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O Ensino De Matemática Na Escola: Discursos e Compreensões
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O Ensino De Matemática Na Escola: Discursos e Compreensões
E-book221 páginas2 horas

O Ensino De Matemática Na Escola: Discursos e Compreensões

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Sobre este e-book

A obra trata de um elemento central na sala de aula, a comunicação entre professor e aluno. O discurso do professor ou a comunicação entre ele e o aluno é fundamental para a aprendizagem. Esse tema é explorado utilizando uma pesquisa realizada em duas salas de aula com realidades bem opostas: uma escola pública da periferia e uma escola privada de elevado poder aquisitivo dos alunos, em uma cidade com 400 mil habitantes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de ago. de 2020
ISBN9786555239638
O Ensino De Matemática Na Escola: Discursos e Compreensões

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    O Ensino De Matemática Na Escola - Pedro Lucio Barboza

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Aos meus pais (in memoriam).

    AGRADECIMENTOS

    Obrigado aos meus alunos de ontem, da educação básica, e aos de hoje, da graduação e da pós-graduação, pela aprendizagem que têm me proporcionado.

    Aos professores Rômulo Marinho do Rego e Jonei Cerqueira Barbosa, pelo sempre agradável debate acadêmico.

    Aos que fazem atualmente o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB.

    A Vinicius e a Victor, pelo carinho e pela amizade.

    A Glória, pelo amor e carinho dedicado.

    APRESENTAÇÃO

    Uma das dificuldades enfrentadas na sala de aula pelo professor é a comunicação com os alunos. O objetivo deste livro é contribuir para melhorar as atividades que o professor desenvolve na sala de aula, em especial no âmbito do discurso e da comunicação. Um elemento que dificulta a aprendizagem é a falta de compreensão do discurso do professor. Quais elementos dificultam essa compreensão do discurso do professor pelo aluno? Essa é uma das perguntas que o livro busca responder.

    Não é uma pergunta fácil de responder, mas os dados encontrados em pesquisa apontam caminhos que podem diminuir as dificuldades enfrentadas pelos professores para realizar uma comunicação que possibilite uma compreensão apropriada por seu interlocutor, o aluno.

    Buscando acrescentar algo além do que propôs Bakhtin, acerca do conceito de compreensão, apresento o conceito de compreensão intermediária e mostro elementos indicativos que podem favorecer uma melhor compreensão do discurso do professor pelo aluno. E, como se sabe, quando o professor realiza o seu discurso na sala de aula, está fazendo o discurso de outro, o discurso do livro-texto, o que pode ser um elemento que crie barreiras para o aluno ter uma orientação em relação ao que está sendo afirmado pelo professor.

    É desejável que a escola seja um ambiente que favoreça as interações entre alunos e professores, assim como entre os próprios alunos. Diálogos entre professor e aluno, para que ocorram com certo fluxo de eficiência, exigem compreensão acerca do discurso do outro. Interpretar as respostas dadas pelos alunos nas atividades de sala de aula ou nas avaliações constitui uma forma importante de o professor adequar os processos de ensino para levar os alunos a construírem os significados de forma adequada. E tão importante quanto o professor interpretar as respostas dadas pelos alunos é o aluno compreender as explicações do professor acerca do conteúdo ensinado. Os resultados de pesquisas têm conseguido mostrar que as dificuldades para o aluno aprender aumentam quando não consegue compreender o que o professor fala na sala de aula ao explicar os conteúdos.

    Embora este trabalho tenha sido realizado no campo da Matemática, os resultados obtidos mostram que a sua aplicação na prática pedagógica de qualquer área do conhecimento é uma realidade possível.

    PREFÁCIO

    Embora tenhamos uma quantidade grande de pesquisas em Educação Matemática, aliada a diferentes práticas inovadoras de sala de aula, observa-se que a Educação Matemática é, ainda, recente e, portanto, discussões do tipo: o que é; qual o seu papel, valor e significado; e como fazer pesquisa em Educação Matemática, ainda são muito frequentes. A expressão Educação Matemática, por sua vez, parece um pouco estranha para muitos professores de Matemática e inclusive para formadores de professores, mesmo diante de diferentes e inúmeras pesquisas, práticas, frente aos avanços no campo que tem como um dos objetivos principais o ensino-aprendizagem da Matemática, focado em perspectivas específicas, variadas, amplas e multicontextuais.

