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Drogas, Mitos e Realidades
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Drogas, Mitos e Realidades
E-book209 páginas2 horas

Drogas, Mitos e Realidades

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Sobre este e-book

De acordo com especialistas, são milhões de indivíduos em todo o mundo, seduzidos pela ilusão das drogas ilegais e perigosas.
O abuso delas desintegra famílias e enfraquece sociedades, com a sobrecarga das perdas econômicas, decorrente dos custos de saúde e aumento da ilegalidade e do crime.
Drogas, Mitos e Realidade é um manual prático de consulta dirigido aos profissionais da área da saúde, mas mantendo linguagem acessível ao publico leigo.
A obra abrange também as drogas chamadas legais e tem como preocupação a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento1 de jun. de 2019
ISBN9788530006181
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    Pré-visualização do livro

    Drogas, Mitos e Realidades - Milton Santos Lambert

    www.eviseu.com

    Agradecimentos

    Ao Roberto Medina e toda a equipe de publicidade da Artplan.

    Ao Núcleo de Computação do CNPq.

    Aos colegas e professores do Instituto de Psiquiatria, da UFRJ, e da Faculdade de Psicologia Professor Cilio Ziviane, da UFRJ.

    Aos Colabores, que se empenharam para realização desse livro.

    Às Indústrias Farmacêuticas, que contribuíram, de maneira empenhada, para tornar esse livro realidade.

    À Viseu, pela perseverança.

    Para finalizar, aos meus familiares. pela compreensão.

    Prefácio

    A partir da década de 60, o consumo de drogas transformou-se em uma preocupação mundial.

    Embora seja praticamente impossível determinar com precisão o número exato de pessoas que usam drogas, os especialistas acreditam que milhões de indivíduos, em todo o mundo, tenham sucumbido à falsa sedução dos narcóticos ilegais e perigosos. Mesmo se fossem conhecidas cifras precisas, os dados estatísticos impessoais não seriam capazes de transmitir a dor e a angústia sofrida pelas pessoas cujas vidas são arruinadas pelo vício da droga, nem poderiam evidenciar a desintegração das sociedades pressas aos grilhões do tráfico ilegal de drogas.

    O abuso de drogas não conhece fronteiras; nenhum país está completamente a salvo. Homens, mulheres e mesmo crianças se encontram entre as vítimas que experimentam problemas de saúde debilitantes, em consequência de sua dependência física e psicológica. Algumas pessoas insistem que a decisão de abusar é de natureza pessoal e que só afeta quem usa. Todavia, o efeito do abuso de drogas desintegra famílias e enfraquece sociedades inteiras com a sobrecarga das perdas econômicas, com os custos de saúde e o aumento da ilegalidade e do crime. O tráfico ilícito de drogas gera corrupção, subverte os processos governamentais e a estabilidade política e econômica e aflige as sociedades com atos de terrorismo e outras formas de crime violento.

    Antes disso, porém, a droga sempre esteve presente na cultura da humanidade, particularmente na cultura das guerras, como arma química estratégica para enfraquecer o inimigo.

    O uso de drogas nos revela a semelhança entre sua estrutura e a da sociedade de consumo, que sustenta o capitalismo.

    O consumo de objetos surge na nossa sociedade como um modo ativo de relação, de atividade sistemática e de resposta global, que serve de base a todo o nosso sistema cultural.

    Vivemos hoje da evidência do consumo e da abundância, criada pela multiplicidade de objetos, em que os homens da opulência não se cercam mais de outros homens e, sim (TVs, carros, computadores, celulares etc.).

    Suas relações sociais não estão centradas nos laços com outros homens, mas na recepção e manipulação de bens e mensagens transmitidos pela mídia. A ingênua promessa de felicidade e bem-estar trazida pelos objetos é a referência última da sociedade de consumo.

    Seja feliz e cada um que se cuide, pois pelo outro nada posso fazer. Esse é o lema que age os princípios individualistas desta nossa sociedade. Porém, é ilusão que a abundância de objetos possa trazer a felicidade.

    A droga pode afastar o mal-estar, mas também consome e aliena, tornando o homem imune aos laços sociais.

    Observamos a atual banalização das drogas e o ritmo acelerado de consumo que ela impõe aos seus usuários, circulando como mercadorias, como mais um produto de consumo.

    Hoje, nos intoxicamos não só de produtos que tanto condenamos nos drogadictos, mas de objetos de consumo que, enfim, trazem os mesmos resultados que as drogas, alienam e nos tornam cada dia, mais afastados dos outros.

    As drogas ditas lícitas sempre acompanharam a sociedade de consumo. Fazendo parte do status e da estratificação social, muitas vezes sendo negligenciadas pelas autoridades.

