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O amor tem mil faces: Sexualidade e vida conjugal
O amor tem mil faces: Sexualidade e vida conjugal
O amor tem mil faces: Sexualidade e vida conjugal
E-book165 páginas5 horas

O amor tem mil faces: Sexualidade e vida conjugal

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Sobre este e-book

A questão sexual ocupa grande espaço na mídia, tratada sob os mais variados enfoques; também as artes lhe dão destaque. Tornou-se importante falar de um tema tão delicado, capaz de ser fonte de satisfação, mas também de problemas e conflitos.

Neste livro, o Autor traz a contribuição das diferentes ciências, à luz do ensinamento cristão, evidenciando a beleza escondida na sexualidade
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de out. de 2015
ISBN9788578211172
O amor tem mil faces: Sexualidade e vida conjugal

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    O amor tem mil faces - Raimondo Scotto

    Título original:

    Le declinazioni dell’amore

    © Città Nuova – Roma – 2001

    © Cidade Nova – São Paulo – 2005

    Tradução:

    Cláudia Scheeren

    Copidesque:

    Irami B. Silva

    Revisões:

    Ignez Maria Bordin

    Projeto gráfico:

    Lumbudi T. Bertin

    Conversão para Epub:

    Cláritas Comunicação

    2ª edição

    ISBN 978-85-7821-117-2

    (Original: 88-311-2529-X)

    Editora Cidade Nova

    Rua José Ernesto Tozzi, 198

    Vargem Grande Paulista – SP – Brasil

    CEP 06730-000 – Telefax: (11) 4158.2252

    www.cidadenova.org.br

    editoria@cidadenova.org.br

    Sumário

    Apresentação

    Introdução

    PRIMEIRA PARTE - SEXUALIDADE E PESSOA

    I. O corpo e a sexualidade

    II. O significado da sexualidade

    III. O desenvolvimento sexual

    IV. Homem e mulher

    SEGUNDA PARTE - A LINGUAGEM DA GENITALIDADE

    I. A relação sexual

    II. A arte de amar e a intimidade sexual

    III. O uso responsável da fertilidade

    IV. As relações extraconjugais

    V. O controle do impulso sexual

    Conclusão

    Bibliografia

    A voz do meu amado!

    Vejam: vem correndo pelos montes,

    saltitando nas colinas!

    Como um gamo é meu amado…

    um filhote de gazela.

    Ei-lo postando-se

    atrás da nossa parede,

    espiando pelas grades,

    espreitando da janela.

    Fala o meu amado, e me diz:

    "Levanta-te, minha amada,

    formosa minha, vem a mim!

    Vê o inverno: já passou!

    Olha a chuva: já se foi!"

    (Cântico dos cânticos 2,8-11)

    APRESENTAÇÃO

    Sem amor não teremos futuro.

    Com esta afirmação categórica de um sociólogo contemporâneo, iniciamos a breve apresentação da presente obra, dedicada a reflexões sobre o amor humano. É uma frase que traduz bem aquilo que talvez seja o verdadeiro drama do homem de hoje: o amor, de impulso vital que é, de fonte de alegria e de vida, de agente de busca criativa, está cada vez mais se tornando um problema, uma pedra no sapato entre o homem e a mulher, um atoleiro da perturbação social e do sofrimento. Tomamos a liberdade de frisar que nosso conhecimento da situação não é um conhecimento acadêmico, mas provém da experiência de campo. De fato, há muitos anos que, além da graça de termos uma família rica de filhos e netos, desfrutamos também de um relacionamento profundo com inúmeras famílias, jovens e maduras, nos países e contextos culturais mais diversos. Essa permuta contínua de confidências e experiências, que vamos fazendo em nossa atividade a serviço do Movimento Famílias Novas¹, confirma-nos cada vez mais a necessidade que todos temos de nos formarmos para o amor.

    Esse aspecto formativo vai adquirindo cada vez mais importância tanto no nosso movimento, como em todos os outros voltados à família. Os cursos de preparação para o casamento tornam-se mais exigentes, as oficinas de formação para casais freqüentemente incluem a participação de especialistas em relacionamento de casais, comunicação familiar, sexualidade, educação e assim por diante.

    Foi no decurso dessa atividade formativa que tivemos a oportunidade de encorajar o autor do presente volume em seu trabalho de pesquisa e de aprofundamento, ao verificarmos pessoalmente seus inegáveis dotes de comunicador e de divulgador. A segurança no assunto e uma rara sensibilidade aos temas tratados fizeram dele o palestrante que muitos procuravam. Isto lhe permitiu adquirir uma valiosa experiência como médico, como formador espiritual na linha da antropologia cristã e como companheiro de viagem daqueles que enveredam pelo caminho estreito e apaixonante do verdadeiro amor.