    Dessa forma, observamos que a presente obra do Prof. Dr. Pedro Lucio – colega que temos a honra de conhecer desde 2001 –, intitulada O Ensino de Matemática na escola: discursos e compreensões, atende plenamente aos últimos avanços das pesquisas em Educação Matemática. É permeada de um olhar plural, multicontextual e crítico, que foca o Ensino de Matemática na escola com destaque aos seus discursos e compreensões, evidenciando a comunicação/interação entre professor e aluno como um ponto fulcral da prática de sala de aula, contribuindo, portanto, para que o professor-educador-matemático e/ou pesquisador possam repensar e realizar mudanças efetivas na prática escolar em matemática no tema proposto. E possibilita, ainda, um melhor diálogo da pesquisa com a prática escolar, pois nota-se que o tema proposto é tratado como foco no cotidiano da escola.

    Nisso, observa-se que a obra compreende um conjunto de dados qualitativos levantados tanto em escolas públicas como em particulares, permitindo repensar criticamente a escola e o ensino/aprendizagem de Matemática a partir de cotidianos distintos, variados e opostos, trazendo uma clareza mais densa sobre o discurso do professor ou a comunicação entre ele e o aluno como fundamental para a aprendizagem.

    O autor traz um debate atual e pertinente sobre a questão do discurso, com foco nos seus diversos aspectos e nas suas interações em sala de aula, avançando o debate na medida em que esclarece, a partir do conjunto de dados levantados, como os alunos compreendem o discurso do professor na sala de aula, como situações de interações discursivas favorecem a compreensão dos alunos e, no caso da pergunta do professor: quais situações de interações do tempo presente potencializam a compreensão dos alunos? Esse diálogo é feito a partir e além da teoria da linguagem de Bakhtin, na qual é, então, formulada a proposta do conceito de compreensão intermediária.

    Nesse caminhar, é apresentada a proposta focal do livro, que é contribuir para melhorar as atividades que o professor desenvolve na sala de aula, sobretudo, no âmbito do discurso e da comunicação, para que a escola possa, cada vez mais, ser um ambiente que favoreça as interações entre alunos e professores e entre os próprios alunos. Dessa forma, apresentam-se contribuições válidas não apenas para o professor de sala de aula, mas também para o professor formador e para o avanço da Educação Matemática como um campo de pesquisa e prática.

    A presente obra, além das contribuições no campo da Educação Matemática especificamente, aplica-se ainda a práticas pedagógicas de diferentes áreas do saber, na medida em que a questão da comunicação e do discurso em sala de aula entre professor e alunos não é específica da Matemática, mas também das diferentes disciplinas escolares, embora sintomático na Matemática, especialmente pela sua concepção ainda hegemonicamente absolutista. Num posicionamento contrário, observa-se que a presente obra concebe a matemática como um conhecimento sociocultural em constante construção e reconstrução.

    Vale destacar, como bem pontua o autor ao longo da obra, que as discussões sobre o estudo do discurso na sala de aula, especificamente no tocante à Educação Matemática, têm sido pouco exploradas nos debates e pesquisas da área, o que justifica ainda mais a publicação da presente obra para um público específico e mais amplo.

    Observa-se ainda que o texto apresentado, sem perder o rigor necessário da escrita acadêmica, compreende uma linguagem clara e objetiva, que comporta uma leitura de agradável acesso para um público específico e, também, diversificado.

    Junto a tudo aqui já descrito, destacamos ainda a experiência de Pedro Lucio de quatro décadas no magistério, conseguindo passar por todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, o que lhe permitiu trazer, na presente obra, um tecer de fios da matemática escolar em que mergulha com maestria – teoria e prática – como práxis vivida, desafiando, assim, a hegemonia do discurso ainda vigente da Matemática como um conhecimento absoluto.

    Fevereiro, 2017.

    Prof. Dr. Silvanio de Andrade

    Doutor em Educação (Ensino de Ciências e Matemática) – USP.

    Mestre em Educação Matemática – Unesp.

    Pesquisador da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

    no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

    Ensino de Ciências e Educação Matemática.

    Prof. Dr. José Joelson Pimentel de Almeida

    Doutor em Ensino, Filosofia e História das Ciências – UFBA.

    Mestre em Educação (Ensino de Ciências e Matemática) – USP.

    Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ensino

    de Ciências e Educação Matemática (PPGECEM-UEPB).

    Membro do grupo de Pesquisa Leitura e Escrita

    em Educação Matemática (Leemat).

