Ensaios inspirados em ficção científica
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Ensaios inspirados em ficção científica - Rosana Suarez
Rosana Suarez
ensaios inspirados em
ficção científica
Sumário
Introdução: ficção científica e filosofia
Um certo monólito negro: a busca das Origens
Todos os problemas do mundo
: a comunicação em rede contemporânea
Distopia: mal-estar na cultura
Perdidos em Marte: o começo da colonização
Chuva ácida: problemas com androides e humanos
Interestelar: o adeus à Terra
Contatos: linguagem e afeto
Profissão
: filosofia e ficção científica
Dedico este livro a Rodolfo Petrônio, Écio Pisetta e Jarbas de Mesquita Neto, amigos do gefont
– Grupo de Estudos em Filosofia e Ontologia da Natureza.
Introdução: ficção científica e filosofia
O que diriam um filósofo novecentista, um escritor de ficção científica do século XX e um autor de sucessos de vendas no terceiro milênio sobre a comunicação em rede contemporânea? Estamos presos nas malhas da linguagem
, diria Friedrich Nietzsche. A rede é o repositório central de todos os fatos conhecidos sobre cada terráqueo
, previne Isaac Asimov. Hoje a maior parte da comunicação humana é fofoca
, segundo Yuval Noah Harari em Sapiens: uma breve história da humanidade.
Por entre uma polifonia de ditos e escritos, inspirado na filosofia e na ficção científica, este livro visa a estimular de forma leve uma reflexão sobre questões de interesse na era contemporânea.
Consequentemente a temática recortada acima não é a única que a leitura propõe.
A ficção científica elaborou temas principais em torno dos quais giram contos, romances e filmes. Alguns dos tópicos são a busca das Origens e o encontro com os seres extraterrenos; a conquista do espaço e os efeitos imprevisíveis da tecnociência; as projeções do futuro, muitas vezes sombrias e ligadas às questões ambientais. Isto sem falar no anseio por uma linguagem capaz de traduzir diálogos inusitados, entre formas de vida provenientes de mundos os mais diversos.
Os temas desfilarão nos capítulos seguintes, exemplificados com obras relevantes na literatura e no cinema, tais como 2001: Uma odisseia no espaço e O homem ilustrado; As crônicas marcianas, Nove amanhãs e Perdido em Marte; Eu robô e O caçador de androides. Destaco ainda Interestelar, Contato e A chegada, entre outras.
Ambição maior é, porém, utilizar para isso a inspiração da filosofia; disciplina que, no que lhe concerne, também possui os seus assuntos diletos.
Dentre os ramos da filosofia, hoje vigentes, há os que tratam da moral, da política, da linguagem e da ciência. Isto revela pouco sobre a disciplina, apenas as áreas da atividade sobre as quais ela se debruça; e são quase todas. Melhor dizer que a filosofia e a ficção científica – cada uma à sua maneira – caracterizam-se por levantar questionamentos acerca das várias dimensões do interesse humano. Entre as quais cobram destaque, hoje, as questões ecológicas. Em suma, ambas as reflexões tomam por base os aspectos do cotidiano. Eles são revolvidos, deslocados, esquadrinhados e espelhados – ao paradoxo.
Não seria demais dizer que o espanto
e a admiração
frequentam a ficção científica com a mesma assiduidade que Platão e Aristóteles esperavam da filosofia.
O que fortalece a liga dessas duas disciplinas é que, na medida em que a ficção científica assoma tantas vezes formas de vida desconhecidas, ela põe em perspectiva as que conhecemos. Interroga o ser que somos. Ao fingir
saber mais do que sabemos, põe em jogo o que conhecemos.
De saída a ficção científica mostra afinidade com a mais central das disciplinas filosóficas, a ontologia.
A ontologia (do grego ta onta as coisas
, os entes
) tem por base as perguntas filosóficas fundamentais: Por que há coisas, ao invés de nada?
; Qual é o princípio de todas elas?
. Dentre as respostas, tivemos: água
, átomo
, ilimitado
(ápeiron) e Théos
. Isto lançou a ontologia no horizonte da física e além dela. Além da física
que chamamos, no dialeto da filosofia, metafísica
. Marcada por semelhante inquietação, uma parte da ficção científica privilegia a busca ontológica e metafísica.
Não significa que os assuntos da política, da ética e da moral sejam desprezados pela ficção científica, muito pelo contrário. Menciono duas obras a respeito: o conto Todos os problemas do mundo
(1959) e o livro Eu robô (1950), ambos de Isaac Asimov, autor reconhecidamente dedicado ao gênero. Serão comentadas adiante. Fahrenheit 451 – temperatura em que se queimam os livros –, de Ray Bradbury (1953), é um exemplo ainda mais gritante. Está na linha dos clássicos 1984 (George Orwell, 1948) e Admirável mundo novo (Aldous Huxley, 1932). São livros inauguradores das chamadas distopias
– previsões pessimistas do futuro –, que, em vez das utopias
– sobre um porvir idealizado, no limite do irrealizável –, frequentam com maior assiduidade as produções literárias e cinematográficas contemporâneas. Em vários sentidos, o futuro já chegou para nós.
Consideremos, por exemplo, o