    Esperamos que seja também assim para todos os leitores deste livro, aos quais deixamos como incentivo as palavras que uma grande especialista em amor, Chiara Lubich, dirigiu aos noivos: Vocês foram chamados para renovar o mundo. Como? Com o amor. É sempre motivo de reflexão constatar que Deus, que espalhou tantas riquezas na Criação, tenha depositado o amor no coração dos homens e das mulheres, para que a humanidade viva e se multiplique… um amor belo, puro, forte, que não deve morrer jamais.

    Annamaria e Danilo Zanzucchi

    1 Movimento internacional que tem por objetivo contribuir para a construção da unidade na família e no mundo que a rodeia. É um setor do Movimento dos Focolares. [N.d.E.]

    INTRODUÇÃO

    Hoje, cada vez mais se fala de sexo e de sexualidade. A antropóloga Ida Magli explica que não se falava antes porque havia o medo. Hoje, o medo perdura, mas, como se fala de sexo a todo instante, tenta-se exorcizá-lo (Magli, 1987, p. 117).

    As revistas têm as suas colunas sobre sexologia. As transmissões televisivas abrem amplo espaço para mesas-redondas ou discussões sobre o modo de entender e de administrar a própria sexualidade. As tramas, as imagens dos filmes e os anúncios publicitários são, freqüentemente, impregnados de sexo, em nome da arte ou da liberdade de expressão… Falamos de sexo com facilidade, abertamente ou através de duplos sentidos maliciosos, entre colegas, amigos e casais. Sabemos da importância desse assunto e também de todo o peso que a sexualidade tem na vida do indivíduo e da sociedade. Algumas situações, como a pedofilia e os crimes de ordem sexual, deixam-nos asfixiados. Em busca de soluções eficientes, há muitos anos imploramos por uma educação sexual nas escolas, sem, contudo, saber exatamente por onde começar. Fenômenos emergentes, como a homossexualidade, tentam impor-se e encontrar um papel social…

    Submetido a essa multiplicidade de estímulos e de conhecimentos, e também sob o impulso das próprias experiências pessoais, cada um, aos poucos, constrói para si a sua visão particular da sexualidade. Muitas pessoas acreditam dominar suficientemente o assunto e, naturalmente, estar aptas para administrar bem esse importante aspecto da própria vida. Até os adolescentes, às voltas com suas primeiras experiências sexuais, julgam freqüentemente que são especialistas na matéria e que não precisam dos conselhos de ninguém.

    Entretanto, apesar de termos informações sobre o assunto indiscutivelmente mais amplas do que nas épocas históricas precedentes, muitas vezes existe um conhecimento insuficiente sobre os conteúdos reais da sexualidade. A maior parte das pessoas apresenta idéias muito confusas, derivadas principalmente da mentalidade dominante, absorvida sem o filtro de um aprofundamento crítico.

    No entanto, a sexualidade é uma realidade muito complexa, da qual decorrem conseqüências de importância decisiva, tanto para a vida dos indivíduos como da sociedade (pensemos, por exemplo, no nascimento de novos seres humanos). Sobre a sexualidade, o mais das vezes aprendemos apenas a linguagem do prazer, e nem sequer levamos em consideração todos os demais tipos de linguagem que ela pode exprimir, do mesmo modo que um computador, mesmo sendo capaz de oferecer uma infinidade de recursos, freqüentemente é reduzido a um simples videogame.

    Para o cristianismo, a sexualidade encontra a sua origem e, portanto, o seu significado na imagem e semelhança de Deus. Escreve o autor bíblico: Deus criou o homem […] à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou (Gn 1,27).

    Partindo dessa visão do homem (a imagem de Deus), que Jesus levou a cabo, é que procuraremos observar a sexualidade humana. Ou seja, faremos uma leitura da sexualidade à luz de uma antropologia cristã.

    Isso não significa deixar de levar em conta tudo o que a ciência diz sobre o assunto. Na verdade, a fé não substitui a razão, mas a ilumina, de forma a colocar mais em relevo aquilo que ela dificilmente veria sozinha. Piero Coda diz que a fé é a razão que se abre livremente diante do evento da Revelação e por ele é transformada (Cambón, 1998, p. 328), iluminando assim em profundidade tudo o que pertence à vida do ser humano.

