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A Dieta Cetogênica Estratégica
A Dieta Cetogênica Estratégica
A Dieta Cetogênica Estratégica
E-book360 páginas2 horas

A Dieta Cetogênica Estratégica

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Sobre este e-book

Perder peso, obter mais energia de forma saudável, melhorar a sua saúde, diminuir inflamações e, além de tudo, tratar várias doenças, incluindo o lipedema... tudo isso pode ser alcançado queimando gordura de uma forma natural. Esse é um mecanismo ancestral do nosso corpo que foi desligado com o acesso moderno e infinito aos carboidratos, e pode ser ativado com a uma simples estratégia alimentar. Todos nascemos com o instinto da alimentação rica em nutrientes e gorduras saudáveis, porém o excesso de informação conflitante, os valores comerciais e acesso aos alimentos pobres nutricionalmente (mas acrescidos de sabor viciante) nos direcionou à energia mais facilmente acessível: os carboidratos. A dieta cetogênica vem sendo estudada há décadas e, cada vez mais, impressiona por suas qualidades terapêuticas, porém ainda há muita desconfiança por parte de profissionais da saúde que não a estudaram profundamente. Com certeza você já ouviu isso: A chave de tudo é comer menos carboidratos e mais gorduras. Mas como equilibrar isso com as diretrizes atuais, mas antagônicas, que sugerem até 60% de carboidratos na alimentação. Quem está certo? Aqui você encontrará as estratégias necessárias e mais 77 receitas cetogênicas, para combinar o consumo de gorduras e proteínas de forma saudável. Você verá como perder peso, e que obter saúde é muito mais fácil e gostoso do que se imagina. Fundamentado em décadas de estudos clínicos e nos resultados extraordinários que observou em pacientes a quem aconselhou parar de comer carboidratos, o Dr. Alexandre Amato apresenta, argumentos contundentes contra a onipresença do carboidrato na alimentação atual. A Dieta cetogênica estratégica é fácil de seguir, simples de manter e clinicamente comprovada. De acessível leitura, instigante e ratificado por uma pesquisa criteriosa, Dieta cetogênica estratégica apresenta uma tática alimentar com leveza para os leigos e profundidade para os profissionais da saúde; através de uma nova perspectiva, é de importância vital para os problemas de saúde mais preocupantes de nossos tempos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de mai. de 2022
A Dieta Cetogênica Estratégica

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    A Dieta Cetogênica Estratégica - Alexandre Campos Moraes Amato

    Agradecimentos

    As pesquisas científicas de dietas sem intervenção farmacêutica não têm o apoio financeiro de grandes empresas e, por possuírem muitas variáveis e falta de padronização, são complexas de serem realizadas, comparadas e mantidas por muito tempo. Além disso, não trazem a perspectiva de um retorno financeiro direto para ninguém. A busca por um medicamento patenteável e vendável, para solucionar um problema de saúde, pode ser muito mais sedutora do que o aprofundamento científico de uma estratégia alimentar existente desde que o homo sapiens apareceu. Os pesquisadores são, portanto, almas altruístas que devem ser reconhecidas. Este livro só possui fundamentação científica devido aos que me precederam e estudaram o assunto. Agradeço, então, a todos os cientistas que se dedicaram ao estudo da dieta cetogênica e publicaram seus esforços e resultados, permitindo que outros possam se aprofundar no tema.

    Agradeço à minha esposa, que teve a paciência de me alertar delicadamente que estava engordando além do saudável, e teve a sabedoria de esperar minha aceitação do problema, muito mais lenta do que o esperado. Esteve comigo em duas das três vezes que realizei a dieta cetogênica prolongada, aceitando, participando e me incentivando. E, mais ainda, fico grato pelo seu companheirismo, amor e dedicação, privando-se várias vezes de momentos ao meu lado em prol deste trabalho e revisão deste livro.

    Agradeço à minha mãe, que, além de ter me incentivado e proporcionado a educação necessária, por ser cardiologista livre docente, também revisou o conteúdo deste livro com rigor científico.

    Aos meus filhos, Guilherme e Sofia, que sacrificaram a gratificação imediata de seu tempo com o papai para que conseguisse terminar este projeto, com potencial para aumentar nosso tempo juntos — caso o aumento da longevidade proposto pela dieta cetogênica se concretize.

