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Alfabetização e língua portuguesa: Livros didáticos e práticas pedagógicas
Alfabetização e língua portuguesa: Livros didáticos e práticas pedagógicas
Alfabetização e língua portuguesa: Livros didáticos e práticas pedagógicas
E-book283 páginas3 horas

Alfabetização e língua portuguesa: Livros didáticos e práticas pedagógicas

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Sobre este e-book

Este é um livro dirigido ao professor. Ao professor alfabetizador e ao professor de língua portuguesa, do ensino fundamental. Ao professor que está atuando em sala de aula ou que está se formando: na graduação, na especialização, nos cursos de formação continuada. Os oito artigos aqui reunidos tratam de temas importantes para o ensinoaprendizagem nessa área: metodologias e estratégias de alfabetização, ortografia, conhecimentos linguísticos (entre eles, recursos de coesão), produção de textos escritos, leitura literária e letramento digital. O objetivo é mostrar como os livros didáticos (LD) vêm buscando soluções para os problemas que se colocam nas práticas pedagógicas com relação a esses temas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de dez. de 2009
ISBN9788582176429
Alfabetização e língua portuguesa: Livros didáticos e práticas pedagógicas

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    Alfabetização e língua portuguesa - Maria da Graça Costa Val

    deles.

    Capítulo 1

    LIVROS DE ALFABETIZAÇÃO:

    COMO AS MUDANÇAS APARECEM?

    Andréa Tereza Brito Ferreira

    Eliana Borges Albuquerque

    Ana Catarina Cabral

    Ana Cláudia Tavares

    Quando pensamos em livros didáticos de alfabetização imediatamente nos vêm à cabeça aquelas cartilhas que alfabetizaram centenas de pessoas, vinculadas aos considerados tradicionais métodos de alfabetização. Por muito tempo, esses livros eram o único ou principal material utilizado para o ensino da leitura e escrita. Os professores os utilizavam diariamente, e as crianças, a cada semana, repetiam as mesmas atividades vinculadas às letras, sílabas ou/e palavras aprendidas.

    Na década de 1980, as práticas tradicionais de alfabetização e os livros didáticos a elas vinculados, passaram a ser amplamente criticados, uma vez que continham textos forjados (os pseudotextos) e atividades que, de certa forma, destruíam a língua, reduzindo, equivocadamente, a iniciação da criança no mundo da escrita às tarefas de codificar e decodificar palavras tolas ou estranhas, sem qualquer propósito comunicativo.

    Morais e Albuquerque (2004), com base na análise de três cartilhas, duas silábicas e uma fônica, constataram que as atividades presentes nesses livros correspondiam principalmente à leitura de sílabas, palavras e textos cartilhados; cópia de sílabas, palavras e frases, além da exploração de diferentes tipos de letras. Essas atividades, segundo os autores, se relacionavam a uma perspectiva empirista/associacionista de aprendizagem, que concebe a escrita como código, que deveria ser aprendido por meio da memorização de letras, fonemas e sílabas, o que não contribui para que os alunos reflitam sobre os princípios do sistema de escrita alfabética (SEA). Por outro lado, pelo artificialismo dos textos que os alunos eram solicitados a ler, as cartilhas impediam que eles convivessem com a linguagem própria dos gêneros escritos que circulavam na sociedade.

    No caso da alfabetização, as primeiras obras avaliadas pelo PNLD eram cartilhas tradicionais, que depois foram substituídas pelos livros de alfabetização. Entre os princípios gerais que têm norteado a análise desde então ressalta-se que o processo de aquisição da língua escrita "não deve ser considerado apenas como um processo de aquisição de uma ‘mecânica’, isto é, da codificação de fonemas em grafemas¹ e da decodificação de grafemas em fonemas, mas deve ser entendido prioritariamente como um processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades de comunicação e interação por meio da leitura e da produção de textos escritos" (Guia de livros didáticos PNLD 2000/2001, Princípios gerais da área de língua portuguesa e alfabetização).

    Entendemos o livro didático como uma instância de institucionalização dos conhecimentos escolares. O que significa isso? Acontece que a escolha do que vai ser ensinado na escola não é um processo simples e natural. Em primeiro lugar, porque há muitos objetos de conhecimento, de diferentes naturezas, que poderiam ser considerados importantes para ser preservados e, por isso, ensinados às novas gerações. Por exemplo: por que não se ensina astrologia na escola? Em segundo, mesmo com relação aos objetos de conhecimento escolhidos como os que merecem ser incluídos no patrimônio científico da humanidade e, por isso, ensinados às crianças e aos jovens, há diferentes teorias, diferentes maneiras de entendê-los e explicá-los e só uma, ou algumas, fazem parte dos currículos escolares. Por exemplo, a biologia escolar ignora o saber popular (principalmente o dos índios) sobre o poder curativo das plantas. Por quê? Na verdade, a institucionalização dos conhecimentos – escolares e acadêmicos – é o resultado de disputas acirradas entre os que detêm algum saber. Os saberes ensinados nas escolas e universidades são os que angariaram maior prestígio entre os aqueles que têm poder de decisão no campo científico e educacional. Por isso é que podemos dizer que os livros didáticos, assim como as propostas curriculares, entre outros agentes, são instâncias que institucionalizam o que deve e o que não ser ensinado nas escolas.

    Assim, sabendo da presença dos livros didáticos na maioria das salas de aula do País, o nosso trabalho tem como objetivo analisar as mudanças didáticas e pedagógicas nos livros de alfabetização, tendo como foco a comparação das versões aprovadas no PNLD/2004 e no PNLD/2007.

    Mudanças nos livros de alfabetização:

    o que as pesquisas têm

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