Brasil, 1979-1989: Uma década perdida?
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Brasil, 1979-1989 - Jadir Peçanha Rostoldo
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Coordenação Editorial: Kátia Ayache
Revisão: Stephanie Andreossi
Assistência Editorial: Marina Vaz
Capa:Bruno Balota
Diagramação: Bruno Balota
Assistência Digital: Wendel de Almeida
Edição em Versão Impressa: 2014
Edição em Versão Digital: 2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
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Aos meus pais,
Jadyr e Alny,
Pela vida e pelo exemplo.
A Raquel,
Por acreditar sempre.
Sumário
Folha de Rosto
Página de Créditos
Dedicatória
Prefácio
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1: A ECONOMIA BRASILEIRA: DO PLANO DE METAS AO PLANO VERÃO, 1955-1989
1. O CONTEXTO INTERNACIONAL
2. DOS CINQUENTA ANOS EM CINCO
AO II PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO – 1955 A 1979
3. A ECONOMIA BRASILEIRA NA DÉCADA DE 1980
CAPÍTULO 2: A SOCIEDADE EM MOVIMENTO – SUJEITO HISTÓRICO NA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL DA DÉCADA DE 1980
1. CULTURA E EXPRESSÃO CULTURAL
2. MOVIMENTOS POPULARES E SOCIAIS: A SOCIEDADE EM AÇÃO
3. MOVIMENTO SINDICAL: DA ESTRUTURA OFICIAL À AÇÃO POLÍTICA
CAPÍTULO 3: OS AVANÇOS POLÍTICOS, O RETORNO À DEMOCRACIA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO NA DÉCADA PERDIDA
1. O CAMINHO PARA A DEMOCRACIA: DA ANISTIA POLÍTICA À CONSTITUIÇÃO DE 1988
2. DESENVOLVIMENTO HUMANO E CRESCIMENTO ECONÔMICO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Brasil: plano de metas. Estimativas do investimento total 1957-1961 – bilhões de Cr$
Tabela 2 – Desempenho econômico-financeiro do governo JK (1956-1960) – milhões de US$
Tabela 3 – Comparação entre dívida externa bruta, dívida externa líquida e reservas internacionais(1967 e 1973) – bilhões de US$
Tabela 4 – Evolução da dívida externa, inflação e do produto interno bruto (PIB) – 1979 a 1984 – bilhões de US$
Tabela 5 – Taxa de inflação anual (1979-1989)
Tabela 6 – Crescimento do número de sindicatos de empregados na década de 1980, por grandes regiões (em %)
Tabela 7 – Número de greves de categorias selecionadas por grandes setores – 1978, 1981, 1985 e 1987 (%)
Tabela 8 – Jornadas perdidas por grupo de atividades 1978, 1981, 1985 e 1987 (%)
Tabela 9 – Média anual de greves no brasil por períodos político-econômicos
Tabela 10 – Jornadas perdidas por grandes setores (em milhares) brasil, região urbana
Tabela 11 – Proporção de pessoas de 18 anos ou mais que possuem documentos, por situação de domicílio, segundo o tipo de documento, Brasil – 1988
Tabela 12 – Crescimento proporcional da população e do eleitorado Brasil – 1978-1990 (1945=100)
Tabela 13 – Relações entre a taxa de crescimento do eleitorado e a taxa de crescimento da população
Tabela 14 – Número de partidos parlamentares por região e anos. Câmara dos deputados – 1980 e 1989
Tabela 15 – Nº de analfabetos e taxa de analfabetismo na faixa etária de 15 anos ou mais, 1980-1989
Tabela 16 – Brasil: população de 15 anos ou mais e taxa de analfabetismo, segundo situação do domicílio, 1981 e 1989
Tabela 17 – Brasil: pessoas de 7 a 14 anos, por condição de frequência à escola, 1981 e 1989
Tabela 18 – Educação pré-escolar: população de 0 a 6 anos e taxa de atendimento, 1980-1989
Tabela 19 – Educação especial – instituições especializadas: números de instituições, atendimento educativo (matrícula) e pessoal docente, 1981-1988
Tabela 20 – Ensino superior: nº de funções docentes contratadas por dependência administrativa, 1980-1989
Tabela 21 – Nº de instituições de ensino superior (IES) por dependência administrativa, 1980-1989
