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Disciplina da mente: Seja seu Diretor Interior de Autogerenciamento
Disciplina da mente: Seja seu Diretor Interior de Autogerenciamento
Disciplina da mente: Seja seu Diretor Interior de Autogerenciamento
E-book660 páginas13 horas

Disciplina da mente: Seja seu Diretor Interior de Autogerenciamento

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Sobre este e-book

A forma como você pensa determina ou não se será bem sucedido.
Ofereça o alimento correto para sua mente e tome a dianteira do seu destino. O momento é agora.
Disciplina da mente é a solução para encontrar meios de promover seu autogerenciamento, conduzindo seu pensamento e ação de forma versátil e objetiva, como um diretor de cinema que orienta seus passos durante sua atuação. A partir de agora, você será seu diretor interior. Temos um belo trabalho pela frente. Surpreenda-se com você mesmo!
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento1 de nov. de 2019
ISBN9788530010942
Disciplina da mente: Seja seu Diretor Interior de Autogerenciamento

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    Pré-visualização do livro

    Disciplina da mente - Jorge Sabongi

    www.eviseu.com

    APRESENTAÇÃO

    Se você observar bem, perceberá que estamos com a mente, cada vez mais, em desarmonia.

    Mentes em desordem raramente florescem. É preciso reestruturar o pensamento. Neste volume, o leitor faz a amarração com o intuito de tornar-se seu diretor interior, orientador da sua própria gestão. A maioria desconhece as possibilidades de como encontrar meios ou iniciar esta empreitada em seus primeiros passos. Eliminar o excesso de distração, encontrando a devida concentração para entrar "em fluxo", é o primeiro passo para a real satisfação e plenitude. O orgulho por ter a mente saudável é obtido através da autoeducação e isso abre um novo contexto para o pensamento.

    Agora, o tempo é de ensinar a nós mesmos.

    PREFÁCIO

    Todos que conhecem Jorge Sabongi já devem ter presenciado uma de suas principais competências em ação: Disciplina. Sim, seu poder de foco, sagacidade e entusiasmo, aliados à condição de disciplina da mente e corpo, tornam seus dias bastante produtivos, inspirando aqueles que estão à sua volta.

    Disciplina da Mente, assim como os livros anteriores – Entusiasmo e Requintes de Genialidade – são presentes com que ele nos brinda para auxiliar em nossa reconstrução pessoal.

    Neste livro, a energia de suas palavras e ideias pode ser sentida a cada parágrafo. Sua paixão pela escrita é apresentada neste contagiante texto que nos faz ler e querer ler sempre mais. Além de nos pontuar a mente como aliada ao nosso crescimento, o texto nos faz refletir sobre a vida. Somos levados a observar como funcionamos internamente. Como agimos e reagimos? Como lidamos com o fracasso e as frustrações? Essas e outras perguntas nos ajudam a nortear o caminho para o sucesso, colocando em prática ideias e estratégias ensinadas pelo autor.

    Aqui, ele compartilha conosco suas experiências de vida, a forma como aprendeu a lidar com as situações difíceis, sugerindo saídas (exercícios) para treinar a mente e se libertar das armadilhas criadas por ela.

    Além da sua própria jornada, ele também traz experiências do mundo empresarial, assim como dinâmicas utilizadas como Diretor e Preparador Artístico, em trabalhos referentes à orientação profissional e desenvolvimento pessoal de artistas, sendo possível comprovar a eficácia de suas indicações através dos feedbacks daqueles que ele orienta.

    O livro nos faz voltar o olhar para dentro, buscar o autoconhecimento observando os pontos de trava ou sabotagem que nós mesmos nos colocamos. No Capítulo 2, sobre o excesso de atribuições mentais que não percebemos, mas somos envolvidos diariamente, podemos compreender porque, em alguns momentos, nos sentimos com baixa energia e, na maioria das vezes, só nos damos conta quando aparecem dores ou ficamos doentes. Na vida, é essencial saber o que é, de fato, importante, eliminando as inutilidades como nos indica o livro, mantendo o foco no que está empreendendo e também separando um tempo livre para deixar a mente descansar.

    Para você, leitor, trata-se de uma verdadeira viagem ao seu universo íntimo, podendo se analisar e conhecer um pouco a sua mente. Talvez até um novo processo se inicie com esta leitura, passando pela consciência de como você lida com certos fatos, aceitando e promovendo mudanças necessárias que poderão lhe oferecer um caminho para o amadurecimento.

    Para conquistar o que queremos, precisamos conhecer os venenos da mente (Capítulo 16), aquilo que nos entorpece as ideias, frases e sugestões que não nos impulsionam adiante. A mente criativa precisa de espaço, cuidado e liberdade, precisa estar solta das amarras criadas pelo lado sombrio da mente. Sem isso, nos tornamos reféns de ideias ruins e negativas.

    Ao longo da leitura, vamos entrando em contato com informações que podem nos alertar quanto ao modo como estamos levando a vida. Se permitirmos essa troca entre a leitura e a nossa mente, encontraremos alguns pontos essenciais sobre nosso funcionamento, seja positivamente ou não. Uma das questões mais discutidas atualmente é sobre como acalmar a mente diante de tantas preocupações e distrações encontradas diariamente. Os processos mentais se aceleram e não param, trazendo o peso de situações no futuro que, às vezes, nem chegam a acontecer. A ansiedade, enfermidade típica da nossa era, assola milhares de pessoas que não conseguem controlar seus pensamentos. Por isso, disciplinar a sua mente é tão fundamental quanto compreender quais alimentos são saudáveis ao nosso organismo. Como o autor nos orienta, precisamos alimentar também a nossa mente de pensamentos sadios e úteis, evitando se intoxicar com junk foods mentais que, além de não acrescentar e nutrir nosso cérebro, acabam também gerando desgastes físicos nos conduzindo, muitas vezes, ao auge do estresse.

