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O que mais você quer de mim?: O desafio de viver relações significativas
O que mais você quer de mim?: O desafio de viver relações significativas
O que mais você quer de mim?: O desafio de viver relações significativas
E-book165 páginas1 hora

O que mais você quer de mim?: O desafio de viver relações significativas

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Sobre este e-book

Um indivíduo longe da sua verdade é como alguém que carrega um perigo dentro de si. Se ele possui dentreo de si esse vácuo, essa ausência da verdade, uma desconexão com o que o levou até onde está, precis preenchê-lo com alguma outra coisa. E, o que é pior, por vezes com qualquer coisa, nem sempre saudável. Portador deste vazio em si, procura esta alguma outra coisa em outro alguém. É algo que não enxerga nele, mas que precisa enxergar no outro. A partir deste instante, está pronta a cena clássica, da pessoa que identi_ ca no outro alguém capaz de preencher em si o que lhe falta. Transfere para o outro a responsabilidade de viver uma vida plena. A chance de buscar e não encontrar aumenta em demasia, e com ela a possibilidade de que se ouça – às vezes, de forma muito prematura – a frase que deu título a este livro: O que mais você quer de mim?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de ago. de 2020
ISBN9786599055959
O que mais você quer de mim?: O desafio de viver relações significativas

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    O que mais você quer de mim? - Rogerio Chér

    Por que escrevemos este livro?

    Quer saber se alguém é feliz de verdade? Então observe como estão seus relacionamentos.

    Nosso nível de felicidade depende enormemente da qualidade das nossas relações. O contrário é verdadeiro: términos de vínculos repletos de dor e amargura, conversas com fio desencapado, conflitos intermináveis, ausência e distanciamento de pessoas amadas, indiferença por parte daqueles que consideramos importantes para nós... enfim, uma galeria vasta – e dolorosa – de contextos que corroem a sensação de plenitude e realização.

    É natural que o foco imediato do tema das relações seja o outro, sejam as outras pessoas. Há, entretanto, algo óbvio que não pode ser ignorado: a primeira dimensão do Ser é a relação consigo mesmo, como precondição para estabelecer laços significativos com os outros e com o mundo ao redor. É sobre isto que tratamos neste livro.

    Há um pensamento de Rudolf Steiner que diz muito a respeito: só se pode unir o que estiver separado. O que significa? Vejamos.

    Um risco medonho é procurarmos no outro e no mundo aquilo que nos falta. Quero você em minha vida para me completar, quero este emprego para me preencher, preciso daqueles amigos porque sem eles me sinto insuficiente, sem você em minha existência fica faltando um pedaço. Podemos até concordar que são intenções belas e poéticas, mas o fim da cada um destes poemas passará por frustração, decepção, desapontamento e tristeza, inevitavelmente. Ninguém será feliz e realizado se oferecer ao outro e ao mundo apenas uma pequena e insuficiente fração de si mesmo, esperando que alguém ou alguma coisa seja capaz de satisfazer o que lhe falta.

    Arrastamos diariamente um diálogo negativo dentro de nós, seguido da sensação de incompletude, de falta, de escassez. Sentimentos danosos que produzem o resultado oposto ao que buscamos: mais infelicidade. A premissa equivocada é dar aos outros e ao mundo a tarefa de nos completar. Para que existe meu cônjuge? Para me saciar e atender minhas necessidades de afeto. Para que existem meus Pais? Para reconhecer que seu filho venceu, finalmente! Para que existem meus filhos? Para me render reverência de um exemplo a ser seguido. Para que existe meu trabalho? Para reforçar a tese de que sou talentoso e especial. E quem foi que combinou isso com eles, exatamente assim?

    O mergulho em tanta miragem leva-nos a um grau elevado de insufi­ciência e nos põe sempre querendo e precisando mais, esperando muito dos outros, o que os obrigará a protestar, em meio a uma sensação de impotência, com a pergunta: o que mais você quer de mim?!. Perdidos em um Eu enfraquecido e ausente, daremos uma resposta, qualquer resposta capaz apenas de jogar água para dentro do barco, para nos afogarmos em mais mágoa, ressentimento e, paradoxalmente, em um tanque de amor cada vez mais seco e vazio.

    Transferir ao outro e ao mundo a tarefa de nos nutrir é semelhante à pessoa que transfere uma dívida que não existe a um devedor que não deve nada. A descoberta desta ilusão não trará alívio e aumentará a dor se não pularmos para um degrau acima, a fim de pensarmos e sentirmos a vida com maturidade.

    O caminho da autoconsciência passa inicialmente por separar o indivíduo, ou seja, completar sua individuação, o contato em alto nível com seu Eu Inferior, com seu Eu Idealizado, com seu Eu Superior e com sua essência mais verdadeira, o Self. Neste caminho, o Ego assume um papel heroico: como um cavaleiro com a espada em mãos (símbolo arquetípico da ampliação de consciência) abre caminhos para enxergarmos um mundo de dualidades, onde existe um Eu separado do resto, em que enxergamos a divisão entre pares de opostos: luz e sombra, noite e dia, masculino e feminino, individual e coletivo, vida pessoal e vida profissional, eu e você etc.

    A percepção clara e não mais embaçada do Eu, dos outros, do mundo e das polaridades ao redor servirá então a um objetivo maior: transcender estas dualidades para nos unir ao Todo. Neste lugar interno e profundo da nossa individualidade, onde achávamos que nos encontraríamos sozinhos, encontraremos o universo inteiro.

