Afinal, o que é Social Business?
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Sobre este e-book
Uma coletânea de posts em meu blog Explora! sobre Social Business
Flavio Mendes
Sou formado em Matemática / Informática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e tenho pós-graduação pela Faculdade de Economia e Administração da própria Universidade, além de pós no IBMEC-RJ e na Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte/Nova Lima.Trabalho na IBM há 19 anos dos quais 17 na área de Software, mais especificamente em Soluções de Colaboração. Nos últimos anos, especializei-me em Portais e em Redes Sociais.Faço parte de um time mundial da IBM com foco em Portais, Colaboração e Redes Sociais. Trabalho na Unidade de Software da IBM América Latina, o que significa, na prática, que conheço novos lugares e pessoas com uma frequência bem alta.
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Afinal, o que é Social Business? - Flavio Mendes
Afinal, o que é Social Business?
Informação é Poder X Compartilhar é Poder
O final da década de oitenta marcou o início de minha vida profissional. Não haviam telefones celulares e nem microcomputadores. Usavamos terminais 3270, enormes cabeças de dinossauro
, como eram conhecidos, que enfeitavam nossas mesas com telas pretas e letras verdes e davam um forte sentimento de poder tecnológico. Afinal, estavamos todos conectados a um mega computador central com capacidade de processar grandes quantidades de informação em alta velocidade. Nossos relacionamentos profissionais eram muito mais próximos, em termos geográficos, do que hoje. Quando precisavamos de uma informação relacionada com um determinado assunto fora de nossa área de conhecimento, procuravamos o especialista
no tema, normalmente uma pessoa conhecida na organização, que tinha um cargo importante, uma sala e uma áura toda especial. Era o expert, o cientista, o mosca da cabeça branca
. Naquela época, me acostumei com a frase conhecimento é poder
e a entender que aqueles que detinham conhecimentos específicos e profundos em determinados temas eram os poderosos da empresa, seres especiais que dedicaram sua vida a desenvolver seu
conhecimento. Eles eram extremamente valorizados e tratados de forma especial. Eram quase que celebridades.
Naqueles longinquos anos ingressei no Mestrado em Engenharia da Computação na COPPE, UFRJ, buscando especialização em Inteligência Artificial. Trabalhavamos com sofisticados algorítmos, implementando Sistemas Especialistas, usavamos Prolog e, depois, Pascal e C. Nossos poderosos computadores eram da primeira geração da família x86 e nem possuiam discos rígidos. Ainda me lembro quando recebemos o primero computador com HD, de 5 MBytes... isso mesmo, eu disse 5 Mega Bytes. Conheciamos os super especialistas da área através de livros e papers, principalmente quando participavamos de congressos, como a Comdex e a Fenasoft.
Vinte e cinco anos depois, o mundo é outro. É raro usarmos um telefone celular. Hoje usamos poderosos smartphones que tem mais capacidade computacional do que os primeiros computadores pessoais. Passamos nossos dias envolvidos em uma quantidade muito maior de pequenas tarefas
com o objetivo maior de atingir nossas metas pessoais e profissionais. Navegamos em Intranets sofisticadas que oferecem os serviços mais variados como aqueles relacionados com Recursos Humanos, suporte a vendas, acesso a informação e Help Desk, dentre outros.
Nos últimos cinco anos, assistimos ao surgimento das Redes Sociais, tanto internas quanto externas às empresas. Quando necessitamos de uma informação específica, hoje, a buscamos através de uma Intranet Social. Quando precisamos encontrar um especialista, o buscamos em nossas Redes Sociais. Sofisticados sistemas de monitoramento e de métricas sociais identificam, dinamicamente, os maiores contribuidores, os especialistas nos mais diversos temas. Usualmente, são profissionais extremamente ativos tanto na produção de conhecimento quanto no compartilhamento do mesmo. Estão conectados pela sua rede social a dezenas, centenas de outros profissionais, que podem estar na mesma sala ou em outro continente.
E é exatamente aí que reside a maior diferença destes últimos 25 anos. Enquanto no final da década de oitenta o profissional que detinha o conhecimento era considerado o melhor e o mais importante, agora aquele que compartilha é o mais valorizado. Neste novo cenário, vimos uma mudança significativa, comportamental, muito mais do que tecnológica.
Sofisticadas ferramentas permitem a identificação dos maiores contribuidores. Mais do que isso, toda sua produção é rapidamente compartilhada e, principalmente, consumida dentro e fora da empresa. Na Intranet Social da IBM, por exemplo, em questão de segundos, estou falando de segundos, podemos identificar os especialistas em um determinado assunto, onde quer que ele esteja localizado. O que seria comparável a procurar uma agulha em um palheiro
, torna-se uma tarefa simples. A resposta para uma pergunta, que em outros tempos poderia demandar consultas a livros em uma biblioteca, pode ser obtida em questão de minutos.
Onde está a diferença? Qual foi o fator, o elemento, que permitiu tamanha transformação? O surgimento das Redes Sociais Corporativas foi a fagulha, a centelha que deu início a todo esse novo mundo, a esse novo modelo de corporação. Empresas hoje dividem-se entre as que já exploram os benefícios de uma RSC e aquelas que ainda não o fazem. O uso do IBM Connections
, a solução de RSC da IBM, de forma integrada com a Intranet da empresa, provocou a maior transforamção que já assisti nos meus 20 anos de IBM. A IBM de hoje é uma empresa mais ágil, mais transparente e, principalmente, uma empresa onde conhecimento é produzido, compartilhado e consumido em uma velocidade única. Se hoje nos envolvemos em um projeto mais complexo, podemos buscar suporte e informação junto a mais de 500 mil funcionários e contribuidores da IBM, em todos os cantos do mundo.
