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O Poder de um grande amor
O Poder de um grande amor
O Poder de um grande amor
E-book117 páginas1 hora

O Poder de um grande amor

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Sobre este e-book

O poder de um grande amor é um conto de fadas moderno, em que você conhecerá Gisele, adolescente inteligente, meiga, que se muda da capital para uma cidade do interior.Ali começa a descobrir um novo mundo, novos conceitos, novos olhares. E um desses olhares é o de João Pedro, rapaz atencioso, dedicado, que está disposto a conquistar o coração da jovem que encantou os rapazes da cidade e despertou a inveja de algumas garotas.Um amor que enfrentará a sociedade, a manipulação dos pais por status e interesses econômicos e a crueldade dos invejosos. A história mostra o quão importante é a construção diária do amor e da amizade, pois é neles que encontramos força e refúgio.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de out. de 2015
ISBN9788542806861
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    O Poder de um grande amor - Matheus Soares da Silva

    lado.

    Tudo começou no ano de 2002, na pacata cidade de Andirá, no norte do Paraná. Claro que, como em toda pequena cidade, todos se conheciam e sabiam o que ocorria no dia a dia de cada um de seus habitantes. Especificamente no dia 23 de janeiro, a jovem Gisele de dezesseis anos chegou à cidade com os pais Roberto e Gabriela. A moça era simplesmente deslumbrante, com olhos azuis nos quais a visão de meros mortais parecia enxergar o mar, um mar calmo de águas cristalinas. Tinha um belo e longo cabelo louro, tão liso, tão vibrante que se fazia pensar distante. Um corpo tão belo que jamais haviam visto em cidade tão modesta. Para muitos era um anjo, para os pais uma princesa, porém ela se sentia um problema, pois não achava alguém que olhasse além de sua beleza.

    Roberto se mudou, pois não se sentia feliz com a família na capital, Curitiba. Ele era um gerente fantástico, havia trabalhado em vários estabelecimentos, desde lojas de roupas até concessionárias, era um grande vendedor. E como grande homem que era, ao seu lado tinha uma grande mulher, a radiante Gabriela, uma pessoa pouco sociável e que gostava apenas de gastar o dinheiro que Roberto conquistava. Para ela, a mudança para Andirá quase resultou em um pedido de divórcio, já que se tratava de um lugar muito pequeno e com poucas opções de compras; não havia ao menos um cinema para o lazer da família.

    Gabriela fez questão de escolher o local em que iriam morar, e escolheu o melhor. O bairro se chamava Nova Andirá, onde moravam os ricos da cidade. O corretor Felipe Andrade foi quem mostrou as casas: um senhor de sessenta e cinco anos, magro e que usava óculos de grau elevado. Ele mostrou à Gabriela a casa do Dr. Pedro, um médico cirurgião plástico que tinha entre trinta e cinco e quarenta anos e estava fazendo o caminho inverso, mudando­-se para Curitiba, o que facilitou o negócio.

    Dr. Pedro comprou a casa de Roberto em Curitiba por um milhão e meio de reais e vendeu a dele em Andirá por trezentos mil, o que facilitou a vida de ambas as partes. A nova casa de Roberto, Gabriela e Gisele era grande, espaçosa, com quatro quartos, piscina, churrasqueira, belas salas. Pelo menos por isso a esposa de Roberto ficou feliz, era uma das melhores casas de Andirá. No dia da mudança, todos na cidade comentaram que eles chegaram esbanjando muito dinheiro, pois o carro da família era um Mustang 2001 De Luxe Coupet 3.8 L. E com isso todos ficaram imaginando a fortuna da família, mas não sabiam que o carro e a casa eram tudo o que tinham, além de algumas economias.

    Eram três pessoas muito charmosas: Gisele, a linda jovem; sua mãe, uma madame loira com um corpo sarado, que fazia seus quarenta e dois anos parecerem trinta; e seu pai, um homem de um metro e noventa, forte, cabelos loiros e olhos azuis, que faziam seus cinquenta anos aparentarem quarenta. Na visão do povo local, eles pareciam ter um lar perfeito, porém, na realidade, o casal vivia brigando; tinha uma relação muito abalada. Isso fazia com que a família tivesse cada vez mais dificuldades para manter os problemas apenas entre eles.

    A filha sofria muito com a relação conturbada dos pais e com a própria incapacidade de encontrar amigos de verdade. Ela era muito invejada pelas meninas e objeto de desejo dos meninos. Seu sonho era encontrar um garoto que gostasse dela por sua maneira de ser, e não pela beleza. Ela era a principal beneficiada pelo projeto do pai: uma grande loja de roupas que Roberto estava abrindo em Andirá. E em toda a região onde ele estava investindo o dinheiro, toda a economia de anos, ela era a garota­-propaganda da marca Lavezzi, que levava o nome da família. Para Roberto Lavezzi, a filha era um instrumento para o sucesso, era a bênção concedida para ele lapidar. Por isso não era carinhoso com ela. Era bem rígido e a fazia estudar exaustivamente inglês, francês, aliás, todo o currículo acadêmico – física, química, matemática, português. Ela era um exemplo para todos. A mãe, no entanto, gostava de fazer a garota comprar, gastar, queria evoluir somente o lado estético da filha. Ela ficava muito infeliz pelo modo que seus pais a enxergavam, nunca teve chance de falar de seus sentimentos para eles.