    Ao ler o livro, me identifiquei com várias situações discutidas de maneira muito instigante, que me fizeram questionar e analisar minha forma de pensar e agir. É interessante ressaltar que, quando nos tornamos dispostos a promover mudanças, o caminho não ficará mais fácil, mas a jornada certamente se tornará mais enriquecedora, já que nosso olhar começa a perceber pequenos detalhes que seriam imperceptíveis se estivéssemos bloqueando a visão com nossas resistências à mudança pessoal.

    Disciplina da Mente vem, de forma sutil, nos desafiar a iniciar esse processo de transformação, ampliando nossa percepção a respeito de tudo a nossa volta e a nós mesmos. É uma leitura acessível e elucidativa, simples não pelo seu conteúdo, que, por sinal, é excelente e muito rico, mas pelo fato de nos levar direto ao ponto em uma linguagem franca e sem afetações.

    Convoca a nossa mente a trabalhar condutas e posturas mais positivas, afastando o desânimo e a apatia com o poder pessoal do entusiasmo. Reeducar a mente não é fácil, porém, no livro, aprendemos que não é impossível. Requer tempo, paciência, concentração e energia desprendida de modo consciente para promover evolução.

    Ele nos orienta a evitar o planejamento excessivo sem resultados. Planejar é muito importante, mas sem o alcance do objetivo, representa apenas horas desperdiçadas com organização ineficiente.

    Aqui você encontrará um gentil aliado que poderá lhe auxiliar a resistir às inúmeras tentações inúteis que se multiplicam pela estrada do seu progresso. A qualquer momento você terá à sua disposição textos que lhe indicarão caminhos para respirar fundo, se reerguer e seguir adiante.

    Aproveite esta oportunidade para conhecer-se.

    Ao descobrir-se, você terá mais domínio sobre as tentações impostas pelo mundo exterior ou pela sua própria mente. As suas escolhas podem começar a ser suas, e não mais das pressões da vida.

    Todos os dias, ao lado de Jorge Sabongi, aprendo e compartilho uma vida rica em ensinamentos. Decidimos, juntos, nos tornar alguém melhor a cada dia, não apenas melhor para o outro, mas, principalmente, melhor para nós mesmos. Convido, junto com o autor, a que você se permita transitar por estas páginas assimilando ideias e encontrando inspirações para seus objetivos.

    Disciplina é algo simples, embora difícil, já que requer uma predisposição diária e um entusiasmo crescente. Ao ver o Jorge acordar de madrugada, mergulhado em seus insights e inspirações, percebo a mensagem do quanto é importante ter uma rotina e organizar a vida.

    E, ainda, o quanto é bom aprender um pouco mais sobre disciplina por alguém que respira isso diariamente.

    Apresento a vocês Disciplina da Mente por alguém realmente disciplinado.

    Débora Sabongi

    Psicóloga e Administradora de Empresas

    Uma pessoa será tão feliz quanto sua mente decidir.

    Abraham Lincoln

    CAPÍTULO 1

    O cérebro é o protagonista

    Os tempos atuais produzem uma bagunça generalizada em nossa mente.

    Além das atividades normais que o cérebro coordena em nosso corpo (pensamento, movimento, imaginação, memória, equilíbrio, postura, linguagem, percepção dos cinco sentidos, sentimentos, sistema nervoso, julgamento, memória, aprendizagem, criatividade, inteligência, intuição, entre tantas outras...), ele sofre uma sobrecarga de lixo tóxico que assimilamos todos os dias e que não descartamos. É como se tivéssemos um HD (disco rígido) imenso e grande parte dele estivesse com seu espaço útil abarrotado e corrompido, todos os dias, com centenas de arquivos sem a menor utilidade. A primeira iniciativa para mudar isso é nos tornarmos mais seletivos, caso contrário, teremos, cada vez mais, uma mente indisciplinada.

    O resultado prático dessa situação é a falta de sossego, agitação interna, insônia, sistema nervoso em constante prontidão e alta ansiedade.

    Temos à nossa disposição uma quantidade monumental de informação inútil, assimilada por todos nós diariamente através da Internet, das imagens, dos meios de comunicação, das redes sociais e dos novos brinquedos tecnológicos (lançados, praticamente, todos os dias pelo mundo). Os comportamentos e os hábitos de convivência globais têm mudado cada vez mais depressa por conta disso. Quanto mais lixo nós assimilamos, mais descompasso ocorre em nossas rotinas. Ficamos cansados e procuramos falar cada vez menos com aqueles que nos cercam. Pessoas se isolam e vivem suas vidas como se estivessem em um quarto fechado, monitorando tudo através de teclas. Chegam ao ápice do isolamento quando preferem escrever tudo de forma limitada e virtual do que manter contato pessoal. Quando em grupo, falam o mínimo possível, sempre de forma superficial. Todos vivem a ansiedade em esperar as próximas mensagens que devem chegar, em ver o que há de novo nas redes, em se conectar com a ilusão de acompanhar a velocidade da informação. Isso, por si só, já produz ondas gigantes de incertezas dentro de nosso aparelho emocional, suficientes para nos afastar das pessoas, trazendo, por consequência, diversos males, principalmente baixa autoestima.

