Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Videopolítica: jornalismo, discurso e poder em sua tv
Videopolítica: jornalismo, discurso e poder em sua tv
Videopolítica: jornalismo, discurso e poder em sua tv
E-book211 páginas2 horas

Videopolítica: jornalismo, discurso e poder em sua tv

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

No Brasil estudos sobre telejornais têm sido frequentemente realizados, muito embora não se possa falar que exista ainda uma tradição consolidada de pesquisas sobre essa área. Uma das principais razões deste livro é justamente buscar entender um pouco mais desse segmento televisivo, sobretudo a partir do estudo das notícias.
Assim, curiosamente nos questionamos: o que diz seu telejornal por meio das notícias? O que revelam as "matérias jornalísticas" editadas por seu telejornal a respeito dos "fatos" e "acontecimentos públicos" da cidade? Que interpretação, ou interpretações, vem construindo acerca dos assuntos políticos recorrentemente "teleplasmados"?. É possível deslindar estratégias de poder, e, assim, relações sociais de assimetria, tão comuns a uma "telepolítica"?
São questões como essas, entre outras, que nos dispomos aqui, minimamente, a entender. Temas como "telejornalismo, poder, prática política etc.", tão recorrentes nos dias atuais e extremamente importantes de serem debatidos. É por isso e muito mais que recomendamos a leitura deste livro. As informações nele contidas se constituem como relevante contribuição para estudantes e pesquisadores dos cursos de humanas de todo o país, além de todos aqueles que se interessam pelos assuntos da política e dos meios de comunicação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2016
ISBN9788547300272
Videopolítica: jornalismo, discurso e poder em sua tv

Relacionado a Videopolítica

Ebooks relacionados

Ciências Sociais para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Videopolítica

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Videopolítica - Dannyel Brunno Herculano Rezende

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

    Para Rosilda e Juarez, meus pais;

    Aos familiares, amigos e alunos;

    A todos que, em seus próprios termos e por intermédio da televisão,

    dão sentido ao mundo público.

    Agradecimentos

    Este livro é uma versão, rapidamente modificada, de minha dissertação de mestrado em Ciências Sociais defendida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

    Meus agradecimentos ao Professor José Antônio Spinelli, orientador e amigo, pela dedicação conferida ao longo do curso e pelo aprendizado constante. Sem o seu apoio, certamente, a publicação desse livro não seria possível.

    Aos professores do Programa de Pós-Graduação (PPGCS-UFRN), Lincoln Moraes de Souza, Homero de Oliveira Costa, José Willington Germano, João Emanuel Evangelista e Norma Takeuti, pelos importantes contatos em virtude dos estudos disciplinares e da pesquisa.

    Ao professor Gabriel Eduardo Vitullo, pela rica orientação ao cumprimento das atividades de bolsa e ao professor Adriano Cruz, do Departamento de Jornalismo da UFRN, pelas sugestões metodológicas iniciais, pelos diálogos e pela amizade conquistada. A todos certifico que os resultados do trabalho são de minha inteira responsabilidade.

    Agradeço ainda aos colegas de curso e de universidade, Erico Pinheiro Fernandez, Julianna Azevedo, Gustavo Vilella Whately, Bruno César Ferreira e Josemar Damasceno, pelo intenso convívio e amizade.

    Aos amigos docentes e discentes de hoje com os quais compartilho os desafios da educação. São muitos os nomes e, em referência a todos, cito o amigo, poeta e cordelista, Hailton Mangabeira que com generosidade tem propiciado momentos importantes de enriquecimento educacional e cultural e a professora Laurívia Lima de Melo, em sua competência e disponibilidade nas correções iniciais (ortográficas e gramaticais) do texto.

    Meus enormes agradecimentos aos meus pais, Rosilda Herculano Rezende e Juarez Rezende, ao meu irmão Sammuel Brunno e demais familiares que aprenderam a conviver com as minhas ausências. Cada um, a sua maneira, contribuiu de forma valiosíssima para que este trabalho fosse possível.

    Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN e ao Programa de Bolsas de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) que tornaram possível a realização da pesquisa.

    Tudo o que se nos apresenta, no mundo social-histórico, está indissociavelmente entrelaçado com o simbólico.

    Cornelius Castoriadis

    Prefácio

    Dannyel Rezende é um jovem pesquisador das Ciências Sociais, com um recorte orientado para a Ciência Política. Desde que ingressou na graduação demonstrou sua vocação para a pesquisa e o debate teórico, participando de grupos de estudos e de atividades de iniciação científica. Desde então, tem amadurecido as suas reflexões nessa área, assumindo plenamente a docência e a pesquisa.

    Dannyel, além de ter se revelado um estudioso sério, é uma pessoa que sempre expressa uma postura colaborativa quando trabalha em grupo, e contribui para estabelecer um ambiente amigável, que costuma ser condição indispensável para que o grupo possa crescer junto e produzir.

