Prazer inesperado
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Sobre este e-book
O primeiro erro do milionário Kane Dennison tinha sido levar Willow Nelson para casa. Por muito que ela estivesse ferida e necessitasse da sua ajuda, jamais deveria tê-la levado a pensar que era um bom homem. Porque definitivamente não o era.
O segundo erro tinha sido deixar-se levar pela paixão depois de ter sugerido a Willow que se fosse embora. Ela acreditava no amor, ao passo que ele não confiava em ninguém… e não precisava de ninguém! E nem mesmo ela poderia mudá-lo.
Susan Mallery
#1 NYT bestselling author Susan Mallery writes heartwarming, humorous novels about the relationships that define our lives—family, friendship, romance. She's known for putting nuanced characters in emotional situations that surprise readers to laughter. Beloved by millions, her books have been translated into 28 languages.Susan lives in Washington with her husband, two cats, and a small poodle with delusions of grandeur. Visit her at SusanMallery.com.
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Prazer inesperado - Susan Mallery
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Susan Macias Redmond. Todos os direitos reservados.
PRAZER INESPERADO, N.º 825 - maio 2013
Título original: The Unexpected Millionaire
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2008
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-2975-6
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo Um
Oito segundos tarde demais, Willow Anastasia Nelson apercebeu-se de que o seu plano tinha sido um enorme fracasso.
Tinha ido de carro até à enorme mansão de Todd Aston III para lhe dizer o que pensava dele. Mas como não o conhecia pessoalmente, não sabia que aspecto tinha.
Sabia que era mais ou menos alto, medianamente atractivo e rico. Não tinha o cabelo preto e os olhos castanhos? Porque não lhe tinha ocorrido dar uma olhadela na Internet? Devia aparecer na primeira página de «imbecisdomês.com».
Mas se Todd Aston era a personificação de «alto, moreno e bonito», quem era o louro fortalhaço que tinha diante de si?
– Olá – disse ela, sorrindo ao homem que lhe tinha aberto a porta, na esperança de que não se notasse muito quanto se sentia intimidada. – Vim para falar com o senhor Todd, se for possível. Ele vive aqui, não vive? A minha irmã disse-me que vivia aqui e...
Willow grunhiu para com os seus botões; não estava a começar com o pé direito, estava a balbuciar.
– A minha irmã conhece o senhor Todd – acrescentou ela.
O tipo louro, sem se afastar para lhe facilitar a entrada, cruzou os braços à altura do peito. Era um homem muito grande, musculoso, mas não excessivamente. Parecia uma pantera. Ocorreu-lhe que podia partir-lhe o braço sem sequer pestanejar.
Os olhos do homem eram verdes, como os dos felinos, pensou Willow sem deixar de o comparar com ditos animais. Era bonito e, ao mesmo tempo, o seu rosto inspirava confiança, apesar de não o conhecer de lado nenhum. Podia ser... Abanou a cabeça, devia concentrar-se no que tinha ido ali fazer.
– Olhe, preciso de falar com o Todd – disse ela com decisão, disposta a dar a impressão de que controlava a situação, disposta a não se deixar intimidar pela presença daquele homem. – Gostaria de fazer algo mais do que falar, claro está. O Todd já causou muitos problemas à minha irmã. Afinal, tudo se solucionou, mas... e se não tivesse sido assim? Fico furiosa cada vez que penso nessa possibilidade. Gostaria de o estrangular, no mínimo.
O homem que lhe tinha aberto a porta arqueou uma sobrancelha; então, abriu o casaco do fato. Willow sentiu que o sangue lhe subia à cabeça e sentiu uma vontade tremenda de desatar a correr.
O homem tinha uma pistola.
Tinha-a visto, debaixo do casaco, numa espécie de estojo que transportava debaixo do braço. Era como nos filmes, mas muito mais aterrador.
– O que é que quer tratar exactamente com o senhor Aston? – perguntou-lhe o homem, fazendo-a tremer dos pés à cabeça.
Bem, não era Todd. Tinha imaginado, mas agora tinha a certeza.
– Eu...
O melhor que podia fazer era sair dali. Queria gritar com Todd, não receber um tiro. Mas a sua obstinação obrigou-a a permanecer no mesmo lugar, firme na sua postura.
– Parece-me que a sua reacção é exagerada – murmurou ela afastando os olhos da pistola.
– É para isso que me pagam.
– Esse desavergonhado já foi para o escritório? – perguntou Willow com fingida doçura. – Eu apanho-o lá.
– Não vai apanhá-lo em lugar nenhum. Quem é você e o que quer do senhor Aston? – enquanto falava, o homem levou a mão à pistola.
Na escola secundária, Willow tinha tentado todos os anos entrar no grupo de animadoras, mas num mundo dominado pelas amazonas, era demasiado baixinha. Não obstante, sempre tinha tido jeito para as piruetas, as reviravoltas e os saltos.
Aproveitou essa habilidade que tinha para fingir uma volta à esquerda e, no entanto, virou à direita. De imediato, passou por debaixo do braço daquele homem e, de repente, encontrou-se dentro de casa.
Felicitou-se a si própria. Se Todd estivesse ali, encontrá-lo-ia. Uma vez que o encontrasse, gritaria com e sentir-se-ia muito melhor.