    Essas ondas nos inundam de males internos, como medos, tensão, dúvidas, inveja, frustrações, vergonha, tristeza, raiva e tantos outros sentimentos negativos que, homeopaticamente, nos tornam mais indiferentes à convivência. E lá estamos nós, de novo, ávidos por ver mensagens, procurar novidades e buscar algo que não sabemos o que é, contanto que preencha o vazio que estamos sentindo, reverberado pela solidão. Após horas navegando e assimilando, diante de tanta comunicação imprestável, chegamos à triste conclusão de que foram horas perdidas, as quais não nos agregaram absolutamente nada intelectualmente, a não ser perda de tempo.

    Exigimos demais dos nossos neurônios e sinapses¹ atualmente. Muita informação circulando que, provavelmente, causa diversos curtos-circuitos em nosso cérebro, pela pulverização de tantos assuntos diferentes em poucas horas. Procure imaginar uma cidade com ruas, avenidas, túneis, pontes e viadutos, os quais possuem muitos carros circulando e, entre eles, motocicletas, ônibus, bicicletas, pedestres, carroças ziguezagueando em meio a variadas velocidades. Tudo isso sem nenhum farol. Gente na contramão, carros quebrados atrapalhando o fluxo e desavisados brecando, virando à direita ou esquerda e dando ré. E o tráfego se avoluma cada vez mais. A "hora do rush" é agora, o dia todo, em nosso cérebro. O caos está instalado. É assim que se desenrola este mar revolto de transporte e comunicação dentro de nossa mente.

    Nossa mente acaba trafegando com seis assuntos ou mais ao mesmo tempo (a conta para pagar, a roupa que preciso pegar no armário, o telefonema para alguém, o creme dental que acabou e preciso comprar outro, consertar a maçaneta que está caindo, o artigo que não posso me esquecer de levar para a empresa...), a maioria deles sem a menor importância, produzindo um congestionamento que podemos chamar de pensamentos cruzados, pois cada um deles mobiliza um bloco de neurônios para ser assimilado e, mesmo assim, podemos esquecer quase todos, já que não se fixam na memória.

    Isso é o suficiente para fazer com que nossos neurônios trabalhem muito mais. Imagine a tentativa de focar em tantos assuntos ao mesmo tempo e buscar entendê-los simultaneamente. Informações desencontradas causam sobrecarga das conexões neurais, pois não existe uma sequência lógica. Enquanto uma informação trafega em um sentido, a outra vem noutra direção, a outra, ainda, passa longe, sem cruzar. Navegamos num mar de quinquilharias dispensáveis, cada uma delas mobilizando blocos de neurônios em uma direção. Quando percebemos, nossa mente está sobrecarregada destas vãs perdas de tempo: notícias da política que desanimam, descoberta de um novo barco com centenas de refugiados no Mar Mediterrâneo, traficantes fazem mais vítimas; enquanto nas redes sociais pessoas publicam selfies diante do espelho para ter visibilidade, outros colocam mensagens agressivas de protesto sobre algum tema, outros, ainda, levantam temas polêmicos sem o menor conteúdo de informação útil, sem contar aqueles que reclamam de tudo e de todos, destilando seu ódio e se perguntando por que, cada vez mais e mais, as pessoas deixam de segui-los. Luminosos piscando. Barulhos que se misturam. Propagandas que lembram o que você não tem e o quanto é infeliz por precisar daquele produto. Imagens chocantes e estereótipos de mau gosto também não faltam. Notícias ruins, crimes por toda parte, desemprego implodindo o mundo inteiro. A cabeça ferve.

    Procure visualizar agora outro cenário: imagine uma casa imensa, com cômodos grandes, cheia de móveis e tranqueiras diversas espalhadas por todas as partes: nas mesas, nas bancadas, nas paredes, sobre os móveis, acumuladas nas camas e pelo chão, cobrindo os tapetes. Mal dá para pisar ou andar nestes ambientes. Um processo de acumulação que se amplia todos os dias e se compacta cada vez mais. Nessa casa, não acontece nenhum tipo de descarte. Cada coisa que chega vai se acumulando em algum cômodo, desorganizando tudo. Responda rápido: é fácil passar ordem neste lugar e deixá-lo limpo, cheiroso e prático, sendo que seus moradores, todos os dias, continuarão trazendo mais e mais tipos de lixo para dentro? Pois bem, como uma casa pode ser saudável com tanto entulho junto? Alguém consegue se sentir bem, dentro de um lugar assim, diante de tanta poluição cumulativa? Isto tudo é o que estamos expondo indiscriminadamente ao nosso cérebro. Está tudo passeando dentro de nossas cabeças, roubando o nosso sossego, proporcionando-nos ilhas de isolamento cada vez maiores. Todos os dias, inocentemente, nós passamos com nossos caminhões, recolhendo o entulho virtual produzido por gente que desconhecemos de todas as partes do mundo e trazemos para dentro desta casa. Queira ou não, ao entrar em contato com esse lixo, assimilamos parte de suas bactérias. E o pior de tudo é que tantas pessoas já se habituaram a isso de tal forma, que sequer conseguem imaginar suas vidas sem o sinal de Wi-Fi para dar uma espiada a cada meia hora neste portal de esquisitices. Ter o mundo na palma das mãos em termos de comunicação faz com que não parem em período integral. Cada vez mais necessidades de criar impulsos. Procuram agito constante, o silêncio dói. Não é apenas das redes sociais que eclodem estes perigos visuais. Eles vêm de todos os lados: uma esquina congestionada de pessoas e veículos, barulhos de toda espécie, todos os meios de comunicação, pessoas falando mal de tudo e de todos. Basta abrir os olhos para perceber.