    O trabalho ora publicado em livro, Videopolítica: Jornalismo, discurso e poder em sua TV, foi originalmente uma pesquisa realizada em 2012, que tive o prazer de orientar, sobre um programa televisivo do SBT/RN (TV Ponta Negra), o Jornal do Dia, de grande audiência e apelo popular. Voltado mais especificamente para o dia a dia da política estadual, o programa inaugurou um estilo inovador, abrindo espaço para apresentação de pontos de vista diversos, tanto no noticiário propriamente dito como nas seções de entrevistas. Assim, conseguiu a façanha de produzir um noticioso que exibia uma abordagem interpretativa com aparência de isenção e objetividade. Com habilidade e faro para editar matérias relevantes, foi se impondo no cenário do segmento político do jornalismo televisivo em escala estadual.

    Trabalhando com um dispositivo teórico definido, mas aberto, que mobilizou noções-chave (ideologia, poder, formas simbólicas, mass media, globalização e outras) e usando a metodologia da hermenêutica da profundidade como estratégia da análise discursiva do programa, desvendou os conteúdos ideológico-simbólicos que permeavam a fala do programa desnudando sua armadura conservadora por trás da aparência de modernidade.

    O conhecimento que Dannyel acumulou sobre a história política estadual com seus clãs e oligarquias monopolizando a representação da política e ocupando em rodízio a sociedade política, foi de fundamental importância para que ele pudesse empreender uma análise crítica do seu objeto de estudo.

    Agora, devidamente revisado, o trabalho chega sob formato de livro, visando o público acadêmico e todos os interessados na política estadual recente.

    Sem dúvida, sua leitura vai enriquecer nosso conhecimento da política potiguar e alimentar debates teóricos que contribuam para fazer avançar a Ciência Política.

    José Antônio Spinelli Lindoso

    Prof. Titular de Teorias Sociológicas da UFRN

    SUMÁRIO

    Introdução

    CAPÍTULO 1

    Do alicerce geral da investigação: pressupostos epistemológicos, metodológicos e conceituais

    1.1 Para uma fundamentação epistemológica e metodológica da pesquisa

    1.1.1 Epistemologia

    1.1.2 Metodologia

    1.1.3 A hermenêutica de profundidade (HP)

    1.1.4 Referencial teórico

    1.1.5 Procedimentos técnicos

    1.2 Alguns elementos conceituais: a noção de formas simbólicas, ideologia e poder

    1.2.1 Referências conceituais

    1.2.2 As formas simbólicas

    1.2.3 A concepção de ideologia

    1.2.4 A noção de poder

    Capítulo 2

    Da comunicação mediada: a televisão e o segmento jornalístico

    2.1 Do advento midiático e da interação mediada: aspectos históricos e interacionais dos meios de comunicação de massa

    2.1.1 O advento midiático

    2.1.2 A interação mediada

    2.2 Globalização contemporânea e desenvolvimento midiático: avanços e transformações nos mass media

    2.3 Televisão, telejornalismo e notícias: canais de transmissão das ideologias

    CAPÍTULO 3

    Da tríplice análise

    3.1 Da análise sócio-histórica: a TV Ponta Negra e o telejornal Jornal do Dia

    3.1.1 A TV Ponta Negra 

    3.1.2 O Jornal do Dia

    3.2 Da análise formal ou discursiva: por dentro das notícias

    3.3 Para uma interpretação/reinterpretação dos conteúdos midiáticos

    CONCLUSÃO

    REFERÊNCIAS

    Introdução

    Ela [a televisão] pode fazer existir ideias ou representações, mas também grupos. As variedades, os incidentes ou os acidentes cotidianos podem estar carregados de implicações políticas, éticas etc. capazes de desencadear sentimentos fortes […] e a simples narração, o fato de relatar, to record, como repórter, implica sempre uma construção social da realidade capaz de exercer efeitos sociais de mobilização (ou desmobilização).

    Pierre Bourdieu (1997, p. 28)

    Teoria e pesquisa só servem se têm a capacidade de dar sentido à observação de seu objeto de estudo, disse Manuel Castells (1999) em Prefácio à edição de 2010 de A sociedade em rede (v. 1). Corroboramos o destacado autor da trilogia A era da informação: economia, sociedade e cultura, pois não há virtude em qualquer empreendimento científico se uma forte incongruência separa aquilo que se procura estudar daquilo que calça seu entendimento e o estimula a uma importante e coerente investigação. Pensamos, então, que teoria e pesquisa são fundamentais quando se trata de encontrar explicações e atingir objetivos de trabalho. Sem uma teoria dificilmente haveria questões justificáveis do ponto de vista da razão científica e provavelmente não poderíamos falar de pesquisa no sentido específico do termo: estudo metódico orientado pela noção de ciência.

