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A Honra de Charlotte: Grande Guerra, Grande Amor - Livro 2, #2
A Honra de Charlotte: Grande Guerra, Grande Amor - Livro 2, #2
A Honra de Charlotte: Grande Guerra, Grande Amor - Livro 2, #2
E-book226 páginas2 horas

A Honra de Charlotte: Grande Guerra, Grande Amor - Livro 2, #2

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Sobre este e-book

Depois de receber a notícia que o irmão e único parente foi morto em ação na Grande Guerra, Charlotte Zielinski de 21 anos se alista como voluntária de primeiros socorros. Como consequência ela começa a trabalhar na ala de óbitos do hospital de campanha perto de Soissons, França, segurando a mão de pacientes e cantando enquanto eles entram na eternidade.

Dr. Paul Kilgallen é um cirurgião canadense que trabalha no hospital de campanha. Durante um cerco do exército inimigo, todos evacuam com exceção dele e Charlotte, que se voluntaria para permanecer no subsolo do chateau para cuidar dos soldados com ferimentos críticos. 

Durante os três dias presos, Charlotte vê um lado de Paul que poucos já viram e se apaixona por ele. Antes de Paul ir embora para o front, de forma abrupta, ele diz para Charlotte que não pode amá-la e que seria melhor esquecê-lo.

Quando a guerra está prestes a terminar, Charlotte é pega de surpresa por dois eventos que vão mudar sua vida para sempre.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jul. de 2019
ISBN9781547599660
A Honra de Charlotte: Grande Guerra, Grande Amor - Livro 2, #2

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    A Honra de Charlotte - Ellen Gable

    Dedicado em memória

    dos meus avós maternos,

    John (1896-1969) e Bessie (1898–1967) May,

    em que o grande amor começou durante a Grande Guerra

    e durou por 50 anos até a morte dela.

    ––––––––

    O amor sempre será vitorioso. Quando alguém ama é capaz de fazer qualquer coisa.

    Santa Teresa de Santo Agostinho (Mártir de Compiegne)

    Não será a morte que virá me buscar, mas o bom Deus. A morte não é um fantasma, um espectro horrível como nos filmes. No catecismo é ensinado que a morte é a separação da alma do corpo, apenas isso! Bem, eu não tenho medo de uma separação que me unirá para sempre ao bom Deus.

    Santa Thérèse de Lisieux

    ––––––––

    Mas a morte respondeu: 'Eu o escolho. E ele foi,

    E houve silêncio na noite de verão

    Silêncio no mundo dos sonhos

    Então ao longe, o ruído dos tiros".

    Siegfried Sassoon, The Death Bed

    Sumário

    Capítulo 1

    Primeiro Encontro

    Capítulo 2

    Honra Total

    Capítulo 3

    Emocionalmente Envolvida

    Capítulo 4

    A Voz de um Anjo

    Capítulo 5

    Atração

    Capítulo 6

    Abandonada

    Capítulo 7

    Esperando pelo Inimigo

    Capítulo 8

    A Batalha de Vauxbuin

    Capítulo 9

    Escondidos

    Capítulo 10

    Afeição Inesperada

    Capítulo 11

    Reputação Difamada

    Capítulo 12

    Situações Constrangedoras

    Capítulo 13

    Encontro Inesperado

    Capítulo 14

    Distrações Demais

    Capítulo 15

    Fugindo da Situação

    Capítulo 16

    Nenhuma Gentileza

    Capítulo 17

    Despedida Inesperada

    Capítulo 18

    Front Perigoso

    Capítulo 19

    Sem Ocasião para Angústia

    Capítulo 20

    Investigação

    Capítulo 21

    Um Soldado Muito Ferido

    Capítulo 22

    A Volta de um Amigo

    Capítulo 23

    Lições de um Agonizante

    Capítulo 24

    Eu Estava Perdido

    Capítulo 25

    Quase Perdido

    Capítulo 26

    Honra Extraordinária

    Capítulo 27

    Recuperação

    Capítulo 28

    Achado Surpresa

    Capítulo 29

    Testemunha Desaparecida

    Capítulo 30

    Onde está Charlotte?