    Mesmo nas propagandas mais subliminares existem intenções veladas. Tendemos a fechar os olhos e acreditar, pois temos muitas outras poluições para administrar. E somos submetidos a uma falsa realidade, a qual degrada nossas vontades e confunde nossa imaginação.

    Procure observar propagandas de vendas de produtos inanimados (sem vida), que nos induzem ao consumo. Bancos utilizam-se deste tipo de método. São os planos de previdência privada, seguros de toda espécie, planos de investimentos e tantos mais. Os produtos são tratados como se fossem seres vivos e como se tivessem sentimentos para nos cativar. A forma como somos induzidos a adquiri-los praticamente nos obriga a obtê-los. Um exemplo disso são aquelas propagandas dessas instituições financeiras. Prometem cuidar do nosso dinheiro como se ele fosse uma criança desolada. Aos aposentados, formas de investimento, sempre com um casal de idosos bem vestidos e sorrindo felizes. Garantem a melhor aplicação, a melhor taxa e o melhor seguro para você. Teoricamente, os bancos seriam para guardar dinheiro para não termos que fazê-lo em casa, possibilitar sacar quando precisássemos ou emprestar cobrando juros. A verdade é que tudo isso se sofisticou visando angariar mais fundos. Estas instituições vendem, atualmente, dezenas de seus produtos como se eles fossem um passaporte para a felicidade. Recheados de sentimentos. É um supermercado com diversas prateleiras vendendo serviços relativos ao dinheiro. Um bem que movimenta demais as emoções do mundo. Paralelamente a isso, nos empurram pacotes vantajosos para captar os valores e ganhar com os juros da retenção do valor depositado. Os anúncios aparecem frequentemente com imagens de famílias felizes, trabalhadores sorridentes e aliviados ou profissionais com aparência de bem- sucedidos. Procuram sempre atribuir sentimento ao produto que procuram nos vender, na expectativa de convencer-nos de que são os melhores guardiões que poderíamos ter para o nosso futuro e de nossa família. Só que, quando necessitamos resgatar os valores, aparecem taxas absurdas que não nos foram informadas, descontos de impostos além do esperado e, não bastasse isso, a necessidade de ter que esperar dias para obter o resgate dos valores em mãos. O resultado é que sempre perdemos de alguma forma: o típico pague para entrar e reze para sair.

    Outro caso específico são os comerciais de alimentos processados, os sanduíches junk food, vendidos totalmente maquiados através das imagens e cenas, para nos despertar o apetite. Geralmente, estas propagandas são apresentadas um pouco antes do almoço ou jantar, quando a fome já começa a incomodar. Em um ambiente elegante e jovial, pessoas bonitas e sorridentes se deliciam em saborear a primeira mordida daquela enorme refeição que mal cabe em uma bocada. A estratégia funciona. O que vemos na imagem é uma verdadeira obra de arte: a poesia da fumacinha saindo da carne, o queijo derretido e o pão suculento. Ao adquirirmos, constatamos que não tem 30% do visual oferecido. Expectativa e realidade completamente antagônicas. Comemos mesmo assim.

    Por último, temos os remédios para emagrecimento que prometem milagres, não importando o biótipo de quem compre. Acima de tudo, vendem felicidade em cápsulas para as mulheres que veem defeitos em si diante do espelho e procuram resultados imediatos. Há décadas que nenhum deles oferece aquilo que suas clientes acreditam obter. Emagrecimento depende de muitas circunstâncias: coibir exageros com a comida, genética, tipo de corpo, alimentação adequada, propensão do metabolismo, exercícios físicos, acompanhamento médico e algumas variáveis mais.

    As pessoas estão mesmo com as cabeças cheias para não perceberem tanta coisa errada, tantos delírios de consumo frustrantes, tanta realidade irreal. E, assim, nossas mentes são iludidas cada vez mais. Por todos os lados. Existem tantas confusões entre ficção e realidade, muitas inversões de valores e intenções escusas em grande parte do que está diante de nós. Nada é cristalino como gostaríamos que fosse. Tudo tem sempre um elemento ou mais que destoa de nossas expectativas.

    O grande erro que cometemos é não disciplinar nossa mente para assimilar as informações que são, obviamente, muito importantes e desprezar aquelas que são imprestáveis ou embutem resultados duvidosos.

    Francamente, está na hora de produzirmos pessoas mais bem informadas e atentas a tudo o que está acontecendo à sua volta atualmente. A maioria não tem a menor noção do tesouro que se esconde dentro de suas cabeças. Procuram-se tanto sossego e equilíbrio e eles estão mais perto do que supomos. O bom conhecimento está sendo consumido em escalas menores, dando margem a todo tipo de vislumbres ilusionistas, o que nos torna emocionalmente vulneráveis, pois confundimos o que, de fato, não é bom para nós e o que verdadeiramente pode nos contentar. Quando percebemos, estamos vulneráveis emocionalmente. O que realmente importa para cada um de nós? O que precisamos para equilibrar boas sensações, razão, tranquilidade e estabilidade? O que traria uma vida mais harmoniosa e o que não nos diz nada?

    Nossa mente pode condensar mais informação do que podemos imaginar. O importante é que esta informação seja da melhor qualidade possível. Indiscutivelmente, a proporção do que agregamos presentemente é, sem dúvidas, sofrível e pode nos trazer más consequências nos próximos anos.

