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Tratado de Açoites
Tratado de Açoites
Tratado de Açoites
E-book117 páginas37 minutos

Tratado de Açoites

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Sobre este e-book

No seu melhor, Mois Benarroch sinaliza sobre o hebraico e que a língua não pertence a ninguém. Esta é sua virtude, que nela tudo pode ser feito, e Benarroch escreve maravilhosa poesia: “havia aqueles que agrediam e havia aqueles que ficavam em silêncio”.

Essa é todo o poema. Não há três campos – como dos agredidos, dos agressores e dos silenciados - mas sim apenas dois, e a nova distribuição que promovem essas linhas não permite ao leitor nenhum momento de descanso. Com quem ele está? Em volta do silêncio está construído o poema: o silêncio dos agredidos e seus irmãos que observam de fora, conhecendo como "é justa" a dor do agredido. Esse poema é maravilhoso. Do livro eu sugiro começar a ler sobre o poeta, judeu de origem marroquina, não porque ele conte das agressões que recebeu em sua infância, e também não por causa de Amir Peretz, mas sim que seja notado o simples fato de que nada na sociedade israelense – que todos agora compreendem isso, mesmo que por um breve momento – não está neutralizado da profunda dor que permeia sob a pele, na terra, nas cinzas. Nada o sufoca, exceto o agrupamento dos agressores, é claro. Leiam este curto poema e visualizem quanta profundidade e quanta dor estão nele presentes, quantas bocas malditas, que de repente, serão vistas sob outro ponto de vista. Yitzhak Laor

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento26 de mar. de 2021
ISBN9781547595020
Tratado de Açoites
Autor

Mois Benarroch

"MOIS BENARROCH es el mejor escritor sefardí mediterráneo de Israel." Haaretz, Prof. Habiba Pdaya.

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    Tratado de Açoites - Mois Benarroch

    Outro Poema Sobre Agressões

    Dizei vós a mim qual o caminho

    E parai de me agredir.

    Dizei vós a mim qual o caminho

    E não pisai sobre mim.

    Vós que sois grandes agressores

    Não conheceis qual o caminho,

    Pois eu era pequeno e não conhecia.

    Pensava eu que vós sabeis,

    Mas apenas agredir sabei vós.

    Agora, eu

    Conheço o caminho.

    Mas vós não quereis ouvir,

    Querei vós continuar a agredir.

    Catálogo

    Não me inscreva em teus registros.

    Isso não vai funcionar,

    Eu não vou.

    Se tu me catalogaresdesapontar-te-ás.

    Se tu não catalogares, também.

    Eu constantemente decepciono,

    Em especial a mim mesmo.

    Aquele que catalogar,catalogar-se-á.

    Aquele que decepcionar, decepcionar-se-á.

    Saia já daqui, vá para tua casa.

    As respostas aos problemas de tua vida não estão comigo.

    O cadeado quebrou

    E a chave perdeu-se.

    Tremendo protesto

    Que felicidade toda é essa?

    Eu não sabia que ela ainda existe no mundo.

    O que fazer com ela?

    Onde está o poeta que pensava que ele deveria

    Sofrer,

    Que o sofrimento é a criação?

    É a felicidade quando eu acordo.

    É a felicidade quando eu sofro.

    É a felicidade quando eu estou confuso.

    É a felicidade quando eu vejo falta de justiça.

    É a felicidade quando eu vejo justiça.

    É a felicidade quando eu vejo beleza.

    É a felicidade quando eu vou dormir.

    Eu Sou o Mundo

    Eu vejo a ti,

    O leitor sério

    Modificando os meus poemas com um bisturi acadêmico.

    E isso também

    Muito me causa graça,

    Deprime-me por demais

    E me enoja.

    Onde está o ritmo? Tu perguntas.

    Eu sou o ritmo!

    Onde estão as metáforas? Tu perguntas.

    Eu sou a metáfora!

    Onde estão as imagens, a sensibilidade, a poética?

    Onde está o idioma, a poesia, a literatura, o hebraico?

    Eu sou a língua hebraica,

    Eu sou a poesia,

    Eu sou a literatura,

    Eu sou o mundo!

    Outro Casamento Marroquino

    Eu não sei por que eu preciso explicar sobre mim mesmo,

    E talvez nisso esteja o problema.

    A todo o momento eu justifico e explico eu para mim mesmo. Mas,

    Ao casamento marroquino de hoje

    De meu primo, eu não irei.

    Por que eu não irei? Porque eu não posso vê-los de novo.

    Não posso ver aqueles que me agrediam e aqueles que sabiam e se calavam.

    Não posso ver aqueles que promoviam a injustiça e agora sentam e comem.

    E se comportam como se tudo está bem. Éramos agredidos e agora devíamos amá-los?

    Não posso ver aqueles que ainda justificariam suas agressões e o chicote

    E não sabem dizer: erramos. Não sabem pedir desculpas. Eles ainda gritariam

    Se eu dissesse algo. E então, de novo, eu seria aquela pequena criança sensível,

    A criança que se tornaria um poeta

    A fim de entender a loucura, a fim de tentar responder a questão:

    Mas por que, novamente, vós me agridais, por que mais açoites?

    Por que todos me agridem?

    Por que todos me gritam? Já não bastai também a vós que eu sofra de asma?

    Não basta que eu tenha um irmão com doença maligna?

    Vós não tendes piedade? Não tendes ternura?

    Por que vós agridais? Por que vós

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