Texto e Escola: Notas Sobre Produção e Desenvolvimento em Comunicação Escrita
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Texto e Escola - Loide Leite Aragão Pinto
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA
Dedico este livro a todos os professores e estudantes, que a cada dia questionam e estimulam as mudanças na educação, e especialmente aos meus alunos: Alexandra, Ana Manoela, Breno, Fhelipe, Gabriel Lucas, Henrique, Jhenyffer, João Victor, Júlia, Kalany, Keverson, Lara, Layla, Letícia, Lilian, Luan Lucas, Lucas Daniel, Luckas Manoel, Luis Antônio, Luis Fabiano, Luiza Fernanda, Márcio, Mayan, Rayra, Sophia, Stefanny, Thales, Victor e Wellington.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, pela vida e oportunidade a mim concedida de aprender a todo instante. Em seguida, agradeço a meus pais, que me guiaram nos primeiros passos da educação e confiaram ao sistema educacional brasileiro minha formação.
Faço um agradecimento especial ao meu marido, Júlio Cesar, que me apoiou, ajudou e participou de todo esse processo de estudo e trabalho. Da mesma forma, agradeço a paciência e carinho de minhas filhas, Carolina e Beatriz, que vivenciaram esse momento singular comigo.
Agradeço também a ajuda, em todos os momentos, da minha irmã Cláudia e do meu cunhado Gilberto, que me deram suporte quando precisei, bem como o carinho dos meus sobrinhos Matheus e João Pedro.
Por último deixo meu especial agradecimento a todos os professores que, ao longo de minha formação, estimularam-me ao pensamento crítico, à reflexão e à busca pela compreensão de nossos atos no mundo. Por fim, agradeço a meu orientador, professor Luiz Antonio Gomes Senna, por me indicar os caminhos de reflexão teórica que me ajudaram a compreender melhor minha prática pedagógica e reformular meus preceitos.
APRESENTAÇÃO
Fiz este livro motivada pelo desejo de dialogar com professores e alunos sobre as possibilidades de ensino, em sala de aula, a partir das práticas de escrita. O professor muitas vezes se sente perdido entre sua vontade de lecionar e as realidades da sala de aula, composta de emaranhados de realidades culturais e vidas distintas. Professores e alunos encontram-se na fronteira da aprendizagem e na fronteira da língua, ou seja, entre as variedades linguísticas. O primeiro traz o dever de ensinar a língua do Estado, o segundo o direito de entender a linguagem, aprender a dinâmica da língua oficial de seu país, cuja distinção não está apenas em meros traços fonéticos e semânticos, alcança também modos distintos de pensar o texto.
Conviver com meus alunos diariamente me fez perceber o quanto cada um deles tinha potencial de aprendizagem, o quanto sabiam explanar oralmente sobre suas atividades e conhecimentos aprendidos com gestos, entonações e recortes de fala. Todo esse potencial de aprendizagem encontrava na escrita uma barreira que, para além da ortografia, da concordância e da acentuação, estava na organização da mensagem. Foi partindo do princípio de potencial de cada aluno que as estratégias de ensino foram ganhando forma e ajudando-os na produção dos textos escolares com mais clareza e objetividade.
Nesta obra, apresento o trabalho desenvolvido no Instituto Politécnico da UFRJ em cabo Frio, dialogando com os pressupostos legais de ensino da Língua Portuguesa e seu protagonismo na formação do cidadão. Discutimos as concepções de direito envolvidas no tema da cidadania, que garantem ao aluno o direito de aprender a língua do Estado e inserir-se no debate das diferentes esferas estatais, sem, ao mesmo tempo, desconsiderar o direito do estudante de ter respeitada sua língua e sua cultura.
Ao longo dos capítulos, trabalhamos de forma a convidá-lo, caro leitor, à discussão, ao debate e à reflexão de nossas ações enquanto aprendizes e ensinantes nesse eterno processo do vir a ser.
