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Broquéis
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E-book74 páginas59 minutos

Broquéis

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Sobre este e-book

Cruz e Sousa foi o verdadeiro poeta canibal, antecipando e muito Oswald de Andrade, os manifestos modernistas e as inquietações e estranhamentos da poesia do século XX. Leu, converteu, transformou diferenças e variedades, abrasileirou franceses, influenciou latino-americanos e continua até hoje a nos surpreender. Assimilou o que quis dos poetas que leu, deglutiu-os e vomitou-os em poemas fantásticos revirginados de seus precursores, reencontrando toda uma família de espíritos, uma verdadeira confraria, a dos criadores de fantasia! Foi um verdadeiro poeta moderno com todas as conotações da palavra em cada época. Como Baudelaire, na França, Cruz e Sousa, no Brasil, foi o introdutor da modernidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de nov. de 2011
ISBN9788525425409
Broquéis

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    Broquéis - João da Cruz e Souza

    Introdução a Broquéis

    Broquéis não é o primeiro livro de Cruz e Sousa. Antes dele, em parceria com o escritor e amigo Virgílio Várzea, já publicara na cidade de Desterro (atual Florianópolis) o livro Tropos e fantasias, em que reúne pequenos textos em prosa, críticos ou poéticos, anteriormente publicados em jornais. Também já publicara uma plaquete[5] em homenagem à atrizinha Julieta dos Santos[6], igualmente com os amigos Virgílio Várzea e Santos Lostada. Essas tentativas são as de um poeta com talento mas ainda sem muita instrumentação, ainda carente de mais leituras, de mais vivências. É, pois, Broquéis, o primeiro livro de poemas de Cruz e Sousa digno de nota. Foi publicado no Rio de Janeiro em 1893, no mesmo ano em que publica o livro de poemas em prosa Missal. Por isso este ano ficou sendo considerado o marco do Simbolismo no Brasil.

    Broquéis é composto por 54 poemas. O título é muito significativo porque, sendo broquel um escudo,[7] a poesia desta coletânea já se apresentaria sob o signo da defesa contra possíveis ataques. E pode ser estudado com essa temática em vários poemas, tais como Múmia, Cristo de bronze e outros.

    A coletânea abre-se com um poema estranho e enigmático, Antífona, composto de quadros com sugestivas variações cromáticas, possibilitando a criação de atmosferas. Os críticos apontam a presença da cor branca em variados matizes – seja a presença da luminosidade do luar, da neblina; seja a da neve, das imagens vaporosas, dos cristais. O levantamento vocabular mostra-o ligado ao vago, ao fluido (vagas, fluidas, incensos, vaporosas, errantes, indefiníveis); ligado à cor, com gradações do branco, e ao som, criando musicalidade. A cor branca é a cor do Simbolismo, francês ou brasileiro. Por isso, é um equívoco pensar-se que Cruz e Sousa usou muito do branco em seus poemas porque era negro. Ele empregou muito a cor branca porque era a cor dominante da estética simbolista e não por vagos desejos de mudar a cor de sua própria epiderme. Antífona é um poema que corresponde à Arte poéticade Verlaine[8]. Também prega o que preconizou o poeta francês – musicalidade, vagueza, procura da palavra rara –, e traz uma espécie de profissão de fé, de arte poética. É o poema de abertura

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