    Capítulo 31

    Honra e Integridade Perpétua

    Capítulo 32

    Fazendo as Pazes

    Capítulo 33

    Honra Sagrada

    Capítulo 34

    Casamento na Capela

    Capítulo 35

    Natal no Canadá

    Epílogo

    E se tornam Três

    Capítulo 1

    Primeiro Encontro

    Maio de 1918

    Hospital de Campanha de Vauxbuin

    Próximo de Soissons, França

    O ar estava pesado com o fedor de ferrugem do sangue. Dentro da barraca de lona, que servia como caserna 48, Charlotte procurava por um local no corpo do soldado inconsciente para injetar a hipodérmica. O pobre homem tinha queimaduras e ferimentos por todo o corpo, mas ela conseguiu encontrar um canto na coxa com um milímetro de diâmetro para enfiar a agulha. O homem não se mexeu e Charlotte suspeitava que os ferimentos dele eram graves demais para que sobrevivesse. Ela recitou uma prece silenciosa pela alma dele, e então se dirigiu ao próximo soldado.

    As grandes barracas de lona, que eram parte do hospital de campanha, cobriam o gramado em frente ao chateau. A maioria das voluntárias se referiam como chateau porque se parecia com um castelo, com o teto alto, as amplas salas e o piso de mármore. Contudo, a construção não era um castelo, mas uma casa de campo do século XIX.

    Um cacho castanho escuro se soltou da mantilha, e ela o colocou de volta no lugar. Charlotte Patricia Zielinski não se importava muito se o cabelo bagunçado estava indomável, mas ela se importava em se manter saudável. Ela não era uma garota grande, mas também não era pequena.  Porém, fazer bagunça em casa com o irmão Ian por tantos anos tornou-a forte.

    Depois de preparar outro soldado para a sala de operações, ela fez um rápido intervalo e se sentou em um banco próximo da tenda.

    Ela fitou o céu escuro aproveitando a quietude. Após o nascer do sol, ela ouviria o som distante de explosões a 16 Km de distância do front.

    Depois do ataque de influenza mês passado, ela se sentiu fatigada por semanas. Nos últimos dias, ela tinha energia para mover uma montanha.

    Irmã Betty, a supervisora de meia idade das voluntárias, a chamou da caserna ao lado de Charlotte, a de número 49. Ela era uma mulher grande de ossos largos que parecia mais alta porque sempre andava ereta. Charlotte não tinha certeza se era porque ela era britânica ou porque ela era uma mulher grande, mas a Irmã Betty também tinha uma personalidade espalhafatosa e uma voz alta.

    Charlotte se levantou para falar com a Irmã.

    — Quantos homens ainda precisam ser preparados para a sala de cirurgia, srta. Zielisnki?

    — Quatro, Irmã.

    — Talvez você seja mais útil nesta caserna.

    Ela apontou em direção a caserna 49.

    — Claro. 

    Ela se virou para avisar a colega de trabalho na caserna 48, quando a Irmã gritou: 

    — Espere!

    Charlotte parou.

    — Sim?

    — Talvez seja melhor você ficar onde está. Se tem somente quatro para serem preparados, termine esta tarefa e depois compareça a essa caserna.

    — Sim, senhora.

    Era necessário tempo para se acostumar, mas na Europa as enfermeiras eram chamadas de irmãs.  E todas as irmãs — e a maioria das voluntárias médicas — usavam mantilhas que pareciam o hábito das freiras.

    Ela se aproximou de um soldado no catre, percebendo a folha de bordo no colarinho dele. Os canadenses tendiam a ser um pessoal agradável.  Ele franziu os lábios enquanto ela retirava as roupas dele, se contraindo ao passo que pedaços de pele saíram junto com as calças. O pobre homem ficou tenso, mas Charlotte só pode dizer:

    — Me desculpe. Estou fazendo o meu melhor para não te machucar.

    O homem de cabelos escuros tentou sorrir. 

    Uma explosão excruciante fez com que o mundo em torno de Charlotte se extinguir, e ela sem perceber, caiu no catre em cima do soldado deitado à frente dela. Com os ouvidos tinindo, ela permaneceu imóvel pelo o que pareceu uma hora, mas era provável que foi alguns minutos.

    Piscando, Charlotte abriu os olhos e encarou o lado de metal do catre a frente e sentiu o soldado se mover abaixo dela.

    Enquanto se levantava, não apenas um, mas três gotas enormes de sangue salpicaram os lençóis brancos perto dela. A cabeça queimou em uma onda de dor. 

    Quando o soldado canadense segurou a mão dela, ele disse alguma coisa que não conseguiu ouvir. 