Loide Leite Aragão Pinto
PREFÁCIO
Texto e Escola é uma reflexão convidativa aos professores que veem a escola pública brasileira como um espaço de promoção da cidadania. É um diálogo em que a autora nos provoca a pensar sobre a função da escola e dos educadores como produtores do conhecimento, a partir dos pressupostos: aluno-professor, limites-possibilidades, reflexão-organização-produção textual.
Tais pressupostos, ao longo do texto, levam o leitor a refletir acerca de uma indagação frequente de muitos professores: como faço para meu aluno escrever? Esse questionamento, que representa ‘uma pedra no meio do caminho’ de muitos planejamentos pedagógicos, fez com que a autora compartilhasse conosco uma fascinante experiência enquanto professora de Língua Portuguesa, no Instituto Politécnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio.
Nesta reflexão, a escrita é apresentada como uma organização de mundo que não permite acabar com as idiossincrasias dos alunos, propondo que elas sejam valorizadas e dialoguem com as normas da língua escrita. Para isso, o modelo textual anunciado para alcançar o aluno real é aquele que provoca o desenvolvimento da prática docente dentro de um espaço que convive com as demandas socioculturais do século XXI.
O ponto de partida dessa reflexão foi compreender o significado do ensino e aprendizagem da escrita de alunos que não se encaixam no modelo de sujeito ideal cartesiano. Somos levados a perceber, ao longo das páginas, que para alcançar esse aluno, o processo da escrita precisa partir do pressuposto de que é importante organizar as informações mentais para que o texto se organize. Essa organização é uma representação importante, porém, para que ela seja efetivada, é necessário que o aluno se reconheça na escrita. Assim, observa-se por meio dos caminhos relatados pela autora, a importância da apropriação do conteúdo e do planejamento proposto pelo professor, para que o aluno possa produzir um texto que represente seu texto interior, ou seja, sua lógica de pensamento.
Ao longo das páginas, a autora esmera-se em evidenciar que a proposta curricular da escola de boa qualidade deve ter como centralidade o estudante e a aprendizagem. Para isso, ela dialoga com os preceitos legais que regem a educação brasileira, os quais devem assegurar ao aluno a garantia de sua identidade cultural, sua dignidade e seus direitos linguísticos. Esse diálogo abre espaço para pensarmos sobre o papel social da escola enquanto lugar de integração e valorização de culturas não cartesianas. Para tanto, é preciso abrir espaço para embutir questões de ordem cognitivo e intelectual dentro da aprendizagem, considerando um planejamento pedagógico que reconheça estratégias de ensino que associem questões de ordem cultural ao espaço de desenvolvimento intelectual.
Na parte final do texto, a autora procura apresentar as atividades de produção textual desenvolvidas por ela e por um grupo de professores, com alunos do IPUFRJ, com o intuito de fundamentar novas práticas e esboçar caminhos alternativos que pensem o ensino da Língua Portuguesa numa dimensão dialética, ou seja, um ensino concebido entre o direito do estudante de ter sua língua e sua cultura respeitadas e, ao mesmo tempo, ter o direito de se formar enquanto cidadão a partir da língua do Estado. O diálogo aqui promovido deixa bem claro para o leitor que o ensino da Língua Portuguesa deve estar pautado na promoção para a cidadania, considerando a dimensão cultural do aluno, sua variedade linguística e seu modo de pensamento.
Enfim, é preciso dizer que a leitura desta obra é inspiradora, pois em nenhum momento representa uma experiência marcada por desilusão. Pelo contrário, ao longo do texto, enxergamos a potencialidade e o protagonismo de professores que pensam a educação como um ‘vir a ser’. A maturidade profissional e a consciência crítica da autora levam-nos a acreditar que é necessário assumir responsabilidades inerentes à função de professor da educação básica. Finalmente, acredito que o leitor, ao término dessa reflexão, compreenderá que um dos caminhos para uma educação de qualidade no Brasil é a não aceitação da passividade do professor diante dos problemas encontrados no chão da escola e o reconhecimento do aluno enquanto sujeito da aprendizagem.