    Agradeço às minhas pacientes que trouxeram informações e dicas valiosíssimas para a prática diária da dieta.

    Agradeço a todos que ajudaram na confecção deste livro.

    Introdução

    A cetose é uma via metabólica revolucionária e ancestral capaz de trazer inúmeros benefícios para a saúde em geral, como modular a inflamação, reduzir o estresse oxidativo, aumentar a acetilação da histona, regular a mitofagia, induzir o estado redox celular e outros mecanismos. O sistema nervoso central não consegue usar gorduras diretamente como fonte energética, e, portanto, após 3 a 4 dias sem o consumo de carboidratos, é forçado a encontrar fonte energética alternativa. As cetonas, produzidas durante a cetose, já foram chamadas de super combustível para o cérebro, e, por isso, as dietas cetogênicas (que visam a cetose) têm especial interesse para a neurologia e também estudada na oncologia. Pois, muitos cânceres contêm defeitos mitocondriais que os tornam dependentes da glicose e de alguns hormônios suprimidos durante a cetose. Adianto que a dieta cetogênica não será um tratamento definitivo ou cura para nenhum câncer, mas, provavelmente, um potente coadjuvante.

    Este livro lhe revelará muitas coisas sobre a dieta cetogênica. Você pode usar este livro como um recurso para sua saúde e a saúde de outros. Está escrito em termos leigos para que todos possam entendê-lo, sem que seja necessária ciência complexa por parte do leitor. Apesar disso, a ciência não foi deixada de lado. As informações que aqui estão são embasadas em literatura científica que anexamos na bibliografia que pode ser encontrada ao final deste livro.

    A dieta cetogênica e seus princípios gerais

    Uma imagem contendo Texto Descrição gerada automaticamente

    O controle da alimentação é a forma mais antiga e comum para o tratamento de doenças. A dieta cetogênica é conhecida na medicina há um centenário. Resumidamente, ela consiste na ingesta de altas quantidades de gorduras saudáveis, de baixo carboidrato e de quantidades adequadas de proteínas. Devido à grande quantidade de variações cetogênicas, podemos considerar as dietas cetogênicas como uma categoria que consiste em várias dietas e estratégias diferentes, mas com um objetivo em comum; a indução do estado de cetose em maior ou menor grau.

    Essa é atualmente reconhecida e empregada no tratamento e controle de episódios epilépticos em crianças¹,², mostra-se benéfica ao diminuir as placas amiloides do Alzheimer³, diminuindo a inflamação e gordura do lipedema⁴, controlando a glicemia na diabetes tipo 2⁵, e como coadjuvante dificultando a proliferação de células cancerosas no câncer⁶–⁸, amenizando o impacto do autismo⁹,¹⁰, melhorando a destreza motora no Parkinson¹¹,¹², resolvendo enxaquecas¹³,¹⁴, induzindo a linfangiogênese no linfedema¹⁵, melhorando a função mitocondrial na esclerose múltipla¹⁶, diminuindo a ação da IGF-1 na pele e, consequentemente, a acne¹⁷, reduzindo a insulina e IGF-1, melhorando a síndrome do ovário policístico¹⁷, etc. Ou seja, é uma estratégia alimentar utilizada de forma consolidada na terapêutica de algumas doenças e está se descobrindo útil em muitas outras condições médicas. Obviamente, uma tática benéfica em tantas enfermidades seria também considerada em situações de saúde plena, e, nesse ponto, mostrou impacto positivo em alterações de humor e melhora da qualidade de vida¹⁸.

    Infelizmente, a maior dificuldade da dieta cetogênica está em sua grande variabilidade de estratégias, dificuldade de realizar grandes estudos por longos períodos, monitorização complicada, limitada aderência à dieta e falta de subsídios financeiros para grandes estudos. A ciência é sua própria inimiga ao exigir rigidez quase impeditiva e não fornecer incentivos suficientes para o aprofundamento em algumas questões nas quais não há retorno financeiro direto. Mas, nenhum desses fatores que dificultam a ciência impedem o uso pessoal dessas informações. Afinal, a grande variabilidade da dieta cetogênica oferece várias alternativas entre as quais você pode melhor se identificar. A monitorização necessária da cetose para pesquisa científica é frequentemente substituída pela sensação da cetose rapidamente aprendida.