Tabela 22 – Ensino superior: número de funções docentes, contratadas, afastadas e em exercício por grau de formação, 1980-1989
Tabela 23 – Ensino superior: principais variáveis, 1980-1989
Tabela 24 – Taxas de natalidade e mortalidade (nascimentos e óbitos/1000 habitantes), esperança de vida ao nascer e fecundidade total (filhos/mulher), 1970-1980-1990
Tabela 25 – Taxas de mortalidade infantil (óbitos infantis por mil nascidos vivos), 1980-1988
Tabela 26 – Mortalidade proporcional por idade (% óbitos), 1977-1988
Tabela 27 – Percentual de domicílios particulares permanentes adequados – área urbana – 1982 e 1990
Tabela 28 – Percentual de domicílios particulares permanentes adequados – área rural – 1982 e 1990
Tabela 29 – Brasil: distribuição dos domicílios particulares permanentes urbanos por serviço domiciliar – 1981/1990
Tabela 30 – Brasil: distribuição das famílias e pessoas residentes em domicílios particulares, segundo classes de rendimento mensal familiar per capita, 1981 e 1989
Tabela 31 – Brasil: famílias e pessoas residentes em domicílios particulares, segundo classes de rendimento mensal familiar per capita, 1981 e 1989
Tabela 32 – Índice de desenvolvimento humano (IDH) Brasil e macrorregiões, 1980 e 1991
Prefácio
Este livro é o produto final da dissertação de mestrado em economia defendida na Universidade Federal do Espírito Santo, em Julho de 2003. Essa é a história oficial. Na verdade é resultado do incômodo de um historiador em relação a um rótulo: Década Perdida. Será que alguma coisa é realmente perdida? Por acreditar que a resposta é um maiúsculo Não entrei nesta aventura.
Aventura para trilhar os caminhos da economia, uma ciência que pode parecer exata, mas que está sujeita a todas as ações, atitudes, ideias e decisões dos homens, assim como de suas incertezas. Ciência que também sofre as consequências de ser colocada como autora principal, se não de todos, de quase todos os fenômenos que atingem os países e sua sociedade, seu passado, presente e futuro. Essa também uma provocação que sempre esteve presente nas longas pesquisas, análises e questionamentos que fizeram parte do processo de construção desta obra.
Interagem ao longo do texto a política econômica brasileira, entre os anos de 1955 e 1989, as expressões culturais e os movimentos sociais e sindicais dos anos 1980, assim como o processo de redemocratização do país e seus indicadores sociais. Enredo bem comum. No entanto, essas transformações são tratadas por uma visão oposta, não privilegiando um elemento social como centralizador das mesmas, mas ampliando a análise para além da fronteira econômica. A ótica é multidisciplinar e sistêmica.
A partir dessa abordagem, fica evidente que os anos de 1979 a 1989 não foram perdidos, mas fundamentais para a moldagem da sociedade brasileira. Período que frutificou em uma geração, classificada pela Legião Urbana como filhos da revolução
, burgueses sem religião
, mas ao mesmo tempo o futuro da nação
.
Boa Viagem!
INTRODUÇÃO
A década de 1980 no Brasil caracterizou-se por condições específicas que contribuíram para a construção do país que temos hoje, vivenciando processos de mudanças sociais, econômicas, culturais e políticas, ao mesmo tempo em que profundas transformações aconteceram nas relações entre o Estado e a sociedade.
A situação do país e as mudanças que ocorreram na condução de suas políticas em 1979 fazem desse ano um marco significativo da nossa história: não elegíamos nossos governantes, era uma época de governos militares, existia a censura da imprensa, proibição do pluripartidarismo político, restrições à exposição pública de ideias e, no contexto internacional, havia a Guerra Fria.
