Aquela idade... em que tudo se quer saber
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Aquela idade... em que tudo se quer saber - Celso Antunes
Índice
Capa
Rosto
PRIMEIRA PARTE
1. SÉCULO XIX - O NASCIMENTO
DO CONCEITO DE CRIANÇA
2. A MANEIRA CERTA DE FALAR E ESTIMULAR PENSAMENTOS EM UMA CRIANÇA
3. A CRIANÇA TORNANDO-SE PESSOA. O VERDADEIRO SENTIDO DO CONVERSAR
4. NOS LIMITES DA COMPREENSÃO
E DA IMITAÇÃO
5. EXPLICANDO, MESMO QUE NÃO PERGUNTE
SEGUNDA PARTE - POR QUE? E COMO RESPONDER?
1. O QUE É PENSAR?
2. POR QUE A GENTE MORRE?
3. PARA ONDE A GENTE VAI QUANDO MORRE?
4. COMO FAÇO PARA NÃO PENSAR A TODA HORA QUE AS PESSOAS QUE AMO VÃO MORRER?
5. COMO A GENTE NASCE?
6. POR QUE ESQUECEMOS COISAS QUE NÃO QUEREMOS ESQUECER?
7. EXISTE ALGUM JEITO DE A GENTE NÃO ESQUECER O QUE NÃO PODE ESQUECER?
8. O QUE QUER DIZER RESPONSABILIDADE?
9. POR QUE VOCÊS ESTÃO SE SEPARANDO AGORA?
10. COMO É DEUS?
11. POR QUE AS PESSOAS FICAM DOENTES?
12. POR QUE NÃO POSSO VER TELEVISÃO A QUALQUER HORA?
13. POR QUE PAPAI DIZ QUE EXISTEM PROGRAMAS NA TV QUE CRIANÇAS NÃO PODEM VER?
14. É VERDADE QUE OS PADRASTOS SÃO MALDOSOS?
15. POR QUE AS MOÇAS QUE APARECEM NA TV SÃO BONITAS?
16. POR QUE EU NÃO POSSO ME CASAR COM A MAMÃE?
17. COMO DIZER PARA A MILENA QUE NÃO QUERO NAMORAR COM ELA?
18. O QUE SIGNIFICA PRECONCEITO?
19. É ERRADO A GENTE SENTIR CIÚME?