    Diferente de outras dietas, essa causa mudanças metabólicas importantes que afetam todas as células no corpo, antes mesmo de alterações no peso. Em uma dieta cetogênica, é importante prestar atenção em quais alimentos você come e quais deve evitar. Fundamentalmente, você deve comer alimentos com alto teor de gordura, mas com baixo teor de carboidratos e moderado de proteínas. Em uma dieta cetogênica, o corpo utiliza primeiro a sua glicose armazenada para obter energia, mas, quando não há mais glicose, seu corpo passa a utilizar a gordura para obter energia. Ao quebrar a gordura que você ingere e a armazenada, são criados corpos cetônicos, ou cetonas, que são moléculas energéticas utilizadas como combustível para suas atividades. Quando você está utilizando as cetonas como combustível primário, ao invés da glicose, você está em estado de cetose. Por outro lado, os alimentos ricos em carboidratos são transformados em glicose facilmente. Em torno de 90 a 100% dos carboidratos ingeridos se transformam rapidamente, sem esforço, em glicose e vão para a corrente sanguínea.

    Portanto, caso queira entrar em estado de cetose, antes de tudo, diminua gradativamente a quantidade de carboidratos ingeridos e aumente a quantidade de gorduras. Lembre-se de que os alimentos mais comuns possuem carboidratos e devem ser evitados. São eles: macarrão, pão, cereais, milk-shake, batata, arroz e a maioria dos doces.

    Registre o que você come e seja o responsável pela seleção e compra dos alimentos. Monitore ou planeje cada mordida que você dá, não se deixe ficar em uma situação na qual não há alternativa alimentar. Essa é a única maneira de ter certeza da quantidade de carboidratos que você ingere em cada refeição.

    Lembre-se que antes de começar qualquer dieta é necessário consultar sempre seu médico, principalmente se você não tiver certeza sobre seus problemas de saúde. Isso é particularmente importante se você tem diabetes, disfunção tireoideana, doenças autoimunes, problemas intestinais ou deficiências de vitaminas e mineiras ou, ainda, se estiver grávida ou amamentando.

    Portanto, na dieta cetogênica, os carboidratos que também são conhecidos como hidratos de carbono, devem ser evitados. Eles podem ser encontrados em grãos compostos predominantemente de carboidratos (trigo, arroz, milho, aveia, centeio, cevada e outros) e seus produtos derivados como macarrão, pão, tortas e bolo. Evite também a maioria das frutas que contém naturalmente açúcar (frutose). Evite também raízes vegetais como cenouras, nabos e batatas, assim como feijões e legumes. Pois estes contêm muito amido. Não consuma açucares, evite leite e produtos desnatados ou semidesnatados, pois esses contêm mais carboidratos do que gorduras. A cana-de-açúcar é uma gramínea, seu sabor doce é devido a alta concentração de açúcar, portanto, nada de garapa e rapadura.

    Uma dieta cetogênica baseada na evidência atual é segura para a população em geral e pode ser considerada como primeira escolha em casos de obesidade e diabetes¹⁸. Lembre-se que para atingir a cetose é sugerido limitar a quantidade de carboidratos ingeridos em 20 gramas por dia por 4 semanas. Depois, é possível aumentar a ingesta em 5 gramas por semana até atingir o máximo individual (aproximadamente 40 gramas) para manter a cetose¹⁹. O estado de cetose pode ser identificado ao trazer um hálito com sabor metálico ou mau hálito (hálito de cetose), pode aumentar a vontade de urinar, consequentemente aumentar a sede, diminuir a fome, causar dor de cabeça, náusea e fraqueza. Durante a cetose, algumas pessoas também podem apresentar um estado de euforia e maior acuidade mental. Caso tenha um medidor de cetonas, e queira utilizá-lo, a medida entre 0,5 e 3 mmol/L sugere que você atingiu o estado de cetose. A maneira mais precisa de identificar a cetose é o exame sanguíneo, porém, na prática da dieta, o exame não se faz necessário.