    A consciência ampliada para um Eu forte e separado do outro e do Todo se apresenta pronto para outra jornada: aquela em que transcende o plano fragmentado do Ser para uma dimensão integrada aos outros e à vida. Agora sim pode-se unir o que estava separado. Uma união livre de miragens, que não mais precisa ser, pois ela simplesmente é. Ou, como diz Einstein na frase que abre este livro, um movimento para nos libertar dessa prisão alargando nossos círculos de compaixão de modo a abranger todas as criaturas vivas e a totalidade da natureza em sua beleza.

    Foi com a inspiração destas ideias que escrevemos este livro, compondo-o em três partes: Relação Eu Comigo, Relação Eu com o Outro e Relação Eu com o Mundo. Na Parte I, nosso objetivo é apoiar o leitor a reforçar a conexão consigo mesmo, com sua história e com sua verdade. Na Parte II, tratamos do desafio das relações com as pessoas ao redor, em seus diferentes papéis. Na Parte III, finalizamos com a reflexão sobre o necessário protagonismo a ser assumido pelo indivíduo em seu mundo, que culmina na declaração de seu Propósito. Desse modo, percorremos o caminho do Eu, do Nós e do Todo.

    Ao longo de 18 capítulos, fazemos alusão tanto à vida quanto à carreira, à dimensão pessoal combinada com a profissional, bem como aos relacionamentos vivenciados em suas diferentes perspectivas. Com isso, nossa ambição é percorrer de modo integral este milagre que nos apaixona todos os dias: a relação com a vida.

    Por fim, é preciso dizer que escrevemos este livro para fazer duas reverências importantes. Em primeiro lugar, ao Hemera Experience, a experiência de autossabedoria que eu e Magda conduzimos e da qual tiramos a ideia deste livro, que serve como gratidão às centenas de amigos que participam desta história conosco. Em segundo lugar, esta obra expressa gratidão ao Amor que nasceu entre nós (Rogério e Magda), ao desafio diário que compartilhamos de viver coerentemente nossos valores e propósitos, bem como ao Amor maiúsculo e infinito que temos aos que nos arrebatam intensamente o coração: Jéssica, Bruno, Lucas e Lívia, nesta ordem de chegada ao planeta, a quem amaremos eternamente.

    São Paulo, outubro de 2017.

    Rogério e Magda

    Sumário

    Por que escrevemos este livro?

    Parte I: Relação Eu Comigo

    Capítulo 1: Minha história de vida

    Capítulo 2: Meus titãs emocionais

    Capítulo 3: Meus mandamentos

    Capítulo 4: Minhas crenças

    Capítulo 5: Meus valores

    Capítulo 6: Meu estilo de personalidade e comunicação

    Parte II: Relação Eu com o Outro

    Capítulo 7: Igualdade e identidade

    Capítulo 8: Coragem e vulnerabilidade

    Capítulo 9: Os 6Cs para uma aliança duradoura

    Capítulo 10: Diálogo com a Sombra

    Capítulo 11: As linguagens do amor

    Capítulo 12: As miragens nas relações

    Capítulo 13: A polaridade masculino e feminino

    Parte III: Relação Eu com o Mundo

    Capítulo 14: Minhas competências

    Capítulo 15: Minhas realizações

    Capítulo 16: Meus talentos

    Capítulo 17: Vocação, profissão e carreira: diferenças e significados

    Capítulo 18: Meu Propósito

    Bibliografia

    Aletheia

    Para se relacionar bem com alguém ou com alguma coisa (com seu propósito de vida, por exemplo) é preciso, primeiramente, relacionar-se bem consigo mesmo. Qualquer relação significativa com o outro ou com o mundo ao redor depende de uma relação plena de significado consigo mesmo. E o primeiro passo nesse sentido é a intimidade com a história de vida que se carrega.

    Sempre que abordamos esse tema no Hemera, trazemos a lembrança de como os gregos originaram a palavra verdade. Para eles, verdade era Aletheia, que pode ser dividida em dois pequenos pedaços: A-letheia. A significa não e letheia significa esquecimento. Portanto, verdade para os gregos significa não esquecimento. Desse modo, encontrar a sua verdade pressupõe estar em contato com tudo aquilo que é seu – e sobre você – que não pode ser esquecido.

    Mas qual é a conexão desta ideia com o tema das relações? Resposta:

    quando dizemos que é preciso, antes de tudo, encontrar a sua verdade, fazer contato com tudo aquilo que se refere à sua história de vida. Ser verdadeiro, encontrar a sua verdade, é reestabelecer a conexão com sua biografia. A quantidade de verdade que permeia sua jornada depende do quanto você se mantem consciente e conectado com tudo aquilo que o trouxe até o presente.

    Um indivíduo longe da sua verdade é como alguém que carrega um perigo dentro de si. Se tenho comigo esse vácuo, essa ausência da minha verdade, uma desconexão com o que me trouxe até aqui, preciso preenchê-lo com alguma outra coisa. E, o que é pior, por vezes com qualquer coisa, nem sempre saudável. Portador deste vazio em si, procura-se esta alguma outra coisa em outro alguém. É algo que não enxergo em mim, mas que preciso enxergar no outro. A partir deste instante, está pronta a cena clássica, da pessoa que identifica no outro alguém capaz de preencher em si o que lhe falta. Transfere-se para o outro a responsabilidade de se viver uma vida plena. A chance de buscar e não encontrar aumenta em demasia, e com ela a possibilidade de que se ouça – às vezes, de

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