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Ensaios Sobre A Vida
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Ensaios Sobre A Vida
E-book148 páginas1 hora

Ensaios Sobre A Vida

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Sobre este e-book

A obra de Rangel Arêde nos transporta para o imaginário do cotidiano, por meio de uma escrita que condiz com sua formação artística e humanista. Rangel enxerga a vida pelas lentes da arte. Com amor devotado, dedica cada célula de si para transformar a experiência humana em uma escrita leve e alegre. Ele busca a essência da vida em situações peculiares que poderiam passar despercebidas por quem não carrega há muito a capacidade de se encantar. Rangel, como um Dom Quixote que enfrenta gigantes moinhos de vento, luta dia a dia para trazer às pessoas o encantamento perdido. Ele faz isso por uma única razão: porque tem o coração de um artista. Günther Richter Mros Professor – UFSM
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de nov. de 2022
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    Ensaios Sobre A Vida - Rangel Arêde

    Apresentação

    Meu amor pela leitura tardia de muito tempo. Minha mãezinha nunca me disse que eu deveria ler, ou que ler era importante. Não! Ela nunca me falou nada sobre o hábito de ler, mas ela fez o mais importante: deu-me o exemplo. Depois do almoço e das lidas de casa, ela se sentava ao lado da nossa humilde casa e lia. Lia por horas. Lia romances, lia clássicos e, mais idosa, dedicou-se a ler romances espíritas. Bastou isso para que eu, desde cedo, criasse o hábito da leitura. Além do cotidiano da vida, ao qual sou exímio observador, inspiro-me em autores que muito admiro como: Rubem Alves, Luis Fernando Verissimo, Martha Medeiros, Zíbia Gasparetto, Mario Quintana, entre outros.

    Comecei a escrever em 1995, quando terminei o meu primeiro curso de teatro e formamos um grupo de teatro com os colegas. Minha primeira peça chamava-se Causos de família. Quando fundei a Cia Teatral dos Pampas, aqui em São Gabriel e comecei a ministrar aulas de teatro nas escolas, iniciei a escrever esquetes. Gosto muito desse formato para o teatro.

    Um belo dia resolvi que gostaria de dividir minhas escritas com o mundo. Queria que minhas palavras tocassem as pessoas de alguma forma. Que se emocionassem, rissem, refletissem e que essas histórias as tornassem mais felizes, leves e melhores.

    Nesse ano de 2022, estava eu com minha esposa na Estação Rodoviária, quando encontramos o meu amigo, poeta e editor, Rossyr Berny, e minha amiga, e também escritora, Maria Sodê. Falei sobre minha ideia e logo o amigo comprou meu sonho sem pestanejar. Deu-me seu cartão e em poucos dias já me convidou para lançar o livro na Feira do Livro de Porto Alegre. Eu nem havia terminado a obra. Foi um baita susto, mas que me deixou extremamente feliz. Serei eternamente grato a esse amigo que logo apostou nas minhas escritas.

    Espero que minha publicação seja muito útil também aos meus colegas diretores, atores e professores. Espero que utilizem os esquetes em salas de aula, teatros, oficinas e em cursos de teatro. Façam contato caso queiram encenar algum desses roteiros.

    A você, leitor(a), desejo uma ótima viagem por estas páginas. Que o poder e a força dessas palavras impressas, possam lhe trazer o mesmo aroma de prazer, felicidade, emoção, leveza e reflexão que tive quando escrevi estas crônicas e esquetes.

    Platão dizia que a vida inteira precisamos de gentileza e graça. E é com toda gentileza e graça que me pertencem que ofereço esse livro a vocês – como quem oferece flores perfumadas.

    Aguardo o feedback de vocês através do site do livro:

    www.ensaiossobreavida.com.

    Nos encontramos por lá.

    Um grande e fraterno abraço.

    Rangel Arêde

    Dedico essa obra,

    primeiro aos meus pais, por todo amor e por serem os melhores pais que eu merecia ter. Por toda boa educação e amor que me deram;

    À minha esposa Nina Rosa, que é a minha parceira de vida. Cúmplice, amiga e uma grande apoiadora dos meus projetos. Por sempre acreditar nos meus sonhos;

    Dedico, aos meus filhos Bruna, João Victor e Ana Júlia por, através da paternidade, experimentar o amor incondicional e por serem luz na minha vida;

    Aos meus irmãos Vitor Hugo, Carmen Silvia, à minha cunhada Loeci e ao meu cunhado Hugo César, por todo bom exemplo e incentivo que me dão;

    Aos sobrinhos e sobrinhas maravilhosos que a existência me deu, por tornarem minha vida mais cheia de amor e alegria;

    Ao meu grande amigo/irmão Gunther, por todo amor e a amizade a mim dispensados ao longo de nossa jornada. Grande incentivador e parceiro dessa aventura que é a vida;

    Às amigas, Aidil, Raiza e Rute, por tornarem, através da amizade, minha caminhada mais leve e esperançosa.

