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O peso do Estado na pátria do mercado
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O peso do Estado na pátria do mercado
E-book120 páginas1 hora

O peso do Estado na pátria do mercado

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Sobre este e-book

Este livro mostra o papel decisivo do poder público para desenhar o desenvolvimento dos Estados Unidos. A ação dos estados e governos locais promoveu a construção de infraestrutura na primeira metade do século XIX – e o país foi mudando de cara.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jun. de 2016
ISBN9788595460195
O peso do Estado na pátria do mercado

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    O peso do Estado na pátria do mercado - Reginaldo C. Moraes

    Nota do Editor

    Com o objetivo de viabilizar a referência acadêmica aos livros no formato ePub, a Editora Unesp Digital registrará no texto a paginação da edição impressa, que será demarcada, no arquivo digital, pelo número correspondente identificado entre colchetes e em negrito [00].

    O peso do

    Estado na pátria

    do mercado

    FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP

    Presidente do Conselho Curador

    Mário Sérgio Vasconcelos

    Diretor-Presidente

    Jézio Hernani Bomfim Gutierre

    Superintendente Administrativo e Financeiro

    William de Souza Agostinho

    Conselho Editorial Acadêmico

    Danilo Rothberg

    João Luís Cardoso Tápias Ceccantini

    Luiz Fernando Ayerbe

    Marcelo Takeshi Yamashita

    Maria Cristina Pereira Lima

    Milton Terumitsu Sogabe

    Newton La Scala Júnior

    Pedro Angelo Pagni

    Renata Junqueira de Souza

    Rosa Maria Feiteiro Cavalari

    Editores-Adjuntos

    Anderson Nobara

    Leandro Rodrigues

    PROGRAMA SAN TIAGO DANTAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

    Universidade Estadual Paulista – UNESP

    Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

    REGINALDO C. MORAES

    E MAITÁ DE PAULA E SILVA

    O peso do

    Estado na pátria

    do mercado

    Os Estados Unidos como país em desenvolvimento

    © 2013 Editora Unesp

    Fundação Editora da Unesp (FEU)

    Praça da Sé, 108

    01001-900 – São Paulo – SP

    Tel.: (0xx11) 3242-7171

    Fax: (0xx11) 3242-7172

    www.editoraunesp.com.br

    www.livrariaunesp.com.br

    feu@editora.unesp.br

    CIP-Brasil. Catalogação na Publicação

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    Editora afiliada:

    [V] Sumário

    Apresentação [1]

    1 A construção dos caminhos: políticas de infraestrutura dos governos federal, estadual e local [7]

    Estado, estados [9]

    Estado, sentido I: o governo federal [10]

    Estado, sentido II: governos estaduais e locais [19]

    Resumo e notas finais [24]

    2 O voo da Águia: notas sobre as mudanças estruturais dos Estados Unidos [27]

    As formas de concentração e centralização do capital [32]

    Uma economia de base industrial e uma demografia cada vez mais urbana [36]

    3 Políticas de conhecimento: a propagação das escolas superiores [45]

    Ensino, pesquisa e extensão [52]

    4 Políticas de conhecimento: ciência e tecnologia como fatores de liderança econômica [57]

    Pós-Segunda Guerra Mundial: um novo período [67]

    Referências bibliográficas [79]

    Outros títulos da Coleção Estudos Internacionais [85]

    [1] Apresentação

    Na primeira metade do século XIX, dois ilustres europeus visitaram a jovem república norte-americana e dela desenharam retratos bem diferentes.

    O magistral Da democracia na América, de Alexis de Tocqueville, levava aos europeus aquilo que o aristocrata normando via como as grandes lições do Novo Mundo – o avanço da igualdade, suas glórias e seus riscos. A ciência política ocidental (e a norte-americana, em especial) sublinhou duas ideias fortes desse estudo. Uma delas, a inclinação dos norte-americanos para criar e multiplicar associações civis. A outra, a fraca presença do Estado na regulação da vida social.