    O cristão bem sabe que não é capaz de chegar sozinho ao conhecimento total de si mesmo e que tem necessidade de uma ajuda muito especial nessa obra de aprofundamento, ajuda essa que só pode vir de Jesus, o único realmente capaz de revelar plenamente o homem ao homem e de levá-lo a conhecer a sua altíssima vocação (Gaudium et spes, 22).

    Portanto, a antropologia cristã é uma antropologia autên-tica que, à luz da fé no Deus encarnado, procura perscrutar o ser humano em toda a amplitude e profundidade de sua existência.

    Entretanto, estas páginas não têm a pretensão de ser um tratado completo e exaustivo sobre a sexualidade. O assunto apresenta tantos desdobramentos e conexões com todas as ciên-cias (psicologia, biologia, sociologia, teologia etc.), que seria absurdo pensar em desenvolvê-lo em todas as suas múltiplas dimensões.

    Na maior parte dos casos, a sexualidade é tratada setorialmente. Isso não se deve às pesquisas científicas (que são necessariamente especializadas e, portanto, setoriais), mas muito provavelmente a uma reflexão antropológica insuficiente, incapaz de unificar entre si as diferentes contribuições.

    O presente livro se propõe ser, justamente, uma tentativa de associar as contribuições das diferentes ciências humanas, para tentar captar um pouco mais toda a beleza escondida na sexualidade humana. Algumas problemáticas são apenas citadas, outras poderiam ser pistas para uma pesquisa e um aprofundamento posteriores. Como a sexualidade participa do mistério da vida do homem, estou convencido de que nem mesmo as pesquisas mais aprimoradas jamais conseguirão explorá-la completamente e que ela só será revelada de todo na Eternidade.

    Primeira Parte

    SEXUALIDADE E PESSOA

    A sexualidade não é uma infra-estrutura biológica, mas uma dimensão que atravessa de ponta a ponta a existência…

    U. Galimberti

    I. O CORPO E A SEXUALIDADE

    O valor do corpo na história

    Hoje, vivemos numa cultura que dá grande importância ao corpo. De um jeito ou de outro, embora com motivações diferentes, todos procuram manter um corpo sadio, em plena forma física e, se possível, bonito ou agradável no aspecto. Daí, a proliferação de academias de ginástica e de dietas balanceadas, a difusão de cosméticos entre homens e mulheres de todas as idades, o florescimento contínuo de medicinas alternativas. Aparece cada vez mais uma cultura da estética. Aumenta continuamente o número de jornais e revistas que falam sobre o corpo. Do mundo da arte ao mundo da moda, o corpo parece triunfar por toda a parte. Dá a impressão de que, num certo sentido, o ser humano esteja procurando apossar-se novamente do próprio corpo, ao menos na cultura ocidental.

    Esse aparente aspecto positivo é contrabalançado pela manipulação que se faz dele visando a um sucesso econômico e social.

    Não devemos esquecer que, no passado, até recente, tinha-se pouca consideração pelo corpo; ele era visto, muitas vezes, como um aspecto negativo da pessoa. Sob a influência da cultura grega, que destacava claramente o dualismo entre alma e corpo, entre espírito e matéria, o corpo era considerado acidental para a existência humana, ao passo que o espírito estava como que aprisionado na matéria à espera de se libertar com a morte. Assim, todo o empenho da pessoa consistia em reprimir as exigências dessa matéria, as exigências do próprio corpo, para fazer o espírito emergir sempre mais.

    O dualismo entre alma e corpo, ademais, acabava por considerar a razão como bem supremo e, como mal, tudo aquilo que, por sua vez, reduzisse a capacidade de julgamento. Por isso, o caráter aparentemente irracional da experiência sexual (que a ciência médica antiga chamava tecnicamente de pequena epilepsia) era visto como um atentado à dignidade humana.

    Tal tipo de mentalidade acabava, logicamente, levando a uma notável desvalorização do corpo.

    O fato de isso ter acontecido no seio de uma cultura cristã não significa que tenha sido apenas um produto dessa cultura. Não podemos esquecer que a antropologia judaica, que está nas raízes do cristianismo, era rigorosamente unitária. Ou seja, não havia dualismo, contraposição, entre alma e corpo. Além disso, o ser humano na sua corporeidade, junto com toda a Criação, era considerado originalmente uma coisa boa. A encarnação do Filho de Deus, de onde se origina a experiência cristã, dá um valor a mais a toda a realidade criada,

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