    O som que ele emitia logo se transformou em palavras

    — Você está bem, senhorita?

    A boca de Charlotte estava aberta, mas não conseguia falar. Acenando, ela levantou a mão até a mantilha. Quando levou a mão até o rosto, ela estava coberta de sangue. Jesus, Maria e José.

    — Você... você está bem, senhor? — Charlotte perguntou ao soldado.

    — Sim, não pior do que eu estava. Graças a você, senhorita.  Você protegeu o meu corpo com o seu. Ele pausou — Você tem um ferimento feio por estilhaço na sua cabeça.

    — S... Sim. 

    Charlotte se contraiu, mas forçou um sorriso. Ela se virou e pegou uma bandagem de um carrinho, e depois pressionou na cabeça.

    Naquela altura, toda a ala estava acordada e agitada com os soldados resmungando. 

    Em pé, tudo em volta de Charlotte parecia se mover e balançar, sendo assim ela segurou a mão do soldado.

    — Sinto muito.

    — Está tudo bem. Estou feliz em retribuir.

    Olhando por cima da cabeça do soldado, ela percebeu cinco ou seis buracos de explosões do tamanho de melancias no lado da parede de lona, e centenas de buraquinhos nas outras paredes. Seguindo os buracos da parede lateral até o teto, ela fitou o teto da tenda, que estava agora rasgado em vários lugares.

    Alguns soldados próximos da parede foram atingidos, mas nenhum parecia estar mortalmente ferido.

    Em pânico e temendo o pior, Charlotte correu para fora com a bandagem ainda na cabeça. Enquanto ela virava em direção a caserna ao lado, ela parou e arquejou. A ala de influenza não estava mais lá. Partes de corpos, sangue, móveis destruídos, e pedaços da caserna foi tudo o que sobrou. A percepção que ela tinha escapado da morte fez com que os joelhos enfraquecessem.

    Ela se abençoou e baixou a cabeça. Requiescants in pace. Os ouvidos ainda não tinham se recuperado completamente, porém ela pode ouvir alguém chamá-la. 

    A amiga Julia se aproximou com os olhos arregalados e preocupados.

    — Eu estava com tanto medo que você estivesse na caserna que explodiu! — Julia a agarrou pelos dois cotovelos.

    — Eu... eu estava.. na de... cuidados críticos — Charlotte pausou como se fosse difícil falar.

    — Está com... um ferimento bem feio. 

    — Eu estou... feliz por estar viva.

    — Graças a Deus. É melhor você procurar tratar para isso, Charlotte.

    — Verdade. Graças a Deus. 

    Julia fez uma carranca de preocupação.

    — Você precisa de ajuda para ir ao médico? Você está sangrando muito.

    — Não, eu... eu vou ficar bem. Eu posso chegar lá sozinha.

    Ela pausou. Havia pessoas correndo para lá e para cá. Algumas, como Charlotte, estavam sangrando por causa de ferimentos. Os carregadores de macas abriam caminho para procurar os mortos e feridos. Soluços e gritos preenchiam o ar. 

    — Além disso, eu tenho certeza que você está sendo solicitada em algum lugar.

    Julia massageou os ombros de Charlotte, e em seguida procedeu para ajudar outros que estavam feridos.

    Alguém a puxou pelo braço e a acompanhou em direção ao chateau. 

    — Srta. Zielinski, venha. Vou levá-la para dentro do chateau. Algumas das enfermeiras e o Dr. K estão tratando dos pequenos ferimentos. 

    O ferimento dela era considerado pequeno, mas ardia para caramba e ela precisava de pontos.

    ***

    Paul deu um pulo da cama com o barulho da explosão. Ele jogou os lençóis e se levantou com o estômago afundando. Não precisava ver para saber o que aconteceu. O hospital de campanha foi atingido por artilharia.

    Atravessando o quarto e entrando no corredor, ele espiou a janela alta que dava para o front e cerrou os punhos. Uma das casernas foi destruída e todos os seus ocupantes estavam mortos. Aquele maldito exército Huno não percebeu que ali era um hospital? E que aquela equipe médica ajudava ambos os Aliados e os soldados inimigos? É claro que eles sabiam. A cruz vermelha gigante no teto do chateau e nas casernas atestavam esse fato.