    De outro lado, o alemão Georg Friedrich List destacava, no experimento além-mar, algo que sugeria lições bem diferentes. Entusiasmava-se com a intervenção estatal na construção da infraestrutura para o desenvolvimento do país, com ênfase nas ferrovias e na política industrialista de Alexander Hamilton. A mensagem de List não se tornou mainstream na ciência política norte-americana, mas fez germinar correntes heterodoxas nada desprezíveis no Novo Mundo, no Velho Mundo e... naquilo que viria a ser o Terceiro Mundo.

    Os artigos deste livro estão longe de desprezar a formidável intuição de Tocqueville. Mas tendemos a concordar com as ressalvas de Theda Skocpol relativas aos dois equívocos do grande normando (Skocpol, 1997). Um deles, Tocqueville mesmo reconheceu, em seus Souvenirs: essa inclinação para o associativismo [2] estava longe de ser uma exclusividade norte-americana. O segundo, talvez mais indigesto para o pensamento liberal-conservador, é que o Estado está longe de ser um personagem ausente, expectador ou coadjuvante menos importante no processo de desenvolvimento dos Estados Unidos. Com o agravante (ou atenuante?) de que o tipo de federalismo implantado naquele país nos obriga a refletir sobre o que queremos dizer quando nos referimos a o Estado. Constituições e normas federais podem ser (quando são) enxutas e relativamente insossas, se nos níveis estadual e local a vida é regulada nos detalhes mais recônditos.¹

    Recentemente, outro observador, francês como Tocqueville, apontava esse traço do federalismo norte-americano, que por vezes faz parecer menor a presença do ativismo estatal: em 1969, por exemplo, o Congresso Federal não promulgou mais do que 695 leis. Mas o Estado da Flórida, nesse mesmo ano, adotou 1.680; o de Nova York, 1.523; o de Connecticut, 1.525 (Toinet, 1990, p.218).

    A história do século XIX norte-americano, sobretudo na primeira metade, mostra um vigor esplêndido das unidades subnacionais na promoção do desenvolvimento e na regulação da vida social. Esse quadro perdurou por um bom tempo, durante a formação do país. A federalização da política e da economia seria um processo de paulatinas aquisições, demarcadas sobretudo por conflitos bélicos distribuídos no tempo: a Guerra Civil, as duas guerras mundiais.

    Contudo, como dissemos, até mesmo analistas sofisticados insistem em minimizar essa intervenção do comando estatal no desenho do modelo socioeconômico, em particular quando o discurso se dirige a países em desenvolvimento, como uma lição da história.²

    [3] É conhecida a sentença de List segundo a qual os porta-vozes dos países industrializados de sua época – mormente a Inglaterra – operavam uma prestidigitação intelectual: utilizavam políticas de desenvolvimento e em seguida as escondiam. Subiam por uma escada e, alcançado o andar superior, lançavam-na longe, para que não mais fosse utilizada. Os estudos deste livro são apenas uma tentativa de revisitar certa literatura, na história econômica norte-americana, investigando não aquilo que nos recomendam os porta-vozes de sua intelectualidade mainstream, quando bondosamente orientam nossas políticas. Mais do que ouvir aquilo que dizem, convém estarmos atentos para o que fizeram e fazem, e o que diziam (ou resmungavam) quando faziam o que era preciso fazer. Talvez isso nos seja mais útil.

    Uma das reinterpretações convenientes da tradição que pretende inspirar-se em Tocqueville é aquela que afirma a ausência ou irrelevância do Estado no processo de desenvolvimento norte-americano. Há mesmo um certo ar de senso comum nessa crença, embora esteja presente em figuras de proa da intelectualidade, escritores de formação sofisticada e percepção aguda. Arthur Bentley, em um livro considerado o monumento fundador da ciência política norte-americana, utiliza a palavra Estado apenas duas vezes, uma das quais para dizer que é, basicamente, vazia ou desnecessária (Bentley, 1967, p.263).

    Também Robert Dahl, figura eminente dessa

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