leal

    Se o retorno da inteligência ao instinto é o que se denomina intuição, então não podemos contestar a natureza intuitiva deste sugestivo e interessantíssimo ensaio de Nise Rodrigues.

    O trabalho apresenta tanto exuberância quanto objetividade e rigor suficientes para preencher uma lacuna na história da arte em nosso país. Sem dúvida, um estudo de micro-história, a melhor forma de que dispõe o espírito para que a história total, de que nos fala Michelet, possa ser escrita.

    Os fatos não são necessariamente recentes. Remontam às primeiras décadas do século passado no Brasil. Tiveram início sob a pressão de idéias que agitavam o mundo em transição do século XIX para o século XX, abrangendo largo espectro de acontecimentos novos no plano das letras, das artes e das ciências. Em 1900, Max Planck esboça a Teoria Quântica, elabora estudos sobre a radiação do corpo negro; Einstein publica, em 1905, seis breves ensaios, inclusive a Teoria da Relatividade restrita e o efeito fotoelétrico, que iriam revolucionar toda a Física moderna; Rutherford desenvolve, em 1911, o modelo do átomo, seguido pelo átomo de Niels Bohr, de 1913, onde aparece pela primeira vez o conceito de mecânica quântica e, em 1915–1916, a Relatividade Geral, de Einstein, faz ruir, com a geometria de Riemann, o espaço euclidiano e com ele também cai o imutável universo da Física criada por Newton.

    A Primeira Grande Guerra se encontra em desenvolvimento; vêm o Pós-guerra e a preparação de outra que iria incendiar o mundo inteiro entre 1939 e 1945.

    Em torno de 1920, os meios de comunicação se expandem

    com rapidez em todas as direções, época em que a Europa recém-saída da Primeira Grande Guerra recebe o apoio de todas as nações, visando a reconstrução do mundo devastado, retomando a expansão e a revolução das artes e das ciências, iniciadas desde fins do século XIX, com a teorização dos simbolistas, tendo como principais núcleos irradiadores das vanguardas, Paris, denominada por Nietzsche a capital da 28

    Um estudo de micro-história

    cultura. É o momento em que um transporte extremamente rápido — o avião — difunde, por todos os continentes, jornais, revistas e livros contendo as idéias novas dos pintores e poetas parisienses; internacionalizam-se, através de um intercâmbio altamente procriador, as criações das vanguardas européias e hispano-americanas, em particular o modernismo do Azul, do mexicano Gutiérrez Nájara e Rubén Dario, os manifestos de Marinetti e Appolinaire, o dadaísmo de Hugo Ball e Emmy Hennings, Tzara, Eluard, Breton e Aragon, não podendo o Brasil deixar de refletir a imagem especular desses movimentos renovadores, embora com muito atraso em relação aos demais países latino-americanos. Nessa busca de conhecimentos, a relação sujeito-objeto–imagem não podia deixar de ser considerada.

    No ensaio de Nise Rodrigues, seu objeto de estudo é o

    Grupo dos Independentes, surgido no Recife na década de 1930, paralelamente aos trabalhos dos pintores, romancistas e poetas da segunda geração modernista que sucedera à surgida no País no início dos anos 1920 e tivera em Anita Malfatti uma visão do que viria a ser a pintura brasileira no futuro.

    Em relação às vanguardas, ficamos à margem do modernismo hispano-americano, mas fomos alcançados muito cedo, apesar do parnasianismo, pela modernitas da tradição Baudelaire-Valéry e a força da poesia e da pintura francesas, a partir da teorização da modernité e sua influência sobre os filósofos da arte e poetas alemães, italianos, espanhóis e ingleses.

    A intuição que levou Nise a escrever este ensaio foi uma exposição em homenagem à família Rodrigues — uma família de artistas e animadores culturais —, em que se destacavam grandes nomes, como Nelson Rodrigues, o mais completo

    dramaturgo brasileiro de todos os tempos, um inovador do teatro brasileiro, cuja força aumenta à medida que vem sendo descoberto pelos norte-americanos e canadenses, segundo a opinião dos críticos, expressa na monumental História das Culturas Literárias da América Latina, publicada, em inglês, em 2004, pela Oxford

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