    O que pretendemos aqui demonstrar é fruto de uma pesquisa e, como tal, faz uso de teorias e também de teóricos. Um trabalho que – originalmente resultado de uma Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais (UFRN, 2012) e agora sob o formato de um livro –, vem expor algumas inquietações referentes (por que não dizermos?) ao universo da televisão e mais detalhadamente ao mundo do telejornalismo¹.

    Dispomo-nos a investigar um canal de comunicação, a TV Ponta Negra – afiliada à Rede SBT de Televisão e com sede em Natal/Rio Grande do Norte –, e, assim, a realizar um importante estudo acerca de seu telejornal, o Jornal do Dia. Com isso, nos propomos integralmente a examinar o comportamento da sua seção política respeitante à cobertura que vem efetuando acerca dos acontecimentos políticos do RN. Em outras palavras, objetivamos saber, através do estudo detalhado de suas matérias jornalísticas, como os fatos políticos do estado – entendido estes como a prática política noticiada – são apresentados por seu telejornal.

    Ambicionamos averiguar, em que medida, por exemplo, encontram-se relacionadas não só televisão e telejornalismo, mas também política, tendo nossa reflexão origem – ainda que limitadamente – no estudo de um caso particular: a emissora geradora de televisão TV Ponta Negra, como bem assinalamos acima. Tratamos, portanto, em efetuar uma análise hermenêutica do seu programa Jornal do Dia em sua cobertura política local, ciosos por decifrar os possíveis vieses que informam a prática política estadual do RN, o chamado cotidiano da política.

    Ora, o que revelam, nesse sentido, as notícias ou as matérias jornalísticas editadas pelo suprarreferido telejornal a respeito dos fatos e acontecimentos públicos do estado? Que interpretação, ou interpretações, o jornal vem construindo acerca dos assuntos políticos recorrentemente teleplasmados? (SARTORI, 2000). É possível deslindar estratégias de poder, e, assim, relações sociais de assimetria, tão comum a uma telepolítica? (SARTORI, 2000). De fato, como o jornal vem avaliando a prática política local? São, portanto, alguns questionamentos sobre os quais nos dedicaremos a entender.

    Antes, porém, buscamos deixar claro que a presente produção parte da compreensão de que vivemos uma atualidade em que os meios de comunicação encontram-se amplamente desenvolvidos. Não é à toa que inúmeros autores, entre eles John Thompson (2007), vêm se debruçando com afinco para tentar entender a contemporaneidade em sua realidade social transbordante de comunicação e informação. Conforme assinala, o estágio societário em que nos encontramos apresenta-se simultaneamente atravessado pela força e onipresença dos meios de massa ou mass media².

    Thompson, assim, tem chamado a atenção para as importantes alterações que vêm ocorrendo nos meios de comunicação, especialmente a partir das últimas décadas do século XX. Segundo ele, as mudanças operadas na economia capitalista e na tecnologia, de modo geral, afetaram sobremaneira a organização dos mass media pelo mundo e as maneiras de transmissão e recepção de suas mensagens. Nessas condições, a concentração dos meios de comunicação, a sua globalização e as inovações tecnológicas, entre outras, foram decisivas para o fortalecimento e expansão das empresas midiáticas, tornando-as mais poderosas e presentes na maior parte do globo.

    Em sua análise do desenvolvimento da mídia, o autor tem, ainda, destacado a importância e o impacto das novas formas de interação criadas pelos meios de comunicação. Conforme observa, o advento dos meios de comunicação no século XV e o seu consequente desenvolvimento aos dias atuais trouxeram consigo novas possibilidades de interação que difere de um contato face a face para o que chama de uma interação mediada e quase-interação mediada.

    No caso dessa última forma, ele se refere às possibilidades de contato entre os homens, criadas por meios como: livros, revistas, jornais, rádio e televisão, reportando-se, com isso, a uma situação social através da qual as pessoas são conectadas por meio de um processo de veiculação de formas simbólicas de caráter preponderantemente monológico.

    Nesse sentido, Thompson tem conferido um importante destaque à televisão como um meio interacional de grande centralidade na sociedade atual. Observa como esse veículo apresenta uma grande capacidade de impactar as relações sociais, na medida em que se configura como um canal de alcance de massas e cujas características permitem relacionamentos pautados, por exemplo, no distanciamento espaço-temporal, na publicidade e/ou na visibilidade de imagens para um número indefinido de pessoas, entre outros.

    Dado o elevado grau de penetração que a televisão vem apresentando no mundo social e, por isso mesmo, sobressaindo-se como um grande produtor e difusor de formas simbólicas, o autor ressalta a sua importância no que se refere à propagação de ideias e informações. Conforme salienta, os meios de comunicação se constituem, nas sociedades hodiernas, como sendo os locais

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1