    Por estes motivos, é fundamental trabalhar a expansão da mente com seletividade nas próximas décadas. Uma empreitada que começa a partir de agora e durará para o resto de seus dias. Em outras palavras, começar a aquilatar a sabedoria para o século XXI. Ainda estamos presos às muitas banalidades criadas e cultivadas no final do século XX, quando o mundo se globalizou através da Internet. Veio a explosão tecnológica e o homem ainda se mostrava preso às futilidades. Pouco foi aprendido na forma de agregar o bom conhecimento. A grande maioria não evoluiu com toda esta diversidade. A inteligência ficou relegada àqueles que realmente procuraram por ela. Os demais caíram em um sono profundo, sem saber o quanto suas cabeças estavam sendo corrompidas por tanta cultura inútil, que lhes tiraria seu maior patrimônio: a capacidade de pensar com riqueza intelectual, poder de síntese e bom senso. Nunca houve, em momento algum da história, tanta gente desligada, despreparada e sem noção de vivência. Em outras palavras, com a mente que possuem hoje estão sedadas, prontas para acreditar em tudo, sem ao menos questionar ou utilizar um mínimo de criatividade ou discernimento. São pessoas que cada dia mais vão se perder da realidade para se apegar à distração e ao idiotismo. Aprendem pouco, têm vocabulário insuficiente, falam sempre as mesmas coisas e de forma superficial, são desatentas ao extremo, desapegadas nas relações, inconstantes no trabalho, se julgam práticas, pois estão conectadas em período integral e acreditam que têm opinião formada sobre qualquer assunto.

    Trata-se de um mundo à parte, onde as dificuldades emocionais são relegadas a um segundo plano. Em primeiro, estão as conveniências da imagem e a aceitação social. Vivemos em um período em que estar plugado e visível é mais importante que a própria competência. Isso não nos deixa dúvidas de que temos que expandir a inteligência urgentemente. Estamos remando na contramão do tempo e isso não pode continuar.

    Apesar de toda a tecnologia que temos disponível, não podemos nos esquecer de que nem tudo que é mais prático, ágil e rápido pode ser considerado o melhor para alcançar nossos objetivos. Isso é válido principalmente com o cuidado que temos que ter com a nossa pessoa, com a nossa instrução e com aquilo que assimilamos na memória para levar conosco a vida inteira.

    Alguém que lapida seus conhecimentos, ganha amplitude de referências em sua visão das situações. Melhora sua comunicação e se faz ser ouvido. Consequentemente, tende a sofrer menos. Se souber selecionar o que realmente pode engrandecer sua mente, terá uma vantagem muito forte a cada dia, ao longo de sua existência. Pessoas míopes mentalmente sempre irão existir. Funciona assim desde que o mundo é mundo. Os zumbis não existem apenas nos filmes de ficção ou terror.

    E aqui nos encontramos neste momento, tentando observar e estudar tudo aquilo que nosso cérebro pode nos proporcionar. Ele é um imenso Administrador Geral, exercendo incontáveis atribuições com sua equipe. Seu principal alimento é o saber. O saber doutrina e ameniza as más emoções. O cérebro nos ilumina e nos conduz. Ele é formado por redes e estruturas, ativadas por moléculas, que determinam todo o funcionamento do que existe dentro de nós. E um detalhe curioso: muito do que ele e toda sua equipe nos proporcionam, não é visível, mas sentido. E de tal maneira que qualquer situação neste processo pode mudar em segundos nosso estado de espírito, trazer preocupações, impaciência e, se não nos prepararmos adequadamente, abatimento e tristeza.

    Logo, já percebemos que precisamos lhe conceder maior atenção. Compreender como ele articula e rege todo o nosso processo desde que nascemos. O mundo mudou e agora é mais fácil entender como funcionamos internamente. A neurociência está cada dia mais presente na vida de cada um de nós. Podemos pressupor melhor como funciona todo este aparato que temos dentro de nossas cabeças, o que facilita ordenar, de várias maneiras, nosso bem-estar e crescimento. Munidos de tal conhecimento, capacitamo-nos para entender e treinar melhor a concentração, vencer angústias e outros problemas internos, revelar e conviver bem com sentimentos que jamais imaginamos, harmonizando todo o funcionamento mental para potencializar nossas sensações. Não nos sentiremos mais no escuro das informações.

    O que realmente for importante irá se desenvolver.

    Agora, podemos nos estudar e entender por que fazemos o que fazemos e, principalmente, porque reagimos como reagimos.

    Aqui começa uma viagem sem volta para entender como otimizar a vida, principalmente no quesito de realinhamento das formas de pensar. Seremos diretores interiores de nós mesmos, com extrema capacidade de autogerenciamento.

    Antes de tudo, é preciso definir uma série de estratégias para alinhar conhecimentos e oferecer alimento de qualidade para seu cérebro. Uma vez apaixonado por estes estudos que vamos empreender, seu refinamento da consciência fará você tomar outro rumo.


    1 Região de contato entre neurônios, onde os impulsos nervosos passam de uma célula para outra (Dicionário Michaelis).

    Capítulo 2

    O excesso de atribuições mentais

    A vida da maioria de nós está longe do sossego que tanto procuramos.

    Se pararmos para pensar, chegaremos à conclusão de que temos muitas atribuições e situações tolas para administrar todos os dias, tanto em casa como no trabalho e também com aqueles que nos cercam. Para atender a tudo isso, gastamos nosso bem mais precioso: o TEMPO.