    Só nos últimos anos, devido ao uso abusivo dessas drogas e suas consequências, é que se tem tentado restringi-las em seu uso social. Portanto, verificamos hoje um maior controle de medicamentos, álcool, restrição aos usuários de tabaco em locais públicos, aviões, ônibus, hotéis etc.

    Já as drogas ilícitas, vimos nos últimos anos, o incremento estarrecedor dessas drogas, novas drogas e aqui no Brasil o aumento do consumo principalmente do crack nos bolsões de pobreza, com o aumento da criminalidade e prostituição infantil. Drogas como a heroína, ecstasy vem preocupando as autoridades bem como as metanfetaminas.

    O autor

    PARTE I

    Capítulo 1

    Sofrimento no espelho

    Liliane Cotta Oppermann

    A curiosidade levou-me à prática. No princípio o medo ainda presenciava aquele ato. Mas agora, o costume fez disso algo normal.

    Praticava sempre porque... Não sei explicar por que, só sei que não conseguia parar, parecia um instinto. Mas instinto é uma manifestação natural de todos, e o que acontece comigo não vejo acontecer com outros.

    A vontade de praticar o ato era frequente. E quando eu não podia, ficava louca, chorava, gritava, não havia meios de ficar calma, então eu desabafava no álcool. Depois não lembrava mais de nada, só sei que acordava no chão e quase sem forças para levantar-me, ficava observando o assoalho, os móveis. Uma vez ou outra encontrava seringas empoeiradas.

    Da última vez consegui erguer-me e, com minhas pernas finas, bambas e trêmulas, fui até o banheiro. Ia abrindo o armário da pia, com a mão destinando-se a uma seringa, quando parei para olhar no espelho. E reparei que as olheiras tomaram conta de meu rosto, onde a palidez permanece. Reparei que meus cabelos e lábios estavam ressecados. Então lembrei-me de quando eu olhava para ele e este me devolvia a imagem de uma jovem corada, de pele lisa, lábios vermelhos e cabelos sedosos. Era a imagem que eu via quando abria o armário com a mão destinando-se a um tubo de pasta de dente.

    Não sou mais a mesma. Do antigo eu, só resta a lembrança, a distante e fraca lembrança que me vem à cabeça quando olho esse espelho. Eu lembro de quando a esperança me permitia ter objetivos, de quando deslizava o dedo sobre sua superfície, escrevendo meu nome.

    Estava com pressa de pegar a seringa e a vontade de usá-la logo não me permitiu continuar ali por mais tempo, lembrando o meu passado.

    Não consegui praticar, pois era impossível deixar de olhar aquela imagem sem cor e embaçada, não estava acreditando que era eu. Parecia que eu estava com vergonha de mim e, para mm, a imagem no espelho era a de Outra pessoa.

    Então pensei: por que envergonhar-me de alguém, se o encontro em situação semelhante à minha? E comecei a me injetar, olhando para o meu braço e para o espelho, para o espelho e para o meu braço. Comecei a ter visões, tontura, me senti amolecida e desabei no chão, afastando-me da imagem desconhecida.

    Depois que o efeito passou eu queria mais, a imagem do espelho também queria. Eu não queria querer, mas o desejo era mais forte do que o meu controle, precisava de mais e então o nervo veio. O que me aliviava, me dando forças, é que sabia que não era somente eu que estava desesperada, eu via outra pessoa sofrendo, gritando e se arranhando, eu parei para ajudá-la, mas o vidro do espelho não permitia que nos ajudássemos. O espelho me comunicava o limite de minha morbidez. Mesmo assim insisti, me pressionando contra ele, até que me vejo fragmentada em seus pedaços. Desesperada abri o armário bruscamente, e dele caiu minha última dose. A pessoa do espelho perdeu a consciência e desmaiou e eu, já sem forças, sumia pelo espelho, não acreditando ser eu mesma.

    Fui desfalecendo, caindo e fechando os olhos, e o pior é que eu sabia que seria para sempre. A pessoa do espelho também fechou os olhos, fechou-os para sempre.

    Capítulo 2

    Desenvolvimento psíquico e suas crises

    Milton S. Lambert

    CARACTERÍSTICAS DO CICLO VITAL HUMANO

    A noção fundamental é que o desenvolvimento ocorre em estágios sucessivos, claramente definidos. Sua seqüência é considerada invariável, isto é, ocorre em ordem constante. Cada estágio é caracterizado por acontecimentos e crises que devem ser satisfatoriamente resolvidas para que o desenvolvimento se processe com suavidade.

    CONTRIBUIÇÕES ATUAIS E DO PASSADO E TEORIA DO CICLO VITAL

    O trabalho mais importante sobre as hipóteses do ciclo vital continua a ser o esquema evolutivo apresentado por Freud em 1915. Sua teoria centrada na infância foi organizada em volta de sua teoria da libido. Distinguiu períodos evolutivos: fase oral de 0 a 1 ano de idade, fase anal de 1,5 a 3 anos de idade, fase fálica de 3 a 5 anos de idade e fase de latência dos 5 anos até a puberdade. Karl Abraham, seguindo o enfoque da energia sexual, subdividiu as fases de Freud e também desenvolveu hipóteses para atitudes e comportamentos viciogênicos ou viciantes, fundamentados em disfunções da fase oral. Em 1916, com a obra a primeira fase pré-genital da libido, há ênfase na avidez oral dos toxicômanos.