Atravessou o amplo vestíbulo a correr, com o gigante no seu encalço. Depois, ainda a correr, atravessou enormes divisões de tectos altíssimos. Aquele lugar parecia mais um museu do que uma casa, pensou Willow enquanto atravessava o que parecia um estúdio que depois conduzia a um comprido corredor. Ouviu o homem da pistola nas suas costas. Estava quase certa de que não lhe dispararia; mas por prevenção, correu em ziguezague e manteve-se junto às paredes.
– Todd – gritou enquanto corria. – Todd, estás em casa? Sai de onde quer que estejas, seu desavergonhado. Não tens o direito de destroçar a vida de ninguém. Deverias saber que não tens o direito de fazer isso.
Quiçá não foram as palavras adequadas para o assustar, mas não lhe ocorria outra coisa.
Ouviu passos perto dela e a sua raiva conferiu-lhe mais velocidade. Desgraçadamente, acabou numa divisão sem saída.
O pânico deu-lhe energia. Deu meia volta rapidamente em busca de outra porta, uma janela, qualquer coisa. Quando viu umas enormes cortinas que iam do chão ao tecto, dirigiu-se para elas a toda a pressa.
Vitória! Umas portas duplas davam para um pátio tão grande como a sua escola primária inteira. Saiu e olhou em volta.
O jardim era impressionante. O pátio conduzia a umas escadas que davam para um jardim que lhe lembrou Versalhes. Depois havia um arvoredo.
Será que Todd não sabia que vivia no meio de Los Angeles?
– Pare – gritou-lhe o homem da pistola quando saiu da casa. – Pare ou ver-me-ei obrigado a disparar-lhe!
Desgraçadamente, lá fora, o seu perseguidor levava-lhe vantagem, principalmente porque tinha as pernas muito mais compridas do que as dela. Por isso, aliado a que Willow praticava desporto só de vez em quando, ele ganhou-lhe terreno rapidamente.
Willow tentou que a indignação que sentia lhe conferisse mais velocidade, mas não foi assim. Tinha ficado quase sem fôlego e começou a dar-se por vencida.
– Vou lutar enquanto tiver um sopro de vida – gemeu ela enquanto corria tanto quanto podia em direcção às árvores.
Só tinha possibilidade de escapar por ali, pelo arvoredo. Quanto ao sopro de vida... tinha uma certa tendência para dramatizar.
Sentiu uma mão a tocar-lhe no ombro e virou à esquerda, precisamente onde as raízes de uma árvore sobressaíam sobre umas ervas. Tropeçou, perdeu o equilíbrio e começou a cair.
Enquanto caía, ocorreram várias coisas simultaneamente. Sentiu uma aguda pontada de dor no tornozelo esquerdo; viu algo cinzento, branco e peludo dentro de uma cavidade na base da árvore, e sentiu algo pesado nas costas.
Quando acabou estatelada no chão, quase ficou sem respiração e, de repente, os seus olhos viram só luzes intermitentes e deslumbrantes.
Quando voltou a recuperar a consciência, apercebeu-se de que alguém a estava a virar até colocá-la de barriga para cima e lhe estava a dizer que respirasse.
Que respirasse? Não conseguia respirar. Caramba, não queria morrer ali! Muito menos naquele momento e daquela maneira.
– Respire! – repetiu o homem. – Não se preocupe, não lhe vai suceder nada.
Como sabia disso o homem? Como podia ter tanta certeza?
Willow abriu a boca e inspirou. O ar encheu-lhe os pulmões. Repetiu a operação até que as luzes se desvaneceram e pôde voltar a ver o que a rodeava.
O tipo da pistola estava sentado a seu lado. Tinha despido o casaco. O melhor era que podia ver-lhe os músculos e eram realmente impressionantes. O pior era que também podia ver a pistola na perfeição.
– Quem é você? – perguntou ele. – Uma ex-namorada furiosa? Conheço quase todas, mas uma ou outra escapa-me ...
Willow endireitou o tronco até ficar apoiada num cotovelo.
– Uma ex-namorada? Não, de maneira nenhuma. Não namoraria com o Todd nem que disso dependesse a vida do planeta. Bom, quiçá, se pudesse salvar alguma espécie em perigo de extinção. Todos temos de contribuir nessa missão. É imperioso que tenhamos consciência de que, para salvar o planeta, necessitamos de fazer certas coisas.
Ele levantou uma mão.
– Alto. Quem é você? – voltou a perguntar o homem.
– Oh, desculpe. Chamo-me Willow. A minha irmã é a Julie Nelson. A minha irmã é a namorada do Ryan, o primo do Todd. Mas o desgraçado do Todd fez o possível e o impossível para os separar e eu não posso dar-me por contente. Sei que deveria aceitá-lo e esquecer tudo, mas não foi correcto. O Todd acha-se o rei do mundo só pelo facto de ser rico. Idiota. Quem é você?
– Kane Dennison. Sou o encarregado da segurança.
– Aqui, nesta casa?
A expressão dele endureceu-se, parecia sentir-se insultado.
– O encarregado da segurança de toda a empresa.
– Ah, pois. Isso explica a pistola – Willow voltou a endireitar-se até ficar sentada e sacudiu umas palhas da camisola. – Não ia fazer-lhe mal, se era isso que o preocupava. Não tem mais que olhar para mim. Acha realmente