    Ao elenco da Cia Teatral dos Pampas, que sempre acreditaram e confiaram no meu trabalho – e por darem vida à maioria dos esquetes aqui apresentados;

    A todos os meus alunos que, ao longo desses 29 anos de carreira, me inspiraram e incentivaram com todas as vitórias que os vi alcançar nos palcos através das minhas mãos. Pelos muitos momentos de alegria que vivi com todos vocês. Seus talentos tornaram meu amor à arte ainda maior.

    A todas as pessoas, que passaram na minha vida e que, de alguma forma, me transformaram numa pessoa melhor;

    A todos os espíritos amigos que inspiraram esta obra. Pela proteção, bênçãos e lições a mim destinadas;

    Finalmente, ao grande Pai Maior pelo amor, inspiração e coragem para enfrentar os desafios que a vida oferece.

    O cortador de unhas

    Ah, o amor... Li uma vez na web: Se você não está disposto a parecer um idiota, não merece se apaixonar. Atire a primeira cartinha apaixonada quem nunca se sentiu um tolo de amor. Quem não se lembra de um apelidinho fofo dado por um amor num momento único de paixão. Daqueles de encher o coração de ternura. A gente nem liga se é ridículo ou estranho. Importa mesmo é a intimidade que ele provoca. Tenho certeza, querida leitora, que, ao ler essas minhas palavras, lhe veio a lembrança de um desses chamegos que lhe abriu agora um leve sorriso e uma doce saudade. Rafael José é um desses românticos eternos. Sabe que perdeu uma batalha, mas não a guerra. Ciente disso, ele jogará suas últimas fichas para não perder o amor de Carol.

    RAFAEL JOSÉ – Amor, eu sei que você tem motivos de sobra para levar adiante nossa separação. Mas tô aqui, hoje, disposto a fazer qualquer jura para que possamos reatar. Aliás, se você pensar bem, você terminou comigo por bobagens…

    CAROL – Bobagens, Rafael José? Você acha mesmo que eu vou ficar com um sujeito que não controla sua saída de gases em lugar nenhum?! Pensa bem: em pleno jantar de família, no qual ia pedir minha mão em casamento, você deu um show de flatulências! Mau acabava de pedir desculpas por uma e já soltava outra, sem falar no cheiro, né, Rafael José, parecia que você tinha comido guisadinho de carne de urubu podre. Nem a sobremesa conseguimos comer de tão enjoados que ficamos com aquele mau cheiro.

    RAFAEL JOSÉ – Tá, tá bom... Mas, Carolzinha, meu amor, meu ensopadinho de espinafre com chuchu.

    CAROL – Já te falei que não quero mais ouvir suas palavras de amor.

    RAFAEL JOSÉ – Mas, amor, você sabe que não vivo sem seus dengos, seus chamegos, sua luz, sem seu cheiro e calor.

    CAROL – Ai, minha goiabinha com açúcar, assim você me derrete toda.

    RAFAEL JOSÉ – Tem coisas que só você sabe fazer...

    CAROL – Ai... para, meu iogurte com mostarda.

    RAFAEL JOSÉ – Ai, amor, até sinto uma coisa por dentro de ouvir você me chamar assim...

    CAROL – Se você peidar agora, eu te mato.

    RAFAEL JOSÉ – Ai, amor, não sou uma indústria de combustão de gases. Mas, minha abóbora com azeite, como eu tava dizendo, tem coisas que só você sabe fazer.

    CAROL – Ai, meu doce de melão com gengibre, como você é romântico.

    RAFAEL JOSÉ – Sim, e é sobre isso que quero falar com você. Você sabe que não vivo sem você e as coisinhas gostosas que só você sabe fazer.

    CAROL – Diz, diz, meu quindim de banana, do que você tá sentindo tanta falta, é do meu beijo, é?

    RAFAEL JOSÉ – Bem, não é bem isso. Na verdade, eu tô precisando que você corte as unhas dos meus pés. Você sabe que minha coluna não me deixa cortar minhas unhas encravadas.

    CAROL – O que? Você gastou todo seu latim para me dizer que o que mais sente falta é de que corte suas unhas?! Seu cretino... (sai.)

    RAFAEL JOSÉ – Peraí, amoreco, eu até comprei uma coisa para nosso reencontro.

    CAROL – Você comprou nossas alianças?

    RAFAEL JOSÉ – Não, eu comprei um cortador de unhas importado. Olha que beleza!

    CAROL – Aiiiiiiiiiii...

    RAFAEL JOSÉ – Mas, meu pastelzinho de palmito com gengibre, eu trouxe até o remédio das minhas frieiras pra você passar em mim.

    A morte nossa de cada dia

    Quando ouço a expressão Dona Morte, a primeira lembrança que vem à cabeça é a Dona Morte da Turma da Mônica. Sempre atrapalhada, divertida

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