    Paul Alistair Kilgallen, um médico experiente, não tinha tempo para se barbear, então ele se vestiu rapidamente e fitou o espelho. O cabelo castanho ondulado com um pouco de grisalhos estava desgrenhado, e ele correu os dedos pelos fios. 

    Ele correu até a cena do desastre. Uma vez que as pessoas na caserna que foi bombardeada estavam certamente mortas, os ocupantes das casernas dos dois lados provavelmente sofreram ferimentos. Ele passaria o dia primeiro dando pontos em ferimentos, e depois voltaria para a sala de operações para fazer o melhor em salvar vidas. 

    Paul colocou as mãos nos quadris. Irmã Betty andou a passos largos até ele, contornando duas outras enfermeiras e um soldado com muletas.

    — Dr. K, nós precisamos de você dentro do chateau. Nós já juntamos um grupo de senhoritas que precisam de pontos. A maioria dos feridos são as nossas voluntárias. E perdemos duas na caserna que foi bombardeada. 

    — Eu sinto muito em ouvir isto, Irmã.

    Ele seguiu a Irmã Betty até refeitório.

    A primeira jovem tinha um pequeno estilhaço no braço, e ela fungava de forma ruidosa enquanto ele dava os pontos. Ele imaginava que a garota fosse o tipo feminino que chorava vendo um filme de comédia.

    A próxima que ele se aproximou era uma voluntária que estava sentada de forma quieta numa cadeira, com o cabelo coberto com uma mantilha cheia de sangue. Julgando pela quantidade de sangue, o médico ficou surpreso que a garota não ficou inconsciente, mas de novo ferimentos na cabeça sempre sangravam em abundância.

    — Senhorita?

    — Sim?

    — Vamos ver o que temos aqui. 

    A garota desamarrou a mantilha, e então Paul pode examinar o ferimento.  Era um ferimento profundo, que parecia ter estilhaços por dentro. Enquanto examinava a laceração, os olhos dele vagaram para os a área dos ombros do avental dela, e para o escapulário marrom que estava torto. Ele já havia usado um escapulário quando criança e jovem adulto, mas desde a universidade ele parou de ir à missa.

    Paul fez contato visual com a garota, ao passo que ela continuava o encarando com olhos castanhos intensos. As bochechas dela estavam sem lágrimas, e Paul só pode deduzir que ela tinha uma grande tolerância com a dor, dado a quantidade de desconforto que ela poderia estar.

    Ele primeiro limpou o ferimento com álcool. 

    A garota estremeceu e murmurou:

    — Filho da... — Ela respirou fundo.  — Desculpe, senhor. Isso arde para caramba.

    Ele admirava uma garota que não escondia seus sentimentos. Era óbvio que ela não era uma chorona. Depois de limpar o ferimento, ele deveria limpar em torno do ferimento para garantir que havia retirado todos os estilhaços. Ele estava ficando impaciente consigo mesmo. Contudo, a garota permaneceu em silêncio com os lábios franzidos. Ela não falou desde o comentário sobre o ferimento. 

    — Doutor?

    — Sim — disse levantando os olhos.

    Irmã Betty estava em pé a frente dele.

    — Caso crítico na sala de operações pronto para você. Ele estava fora da caserna fumando quando veio o bombardeio. As costas dele está rasgada com os estilhaços.

    — Aquele cigarro provavelmente salvou a vida dele.

    — Bem, depende se você consegue ir até ele rapidamente.

    — Já vou.

    A garota se encolheu de dor enquanto ele extraía uma última vez e por fim retirou o último metal. 

    — Irmã?

    Irmã Betty retornou e se aproximou.

    — Sim?

    Paul entregou a agulha para ela.

    — Esta jovem está pronta para fazer os pontos.  A laceração tem quase quatro centímetros de tamanho. Use a agulha mais longa, se puder.

    Dando novamente a atenção para a garota, ele ficou surpreso em ver o queixo dela levantado. Ela estava o encarando de forma direta nos olhos.

    — A Irmã vai fazer os seus pontos, senhorita...

    — Obrigada, senhor. Quando eu posso retornar ao trabalho?

    Paul tentou esconder um sorriso.  Aquela garota queria voltar ao trabalho o mais rápido possível?

    — Trabalhos leves pelos próximos dois dias, senhorita...?

    — Zielinski. Charlotte Zielinski.

    — Srta. Zielinski, você deve sofrer uma concussão também.  Se você quiser retornar para as

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