A Estética da Deficiência
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A Estética da Deficiência - Cíntia Borges Ferreira Leal
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2019 dos autores
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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
À minha família, pelo amor e apoio de sempre.
AGRADECIMENTOs
A Deus e a todos que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa, em especial ao gestor e colaboradores da rede varejista de supermercados, por tornarem possível a realização deste estudo.
APRESENTAÇÃO
Ao ler um artigo que versava sobre as pessoas com deficiência a partir das diferentes perspectivas (setor de marketing, RH, clientes, colegas de trabalho e o próprio deficiente), houve uma inquietação de nossa parte quando dito, em vários momentos, sobre o aspecto feio
que a deficiência trazia para a instituição, ao mesmo tempo em que promovia uma visão de quão bela
ela poderia ser aos olhos da sociedade. Essa dicotomia despertou-nos a atenção, primeiro para o que seria o belo; segundo para questionar em que aspectos havia de fato uma inserção desses profissionais no ambiente organizacional, entendendo que, mais que registrar uma pessoa, devemos fazê-la (sentir) parte do processo. Foi então que pensamos em unir a Teoria estética, que só pelo nome já nos trouxe uma provocação para o tratamento desse abstrato que é sutil, e ao mesmo tempo avassalador; e o entendimento desse público diverso
e que hoje deve ser inserido por questões afirmativas dentro das organizações.
É dessa forma que buscamos tratar nossa discussão, promovendo primeiro um entendimento de como essa pessoa (com deficiência) se vê e se percebe no espaço organizacional, para depois confrontar com os olhares da gestão e dos colegas, inserindo então esses discursos na proposta da teoria estética.
As autoras
Sumário
1
INTRODUÇÃO 13
2
TRABALHO E SUA CONCEPÇÃO 19
3
ESTÉTICA ORGANIZACIONAL 27
4
GESTÃO DA DIVERSIDADE 39
5
ANÁLISE DOS DADOS 45
5.1 Sentido do trabalho 45
5.2 Ações de inclusão para pessoas com deficiência 55
5.3 Perspectiva estética da organização 71
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS 85
REFERÊNCIAS 87
índice remissivo 93
1
INTRODUÇÃO
A relação entre trabalho e o indivíduo vem passando por diversas modificações desde os primeiros registros de atividades laborais. O trabalho passou por diversas fases, como a garantia da sobrevivência, a escravização, a mecanização e a alienação, e muitas dessas manifestações ainda são percebidas na realidade social de muitos indivíduos, mascaradas, em alguns momentos e conduzidas de forma diferente, mas com características marcantes.
A contextualização sobre o trabalho está relacionada à inserção no mercado de trabalho e sua relação com o indivíduo. Nessa relação existe a necessidade de compreensão de aspectos relacionados ao bem-estar que garanta um ambiente adequado de trabalho tanto em aspectos ligados à estrutura, ao relacionamento com colegas e empresa e ao desenvolvimento desse indivíduo. Assim, o ideal é mediar o que se almeja com o que realmente se obtém da forma em que vive, envolvendo as áreas profissional, familiar e de lazer¹, não sendo diferente com as pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência ainda enfrentam problemas de adequações das empresas com sua inserção, assim como existem desafios enfrentados por gestores para inserir, na estrutura organizacional, uma nova geração de profissionais, com perfil diversificado e com características de formação sobre padrões competitivos, tecnológicos e de globalização². As exceções ocorrem apenas quando, por determinação legal, essas organizações se veem obrigadas a incluir.
A gestão da diversidade³ aponta em estudos dificuldades quanto à percepção dos gestores em relação à identificação da deficiência, à adequação das empresas às condições e práticas de trabalho e quanto à avaliação referente ao grau de satisfação das pessoas com deficiência em relação ao trabalho. Há, portanto, um cenário de dúvidas e incertezas de como lidar e gerir esses colaboradores, já que a proposta hoje é criar, dentro das organizações, um pensamento crítico e menos focado nas diferenças individuais, visando à igualdade e integração das pessoas, erradicando a exclusão social dos seus mais variados tipos
⁴.
A Lei de cotas, criada em 24 de julho de 1991, estabelece, no artigo 93, que as empresas com 100 funcionários, ou mais, estão obrigadas a preencher de 2 a 5% dos seus cargos com pessoas com