Em menos de um quarto de século passamos de um cenário em que deter informação era uma vantagem competitiva para um funcionário de uma empresa para um mundo em que compartilhar conhecimento é o caminho do sucesso. Ao lançar mão de uma Rede Social Corporativa, permitimos que aqueles que detém conhecimento possam compartilhar com o restante da empresa, não mais limitando-se a possuir conhecimento. A transformação é significativa e é a principal característica das empresas da segunda década do século XXI.
O uso de Redes Sociais Corporativas e das tecnologias de mobilidade, estão alterando profundamente o mundo em que vivemos. Sua empresa já faz parte deste movimento? Seu maior patrimônio, que é o conhecimento gerado por seus funcionários, é devidamente registrado e compartilhado? E, por fim, quem é mais importante para uma empresa, aquele que gera conhecimento e compartilha ou o que gera conhecimento mas não compartilha?
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Tribos - Todos fazemos parte de pelo menos uma
Nada como alguns dias em casa para colocar a leitura em dia. Aproveitei este Carnaval para ler um livro que trouxe da Lotusphere, o "Tribes, de Seth Godin. Leitura simples e rápida e uma forma interessante de abordar o tema Redes Sociais. O autor estuda o conceito das
Tribos" e aponta para alguns pontos interessantes para reflexão. Algumas conclusões são óbvias, mas ainda assim é uma leitura que recomendo.
Logo de início ele define o que é uma Tribo: Um grupo de pessoas conectadas umas as outras, conectadas a um líder e conectadas a uma idéia. Tribos sempre existiram. A grande diferença é que faz bem pouco tempo, a grande maioria das tribos era uma reunião de pessoas em uma região qualquer. A limitação geográfica era uma grande restrição ao crescimento das tribos e um enorme desafio para seus líderes. Organizar uma reunião de uma Tribo era algo bastante complexo.
Com a Internet, a limitação geográfica caiu. Hoje existem dezenas, centenas de formas distintas de se criar uma nova Tribo. Existem ferramentas na Internet que permitem a criação de uma comunidade em questão de minutos, literalmente por qualquer um.
O que faz a diferença entre uma Tribo de sucesso ou não? Alguns fatores tem grande importância, dentre eles:
A força do Líder - Toda Tribo precisa de um líder forte, que sabe o momento de agir e, principalmente o momento de dar espaço para seus seguidores. Não se deve confundir um Líder com um Gerente, por exemplo. Um Líder tem seguidores, um Gerente tem funcionários. O líder é o responsável por manter a chama da idéia
que norteou a criação do grupo sempre viva.
A força das conexões - Basicamente, o relacionamento, a atividade da rede tem que ser forte. Uma Tribo em que as conexões entre seus membros é fraca, não é uma Tribo. A Idéia
que forjou a tribo é o seu cimento
. É ela que mantem seus membros unidos. Cabe ao líder mantê-los ativos.
Quando ao líder, bem, Liderança
é uma escolha, uma opção pessoal. Não se nomeiam
líderes, assim como não se promove alguem a Líder
. Aliás, esta é a única característica comum a todos os líderes... eles são líderes por uma opção pessoal. Fora isso, existem líderes em todas as religiões, regiões, classes sociais, níveis educacionais, etc.
O livro dá uma visão interessante sobre Redes Sociais, sobre os motivos que fazem com que uma Rede seja criada, cresça e apareça.
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Você me deixa doente
A expressão você me deixa doente
é um coloquialismo antigo e a usamos, normalmente, quando queremos nos referir a uma determinada situação envolvendo um amigo que, por algum motivo, nos tira do sério. Mal sabemos o quanto ela é verdadeira, no sentido literal. Nossa saúde depende, além de nossa biologia, escolhas e ações, diretamente da biologia, escolhas e ações de nossos amigos bem como dos amigos dos nossos amigos. Nossa saúde depende da Rede Social em que estamos inseridos.
Na prática o fato de fazermos parte de em uma Rede Social faz com que eventos que aconteçam nesta rede tenham impacto em todos os elementos da rede, em diferentes graus. Trata-se de uma complexa teoria sociológica, estudada por Nicholas Christakis, PhD e pesquisador da Universide de Harvard. Em 2009 ele foi nomeado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes no mundo.
A teoria vai além de saúde e alcança hábitos como correr, fumar, comer ou beber, por exemplo. Durante mais de 20 anos ele e sua equipe estudaram com cuidado grupos de pessoas para identificar como estes hábitos podem contaminar
outras pessoas da rede, da mesma forma que doenças. Em seu livro "Connected, de 2009 (veja também
Seis Graus de Separação e Três de Influência e
Redes Sociais influenciando comportamentos, a próxima década"), ele apresenta diversas conclusões destes estudos, bem como de outros trabalhos desenvolvidos por pesquisadores da área.
A sua compreensão dá uma dinâmica especial a redes sociais. Dentro de uma empresa, por exemplo, o mapeamento de comportamentos
pode ajudar na identificação e retenção de talentos. Algumas empresas já adotam técnicas ainda preliminares para desenvolver programas de desenvolvimento de carreira. É sabido que quando um funcionário pede demissão por algum motivo, outros colegas de trabalho, próximos, tem uma chance maior de pedirem demissão nos meses imediatamentes subsequentes.
Dentro deste conceito, surge a figura dos tippers
, que são membros com maior capacidade de influência dentro