    A vida de Gisele era muito conturbada: ela criou uma grande expectativa para o novo colégio, pois era seu terceiro ano do Ensino Médio e tinha sido uma adolescente muito complicada até o momento. Havia vários amigos atrás dela, porém sabia que era por mero interesse. Para uma garota curitibana de dezesseis anos, mudar­-se para Andirá poderia ser algo terrível, mas para ela era uma oportunidade de mudar de vida, uma chance de ser vista com outros olhos, de ser uma garota comum.

    Ela então começou a se preparar para tudo o que estava por vir: saía ao fim das tardes para um passeio de bicicleta pelo bairro, e assim começou a ver as pessoas. Como era uma garota simpática por natureza, conquistou vários moradores, entre eles o senhor e a senhora Bueno, um casal de idosos que morava a duas quadras de sua casa. Eles adoravam ver a garota passando e sempre indagavam o que a trazia ali. E sempre com o mesmo sorriso ela dizia que queria se acostumar com o lugar. Os garotos da cidade também começaram a andar de bicicleta na Nova Andirá, é claro que no intuito de descobrir informações sobre a nova moradora da cidade. Os garotos do terceiro ano, futuros companheiros de classe de Gisele, conseguiram puxar conversa com ela com a artimanha da bicicleta. Eles esperaram a garota sair de casa, separaram­-se para não dar pistas do que estavam fazendo e, um por vez, descobriam coisas básicas, como o nome, de onde ela era, o que gostava de fazer, idade, coisas bobas de adolescente.

    Eram cinco garotos: Otávio, Pedro, João, Vítor e André, e todos eles rapidamente se apaixonaram pela beleza e pelo modo carinhoso dela. Claro que os pais de Gisele estavam vendo toda essa aproximação e, como grandes interesseiros, vasculharam a vida de um por um, concluindo que todos eles tinham posses. Porém, Vítor era herdeiro da maior fábrica de móveis do estado, e logo Roberto foi convidado para um jantar de apresentação na casa de Sérgio Fernandes, pai de Vítor. Ele atendeu ao convite e, no dia 5 de fevereiro de 2002, foi com sua família ao jantar de apresentação. Chegando lá, começou a falar de negócios a todos os membros da elite e fez a inveja aos presentes com sua linda esposa e sua angelical filha.

    Gabriela se inseriu facilmente entre as fúteis mulheres da sociedade daquele simples lugar. Gisele causou ciúme nas meninas pela atenção reservada por parte dos garotos, mas percebeu a situação e começou a entrar mais na roda das meninas. Inteligente que era, percebeu que Mariana Fernandes, prima de Vítor e filha do irmão de Sérgio, Édson Fernandes, também dono da Fábrica de Móveis Fernandes em sociedade com o irmão, era a garota mais popular e influenciava o pensamento das outras. Vendo isso, Gisele começou a conversar com Mariana e contou como era a vida em Curitiba.

    Para não perder o controle da popularidade, Mariana resolveu apostar em uma amizade com Gisele, o que era bom para ambas. Logo criaram afinidade e na mesma noite Gisele ficou na casa de Mariana, unindo-se ao grupo de garotas que formava aquela classe dos sonhos dos garotos de Andirá. Eram mais três garotas: Gabriela Campos, Beatriz Pereira e Flávia Andrade, neta do corretor Felipe. E como toda conversa entre patricinhas, houve muita falsidade envolvida, mas uma coisa todas sabiam: a vida dos adolescentes de Andirá iria mudar com a chegada de Gisele Lavezzi. Era o início de uma nova etapa na história da pacata cidade.

    As aulas começaram dia 18 de fevereiro de 2002 e todos os adolescentes esperavam ansiosos por novos alunos, já que em dois anos de colegial não havia entre eles um colega novo no Colégio Lopez Silva. Gisele era a única aluna nova de todo o Ensino Médio, e não poderia ser diferente o assédio, com garotas do primeiro e segundo anos querendo conhecê­-la melhor. Como ela havia feito amizade com as pessoas que Mariana, Gabriela, Beatriz e Flávia achavam interessantes, deu a impressão de que era uma menina fútil, e foi ouvindo alguns dizerem que seria apenas mais uma Mariana Fernandes.

    Durante a aula, os professores foram conhecendo­-a e fazendo perguntas. O professor mais querido pela turma era Grégore, que rapidamente percebeu a presença da garota, que mais parecia um anjo, e encantado indagou o que ela fazia em tão triste cidade. Os garotos mais brincalhões,

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