Hipertextos multimodais: Leitura e escrita na era digital
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Hipertextos multimodais - Luiz Fernando Gomes
Luiz Fernando Gomes
Hipertextos multimodais
Leitura e escrita na era digital
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Coordenação Editorial: Kátia Ayache
Revisão: Nicole Guim
Capa: Laís Foratto
Diagramação: Laís Foratto
Edição em Versão Impressa: 2010
Edição em Versão Digital: 2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Conselho Editorial
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Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)
Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)
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Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)
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Agradecimentos
O caminhante de nascença caminha só. Mas não anda sozinho
.
Agradeço a todas as pessoas conhecidas e desconhecidas, todos os alunos e professores, todas as coisas visíveis e invisíveis, todos os lugares e todas as paisagens e a todos os acontecimentos, que de uma forma ou de outra, atuaram como links para que eu conheces- se outras pessoas, outros espaços e outras ideias, cuja combinação retórica construiu em mim um texto único, num momento único.
Agradeço também à Fapesp, pelo apoio à publicação deste livro e ao prof. Dr. Osvando J. de Morais, responsável pela EdUniso, pelo empenho e amizade.
Sumário
Folha de Rosto
Créditos da Obra
Agradecimentos
Prefácio
Primeiras Palavras
Capítulo1: Texto e Hiper-Texto: O Hiper
do Hiper-Texto e Outras Questões
1.1. A Textualidade do Hipertexto
1.2. Tipos de Hiper-Textos
1.3. História do Hiper-Texto
Capítulo 2 : Links e Âncoras: Elementos Constitutivos do Hiper-Texto
2.1. Retórica dos Links
2.2. Classes de Links e Tipos de Links
Capítulo 3: Hiper-Texto Multimodal
3.1. O Verbal e o Não Verbal
3.2. Relações Entre Texto e Imagem
3.3. Relações de Status no Construto Imagem-Texto
3.4. Imagem e Texto: Funções Diferentes
3.5. Multimídia e Hipermídia
3.6. Hipermodalidade e Multimodalidade
Capítulo 4 : Leitura e Construção de Sentidos em Hiper-Textos Multimodais
4.1. Estratégias de Leitura de Hiper-Textos
4.2. Construção de Sentidos em Hiper-Textos
Capítulo 5 : Produção de Hiper-TextosMultimodais
5.1. O Design de Hiper-Textos Multimodais Para Educação a Distância
5.2. Concepções Pedagógicas em Materiais Didáticos
Referências
Lista de Figuras
Figura 1 - Ilustrações do espaço hiperbólico
Figura 2 - Duas ilustrações do Memex
Figura 3 - Exemplo de hypercard
Figura 4 - Exemplos de âncoras: todos os itens sublinhados, a logomarca da Internet Society e os tópicos dentro das abas na parte superior da página
Figura 6 - Todos os recursos foram utilizados para apagar o fogo
Figura 7 - Cartum
Figura 8 - Mapa Mundi
Figura 9 - Propaganda de xampu
Figura 10 - Mostra um motor de automóvel, mas a legenda refere-se apenas aos cilindros do motor
Figura 11 - O rendimento do motor evidentemente aumentou
Final
Prefácio
A mediação da tecnologia em práticas comunicativas gera mudanças linguísticas. A literatura tem apontado que as possibilidades e os limites de cada meio demandam ajustes e promovem mudanças no nível da linguagem, necessárias para facilitar a interação e a comunicação no novo meio. Historicamente, constatamos essas mudanças na passagem da comuni- cação oral para a escrita, assim como na construção social de gêneros imagéticos, fílmicos e televisivos. Com a tecnologia computacional, essas mudanças tornaram-se bastante salientes, na medida em que linguagens que já circulavam veiculada na medida em que linguagens que já circulavam veiculadas por outras mídias migraram foram integradas no meio digital. Com a popularização da Internet, essas mudanças ganharam uma visível aceleração e ampliação. Desde então, a publicação de textos no meio digital e a leitura mediada pelo computador vem ganhando cada vez mais espaço nas atividades de lazer e de trabalho. As inúmeras atividades de e-gov e e-business são também indicativas da importância que a Internet assumiu na área de prestação de serviços.
A sociedade e as prática letradas mudaram. Nessa linha de mudanças, é possível constatar que a escrita tradicional passa a se relacionar de forma híbrida e ganhar novos usos e funções na mediada em que as práticas digitais passam a ser apropriadas e exploradas em diferentes eventos de letramento, que fazem parte do cotidiano dos mais diversos grupos sociais. O acesso à Internet há muito deixou de ser restrito à elite economicamente privilegiada. Embora com claras restrições, mesmo os indivíduos que não tem recursos financeiros para ter acesso residencial a essas novas tecnologias, passam a ter tal acesso frequentando as lan houses espalhadas pelas periferias urbanas, ou frequentando centros comunitários, financiados por iniciativas governamentais ou do terceiro setor. É importante destacar que, nas comunidades de baixa renda, encontramos também um uso coletivo do acesso residencial à tecnologia, em um modelo muito semelhante ao que já ocorreu no passado com o acesso à televisão, uma prática da qual participavam vários membros da comunidade e não apenas a família proprietária do aparelho. Ou seja, de uma forma ou de outra, todos os grupos sociais estão imersos nessas mudanças que demandam novos letramentos.