Em contrapartida, quando olhamos para o ano de 1989, apesar do quadro de instabilidade, recessão, descontrole inflacionário e indefinição da política econômica, vemos outra realidade. Uma nova constituição tinha sido promulgada, existia liberdade política e de imprensa e a sociedade era ativa. O Brasil se transformou, e é esse processo de mudança que vamos analisar neste livro.
Uma sucessão de experiências frustrantes na década de 1980 gerou um diagnóstico politicamente pessimista que, atrelado a interpretações economicistas, vinculou, de forma simplista, o destino da sociedade democrática ao da economia. A economia brasileira nesse período foi marcada por graves desequilíbrios externos e internos, caracterizando-se por uma estagnação prolongada, falta de sucesso no combate à inflação, incertezas quanto às renegociações externas, agravamento do desequilíbrio fiscal e indefinições da política industrial.
Apoiados nesse diagnóstico, é comum a imprensa e alguns autores referirem-se aos anos 1980 como uma Década Perdida
. Conceito construído a partir de aspectos macroeconômicos que sugerem uma visão restrita do desenvolvimento humano, vinculado unicamente ao econômico. O reducionismo da expressão não considera todas as variáveis e perspectivas da sociedade, levando-nos a questionar se as referências utilizadas para identificar a década como perdida são suficientes para comprovar essa situação.
Os dados econômicos não podem ser determinantes para explicar a sociedade, pois dessa forma se desprezariam as relações sociais, políticas e a cultura, elementos essenciais para se compreender o sujeito histórico. O desenvolvimento de um país não é resultado apenas de políticas econômicas; os fatores extraeconômicos devem ser considerados. Não devemos simplesmente analisar dados econômicos isolados, mas situá-los e discuti-los para uma melhor compreensão. A ideia não é abandonar a perspectiva econômica, mas enxergá-la como mais uma variável para explicar a realidade, e não a variável determinante.
O Estado e a sociedade brasileira têm como uma de suas preocupações centrais a economia: como fazer para que os empresários voltem a investir, como controlar a inflação, como melhorar as relações capital-trabalho, como promover o desenvolvimento, entre outras questões. Esses assuntos são relevantes, mas existem outros com a mesma magnitude que precisam ter a sua importância reconhecida, sob o risco de a sociedade não conseguir construir caminhos para solucionar seus problemas ou até mesmo compreendê-los. Nesse sentido, não podemos pensar o Brasil sem entender, necessariamente, todas as variáveis envolvidas.
Nos anos 1980, a sociedade buscou, a partir da cultura e de suas formas de expressão, principalmente as artes, o cinema e a música, reagir à situação vigente. Demonstrou suas inquietações, preocupações e pretensões, refletindo as transformações que ocorreram. Os movimentos sociais e o movimento sindical também passaram por grandes mudanças, seja em sua organização, seja em suas reivindicações. Outro movimento essencial para se entender a década foi o processo de redemocratização que, partindo da campanha pela Anistia Política, chegou às eleições diretas para presidente da República. Essas variáveis vão fazer parte de nosso trabalho como elementos fundamentais para se entender o período, evitando, assim, uma visão restrita e amorfa.
O período a ser analisado, 1979 a 1989, foi uma escolha pessoal, por entendermos que esses dez anos representam uma importante fase da história do país. Eles concentram o último governo autoritário, 1979-1984, do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, e o primeiro governo de um presidente civil, José Sarney, 1985-1989, após o regime militar implantado em 1964. Não pretendemos, no entanto, erguer barreiras e isolar a análise, até porque uma investigação histórico-social-econômica não se sustentaria dentro dessa perspectiva. O objetivo da delimitação é metodológico, mas sempre mantendo uma visão global.
A importância desta obra está em buscar compreender a mobilização e as transformações da sociedade brasileira, no período de 1979 a 1989, que influenciaram o futuro do país. Vamos revisitar o passado a partir de