A Besta Essência

De Joe Arthuso, Sr

"Proferida por uma espécie de pugilista que precisa explodir através de palavras, a escrita parte de Arthuso como uma forma de expurgo, no entanto, é até curioso a quantidade de vezes que me pego sorrindo ao ler os seus poemas. E não sorrio por haver humor em seus versos, embora em alguns momentos ele esteja presente, mas porque neles é possível perceber a poesia respirando e cumprindo o seu papel num tempo em que tudo parece conspirar para assassiná-la.

A poesia de Joe Arthuso é uma maneira de compartilhar, por meio das palavras, a solidão, a melancolia proveniente da vida urbana, e de enxergar, em meio a um mundo caótico, uma essência bela bestificada dentro de nós, como o faz perfeitamente quando escreve: “um canário de metal/ pousa no meu ombro, / eu vislumbro um oceano".

Matheus Peleteiro - Escritor."

• Idioma: Português
• Editora: Joe Arthuso, Sr
• Data de lançamento: 27 de out. de 2020
• ISBN: 9781005983741

Joe Arthuso, Sr

Escritor mineiro, amante da vida, da arte e dos animais.

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APRESENTAÇÃO

Certa vez, o escritor americano William Faulkner afirmou: o que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor. E é deste modo que se apresenta a primeira obra do escritor mineiro Joe Arthuso, então revisitada.

Trazendo elementos desde as reminiscências de Drummond aos fascínios de Albert Camus, Joe, através de seus poemas, traz a doença e a presença da morte como aquilo que exaspera no homem o seu desejo de viver e gozar da placidez do mundo, através da aceitação de sua própria finitude. O que pode ser notado em trechos como: Quando menino, queria ser uma águia / ver tudo de cima, contemplar o infinito.

Embora tal afirmação possa parecer premeditada, desde já, ouso dizer que a sua poesia é um tipo de candelabro. Um vasto castiçal com diversas ramificações, focos luminosos nas extremidades, que atuam de maneira a permitir ao leitor direcionar o olhar, a escuridão e a beleza que a todos rodeia, ao tempo em que, de olhos abertos, não enxergamos.

Em seus versos certamente há brilho, mas não só do fogo emana tal claridade. Proferidos por um impulso de sensibilidade que precisa tomar vida própria através de palavras, a escrita parte de Arthuso como uma forma de expurgo, no entanto, é até curioso a quantidade de vezes que me pego sorrindo ao ler os seus poemas. E não