Prof.ª M.ª Janaína Moreira Pacheco de Souza
Colégio Brigadeiro Newton Braga
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS
Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO FUNDAMENTAL
1.1 | As garantias legais do direito à educação e o ensino de
Língua Portuguesa
1.2 | As garantias legais do direito à educação na constituição
e leis complementares
1.2.1 | O ensino de Língua Portuguesa e a legislação brasileira
1.3 | O ensino de Língua Portuguesa e os PCN
1.4 | Considerações parciais
CAPÍTULO 2
A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA E OS OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
2.1 | Cidadania: pressupostos
2.2 | O conceito de cidadania no Estado moderno de direito
2.2.1 | O caminho brasileiro até a constituição cidadã
2.3 | A construção do sentido de cidadania no Brasil ou o cidadão brasileiro
2.4 | O direito linguístico e o ensino de Língua Portuguesa
2.4.1 | O ensino de Língua Portuguesa na dimensão do direito linguístico
2.5 | Considerações parciais
CAPÍTULO 3
A PRODUÇÃO DE TEXTO ESCRITO – ASPECTOS COGNITIVOS
3.1 | A construção da linguagem e o pensamento
3.1.1 | Modos paradigmático e narrativo de pensamento
3.2 | Fala e escrita para além das diferenças de suporte
3.2.1 | Fala
3.2.2 | Escrita
3.3 | Brasil – uma análise de desempenho do ensino de língua materna
3.4 | Considerações parciais
CAPÍTULO 4
PRODUÇÃO TEXTUAL DOS ALUNOS DO IPUFRJ – DESCREVENDO A METODOLOGIA
4.1 | Uma proposta de ensino pela produção escrita
4.1.1 | Relatório – instrumento pedagógico de ensino
4.2 | Aprender a escrever, escrevendo
4.2.1 | Produção textual orientada à pesquisa reflexiva
4.3 | Resultados obtidos
4.4 | Considerações parciais
CAPÍTULO 5
PRODUÇÃO TEXTUAL E PRINCÍPIO EDUCATIVO
5.1 | Os princípios educativos de Vygotsky e a questão da aprendizagem
5.2 | Educação - dialética entre o direito de ser e o direito de vir a ser
5.3 | Promover a produção de texto dos alunos reais – os sujeitos
da pesquisa
5.4 | Relatório e as propriedades do texto cartesiano
5.5 | A mediação professor/aluno nos processos de aquisição da
escrita cartesiana
5.6 | Considerações parciais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
– O que eu vejo é o beco.
Manuel Bandeira
O objetivo desta obra é apresentar nossa analise da proposta metodológica de ensino de Língua Portuguesa desenvolvida no Instituto Politécnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro em Cabo Frio, projeto de extensão da universidade que atuou na região de 2008 a 2016. Os problemas reais vivenciados pelos alunos com a estrutura formal da Língua Portuguesa e com a elaboração de textos, relacionados às diferentes necessidades comunicacionais vivenciadas na escola, mas especialmente com a produção regular de relatórios, motivaram o desenvolvimento de estratégias que contribuiriam para o desenvolvimento satisfatório dos alunos com o texto e para a aprendizagem da Língua Portuguesa a partir da prática discursiva. Desse modo, procuramos entender como essas estratégias se organizaram e quais foram seus pressupostos norteadores de ensino.
No capítulo 1, discutiremos os direitos e garantias educacionais tanto estabelecidos na Constituição Brasileira, como nas demais Leis, Diretrizes e parâmetros norteadores do ensino. Procuraremos discutir acerca do que é o ensino de Língua Portuguesa para a autonomia cidadã e o papel dos Parâmetros Curriculares Nacionais¹,² (PCN) na orientação e organização do currículo no ensino fundamental, o que eles definem como metas e objetivos para o