    O site clinicaltrials.gov lista, no momento em que escrevo este livro, 302 estudos em andamento sobre a dieta cetogênica. A medicina é uma ciência mutável e devemos compreender que novas evidências podem alterar teorias anteriores.

    História da dieta cetogênica.

    A dieta cetogênica foi desenvolvida no início da década de 1920 para crianças epilépticas e caiu em desuso nas décadas de 70 e 80 com a introdução de tratamentos medicamentosos para epilepsia. Entretanto, podemos traçar sua história até mesmo na Bíblia, na cura do rapaz endemoniado¹. A dificuldade de se manter o rigor na dieta, a falta de compreensão ampla da maneira de atuação da dieta na epilepsia e o apelo comercial medicamentoso direcionou o mercado para drogas de acesso mais simples. Os medicamentos tinham a teoria da fisiopatologia bem explicada, pelo menos do ponto de vista teórico, e isso era confortável ao prescritor. Apesar disso, em 1996, houve o ressurgimento do prestígio da dieta com a Associação Americana de Epilepsia.

    Atualmente, mesmo com novos medicamentos, sabe-se que a cetose induzida pela dieta cetogênica pode ser mais eficaz que muitas drogas ainda em uso²⁰. A dieta causou um impacto nas crises epilépticas de difícil controle, abrindo caminho para o estudo da cetose em outras situações médicas. Novos conhecimentos no mecanismo de atuação permitiram um melhor entendimento do metabolismo cerebral e, assim, do controle da epilepsia.

    Na década de 20, o tratamento com bromidas e fenobarbital eram incapacitantes, com alto efeito sedativo. Hugh Conklin acreditava que a epilepsia ocorria por substâncias tóxicas no cérebro provenientes do intestino. Ele postulou que colocando o intestino em descanso, diminuiria a intoxicação, e acabou introduzindo o jejum alimentar por 25 dias como tratamento. Nesse momento, ele privava as crianças dos alimentos, de todo e qualquer alimento, permitindo apenas água. Em 1922, ele mostrou um alto índice de remissão, com muitas crianças livres de episódios epilépticos por longos períodos. Seu êxito foi propagado antes mesmo da publicação científica oficial. Era uma esperança que levou à grande quantidade de investigações no mecanismo de funcionamento e inter-relação no metabolismo da gordura, proteína e carboidrato. Na época, os corpos cetônicos causados pelo jejum foram identificados como resultado imediato da oxidação dos ácidos graxos na ausência da glicose, e, postulou-se que tinham efeitos anticonvulsivantes.

    Embora o jejum prolongado fosse extremamente difícil para epilépticos graves, ainda era considerado muito melhor do que episódios frequentes de eventos. Em 1921, na Mayo Clinic, foi publicado, por Wilder, o primeiro artigo sobre a dieta com alta gordura e baixa em carboidratos. Uma dieta que provia proteína para o crescimento, mínimo carboidrato e o restante em gorduras². Essa dieta era muito próxima da cetogênica que temos hoje em dia. Com relatos e trabalhos subsequentes até 1938, quando surgiu o medicamento fenitoína, e, a partir de então, a atenção acadêmica foi desviada para a ação dos novos químicos anticonvulsivantes. Nos anos seguintes, com a diminuição da atenção à dieta e o foco nos medicamentos, a dieta foi gradualmente esquecida e a habilidade em aplicá-la na prática foi perdida. Os nutricionistas eram menos requisitados para aplicar a dieta. Afinal, era mais fácil prescrever um medicamento do que instituir uma dieta restritiva e difícil na época, com necessidade de rigor e comprometimento do paciente e familiares. Com o passar do tempo, houve a perda da habilidade prescritiva da dieta pelos profissionais e passou a ser, muitas vezes, aplicada de forma errada e ineficaz, com resultados frustrantes. O conhecimento e habilidade adquiridos no início da revolução foi perdido. Com a inabilidade, uma geração inteira viu e propagou a dieta como difícil de tolerar e incapaz de trazer bons resultados. No entanto, no final da década de 80, percebeu-se que quando bem aplicada, em casos graves, a taxa de êxito da dieta era tão boa quanto a

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