    SUMÁRIO

    CAPÍTULO 1

    CALIDOSCÓPIO DE EXPERIÊNCIAS: TRAJETÓRIAS

    1.1 Introdução

    1.2 Trajetória profissional

    1.3 Sobre o que acontece na sala de aula

    1.4 Definindo discurso

    1.5 Discursos, interações e diálogos

    1.6 O investigador e a pesquisa

    1.6.1 Onde investigamos

    1.7 Estrutura do livro

    CAPÍTULO 2

    EM BUSCA DE CAMINHOS PARA A ANÁLISE DA COMPREENSÃO DO DISCURSO NA SALA DE AULA

    2.1 Introdução

    2.2 Enunciados e dialogismos na sala de aula

    2.3 Gêneros discursivos do professor

    2.4 Elementos importantes para a compreensão do discurso do professor na sala de aula

    2.5 Algumas considerações

    2.6 Referências

    CAPÍTULO 3

    IMPLICAÇÕES DO DISCURSO DO PROFESSOR PARA A COMPREENSÃO DOS ALUNOS

    3.1 Introdução

    3.2 Estudo do discurso e das interações na sala de aula

    3.3 Aspectos metodológicos

    3.3.1 A coleta e o registro de dados

    3.3.2 O contexto e os interlocutores da pesquisa

    3.4 O encontro com a sala de aula

    3.5 Discussão

    3.6 Considerações finais

    3.7 Referências

    CAPÍTULO 4

    INTERAÇÕES EM SALA DE AULA: IMPLICAÇÕES DA PERGUNTA DO PROFESSOR

    4.1 Interações e diálogos na literatura 

    4.2 Abordagem qualitativa 

    4.2.1 Instrumentos de coleta de dados, o contexto e os participantes

    4.3 Para onde apontam os dados 

    4.4 Discussão e conclusão 

    4.5 Referências 

    CAPÍTULO 5

    DISCURSOS DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E A COMPREENSÃO DOS ALUNOS: REENCONTRO COM OS DADOS DA PESQUISA PARA UMA DISCUSSÃO

    5.1 Reencontro com os objetivos dos artigos 

    5.2 Situações de interações que favorecem a compreensão do discurso do professor pelos alunos 

    5.2.1 Situação de interação que relaciona o discurso matemático com objetos do dia a dia

    5.2.2 Situação de interação em que o discurso relativiza o rigor da linguagem matemática

    5.2.3 Situação de interação em que o discurso é realizado fazendo comparações entre entes matemáticos

    5.2.4 Situação de interação com perguntas simuladas

    5.2.5 Situação de interação com perguntas concorrentes

    5.2.6 Situação de interação com perguntas originais

    5.3 Sistematização das situações de interações que favorecem a compreensão do discurso do professor pelos alunos 

    Considerações finais

    Referências

    CAPÍTULO 1

    CALIDOSCÓPIO DE EXPERIÊNCIAS: TRAJETÓRIAS

    1.1 Introdução

    Neste primeiro capítulo, apresento a trajetória inicial deste trabalho, levando em consideração minha experiência pessoal e profissional. Situo a configuração da obra na minha trajetória profissional e, em seguida, faço uma revisão de estudos na área objeto deste trabalho. Também defino os objetivos e apresento o contexto, a metodologia e a organização deste livro.

    1.2 Trajetória profissional

    Iniciei minha trajetória profissional muito cedo: aos 21 anos, tornei-me professor de Matemática no ensino fundamental, em 1977, no segundo ano do Curso de Licenciatura em Matemática na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

    Dois anos depois, passei a atuar de modo intenso no movimento sindical da Paraíba. Durante a década de 1980 e início da década de 1990, fui presidente dos sindicatos de professores das escolas públicas e privadas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de um partido político.

    Nessa trajetória, entre tantas experiências significativas, duas contribuíram mais para a escolha do tema da pesquisa deste estudo: o trabalho de formação de professores realizado pelos sindicatos e o enfrentamento dos debates públicos realizados com o governo e com os empresários do ensino privado.

    Durante os cursos de formação sindical com os professores, convivi com o pensamento sobre o fazer quotidiano da escola e da educação. Os cursos levavam em consideração a realidade dos professores nas escolas. Os professores apresentavam suas inquietações e incertezas, seus dilemas e suas angústias, o entusiasmo e o desejo de realizar transformações na realidade da educação.

    Os debates públicos com o governo ou com

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