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Cantigas trovadorescas: Seleção de cantigas
Cantigas trovadorescas: Seleção de cantigas
Cantigas trovadorescas: Seleção de cantigas
E-book167 páginas49 minutos

Cantigas trovadorescas: Seleção de cantigas

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Sobre este e-book

Idade Média: castelos imponentes, guerras, belas donzelas que suscitam amores impossíveis. É nesse contexto que surgem os primeiros registros literários em língua portuguesa: as cantigas trovadorescas, composições poéticas e musicais. Acompanhados de violas, alaúdes, flautas etc., os trovadores entoavam suas paixões excessivamente idealizadas ou satirizavam seus desafetos por meio de cantigas. Estão reunidas neste livro algumas das principais obras desse gênero.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de mai. de 2014
ISBN9788506074930
Cantigas trovadorescas: Seleção de cantigas

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    Cantigas trovadorescas - Afonso X

    Cantigas

    trovadorescas

    Seleção de cantigas

    Sumário

    Prefácio

    Cantigas de Amigo

    Ai eu coitada, como vivo em gram cuidado

    Quando meu amigo souber

    — Ai fremosinha, se bem hajades

    Ai madr,’o que eu quero bem

    — Ai mia filha, de vós saber quer’eu

    Ai meu amigo e meu senhor

    Ai vertudes de Santa Cecília

    Ai Deus, que doo que eu de mi hei

    Bailemos nós já todas três, ai amigas

    Levad’, amigo, que dormides as manhanas frias

    — Ai flores, ai flores do verde pino

    Amiga, muit’há gram sazom

    Oí hoj’eu ũa pastor cantar

    [Levou-s’aa alva], levou-s’a velida

    Ondas do mar de Vigo

    Cantigas de Amor

    No mundo nom me sei parelha

    Um tal home sei eu, ai bem talhada

    Em gram coita, senhor

    Ai senhor fremosa! por Deus

    Quer’eu em maneira de proençal

    A dona que eu am’e tenho por senhor

    Par Deus, senhor

    Pois que m’hei ora d’alongar

    Bem sabia eu, mia senhor

    Senhor fremosa, venho-vos dizer

    Ai eu coitad’! e por que vi

    Estes meus olhos nunca perderám

    Amigos, nom poss’eu negar

    Par Deus, coraçom, mal me matades

    Proençaes soem mui bem trobar

    Falei noutro dia com mia senhor

    Cantigas de Escárnio e Maldizer

    Mia senhor, vim-vos rogar

    Quand’eu passei per Dormãa

    Veerom-m’agora dizer

    Fernam Díaz é aqui, como vistes

    Dom Guilhelm’e Dom Adam e Dom Miguel Carriço

    Maria Pérez se maenfestou

    Quantos mal ham, se quere guarecer

    Ũa dona, nom dig’eu qual

    Ai dona fea, fostes-vos queixar

    Elvira López, que mal vos sabedes

    Escudeiro, pois armas queredes

    Cavaleiro, com vossos cantares

    Garcia López d’Elfaro

    Quem seu parente vendia

    De grado queria ora saber

    Nom quer’eu donzela fea

    Disse-m’hoj’um cavaleiro

    Roi Queimado morreu com amor

    Nostro Senhor, que bem alberguei

    Ora faz host’o senhor de Navarra

    Notas

    Momento histórico

    Momento literário

    Créditos

    Prefácio

    Proençaes soem mui bem trobar

    e dizem eles que é com amor;

    mais os que trobam no tempo da flor

    e nom em outro, sei eu bem que nom

    ham tam gram coita no seu coraçom

    qual m’eu por mia senhor vejo levar.¹

    Nessa cantiga de amor, D. Dinis mostra que a Provença era um importante centro irradiador da lírica provençal – poesia que se singulariza por ter como tema a figura feminina tratada de modo cortês. O Rei Trovador, porém, não torna a lírica provençal equiparável à lírica amorosa portuguesa: apesar do diálogo com inúmeras culturas, a lírica medieval galego-portuguesa tem características próprias e posiciona-se de forma crítica em relação a essas influências.

    Convém observar, por exemplo, que, quando a lírica provençal chegou a Portugal, já existia na região um tipo de criação poética extremamente popular, de estrutura oral, com versos emparelhados e refrão. Delas derivam as cantigas de amigo, que, apesar de produzidas na corte e por trovadores homens, refletem o ponto de vista feminino sobre o amor e sobre a pessoa amada. Nas cantigas de amigo há um ideal de vida menos elevado, que aborda as circunstâncias do cotidiano.

    As cantigas de escárnio e de maldizer, que correspondem a quase trinta por cento das cantigas conhecidas do Trovadorismo galego-português, também apresentam suas particularidades. O que se vê nelas é a intenção de dizer mal de alguém (de bem dizer mal, como consta na Arte de trovar, tratado incluído no Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Portugal). As cantigas de escárnio são mais sutis e fazem críticas veladas. Mais amplos e variados que as produções de escárnio de outras cortes, os temas das cantigas de escárnio normalmente aludem aos comportamentos pessoais, políticos, religiosos etc. da conjuntura cortesã. Já as cantigas de maldizer se valem de críticas diretas e, por vezes, grosseiras, com a intenção de provocar o riso no interlocutor e de expor alguém ao ridículo. Por esse motivo, na cantiga de maldizer geralmente revela-se o nome da pessoa a quem a crítica se dirige.

    Este volume reúne cantigas

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