    Já Melanie Klein via os eventos evolutivos ocorrendo mais rapidamente e o superego iniciando seu papel entre 1 e 2 anos de idade, colocando o conflito edípico logo nos primeiros meses de vida.

    A escola Kleiniana desvia o foco voltado para o prazer e a oralidade, prezando uma nova ótica, que enfatiza a fuga à depressão, à chance de livrar-se da dor. A teoria Kleiniana interliga o indivíduo a um objeto primário, sendo esta fixação provocada por um afastamento abrupto da criança do seio materno. Ingressar nessa situação depressiva é intolerável ao toxicómano. Para ele a droga tem a finalidade de impedir o retorno à depressão, conforme os estudos de Melanie Klein.

    Carl Jung rejeitou, em parte, a teoria da sexualidade, e salientou que fatores externos são importantes ao crescimento e adaptação individual. Afirmava que o desenvolvimento da personalidade se processa através da vida. Sullivam também reforçou essa teoria, dando ênfase à interação social do indivíduo.

    Erik Erikson postulou a relação intrapsíquica mais interpessoal, agrupando as duas tendências teóricas, e construiu um modelo de ciclo vital em oito estágios, estendendo-se até a vida adulta e a velhice.

    Outros, como Margaret Mahler, dedicaram-se ao estudo das relações objetais da infância. Para Mahler, o processo de separação — individuação resulta num sentimento subjetivo individual de se estar afastado do mundo ao redor. A incapacidade da criança em desenvolver sua individualidade, permanecendo ligada à mãe, já iniciaria o processo da dependência, devido a uma personalidade frágil, sendo facilmente influenciada.

    VISÃO GERAL DO CICLO VITAL HUMANO

    Infância

    Vai do nascimento até os 18 meses, e termina com o uso da linguagem. Com o crescimento rápido neste período, os marcos desenvolvimentais são medidos em semanas. Controle ocular na 4a semana, equilíbrio na 16ª semana, pegar e manipular na 28ª semana etc. Desamparo total, dependência, extrema sensibilidade em relação à mãe. No final da infância o peso é cerca de três vezes maior do que o do nascimento, com o aparecimento dos primeiros dentes.

    Período de Locomoção

    Desenvolvimento da linguagem, crescimento da conduta pessoal e social, por um crescente senso de sele do corpo. Consegue comer com a própria mão, ir ao banheiro sozinho e fazer esforço para vestir-se. Vida de fantasia e os brinquedos são aspectos dominantes. Constância objetal e representação materna, objeto gratificador das necessidades, identidade do gênero.

    Período Pré-Escolar

    Dura até os 5 ou 6 anos de idade. A criança torna-se menos egocêntrica, afrouxa o vínculo com a mãe, gasta mais tempo em jogos imaginativos e controla a maioria das funções corporais. Identificação com o progenitor do mesmo sexo e cólera dirigida a um dos pais. Pode afastar-se fisicamente dos pais.

    Período Juvenil

    Começa aos 5-6 anos e continua até a puberdade. Mudança ao convergir lar, escola e amigos. Os papéis de conduta sexual tornam-se mais aparentes.

    Os meninos tendem a rejeitar os sinais manifestos de afeição física por parte dos demais. As meninas tornam-se pequenas auxiliares de suas mães. Ocorrem, neste período, a aprendizagem, o desenvolvimento do intelecto e o sentimento de pertencer a uma turma.

    Período da Pré-Adolescência/Adolescência

    Princípio e fim variam grandemente, em geral se iniciando de 11 a 13 anos de idade para os meninos e 10 a 12 anos de idade para as meninas, e se encerrando entre os 17 e 20 anos de idade, sendo que o amadurecimento e a entrada na idade adulta são mais precoces no sexo feminino. Assinalada por várias e acentuadas características emocionais, tais como repressão, dispersão, substituição de catexias, instabilidade de ânimo e temperamento, crises normativas, afeto e conduta tornam-se mais fluídos e imprevisíveis em resposta às demandas físicas e biológicas.

    Intensificação do interesse heterossexual, pensamento mais lógico, abstrato, crítico. Convergência para os relacionamentos fora de casa em direção aos companheiros, mecanismos de defesa: repressão, formação reativa e deslocamento.

    Período da chamada idade ingrata com os qualificativos de revolta, insubordinação, rebeldia, excentricidade, desafio, malandragem, baderna, vadiagem e outras alusões a desvios de comportamento,

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