    Isso mesmo: gastamos muito tempo com rotinas operacionais.

    Aquelas trivialidades que temos que fazer repetidas vezes porque nunca nos preocupamos em facilitar:

    • Começar tudo de novo em alguma atividade, por não termos criado um modelo (template) para utilizar todas as vezes que precisarmos;

    • Anotar compromissos e roteiros a serem seguidos;

    • Criar possibilidades de evitar esforços extras desnecessariamente;

    • Pensar rapidamente em um mecanismo já estabelecido, quando for necessário improvisar;

    • Entender o funcionamento das coisas caso precise consertar;

    • Reverter as sensações que são desagradáveis, propiciando melhoria praticamente imediata.

    A mente treinada é ágil. A falta de versatilidade com ela nos torna escravos da preguiça, nos leva a ficar acomodados, a ponto de ter que repetir rotinas operacionais muitas vezes. Isso consome nosso tempo, paciência e nos desanima. Ficamos exaustos com tantas operações para fazer.

    Por conta das preocupações que essas atribuições geram, nos mantemos em constante prontidão, inquietos para nos sentir livres, o quanto antes, de uma série de rotinas negativas (aquelas que não gostamos de fazer), as quais nos atormentam diariamente. Dificilmente temos momentos de tranquilidade.

    E quais são estas rotinas negativas? Fazem parte deste rol aqueles telefonemas inconvenientes que, com frequência, costumamos protelar, os pagamentos de boletos que nunca finalizam, visitas ao banco que cobrou taxas absurdas não contratadas, Spams variados para deletar diariamente, e-mails indesejados, a banalidade inconveniente de pessoas exibindo em fotos todos os seus passos, para mostrar como são falsamente felizes, a manutenção e os consertos de produtos recém-adquiridos e que já apresentam defeitos, as aquisições de produtos do cotidiano (de casa, farmácia, higiene, matinais...) com filas e falta de lugar para estacionar, reuniões empresariais enfadonhas que não se resolvem, supermercados gigantescos nos quais precisamos andar quilômetros para comprar uma cesta de produtos, aquela conta de luz ou água que veio com valor absurdo, a Internet que falha na hora em que mais precisamos, os aparelhos que temos que recarregar todos os dias e cujas baterias acabam quando mais necessitamos, as consultas médicas que estão sempre atrasadas, o trânsito caótico para os locais onde temos algum compromisso, filas intermináveis em tudo, enfim, um verdadeiro massacre do nosso tempo útil. São tantas tolices que acabamos nos mantendo em estado de alerta quase em tempo integral, esperando o que mais poderá acontecer ou dar errado. Claro que estas rotinas negativas variam de pessoa para pessoa, mas elas existem em quantidade para todos e, querendo ou não, temos que executá-las. Caso elas se acumulem, corremos o risco de perder nosso sono.

    Atualmente, seleciono com muito cuidado aquilo a que assisto. Acostumei a fazer trocas. Existem muitas formas mais eficazes de obter prazer com aquilo a que assistimos. Podemos encontrar alguns programas interessantes, trocando por aqueles que nos parecem inúteis. Todos nós precisamos de boa informação e entretenimento. Reconhecer quando a permanência diante da TV está absorvendo nossa atenção além do normal faz parte de uma decisão de pulso.

    Estamos realmente muito longe do sossego tão esperado. E isso atinge todos, não importando qual a idade, posição social ou situação financeira. Aquele dia simples, com poucas coisas para pensar e sem o peso de tantas atribuições obrigatórias, não vai acontecer desta vez. É provável que até o final da outra semana, também não. Pulou para a data da próxima viagem.

    Observe, também, que as rotinas negativas nos assolam quando estamos preparando uma viagem. Mesmo com todo o planejamento que possamos fazer antes de viajar, os contratempos são os mesmos para a maioria das pessoas. Estamos arrumando malas, prontos para nos desligar das loucuras do dia a dia e tudo parece dar errado. A hora voa. Teríamos que ter acordado de madrugada para ter saído duas horas atrás, mas está tudo atrasado: o carro precisa de combustível, verificar o óleo e calibrar os pneus. As roupas que queremos levar, obviamente, não as encontramos, o creme dental acabou, temos o shampoo, mas o condicionador está no final, o chinelo para passear na praia sumiu, a casa está um estresse e todos falam ao mesmo tempo, ninguém ainda tomou o café, tem uma música tocando alto enquanto corremos feito loucos, outro sequer acordou e mais alguém está no chuveiro há mais de uma hora; para variar, temos que programar o pagamento de todas as contas que irão vencer durante o período da viagem; tirar, desde já, os alimentos que vão se deteriorar na geladeira e a comida dos animais de estimação, e, como não poderia deixar de ser, estamos esquecendo alguma coisa e pode ser que tenhamos que voltar. Programamos acordar cedo e também sair cedo, mas as coisas não funcionam tão bem assim. Muitas rotinas precisam ser resolvidas antes, caso contrário, tudo poderá sair do controle e gerar despesas adicionais quando retornarmos. Estamos tensos. Todos se sentem uma pilha de nervos um dia antes de qualquer viagem. Na verdade, nos sentimos apavorados de ter que deixar tudo por alguns dias e o receio de voltar e não ter mais o senso de organização. Acabamos desperdiçando meio dia somente para estas rotinas. Tudo precisaria ser previsto e alinhado antes, mas não temos autodisciplina para pensar em tanta coisa. Até a mala foi feita de última hora. O resultado é que só chegaremos lá à noite. Perdemos o dia todo tentando nos ajeitar e que não foi o suficiente.

