Nova história da arte
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Nova história da arte - Affonso Romano de Sant'anna
Nota do Editor
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Nova história da arte
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Editores-Adjuntos
Anderson Nobara
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Affonso Romano de Sant’Anna
Nova história da arte
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Vagner Rodolfo CRB-8/9410
S231n
Santa’Anna, Affonso Romano de
Nova história da arte / Affonso Romano de Sant’Anna. – São Paulo: Editora Unesp, 2017.
Inclui bibliografia.
SBN: 978-85-9546-065-2
1. Arte. 2. História da arte. 3. Artes plásticas. 4. Crítica literária. I. Título.
2017-164
CDD 709
CDU 7.03
Editora afiliada:
[5]Sumário
A insignificância
Nota introdutória
A insignificância
Modelo linguístico
Linguística e semiologia
Em torno da insignificância
Árvore e copo d’água
A crise de julgamentos
Baixa ou nenhuma densidade simbólica
Da insignificância ao lixo
Assinatura e anonimato
Coda
Novo método
Novo método
Procurando outro método
Um exemplo externo: as Santas Relíquias
Estrutura na multiplicidade
Referências bibliográficas
Insignificâncias
Novo método
[7]A insignificância
Nota introdutória
Este ensaio tratará de dois temas das artes plásticas na atualidade.
O primeiro é a existência de uma série de obras que primam por sua insignificância.
Em seguida, veremos como a linguística pode ajudar a aclarar alguns mal-entendidos na produção de obras de baixa ou nenhuma significação simbólica.
A insignificância
Os frequentadores de museus (modernos e contemporâneos) e os que vão às galerias e bienais defrontam-se, às vezes, com algumas obras notáveis por sua insignificância. Essas pessoas frequentam [8]exposições, são cidadãos formados, viajados, alguns são também artistas e outros têm obras de arte em suas casas e escritórios. Por que, então, isso ocorre?
Certa vez, ao sair do Museu D’Orsay, em Paris, vi um cartaz pregado (repetitivamente) no tapume que dizia: Le grand public ne s’intéresse pas à l’art contemporain. Est-ce que les artistes contemporains s’intéressent au grand public?
.
Mais que uma ironia, o cartaz, nos seus dois questionamentos, era um diagnóstico. Ou, talvez, uma provocação para que meditássemos sobre a distância, a incomunicabilidade entre o emissor e o receptor. Naquelas sentenças há algo que deve ser desdobrado. Há aí uma pergunta e uma constatação. Em relação à constatação (o grande público não se interessa pela arte contemporânea
), é importante assinalar que, paradoxalmente, nunca na história da arte houve uma tão grande exposição das obras ao público e nunca se frequentou tanto os museus. Portanto, é uma observação que pode ser discutida. Estabeleceu-se um conluio entre turismo e arte. E se tornaram comuns as hordas de alunos dos mais diferentes níveis que vão visitar exposições e bienais. Alguém chegou a referir-se a esses turistas [9]como hordas de sonâmbulos
pervagando diante das obras. Porém, o cartaz diz que o grande público não se interessa pela arte contemporânea.
Por outro lado, a segunda parte da observação, transformada em pergunta, merece ser vista mais de perto, ao indagar se os artistas contemporâneos realmente se interessam pelo público. Há, logo, uma questão de comunicação (ou de incomunicabilidade). É significativo que tais frases estivessem ali ao lado de um museu relevante. Isso não foi por acaso. Na ocasião me fiz fotografar ao lado desses dizeres e publiquei vários livros sobre os impasses da arte de nosso tempo. Mas a questão continuou a incomodar a mim e a muitos. E volta e meia eu a retomava como um desafio a ser repensado. O que é a insignificância no domínio das artes plásticas de nossa época?
A tal questão se soma uma outra observação. As salas dos museus vão se tornando mais vazias na medida em que nos aproximamos das obras produzidas nos nossos dias. As pessoas passam por tais salas rapidamente como se não estivessem vendo