Para a instituição escolar, tradicionalmente restrita ao ensino das práticas letradas escolares, o abismo, já existente, entre as práticas institucionais e as práticas sociais mais amplas, tende a ampliar-se. Espera-se que os professores, surpreendidos por uma realidade comunicativa que lhes é pouco familiar, encontrem caminhos para incluí-la nas atividades extra-classe ou em atividades a serem realizadas nos laboratórios de informática instalados nas escolas. Informatizar a escola é um lema cada vez mais presente na mídia e nas iniciativas oficiais. No que concerne a mídia, constatamos que muitas das promessas de benefício no nível social e individual, antes atribuídos à escrita, migram e ganham novos matizes quando se fala do meio digital. O letramento digital é comumente apresentado como uma porta que garante
o acesso à: competitividade no mercado global; à democratização do acesso à informação; à participação na cultura global ou inserção nas comunidades que se formam e constroem identidades no ciberespaço, sem as barreiras geopolíticas, sem os limites de tempo e espaço que sempre restringiram as trocas interativas entre indivíduos. No entanto, não é a presença e o potencial da tecnologia que gera mudanças sociais, mas sim o uso que as diferentes práticas fazem dos recursos oferecidos por cada tecnologia. Não basta, pois, só colocar o computador na escola, é preciso que nos preocupemos também em formar o professor para formas alternativas de ensino.
Muito tem se falado da necessidade do professor estar preparado para formar as novas gerações que terão que conviver com uma realidade social cada vez mais dependente das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Visões mais otimistas discutem a possibilidade de se explorar o computador e a Internet como uma nova ferramenta de ensino, que permite ampliar as possibilidades de aprendizagem, através da adoção de metodologias que instiguem a construção coletiva ou mesmo reflexiva do conhecimento. Visões mais pessimistas alardeiam os malefícios
do chamado internetês
, visto como um caminho para a perda da competência comunicativa escrita por parte das camadas mais jovens da população. Essas visões alarmistas desconsideram um conjunto de estudo que mostra que hoje os jovens escrevem bem mais fora de sala de aula, ou que o meio digital oferece caminhos produtivos para a melhoria das práticas pedagógicas.
Nesse contexto de promessas e temores, que afetam diretamente os professores em serviço, a obra produzida por Luiz Fernando Gomes é necessária e muito bem vinda. O texto relata o percurso teórico de um professor engajado como o compromisso de mudança e atualização de suas práticas pedagógicas. Focalizando nas reflexões sobre hiper-texto, o autor resgata uma trajetória de imersão teórica, que é fundamentalmente instigada por problemas práticos vivenciados. Buscando ir além da revisão das velhas práticas modernizadas
o texto resgata um a reflexão dialética entre teoria e prática. Nesse caminho, a necessidade de criar materiais para uso no meio digital aponta lacunas conceituais e questões teóricas que foram sendo preenchidas e respondidas pelo autor aolongo de seu texto. O livro, na estrutura dos capítulos, apresenta essas reflexões, de uma forma organizada, que socializa esse percurso individual e fornece respostas e novas questões para professores e pesquisadores interessados no tema mais amplo: hiper-texto.
No primeiro capítulo, o leitor encontra subsídios para se familiarizar com o debate sobre a definição de hiper-texto, ora entendido como uma realidade textual nova, particular ao meio digital, ora entendido como uma forma textual bastante próxima daquelas que já circulam no meio impresso. As reflexões sobre textualidade
auxiliam o leitor a entender melhor o cerne dessa polêmica. É esclarecedor também para o leitor, o alerta feito sobre o fato do termo hiper-texto
ser adotado para definir diferentes realidades textuais. A conclusão desse capítulo resgata a trajetória histórica que viabilizou a possibilidade atual da leitura em rede. O segundo capítulo revela a preocupação do autor em salientar conceitos, necessários para compreensão do processo de produção e leitura de hiper-textos. Nesse capítulo, o leitor terá o oportunidade de se familiarizar ou aprofundar seus conhecimentos sobre conceitos-chave e noções básicas - tais como links, âncoras, relação entre imagem e texto, caminhos de leitura, multimodalidade e hipermodalidade - todos apresentados de forma clara e didática.
A integração de modalidades recebe maior atenção no terceiro capítulo, dedicado para as considerações sobre a construção de textos multimodais e hiper-textos multimodais, que são típicos na maioria dos textos veiculados em meio hipermídia. Com esse embasamento teórico, o leitor é convidado a refletir sobre a construção de sentidos na leitura de material hipertextual e hipermodal. O quinto e último capítulo retoma a questão inicial motivadora desse estudo: a produção de materiais pedagógicos para o meio digital. Esse capítulo, assim como o anterior, oferece subsídios importantes para pensarmos não só a construção de hiper-textos voltados para práticas pedagógicas, como também para o ensino da leitura e produção de textos hipermídia. Sintetizando, o livro Hiper-texto multimodais: leitura e escrita na era digital
é um estudo muito bem vindo na época atual, na qual muito se fala sobre a necessidade de mudanças na escola, mas