    As distrações e pormenores não param aí. Sempre tem mais alguma coisa para resolver. Às vezes, pensamos como que, diante de tantas coisas, ainda não enlouquecemos.

    Seria bom ter um curso para programação de viagens, exatamente para que não nos cause tanto estresse. Nosso apavoramento antes de sair deve-se ao fato de estarmos vinculados a uma rotina negativa que nos escraviza. Temos a sensação de que somos insubstituíveis e que, se faltarmos, a situação pode se tornar um caos. Quem mora nos grandes centros urbanos sabe ou já sentiu como fica a mente de alguém todas as vezes que necessita viajar. Chegamos à conclusão de que, para haver o descanso, é necessário passarmos antes por uma série de perturbações emocionais.

    Viajamos e lamentamos os últimos dias que teremos que voltar.

    A REVELAÇÃO DA TV

    E o dia a dia nos revela que precisamos de novos rumos, novas ideias e novos ares. Estamos cansados. Mas por onde começar? Tudo parece tão emaranhado. Temos tantos assuntos à disposição que chega a ser difícil pensar em algo. O que realmente nos interessa no momento? É preciso ter foco e determinar o que nos fará sentir melhor:

    • Um novo projeto;

    • Criar algo interessante;

    • Aprender novas habilidades;

    • Programar rumos para o ano;

    • Buscar novos entretenimentos;

    • Atividades com amigos.

    Seja qual for a opção que lhe desperte, não descarte a possibilidade de manter em evidência a construção da melhoria da mente. E isso deve ser cultivado todos os dias.

    E quais são os passos para qualquer um destes casos?

    Temos à disposição a Internet, o smartphone e muitos livros. A praticidade que temos on line hoje faria inveja a qualquer estudioso do século passado. Basta pesquisar e depurar o que mais precisamos. Leitura, infelizmente, não é a preferência para a maioria das pessoas. E isso não é bom. Podemos dizer que o manuseio com os livros tem se tornado mais demorado, se compararmos a qualquer meio de pesquisa imediata desta era digital. Os livros, contudo, têm sua riqueza, seu encanto e seu manuseio, que, para muitos, incluindo eu, é insuperável.

    Diante de tanta disponibilidade de informação, muita gente ainda acredita que a televisão traz o conhecimento. Uma parte ínfima dos canais, incluindo TV a cabo, sim. Em sua grande maioria, podemos dizer que não.

    A verdade é que, se precisarmos de algo novo, que nos inspire boas ideias ou que ajude a nos construirmos como pessoas, a televisão seria o último lugar para procurar. Dificilmente, encontraremos satisfação assistindo aos programas televisivos. Com certeza, encontraremos fantasia, distorção, desinformação, apelação, manipulação, deseducação, clichês, persuasão, violência, promiscuidade, grosseria e mesmices.

    Apesar de a televisão ser um meio ágil de entretenimento, informação e comunicação, não restam dúvidas de que ela tem uma infinidade de aspectos negativos para nossas vidas. Exatamente por isso seu uso deve ser o mais limitado possível na nossa preferência e em nossas vidas. Quanto menos, melhor.

    "... É que a televisão me deixou burro, muito burro demais;

    E agora todas coisas que eu penso me parecem iguais..."

    (Letra da Música Televisão, cantada pela banda Titãs - 1985)

    Se ligarmos a TV, perceberemos poucas atividades que agregam conhecimento, muitas atividades que banalizam o conhecimento e atividades que limitam a mente e primam pela falta de conhecimento, exercendo manipulação. Estas últimas, em especial, desafiam nossa capacidade de pensar. A televisão age em nossa mente de maneira subliminar (influencia, sem que se perceba, o pensamento, o comportamento e o sentimento). Muito do que você vê não é real. Tudo é muito modelado, ilusório e pensado estrategicamente para convencer o espectador.

    Normalmente, as pessoas não estão habituadas a questionar o que veem. Apenas assistem e acreditam. Um programa pastelão, por exemplo, rico em vocabulário pobre, que exorta estereótipos e vulgaridades, tem grandes chances de fazer muito sucesso, em função das inversões de valores que presenciamos atualmente. A procura pelo exagero está em toda parte. O exagero vende. A indecência alcança recordes de audiência, seja na TV, redes sociais, notícias populares, na fofoca do elevador ou fila de supermercado.

    Tudo o que é mostrado na TV, em questão de segundos, é divulgado para milhões de pessoas. Em se tratando de cultura de massas, isto é, de programas televisivos, o olhar deveria ser crítico e a assimilação deveria ser extremamente seletiva. Não podemos nos esquecer de que a televisão é cuidadosamente preparada para ser sedutora ao extremo. A grande maioria cede a esta sedução.

    Qualquer um pode se descuidar e cair na atração. Perceba como, diante de certos programas, não conseguimos desviar a atenção. Pessoas podem falar conosco que parecemos hipnotizados. Se estivermos cansados, somos a presa fácil. Ela oferece uma gratificação instantânea, isto é, um prazer imediato; não representa motivação, não interagimos com ela, apenas recebemos e assimilamos informações, sejam boas ou ruins, enquanto permanecemos inertes, geralmente sentados em um sofá ou deitados na cama. Somos incitados à preguiça: mesmo com sede, não levantamos para pegar água, com fome, procuramos por alimentos não saudáveis, e com sono, nos negamos a dormir. A TV realmente nos hipnotiza, nos torna completamente passivos. Perdemos a noção do tempo e daquilo que é totalmente ridículo. Em outras palavras, perdemos o senso crítico. Tudo passa a ser normal e apreciável, quando não se torna um modelo a ser seguido, afinal, acreditamos estar arejando a mente e não somos vulneráveis. Neste estado mental estamos em transe, prontos para aceitar tudo o que nos for direcionado. São muitos canais com programações incoerentes e que não agregam absolutamente nada. Desligamos os nossos filtros e estamos rendidos, prontos para aceitar o que aparecer na tela. Pessoas mais esclarecidas estão atentas a grande parte disso e, mesmo assim, são surpreendidas, deixando-se levar pela correnteza de persuasão. Imagine as crianças, que ainda estão em formação, como são afetadas.