20. O QUE É UMA VIRTUDE?
21. POR QUE MEU PADRASTO NÃO GOSTA QUE EU SAIA COM O MEU PAI?
22. POR QUE MEU IRMÃO SAIU DA BARRIGA DA MAMÃE ANTES DE MIM?
23. POR QUE TEM CRIANÇA QUE MORA NA RUA?
24. POR QUE NÃO DEVEMOS MENTIR?
25. POR QUE EXISTEM CRIANÇAS QUE ROUBAM?
26. POR QUE ÀS VEZES A GENTE FICA COM RAIVA DOS ADULTOS?
27. POR QUE AS PESSOAS SE BEIJAM NA BOCA?
28. POR QUE EU FICO COM MEDO QUANDO VEM UMA TEMPESTADE?
29. POR QUE EU FUI ADOTADA?
30. POR QUE SÃO OS ADULTOS QUE DECIDEM O QUE É CERTO E O QUE É ERRADO?
31. POR QUE EXISTEM ADULTOS QUE NÃO ARRUMAM EMPREGO?
32. POR QUE EXISTEM CASAIS QUE SE CASAM E DEPOIS SE SEPARAM?
33. POR QUE MEU IRMÃO TEM UMA CHAVE DA PORTA DE CASA E EU NÃO TENHO?
34. POR QUE EXISTEM COLEGAS QUE NÃO GOSTAM DE MIM?
35. POR QUE A VOVÓ FUMA SE ISSO FAZ MUITO MAL?
36. POR QUE NÃO POSSO BEBER CERVEJA?
37. POR QUE EU TENHO MEDO DE DORMIR NO QUARTO ESCURO?
38. POR QUE OS ADULTOS ME MANDAM SAIR DA PISCINA, QUANDO AINDA QUERO FICAR?
39. POR QUE MENINOS E MENINAS NÃO PODEM TOMAR BANHO JUNTOS?
40. POR QUE MEU IRMÃO GOSTA E EU NÃO GOSTO DE NAMORAR?
41. POR QUE PAPAI OU MAMÃE NÃO GOSTA QUE EU JOGUE JOGOS NO MEU CELULAR OU NO MEU COMPUTADOR?
42. POR QUE MEU IRMÃO MENOR É MAIOR QUE EU?
43. POR QUE ÀS VEZES EU TENHO VONTADE DE RIR QUANDO VEJO UM ADULTO CHORAR?
44. POR QUE TEM CRIANÇAS QUE NÃO GOSTAM DE ANIMAIS?
45. POR QUE OS NAMORADOS BRIGAM?
46. POR QUE EU FIQUEi COM RAIVA DO MEU PAI QUANDO ELE SE SEPAROU DA MINHA MÃE?
47. POR QUE VOVÔ E VOVÓ GOSTAM QUE EU DURMA NA CASA DELES?
48. POR QUE UMA PESSOA QUE BEBE NÃO DEVE DIRIGIR UM CARRO?
49. SERÁ QUE EU POSSO SER SEQUESTRADO?
50. POR QUE MAMÃE NÃO ME DEIXA CHUPAR O DEDO?
51. POR QUE PAPAI SÓ FALA DE TRABALHO?
52. POR QUE A GENTE FICA COM RAIVA QUANDO NOSSO TIME PERDE?
53. POR QUE NÃO POSSO ASSISTIR À TELEVISÃO E, AO MESMO TEMPO, JANTAR?
54. POR QUE EU GOSTO DE IMAGINAR COISAS IMPOSSÍVEIS?
55. POR QUE EXISTEM GUERRAS?
56. POR QUE AS PESSOAS ORAM?
57. POR QUE OS ADULTOS NÃO DEIXAM A GENTE MEXER NO PIPI?
58. POR QUE O PAPAI NÃO AJUDA A MAMÃE NOS SERVIÇOS DE CASA?
59. O QUE É UMA PALAVRA FEIA
?
60. O QUE FAZ UMA MERETRIZ?
61. POR QUE MENINO TEM PIPI E MENINA TEM XIXI?
62. POR QUE, ÀS VEZES, SOLTAMOS PUM
?
63. POR QUE MEU COLEGA É MAIS NOVO, MAS É MAIS ALTO QUE EU?
64. QUANDO PAPAI E MAMÃE VÃO SE SEPARAR?
65. POR QUE OS ADULTOS NÃO BRINCAM?
66. POR QUE MUITAS VEZES QUE OLHO NO ESPELHO EU NÃO GOSTO DE MIM MESMO?
67. POR QUE OS ADULTOS NÃO GOSTAM DE RESPONDER àS PERGUNTAS QUE A GENTE FAZ?
68. O QUE QUER DIZER PEDOFILIA?
69. POR QUE ALGUMAS PESSOAS CHAMAM AS OUTRAS DE VEADO?
70. O QUE É MASTURBAÇÃO?
CONCLUSÃO
Referências Bibliográficas
Coleção
Ficha Catalográfica
Para pais e professores encontrarem na hora certa a boa resposta para a pergunta inesperada e que não podemos imaginar de onde a criança tirou.
E quem sabe?
Para no lar começar um café matinal, ou em uma aula na educação infantil abrir a possibilidade para a pergunta do dia
.
A descoberta da infância,
a maneira certa de se conversar
e estimular pensamentos na infância
e algumas respostas para perguntas
que encantam e surpreendem.
A Ico e Duda,
meus netos,
que me levaram a descobrir
que falar com crianças
é muito mais que dizer.
PRIMEIRA PARTE
1. SÉCULO XIX
O NASCIMENTO
DO CONCEITO DE CRIANÇA
v
Na Idade Média, a criança, como hoje a percebemos, absolutamente não existia. Os índices de mortalidade infantil eram colossais, e encarar a morte de um bebê representava rotina que banalizava a vida para os ricos e para os pobres.
Muito cedo, por volta dos cinco ou seis anos, a criança já ingressava no mundo do adulto e, na medida de sua resistência, compartilhava da luta pela subsistência, desprezada por sua baixa força física.
Somente por volta do século XVI e, principalmente, no século XVII isso começou a mudar, e mesmo assim muito pouco, pelo menos para as camadas sociais cultural e materialmente mais ricas. A criança, então, já era identificada como diferente
do adulto e até já existiam pessoas que, quando sobrava algum tempo, com ela brincavam, como hoje se brinca com um gatinho ou outro animal de estimação. Era, para a maioria, um brinquedo de luxo.
No século XVIII, essa situação começou a mudar, e já era até possível imaginar nas classes mais abastadas a existência de algo que hoje denominamos amor materno
. A cultura enciclopedista já admitia, sem consenso de todos, que a criança era um ser imaturo e que precisava da educação e proteção dos adultos. Valorizou-se então o vínculo entre pais e filhos, e começaram a surgir as tímidas raízes do que hoje concebemos como uma família moderna
.
O tema educação
entrou na pauta das discussões intelectuais, e a duração dos estudos, para os meninos, já representava um ensaio da ideia que hoje fazemos de educação infantil
e das preocupações com as doenças e saúde do corpo da criança.
Questionou-se o terrível hábito das amas de leite
– que geralmente amamentavam as crianças em condições sanitárias deploráveis –, e a responsabilidade por crianças abandonadas passou a ser assumida pelo Estado, sobretudo na França.
Somente no século XIX, nas classes abastadas, a criança passou a dispor de um lugar a ela reservado na casa, com direito a móveis proporcionais a seu tamanho e até mesmo brinquedos. A vida familiar, então, sofreu mudanças, e começou a se cogitarem restrições à natalidade para se preservar a