    Aquilo que consome sua mente controla sua vida.

    Zig Ziglar

    A conduta normal deveria ser: não interessou, muda o canal. Percebeu manipulação, muda o canal. Em outras palavras, se o assunto for banalidade, desista do canal. Em pouco tempo, você irá perceber que mais de 90% do que é apresentado não merece ser assistido. Quase nada se salva. O condicionamento ao qual estamos submetidos nos faz amornar os ânimos, admitindo tudo, enquanto permanecemos impassíveis. Muita gente perde horas e horas do dia diante de uma televisão. É um fenômeno mundial.

    É uma questão de consciência refletir o que cada programa faz com sua mente. Resta a cada um classificar aquilo que tem à sua disposição: o noticiário globalizado, com matérias disparatadas que jamais farão parte de nossas vidas, pois estão a milhares de quilômetros de nós, mas que são produzidas para nos chocar e chamar nossa atenção. Tudo em nome da audiência. Assuntos totalmente esdrúxulos, os quais massacram indiretamente nossa percepção de equilíbrio e bom senso todos os dias: o crime hediondo contado em detalhes, o acidente envolvendo vários carros, pessoas que sofrem fugindo de suas terras para outro país, o último serial killer, enchentes, terremotos e propagandas que mostram um mundo mascarado, fora da realidade, comerciais com uma falsa noção de sucesso, programas de auditório que questionam a inteligência dos espectadores, enquanto dizem vender entretenimento, mas o que processam realmente é lixo tóxico e radiativo para o cérebro de qualquer ser humano. As pessoas não precisam consumir tanta coisa indigesta. Temos isso presente em todos os dias, e a grande maioria desta geração consome este cardápio lúgubre de infâmias em larga escala. Horas perdidas em que a ação é trocada pelo ócio. Existem duas maneiras de parar este processo: 1) acabar a luz; 2) mudar sua atitude.

    Meu pai sempre dizia, por volta de meados dos anos 1970, que os grandes homens de negócios não têm tempo para permanecer horas diante de uma TV. A qualidade da mente deles é dirigida para progredir; é assim que eles se constroem. Na verdade, ao longo de minha vida, pude constatar que a grande maioria deles quase não assiste à televisão. Durante décadas observei isso, principalmente depois que me tornei empresário, percebi que era a mais pura verdade.

    Atualmente, seleciono com muito cuidado aquilo a que assisto. Acostumei a fazer trocas. Existem muitas formas mais eficazes de obter prazer.

    Capítulo 3

    A necessidade de eliminar as inutilidades

    São tantas vivências diárias que nos desgastam. Seria ótimo excluir grande parte delas de nosso cotidiano. Infelizmente, não conseguimos nos desvencilhar de todas de uma única vez. Rendemo-nos porque estamos cansados. O excesso de atividades diárias nos desgasta e suga nossa energia. Tudo que representa ação ou esforço fica para depois. Passamos a viver na contramão.

    O resultado disso é que não descansamos mais. É bem provável que suas noites mal dormidas tenham a ver com esta aceleração dos impulsos neurais para pensar em tanta coisa tosca. Mesmo que não queira, ao deitar, sua memória continua relembrando e comparando tudo o que viu durante o dia. É capaz até de sonhar ou ter pesadelos com diversas cenas.

    É provável que já tenha pensado em se desfazer de tudo isso, mas nunca tenha buscado, de fato, maneiras de fazê-lo. Saiba que, para concretizar sua desistência de consumir coisas inúteis e desagradáveis, é preciso uma reeducação de gostos.

    Para que isso seja consolidado, teremos que adaptar filtros de seletividade, visando a não empanturrar cada vez mais o cérebro de alimento fútil. Para isso, entretanto, é preciso, primeiramente, determinar o que devemos rejeitar. Você ficará estupefato com a quantidade de informações sem qualidade que deixará de fazer parte de sua vida. É preciso, pois, disciplinar a mente.

    Liste no quadro abaixo as 10 maiores inutilidades atuais para a mente, em sua opinião:

    Certamente, são eventos que o incomodam por algum tipo de teor. Haverá muitos mais se aumentar o seu crivo neste assunto.

    Qualquer mudança requer uma atitude de decisão. Caso contrário, tudo tende a permanecer como antes.

    Pense por um instante: às vezes, você pode ser a única pessoa em querer algo diferente em meio a uma multidão. Não se impressione se isso acontecer de forma recorrente. Quanto mais sua mente for organizada, seu diferencial falará mais alto.

    Uma mente arrumada, dificilmente, terá tempo para irresponsabilidades. Ela sempre tenderá a optar por escolhas ligadas à inteligência. Não quer dizer que abandonará todo tipo de recreação, mesmo algumas ordinárias. Eventualmente, poderá acontecer, mas não será mais um vício ou algo que o atraia e o domine como um morto-vivo.

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